novembro 25, 2024

 Então.


Foto de perfil de Gregório Faria
Gregório Faria
 · 9 de mar.
Como começou a guerra de Israel vs Palestina. Existe lado certo?
Qualquer explicação sobre a questão israelense/palestina que não comece há quase 2.000 anos não vai ser uma boa explicação. Se você é cristão ou ao menos conhece a mitologia deste povo, deve se lembrar que Israel estava sob domínio (isto é, foi conquistada e mantida à força) romano. Em seus últimos dias, Jesus foi levado a uma votação em que a população poderia escolher a ele ou a um rebelde, de nome Barrabás para ser libertado pelos romanos. E escolheu Barrabás. A razão é que a maioria da população queria se ver livre dos invasores romanos e um líder rebelde (ou um rebelde) era mais popular que um líder religioso barbudo que pregava a paz e o amor. E, bom, neste clima a vida em Israel continuou por mais alguns anos até uma imensa revolta dos judeus, que derrotaram os romanos e se libertaram. Digo, foi uma imensa vitória breve e Roma lidou com a revolta da forma habitual, enviou legiões, matou tantos quantos necessários, destruiu templos e fortalezas, levou os rebeldes, suas esposas e filhos como escravos e a terra de Israel foi deixada quase vazia. Este tipo de situação aconteceu centenas de vezes na antiguidade. Povos inteiros foram escravizados e desapareceram nas areias do tempo. Mas os judeus tinham algo admirável. Mesmo escravos, mesmo oprimidos, mantinham sua cultura e costumes. E mantiveram por milhares de anos. Os egípcios? Desapareceram no tempo. Citas? Assírios? Etruscos? Todos eram minorias que, pois serem assimilados em grupos maiores, foram desaparecendo século a século até nada deles restar. Obviamente haverá 1% de genes deles aqui, 5% ali, até mesmo vamos encontrar pessoas com quase todos os genes deles, mas que não tem a língua, cultura, religião ou identidade destes povos. Eu trabalho com um indígena, ele visivelmente é indígena, mas ele se enxerga como branco, casou com uma loira e tem um filho branco… Literalmente é um exemplo de como um povo desaparece. Por os judeus manterem sua religião, parte da língua e costumes, eles também passaram a ser sempre vistos como “os diferentes” e, na era antiga e medieval, o diferente era visto como o mau. Então, vezes sem conta, algum problema acontecia, a culpa era jogada nos judeus, que eram perseguidos, forcados a fugirem ou expulsos. Por exemplo, também se você é cristão, deve ter lido na Bíblia passagens bobas, por exemplo, médico que lidava com um doente ficava impuro até se lavar. Bobagem, claro, pra que seguir regras da Bíblia? Bom, ao serem obrigados a se lavarem e banharem após tratar doentes, os médicos e cuidadores judeus praticavam a assepsia, que hoje sabemos é primordial para um médico não passar uma doença grave de um paciente para outro que só foi ver uma dor de dentes. Já numa Europa medieval, por exemplo, quando os cristãos enfrentavam pestes que - misteriosamente - infectavam todos aqueles tratados por médicos cristãos (que não se lavavam, aliás não se lavavam até um século e pouco atrás) mas não infectavam os judeus (por que será?), concluíram o óbvio: Os judeus tinham um acordo com o Diabo para não ficarem doentes e deveriam ser mortos para acabar com a praga. É, bons tempos, sem essa polarização toda de hoje. Edit: Em alguns casos, na idade média, as leis impediam judeus de terem terras. Imagine, numa época que a terra era a fonte de sustento, judeus não podiam ter terras… Sem poder ter terras, eles se mudaram para as cidades, onde se tornavam artesãos… Sendo um povo que poderia ser expulso a qualquer momento, passaram a guardar suas economias em redes de confiança, que se tornariam bancos. Por isto muitos associam judeus à riqueza e avareza. Não é que judeus sejam geneticamente banqueiros e burgueses, simplesmente após gerações só podendo fazer algumas coisas, a cultura deles se tornou boa naquilo. Aí, olha que chato, medievos pegavam dinheiro emprestado, mas na hora de pagar, conforme combinado, ficavam com raiva. Falavam mal e deixavam os judeus como malvados (imagine, cobrar pelo que emprestaram?)