novembro 10, 2024

ARLS PERSEVERANÇA, EQUILIBRIO E HARMONIA 621 - Carlos Nadais


Dia 09.11 a ARLS Perseverança Equilíbrio Harmônia (Loja 621 GLESP) recebeu a visita do Poderoso Irmão Michael Winetzki nessa sessão do Grau de Companheiro.

Irmão Winetzki é conceituado escritor e palestrante e brindou a todos com seus ensinamentos e nos ofertou suas obras! Recomendo a todos!!!



1666 - O INCENDIO DE LONDRES - Michael Winetzki


 

novembro 09, 2024

ARLS LOTUS BRANCO n. 85


Há 50 anos a Rua Aurora, situada no coração de São Paulo, trazia uma fama comprometedora em função da ação de um criminoso que romantizou em livro autobiográfico a sua ação delinquente, Hiroito de Moraes Joanides.  O livro, um "best-seller" que também virou filme, chama-se "O Rei da Boca" e conta a história de um pacato jovem paranaense que se apaixonou por uma prostituta e que, ameaçado de morte por seu gigôlo o matou com 6 tiros de um revolver 45, tornando-se o mais temido e cruel bandido da região.

Hoje resta apenas uma vaga lembrança e é apenas uma rua comercial comum, estrategicamente bem situada no centro paulista, com forte comércio e hotelaria e onde está o templo da ARLS Lotus Branco n. 85, ocupando um área imensa num edifício que no passado foi um famoso hotel.

Nesta sexta-feira dia 8, visitei a Loja, repleta de jovens maçons, sendo recebido por seu Venerável Mestre Daniel Franciulli Santos, que apesar de ser jovem, extremamente simpático e bem humorado conduziu a sessão com seriedade e perfeição, sem no entanto perder a leveza. Destacam-se as ações de benemerência da Loja que foram citadas durante a sessão.

Chovia intermitentemente e era difícil a locomoção então a pizza foi antes da sessão e não depois como é o habitual. Mas durante a sessão, tradição da Loja, foram distribuídas deliciosas balas de banana. Foi uma noite incomum e deliciosa.