… O que gerou mais ódio, geração a geração eles eram perseguidos e mesmo com a chegada da Era Industrial, ainda eram vítimas de perseguição e preconceito. Até mesmo em nações mais educadas, como França, Inglaterra e Alemanha. E em países mais remotos, como no Leste Europeu e vários países das Américas, eram malvistos e mesmo mortos pelas populações locais! No Brasil e Portugal mesmo, foram expulsos! Para ver como era um sentimento com raízes profundas na cultura de então. Então, muitos judeus pensaram: ”Não somos bem-vindos à estas terras, somos sempre tratados como estrangeiros, mesmo vivendo como eles, servindo em suas guerras, trabalhando em seus governos e ajudando em sua ciência… Se não somos queridos aqui, deveríamos voltar à nossa Terra Natal.”. Então, muitos judeus foram deixando a Europa e Américas e indo morar na Palestina. A Palestina era parte do Império Otomano. E os otomanos não eram gente legal - desculpe qualquer turco que ler esta resposta, sinto muito, mas eles não eram - e oprimia muito o povo da região que, assim como os judeus odiavam os romanos, também odiava os otomanos. Nisto veio a Primeira Guerra Mundial e a Inglaterra precisava de ajuda. Os judeus tinham dinheiro e disseram “Se nos ajudarem a voltar à nossa Terra Natal, ajudamos vocês!” e os ingleses prometeram que, se vencessem os otomanos, ajudariam os judeus a criarem sua nação ali. Oh Oh… O problema é que lá já existiam - como eu disse antes - os moradores locais, os palestinos. A história dos palestinos é um pouco mais simples (simples não quer dizer menos interessante): Eles eram descendentes de árabes e judeus que haviam conseguido escapar e ficar ali depois do expurgo que Roma promoveu ali mais os filisteus, outro povo aparentado. Conquistados pelos otomanos séculos antes, viviam sob uma opressão menor que seus primos árabes, pois era uma região meio marginal do Império. Assim mesmo, eram oprimidos. E quando estourou a Primeira Guerra Mundial, os ingleses precisavam de apoio e alianças. Prometeram aos islâmicos que expulsariam os otomanos dali e os árabes seriam livres para refazer seu antigo Reino das Arábias. E toca os árabes e palestinos pegarem em armas e lutarem contra os otomanos, morrendo às centenas de milhares, mas ajudando imensamente na vitória inglesa. De repente, os ingleses prometeram livrar os islâmicos (árabes e palestinos) dos otomanos e cumpriram sua promessa. Ou quase. Eles cumpriram a metade de que iam libertar os povos do Oriente Médio dos otomanos. Mas esqueceram a parte de dar autodeterminação a eles e tomaram o lugar dos otomanos como donos do lugar. É. Chato, né? Mas, bem, quem acredita em promessas de inglês tem mesmo que tomar na tarraqueta. Naquele mesmo tempo, os ingleses precisavam de dinheiro. Judeus eram muito ligados a bancos, financeiras e indústrias. E os ingleses pediram ajuda, prometendo que, uma vez vencida a Alemanha e o Império Otomano, dariam uma parte das terras da Palestina para que os judeus pudessem estabelecer sua terra. Os judeus então fizeram sua parte, ajudaram a financiar a Inglaterra contra a Alemanha. Ajudaram com pesquisas e ideias para vencerem a guerra e também enviaram seus filhos para lutar lado a lado com eles, também morrendo aos milhares. E, uma vez vencida a Guerra, eles cumpriram a metade do acordo e deixaram os judeus voltarem para sua antiga Terra Natal, a Palestina. Mas esqueceram a parte que dariam aquelas terras aos judeus, eles chegavam lá e já tinha gente morando e controlando o lugar. Simplesmente trocaram a Europa pelo Oriente Médio. É. Chato, também, né? Mas, bem, quem acredita em promessas de inglês tem mesmo que tomar na tarraqueta. ___________ Os judeus, os árabes e os palestinos tomaram na tarraqueta. Tanto os ingleses não libertaram a Palestina, como também não criaram o reino novo de Israel. Ficaram com tudo. Tá ficando grande este texto, né? Piora mais pra frente. Desculpem-me. Sou péssimo em resumir. Agora, ao mesmo tempo que estavam felizes de ter quase ajudado todo mundo, os ingleses