NOVEMBRO AZUL - Joab Nascimento


I

Amigos tenham cuidado

Procurem quanto mais cedo

O médico só faz o bem

Você não tem que ter medo

Busque um proctologista

Também um urologista

Sem ter medo do seu dedo

II

Se você já fez quarenta

Tá na hora de fazer

Não espere que a doença

Chegue sem você saber

Relaxe pois a dedada

É saúde antecipada

Do que pode acontecer

III

É durante os doze meses

Do ano que é vigente

Você pode procurar

O médico naturalmente

No Brasil de norte a sul

Existe o novembro azul

Para alertar toda gente

IV

Quando você for ao médico

Você tem que relaxar

Não precisa ter vergonha

Quando o médico examinar

O processo é bem ligeiro

Um momento passageiro

Não pode se envergonhar

V

Faça o que o médico pedir

Procure estar relaxado

Você não vai nem sentir

Quando for examinado 

O médico é um profissional

O seu sigilo é total

Ninguém fica informado

VI

Não tenha medo dum dedo

Ele não vai fazer mal

Seja ele grande ou grosso

Ou seja um dedo normal

Quando ele lhe apalpar

Não vá se preocupar 

O médico é profissional 

VII

Não deixe pra última hora

Para ter um bom efeito

O mais cedo que puder

A sua cura vai ter jeito

Se você não procurar

A vergonha pode matar 

Mude logo o seu conceito

VIII

Deixe de ter preconceito

Cuide bem da sua saúde

Tenha amor mais a sua vida

Isso já é uma boa virtude

Aquele que é relaxado

Da vida é um descuidado

Vai parar num ataúde

IX

Observe os sintomas

Que servem para alertar

Preste bastante atenção

Na hora de urinar

Se tiver dificuldade

Dor com regularidade

É hora de se cuidar

X

Um dos sintomas normais

Fazer xixi com frequência

Se estiver acontecendo

Ponha a mão na consciência

Precisa se preocupar

Pro médico poder tocar

Não ofereça resistência

XI

Urinar pouco por vez

Com muita dificuldade

Fazer várias vezes a noite

Com muita intensidade

Da força, ter redução

Calibre diminuição

Tudo é anormalidade

XII

Esvaziamento incompleto

Da bexiga ao urinar

Pode ser só sensação

Que também pode causar

Certa dor ou uma ardência

Também uma referência

Demora para urinar

XIII

Se tiver sangue no sêmen

Ou presença na urina

Ejaculação com dor

Esse sintoma lhe ensina

A prestar mais atenção

Na primeira ocasião

Vá buscar a medicina

XIV

Tem os fatores de risco

Idade é o mais importante

O histórico familiar

É algo bem relevante

Uma boa alimentação

Tem muita contribuição

Pra boa saúde constante

XV

Não tenha medo do toque

Esse toque só faz bem

Não te faz ser menos homem

Nem inferior a ninguém

A sua masculinidade

Tem a mesma validade

E o respeito também

XVI

Tenha amor pelo seu corpo

Cuide dele sem ter dó

O corpo é a sua companhia

Mesmo quando estiver só

Lave-o da cabeça aos pés

Nos rios ou igarapés

Cuide do seu fiofó

XVII

Lave o órgão todo dia

Com sabonete ou sabão 

Entre a haste e a glande

Tenha boa higienização

Não deixe se acumular

A sujeira se entranhar

Preste bastante atenção

XVIII

As relações sexuais

Faça com preservativo

Pra você ficar doente

Pra tudo tem um motivo

Ela chega sem avisar

Quando você detectar

É a chance de ficar vivo

XIX

Toda lesão peniana

Tem que ser avaliada

Quanto mais rapidamente

Deve ser analisada

Procure um avalista

Médico especialista

Para ser detectada

XX

Todo câncer é perigoso

Você tem que ter cuidado

Não deixe pra última hora

Seja sempre antecipado

Ele chega sem avisar

Antes dele se instalar

Tem que ser detectado

XXI

Vamos todos dar às mãos

E apoiar essa campanha

Cada compartilhamento

Toda população ganha

Temos que incentivar

Todos têm que procurar

A crueldade é tamanha

XXII

Salve o novembro azul

Aderindo essa campanha

Vamos todos partilhar

Cabeça dura só apanha

Vamos ter que incentivar

O pensamento mudar

O teimoso nada ganha.



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novembro 08, 2024

ARLS LIBERTAS N. 35 - São Paulo


 

O clima chuvoso deu uma pequena trégua e permitiu que um grande número de irmãos, de diversas Lojas, pudesse comparecer à palestra que proferi ontem na centenária ARLS Libertas n. 35. Sob a direção do simpático Venerável Mestre Getúlio  Barroso de Souza Jr.

O tema da palestra foi "O Caminho da Felicidade", baseado no meu livro do mesmo nome e que apresenta as regras da Cabalá para aplicação no dia-a-dia, e que é baseado nos ensinamentos do médico e rabino Avraham Abuláfia, que no século 12 ensinava que muitas doenças do corpo são reflexos dos males da alma, e que a cura das doenças que sofremos depende de cura de angustias, medo, raiva e depressão. Quase mil anos depois a medicina as apresenta como doenças psicossomáticas.

A palestra despertou grande interesse e as perguntas duraram o mesmo tempo da apresentação. Ao final fui brindado com um livro de autoria do Venerável Mestre e de seu irmão carnal e maçônico Alberto, e com um espumante italiano que aparece na foto, mas que obviamente não faz parte do ritual da Ordem. Comentarei sobre o livro "Pequenos ensaios de interpretação da parábolas de Jesus" em outro post.

Como retribuição como sempre acontece nas minhas palestras, a Loja fará a doação de material esportivo para 60 jovens carentes da periferia de Guarulhos, que estão sendo atendidos por um voluntário em uma escolinha de esportes.

Na foto abaixo aparecem os irmãos Alberto Monteiro Barroso de Souza, Joel Barbante Vieira da ARLS Manoel Nóbrega Fernandes, o Venerável Mestre Getúlio e eu. 

A noite foi encerrada com um rodízio de pizzas e muitas conversas.

O CORDÃO UMBILICAL PROFANO - Roberto Ribeiro Reis


Como é maravilhoso viver em união

Sem o cordão umbilical profano,

Ele até pode parecer soberano,

Mas a Luz vem é de outra região.


Ela vem do cosmos, da imensidão,

Das galáxias e de todos multiversos;

Somos pó das estrelas e, submersos,

Estamos sedentos do grande clarão.


Tomara um dia nosso pobre coração

Seja merecedor de uma sorte bendita;

Desfrutar dessa força, que é infinita,

E que remonta à origem da Criação.


Assunto complexo, não temos noção,

Mas acreditamos no Ser, dono da Vida,

Que um dia nos promoverá “a subida”

Ao plano sem espaço, tempo e dimensão.


Seremos tomados de verdadeira emoção,

Viveremos a plenitude, sem dores e “ais”;

Talvez estaremos com “sete anos e mais”...

Inda assim não saberemos “a explicação!”



A SOBERANIA DE UMA LOJA MAÇÔNICA - Ivan Froldi Marzollo


A soberania de uma loja maçônica da legalidade a legitimidade.

       O estudo da Maçonologia

Segundo Norberto Bobbio, a legitimidade e a legalidade são atributos do exercício do poder'. Entre esses atributos, porém, diz o autor, pode-se estabelecer a seguinte distinção: enquanto a legitimidade é um requisito da titularidade do poder, a legalidade é um requisito do exercício do poder.Em moral, são legítimas as ações que conformam com a razão, a equidade e a justiça universal. E finalmente, em jurisprudência são legítimas todas as ações ou omissões que as leis ordenam.

Correntemente se diz legítimo aquilo que se faz de acordo com as regras da sociedade, civilmente uma loja maçônica é uma sociedade civil, o que transportando para o Direito, temos que é legítimo tudo que está na conformidade da lei, o arcabouço legal utilizado em Maçonaria são as Luzes da Constituição  com observância estrita ao Estatuto, leis, regulamento ,  atos e decretos da potência  cuja a loja se encontra inserida. Por este viés seria legal aquilo que é feito por determinação da lei, o que em Direito se conhece por vinculação à lei. Neste sentido uma loja maçônica constrói seu estatuto e regimento interno onde se contempla os anseios, deveres e obrigações dos obreiros da Loja,  está competência cuja a loja possui chamasse Competência Residual , uma vez que ela é limitada apenas ao que não está contemplado e em conformidade com a Constituição, regulamento geral, estatuto, atos e decretos da Potência. 

Como bem pontua o legado histórico de um povo , em âmbito maçônico o estudo e compreensão maçônica através de estudo empírico eleva o status de uma loja e permite a todos os obreiros alcançar de forma empírica o que é a Maçonaria através da Maçonologia , definida como o estudo da Maçonaria, uma organização fraternal e filosófica que remonta ao século XVIII. A Maçonaria tem raízes na tradição operativa dos pedreiros medievais, mas evoluiu para uma organização especulativa, focada no desenvolvimento pessoal, na fraternidade e na filantropia.

 Neste sentido se constrói a soberania de uma loja maçônica sob os limites da legalidade constituída pela potência com observância ao ordenamento jurídico brasileiro e intra muros com observância estrita ao estatuto e regimento interno da loja, neste sentido também se faz necessário esclarecer que um estatuto e regimento de loja só tem validade após ter sido apresentado a potência e aprovado pelo Grande Conselho Maçonico da potência. 

O diferencial de uma loja que busca desenvolver seus estudos com o supedanio da Maçonologia agrega : 

1. História da Maçonaria: Origens, evolução e desenvolvimento ao longo dos séculos.

2. Filosofia sob a lupa maçônica:

 Princípios, símbolos e ensinamentos que guiam a organização.

3. Ritualismo: Estudo dos rituais e cerimônias maçônicas.

4. Simbologia: Análise dos símbolos e significados utilizados na Maçonaria.

5. Organização e estrutura: Estrutura hierárquica, lojas, capítulos e outras entidades maçônicas.

6. Personalidades e influências: Estudo de maçons ilustres e sua contribuição para a história.

7. Relações com outras organizações: Conexões com outras sociedades secretas, ordens e instituições. 


Uma outra relação que é comumente feita é a da legitimidade com o poder. Legitimidade é uma qualidade do poder, enquanto legalidade se refere ao exercício do mesmo. É legítimo um ato aprovado em uma Loja Maçônica apenas se este ato for de acordo com a legalidade . Tendo como norte que a autoridade máxima de uma loja é o Trono de Salomão e este é ocupado pelo Mestre cujo foi instalado em decorrência de Sufrágio maçônico confirmado pela diplomação ocorrida em Cerimônia Pública realizada pelo Egregio Tribunal de Justiça Maçônico através de seu órgão a Câmara Eleitoral , este Mestre ocupa o Trono de Salomão e é que possui o Malhete da Loja e esotericamente é a Luz da Sabedoria , responde maçonicamente e civilmente pela loja. Este conceito as vezes é subvertido por falta de conhecimento que pode ser facilmente pacificado com a  Maçonologia e a absorção de seus objetivos que  incluem:

- Compreender os princípios e valores maçônicos

- Analisar a influência da Maçonaria na história e na sociedade

- Estudar a diversidade de tradições e rituais maçônicos

- Promover a compreensão e o diálogo entre maçons e não-maçons

"Na linguagem política, entende-se por legalidade um atributo e um requisito do poder, daí dizer-se que um poder é legal ou age legalmente ou tem o timbre da legalidade quando é exercido no âmbito ou de conformidade com leis estabelecidas ou pelo menos aceitas. Toda decisão de uma loja depende da aprovação de seus obreiros, está aprovação se dá por meio prescrito em seus regimento e estatuto que vai desde um ato convocatório composto por um edital de convocação até uma assembleia com data determinada com antecedência mínima  prescrita.  Após cumprida estas exigências podem ser efetivadas para deliberação  as pautas daquele edital de convocação, respeitando os requisitos de corum e legitimidade da composição dos membros necessários.  

Embora nem sempre se faça distinção, no uso comum e muitas vezes até no uso técnico, entre legalidade e legitimidade, costuma-se falar em legalidade quando se trata do exercício do poder e em legitimidade quando se trata de sua qualidade legal: o poder legítimo é um poder cuja titulação se encontra alicerçada juridicamente, uma diretoria de loja tem o poder legítimo de conduzir a loja como determinarem e suas decisões aprovadas em loja são soberanas e inquestionáveis ; o poder legal é um poder que está sendo exercido de conformidade com as leis, neste sentido a soberania e autonomia de uma loja maçônica é limitada às leis tanto civis quanto maçônicas,  e a inobservância a estas leis inválida todo ato aprovado no âmbito interno de uma loja mesmo que tenha sido aprovado. Esta forma de explicar legalidade e legitimidade é em prol de promover segurança jurídica dos atos emanados por uma loja maçônica, pois a todo obreiro é garantido previamente saber a pauta que a loja irá apresentar e ter o direito de participar e ter fala e expressar sua opiniões, anseios convergentes ou divergentes aos assuntos tratados. O contrário de um poder legítimo é um poder de fato; o contrário de um poder legal é um poder arbitrário"

Muito embora não se confunda com a legalidade, não há como se negar que tudo que é legal é presumivelmente legítimo, pelo menos na democracia. Na Administração Pública uma e outra se identificam, dado que a lei é, para o administrador, o veículo que transporta a legitimidade à sua função e aos seus atos. Isto eqüivale a dizer que na administração só é legítimo o que é legal, mas nem tudo que é legal é legítimo. A questão é o alcance dessa legitimidade decorrente de lei. Certamente não há  absoluta, como pretendem os defensores da idéia de que o Estado é o produtor único, racional e isento do Direito, uma posição carregada de ideologia.

"Cumpre ressaltar que a legalidade reflete fundamentalmente o acatamento a uma estrutura normativa posta, vigente e positiva. Compreende a existência de leis, formal e tecnicamente impostas, que serão obedecidas por condutas sociais presentes em determinada situação institucional. Como afirma Angel S. de la Torre, a legalidade projeta-se concretamente ‘como a esfera normativa contida em expressões ou signos expressivos dos deveres e direitos dos sujeitos de atividade social, subjetivamente como fidelidade dos sujeitos sociais ao cumprimento de suas atividades dentro da ordem estabelecida necessariamente no grupo humano a que pertencem"

Lembre-se de que a Maçonologia é um campo complexo e multifacetado, requerendo uma abordagem crítica e respeitosa.

Assim como o Grande Mestre Jesus nos ensinou humildade é a maior arma que o homem possui, e ter humildade não é submissão. Admitir um erro não é fraqueza é nobreza.

Que o Grande Arquiteto do Universo nos permuta sempre lembrarmos nosso juramento e o alcance de cavar masmorras e submeter nossas vontades .




 

PAMONHA, PAMONHA, PAMONHA* *PALESTRA, PALESTRA, PALESTRA - Newton Agrella



Tal qual o enfadonho alto-falante do veículo que transita lentamente pelas cidades, repetindo sua ladainha a ouvidos que não querem mais ouvir, analogamente pode-se fazer um exercício comparativo sobre tipos que promovem palestras mundo afora.

Não há como deixar de destacar as figuras dos inúmeros Palestrantes que frequentemente transformam a apresentação num verdadeiro martírio.

Palestrantes vaidosos que fazem de tudo para tornarem-se o centro de atenção ao invés de fazer do "tema", o verdadeiro protagonista do evento.

Palestrantes que por vezes, valem-se quase que exclusivamente de cansativos power points, lendo para a platéia, tudo o que vai pelas telas, num insuportável ritmo oral monocórdico que faz com que um enorme contingente de pessoas comece a bocejar, cochilar e em muitos casos até dormir...

A sensação que dá é a de que a platéia não sabe ler e precisa de alguém para fazê-lo por ela...

Outros Palestrantes, preferem o uso de uma linguagem empolada, densa de adjetivos e raquítica de substantivos.

Há os que esgotam o tema em alguns minutos e preferem abrir a palavra à platéia, que na grande maioria das vezes acaba desvirtuando o assunto divagando por temas completamente fora do que se esperava.

Outra figurinha muito frequente é a do Palestrante super humorado, que pensa que está num "stand up show" e imagina que fazendo piadinhas e gracejos repetidamente, estará cativando a platéia...

E assim vai, diante de tantos outros "tipos" que se exibem, seja presencialmente ou virtualmente.

O que se espera de fato, é o bom senso e o comedimento, e sobretudo um consistente conteúdo a ser oferecido ao público.

Cabe registrar que entre  platéia e palestrante há um elemento substancial chamado "bom senso" - que é o território que abriga a capacidade e a percepção de avaliar e compreender situações.



novembro 07, 2024

A MARCHA MISTERIOSA DO MAÇOM - Alberto Feliciano


Um dos pontos de maior curiosidade dos maçons modernos é quanto ao  fato de terem que realizar passos e posturas estranhas para entrar na  Loja Maçónica. De onde vem essa tradição e costume?

Para começarmos a explorar este tema intrigante, passamos a palavra para Albert. G. Mackey, o mesmo autor dos Landmarks,  que na sua Enciclopédia de Maçonaria nos brinda assim: “A Marcha  dificilmente pode ser considerada um modo de reconhecimento, embora  Apuleo nos informe que havia uma marcha peculiar na iniciação dos  mistérios Osíricos que foram considerados como um sinal. Na Maçonaria  tornou-se de uso esotérico no ritual. Os passos podem ser rastreados até  pelo menos nos meados do século XVIII, em cujos rituais são totalmente  descritos. O costume de avançar de maneira e forma peculiar em direção a  algum lugar sagrado ou mesmo a um personagem superior foi preservado  nos costumes de todos os povos e países, especialmente entre os  orientais, que recorrem até mesmo às prostrações do corpo ao se  aproximar do trono de um soberano ou a uma parte sagrada de um local  religioso.

Os passos na Maçonaria simbolizam o respeito e a veneração pelo  Altar, de onde emana a Luz Maçónica. Em tempos antigos, e nos altos  graus, um esquife ou caixão era colocado na frente do Altar, como um  símbolo bem conhecido, e para passar por ele e alcançar o Altar,  diversas posições do pés eram necessárias serem feitas e que  constituíram o modo de avançar. Era uma forma de RESPEITO prestado à  memória daquele ali representado, assim como ao Altar. Lenning fala-nos  dos passos, que os maçons alemães chamam de die Schritte der Aufzunehmen-alden, os passos dos dignatários , e os Franceses, les pas Mysterieux (os  passos Misteriosos) – e que cada grau tem um número de passos  diferente, e são realizados de maneira diferente, e possuem um  significado alegórico. Gadicke diz: “os três grandes passos conduzem  simbolicamente deste vida à fonte de todo o conhecimento”.

Deve ser evidente para todo Mestre Maçom, sem maiores explicações,  que os três passos misteriosos são dados do lugar da escuridão para o  lugar da Luz, seja figurativamente ou realmente por sobre o esquife, o  símbolo da morte, para ensinar simbolicamente que a passagem da  escuridão e da ignorância desta vida é através da morte para a Luz e  conhecimento da vida eterna. E este, deste os primeiros tempos, foi o  verdadeiro simbolismo dos passos. “

Vemos que se formos percorrer tradições e costumes de diversos povos e  os seus costumes sejam religiosos ou mesmo sociais, encontraremos  posturas e passos de avanço que estão diretamente relacionados a algum  tipo de REVERÊNCIA e RESPEITO ao objetivo ou local que se está  adentrando por exemplo. Temos registro disso nas posturas respeitosas à  frente de autoridades diversas, como reis e rainhas, juízes, religiosas,  imagens de santos e assim por diante.

Daí já podemos deduzir que as marchas dos graus, se constituem num  processo de avanço ou aproximação de um indivíduo a um local considerado  sagrado e que requer respeito. E Mackey indica-nos como sendo este  local de respeito no caso da Loja Maçónica,  um Altar, e sabemos que tal  Altar existe em todas as Lojas Maçónicas como sendo o lugar sagrado  onde são colocadas os símbolos da Três Grandes Luzes, o Livro da Lei, o  Esquadro e o Compasso, o Altar dos Juramentos ou dos Compromissos,  e  onde todo aquele que é recebido Maçom se ajoelha para realizar os seus  juramentos. Este sem dúvida se constitui o local mais sagrado da Loja, e  é em direção a ele que são realizados os passos ou as marchas dos  graus.

Tal procedimento contêm o seu significado esotérico e simbólico  devido ao facto de se iniciar o caminhar desde a região do Ocidente, a  região da escuridão, da ignorância, em direção ao Oriente, ao Altar das  Luzes da Maçonaria, em direção ao conhecimento e à esperança de uma  vida eterna, como nos aludem as escrituras do Livro da Lei.

Frau Abrines no seu Diccionario Enciclopedico de la Masoneria,  reporta-nos que a marcha ou os passos misteriosos são considerados como  SINAIS PEDESTRES da Maçonaria. Conhecemos diversos outros tipos de  sinais citados na literatura maçónica como guturais, peitoral, penais,  de ordem, de aprovação, de abstenção, de agradecimento, de socorro entre  outros.

É muito curioso notarmos que no Ritual do Simbolismo do Aprendiz  Maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito da GLESP (Grande Loja Maçónica do  Estado de São Paulo) encontramos um verbete sobre a Marcha do Aprendiz  que é iniciada a partir da porta do templo pelo eixo central imaginário  da loja com passos completos e sucessivos.

A interpretação simbólica ai apresentada faz referência aos Signos do  Zodíaco, em especial aos três primeiros signos a saber: Áries, Touro e  Gémeos. Interessante notar que tal verbete nos induz a considerar que a  caminhada do Maçom pelos graus possa estar relacionada aos Signos  Zodiacais e suas influências astrológicas, pois ainda cita que tais  signos sofrem a influência de três planetas do mundo sideral a saber:  Marte, Vénus e Mercúrio, o que denota uma interpretação eminentemente  astrológica.

Nessa linha de interpretação o Primeiro Passo da marcha está relacionado aos princípios astrológicos de Marte ou seja da LUTA,  do ARDOR e da CORAGEM, como planeta regente do signo de Áries. Marte  como sendo um deus mitológico da guerra como nos diz o ritual.

Já o Segundo Passo da marcha está relacionado ao signo de Touro e seu regente Vénus, símbolo da FORÇA, do TRABALHO, e da PERSEVERANÇA, uma vez que Vénus é uma deusa mitológica do amor e da fertilidade.

O Terceiro Passo da marcha já tem a influência zodiacal de Mercúrio, regente de Gémeos, símbolo da UNIÃO, da FRATERNIDADE.

Assim chega o Aprendiz vitorioso pois com esses passos ficou mais  distante das regiões das trevas, da ignorância e das iniquidades da  sociedade profana. Interessante ainda notar que antes de se colocar à  porta do Templo, passou por uma Sala que também faz referência a Passos:  a SALA DOS PASSOS PERDIDOS. Sim nesse local que antecede à porta do  Templo, onde o Maçom deverá entrar com os seus passos misteriosos e como  se conhece À ORDEM, esteve numa sala onde os passos estão perdidos, são  passos no caos do mundo profano, sem um ordenamento ou harmonia e  direcionamento racional e moral. A Sala dos Passos Perdidos portanto  representa o mundo profano com as suas iniquidades e desarmonias que  tanto conhecemos.

A entrada no recinto do Templo Maçónico feito com os passos  misteriosos ou a marcha maçónica demonstra não somente o respeito ao  local, mas também que se está adentrando a um local sagrado e que possui  uma ordem de harmonia, como nos dizia Pitágoras, contém a Harmonia das  Esferas, sim, pois como notamos o templo maçónico representa um micro  universo.

Entendendo que assim como a sequência dos graus simbólicos se  processam geram as analogias simbólico-numéricas que os acompanham, e  portanto a marcha do Maçom segue adiante a partir da marcha do Aprendiz  para Companheiro e posteriormente para Mestre.

A chave para tal processo simbólico-numérico é-nos apresentada na  Escada em Caracol onde vemos a representação de três etapas de degraus, a  primeira com três degraus, a segunda com cinco degraus e a terceira com  sete degraus. E assim de forma análoga a marcha do aprendiz possui três  passos, enquanto do companheiro cinco passos e do mestre sete passos  finalizando com o oitavo final diante do Altar, respeitando-se a  sequência simbólico-numérica dos graus representada magistralmente por  essa escada.

Se existem nomes ou atributos relacionados a cada um dos passos do  aprendiz, será que não podemos arriscar atribuir atributos simbólicos  aos demais passos que completam a Marcha Misteriosa dos Maçons?

Finalizando este artigo damos uma interpretação particular e baseada  em narrativas de Mestres Maçons eruditos como o nosso Irmão Feitosa,  para todos os passos da marcha, como uma oração ou invocação interior no  momento da realização da marcha a saber:

“Estando à Ordem na direção do Altar do Altíssimo,  início a minha caminhada com Coragem, Perseverança e Afinco, para que as  minhas palavras tenham sabedoria, força e beleza. Em seguida desvio o  meu caminho na Busca do Conhecimento Superior, e retorno ao caminho  agora mais iluminado e com a minha alma elevada e esclarecida, pois Vi a  Estrela Flamejante, e assim preparado, sigo assim exaltado pois “Passei  pela Vida”, em seguida “Venci a Morte”, e finalmente “Cheguei aos Céus”  diante do Altar “Oh, Senhor meu Deus”.

Pesquisa por Alberto Feliciano

 https://www.freemason.pt/a-marcha-misteriosa-do-macom-e-seus-misterios/

OS PIRAHÃ - Heitor Rodrigues Freire


À medida em que vamos pesquisando informações sobre povos que viveram em diversas épocas e lugares, nos deparamos com situações surpreendentes.

Nesse afã, tomei conhecimento de um povo indígena que vive num trecho das terras cortadas pelo Rio Marmelos e quase toda a extensão do Rio Maici, no município de Humaitá, no Amazonas, cujas características e modo de vida têm uma singularidade interessante, desconcertando linguistas, antropólogos e cientistas: os pirahã, que desafiam tudo o que se sabe sobre linguagem e cultura.

Isolados do resto do mundo, por gerações conseguiram manter uma cultura e um idioma que contrariam algumas tradições da humanidade. Esse modo de vida obedece a uma filosofia simples: vivem intensamente o presente, sem necessidade de se preocupar com o futuro ou refletir sobre o passado. Na sua linguagem não existem tempos verbais que marquem o passado ou o futuro. Para eles a vida é o que acontece agora, o que se pode ver e experimentar no momento.

Outro aspecto intrigante é que em seu idioma não existem números. Eles usam termos imprecisos como pouco ou muito, o que levou alguns pesquisadores a repensar a importância da linguagem numérica na vida cotidiana – mas cá entre nós, o que seria da arquitetura, engenharia, ciência e tecnologia sem a matemática? Além disso, eles têm outra característica marcante: não cultuam nenhuma forma de religião, nem mitos que passem de geração em geração. Eles falam apenas sobre o que enxergam diretamente, o que impede qualquer narrativa baseada em experiências alheias ou eventos de um passado distante.

Seu estilo de vida também é notavelmente distinto, vivem da caça, da pesca e da coleta. Não acumulam alimento nem possuem bens materiais além do necessário para seu dia a dia. Essa conexão direta com a natureza reforça o enfoque no presente e na auto suficiência.

Os pirahã têm resistido à influência externa durante séculos. Alguns missionários tentaram convertê-los ao cristianismo mas não conseguiram. Eles rechaçam qualquer tipo de religião. Também resistem ao aprendizado do português ou de qualquer outro idioma, mantendo com firmeza sua própria língua e cultura. Apesar de tentativas diversas de colonizá-los, continuam vivendo como sempre fizeram, em estado de harmonia com seu entorno e com uma visão de mundo muito peculiar.

Um episódio marcante foi protagonizado por Daniel Everett, um missionário cristão do Instituto de Linguística Summer (SIL), que nos anos 70 tentou evangelizá-los. Ele pretendia decifrar a língua dos pirahã para convertê-los ao cristianismo. A convivência com esse grupo indígena levou Everett a questionar sua própria fé, abandonar o trabalho de missionário e virar ateu. Ou seja, é quase como se o catequizador é que fosse o catequizado.

Os resultados da pesquisa de Everett, hoje reitor do Centro de Artes e Ciências da Universidade de Bentley, em Massachusetts (EUA), ganharam o mundo há cerca de dez anos, quando ele usou a língua pirahã para questionar os preceitos da gramática universal, que dizem que as estruturas básicas da linguagem já nascem com o ser humano sem ser aprendidas. Numa entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, ele declarou que no lugar do conceito da gramática universal, podemos dizer que a linguagem é o resultado de “uma interação complexa de fatores na qual a cultura exerce um papel preponderante na estruturação do modo como falamos e das coisas sobre as quais falamos.” Assim, ele completa, “a linguagem é possível graças a uma série de características cognitivas e físicas que são singulares dos humanos, mas nenhuma das quais pertence exclusivamente à linguagem. Quando elas se juntam, possibilitam a linguagem. Mas o elemento fundamental a partir do qual a linguagem é construída é a comunidade”.

Além disso, ele conta que os indígenas perderam o interesse em Jesus Cristo quando descobriram que Everett nunca o viu de fato. Seu contato intenso com esse tipo de pensamento acabou transformando Everett em ateu. Sem sucesso na evangelização, o ex-missionário escreveu um livro em que descreve sua experiência com a cultura pirahã.

Os pirahãs concebem o tempo como uma alternância entre duas estações bem marcadas, definidas pela quantidade de água que cada uma apresenta: piaiisi (época da seca) e piaisai (época da chuva). Segundo o Instituto Socio Ambiental, ONG que reúne dados sobre os indígenas brasileiros, em 2014 a população pirahã era de aproximadamente 600 pessoas.

Apaitsiiso ("aquilo que sai da cabeça") é como os pirahãs se referem à sua língua, o pirarrã, classificada como pertencente à família linguística Mura.

Pelo fato de não acreditarem em nada que eles não possam ver, sentir ou que não possa ser provado ou presenciado, os pirahã não creem em espírito supremo ou divindade criadora, mas reconhecem espíritos menores que às vezes podem surgir e tomar a forma de coisas no ambiente (de acordo com alguma experiência pessoal concreta), e que a terra e o céu sempre existiram, ninguém os criou.

Enfim, cada povo com seu uso, cada roca com seu fuso.

novembro 06, 2024

ARLS NOVA ESPERANÇA 132


 

    Em uma sessão publica de palestra comandada pelo Venerável Mestre Celes Urias Ribeiro da ARLS Nova Esperança 132, no Palácio Maçônico da GLESP, nem o clima chuvoso afastou o numeroso publico que assistiu a excelente exposição sobre "Alzheimer - do diagnóstico ao tratamento".

    O palestrante, irmão Dr. Fábio Henrique Porto, neurologista e presidente da Regional São Paulo da Associação Brasileira de Alzheimer, com doutorado na matéria e com especialização na Universidade de Harvard, apresentou uma palestra bastante interessante e até certo ponto preocupante a respeito de uma moléstia que está crescendo de maneira expressiva no mundo todo e em especial no Brasil, mostrando que em nosso país existem dois milhões e cem mil pessoas com demência, 70% delas com Alzheimer, e que isso representa apenas 20% dos casos reais, porque 80% ainda não estão diagnosticadas. A cada 3 segundos existe um novo caso da moléstia.

    Procurou desmistificar a expressão "demência", carregada de preconceitos, dizendo que uma definição melhor é "comportamento cognitivo maior", e que cerca de 40% das pessoas com mais de 80 anos poderão ser vitimas do mal.

    Explicou que embora existam inúmeros fatores que aumentam o risco, sendo um dos principais a genética, a doença atinge principalmente os idosos, sendo que dos 17 fatores de risco listados pela medicina, os principais são o isolamento social, a poluição do ar e a perda visual, que provocam o isolamento social, uma das causas principais da evolução da doença.

    Destacou que ainda não existe cura para a doença mas que existem tratamentos que podem trazer conforto e sobrevida aos atingidos pelo Alzheimer e destacou a importância dos cuidadores profissionais que podem amenizar o desconforto causado pelas emoções reacionais dos pacientes.

    A participação dos presentes foi intensa, com muitos questionamentos que o palestrante respondeu com paciência e detalhamento. Estiveram prestigiando a sessão o Delegado Roberto Lora, do 12o Distrito da 1o Região, que também é médico e o irmão Célio Egidio da Silva, Juiz Presidente do Tribunal de Justiça Maçônico do Grande Oriente do Brasil - SP.


DUQUE DE CAXIAS



LUÍS ALVES DE LIMA E SILVA, Duque de Caxias (Porto de Estrela, RJ, 1803 – Valença, RJ, 1880). conhecido como "O Pacificador" e "O Marechal de Ferro", foi um importante militar e político brasileiro. 

Participou da luta pela Independência do Brasil contra Portugal, foi fiel ao imperador Pedro I e instruiu o jovem Pedro II na esgrima e no hipismo.

 Liderou tropas em conflitos como a Balaiada, Revoltas Liberais, Revolução Farroupilha e Guerra do Prata. Na Guerra do Paraguai, obteve uma vitória decisiva, o que lhe rendeu o título de Duque.

Foi senador e presidente do Conselho de Ministros, contribuindo para o Partido Conservador. Em 1962, foi declarado Patrono do Exército Brasileiro. É considerado o maior oficial militar da história do Brasil.

Chegou ao Grau de Companheiro em 11 de novembro de 1845 e ao Grau de Mestre em 1846. Atingiu o Grau 33º.

CURIOSIDADES DA MAÇONARIA

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