ficavam muito chateados. Acredita que tanto os palestinos como os judeus ficavam reclamando, arrumando briga e até mesmo conflitos e confrontos com eles? Uma injustiça contra o povo que ajudava todo mundo sem querer quase nada em troca (O último rei de Portugal que o diga). De qualquer modo, a região estava dando problemas, era uma dor de cabeça. A cada di acreditavam naquele povo que só fazia promessas de boca. Ambos estavam certos. Sério, não é ironia. Eram duas culturas se encontrando e é normal este choque. Edit: Imagine um mexicano chegando nos EUA, com uma lingua, uma cultura, uma religião diferente… Não acha horrível os americanos racistas que não aceitam imigrantes? Pois é, os vitória inicial, começaram a brigar entre si e deram o tempo para Israel organizar suas defesas e contra-atacu e tomou parte das terras deles. Aqui, é uma opinião pessoal. Ao atacar os vizinhos, os árabes/palestinos fizeram o pior negócio de suas vidas. Se um país o invade e você vence, e normal tomar terras dele. No caso de Israel, era deserto, não terreno fértil. A razão de tomarem tais terras era estratégica. Por exemplo, se os árabes reunissem uma frota de mil tanques na Palestina e decidissem atacar, eles teriam que marchar por uma hora e chegariam a Israel. Não haveria tempo hábil de organizar as defesas, enviar os civis para proteção e contra atacar. Mas as terras conquistadas faziam com que o mesmo exército inimigo, uma vez determinado a atacar, demorasse duas horas. Mais tempo para compor uma defesa e enviar civis para a segurança. Então é entendível a tomada de terras (deserto). Era necessário para a segurança e quem atacou foram os árabes! Não é igual seu colega fala que os israelenses foram invadindo terra alheia. Os árabes engoliram a derrota. Israel até mesmo fez a proposta: ”Ei, se fizerem as pazes conosco, aceitarem nosso pais, devolvemos estas terras” Mas não aceitaram. Eles não queriam aquelas terras de volta, queriam tudo. Há de se entender o lado árabe, mas a lambança da ONU (sempre esquece-se disto) gerou a situação. Os israelenses- depois de quase extintos- receberam o país e não iam se desfazer dele. O novo ataque gerou uma nova derrota árabe e uma nova vitória israelense. Mais alguns anos de ódio e outro ataque. Desta vez Israel perdeu muito, teve muitas perdas mas ainda assim, venceu. E se preparou para evitar perder novamente. Finalmente houve a última guerra, com apoio velado soviético de um lado e americana do outro e novamente uma vitória acachapante de Israel. Israel, no entanto, agora dona de vastos territórios, ofereceu de novo o acordo, eles devolveriam as terras tomadas além da divisão da ONU em troca de paz. O Egito e a Jordânia aceitaram e Israel devolveu as terras tomadas. E fez novamente a oferta aos palestinos. Que mandaram eles enfiarem a oferta no Mar Morto, pois só aceitariam a paz com a morte do último judeu. E, bem… Enquanto isto, uma triste transformação ocorreu no lado palestino. Muitos irmãos árabes, radicais, foram para lá, lutar contra Israel e converteram os palestinos para sua jihad, de forma que as crianças que nasciam já eram educadas a odiar e a buscar retornar as terras que eram delas por direito. Sem o apoio militar de outros países, os palestinos passaram a usar de atos terroristas, isto é, assassinar de forma brutal e até como um show, para atrair atenção para sua causa. Voos eram sequestrados e passageiros judeus (até os que não eram israelenses) mortos. Atentados a bomba. Chacinas. Mais ainda. Na Jordania, refugiados palestinos tentaram tomar o poder. Foram expulsos. No Líbano, outrora um dos países mais tolerantes do Oriente Médio (mais até que o a Israel de então) começou a ser influenciado pela jihad dos palestinos, que também queriam tomar o poder e entrou numa terrível guerra civil, que dura até hoje. Por esta razão, palestinos começaram a ser malvistos mundo afora. O Egito mesmo, se recusou a aceitar refugiados palestinos. E o fez porque também lá os palestinos aceitos como refugiados se tornaram um problema. Eles chegavam como refugiados mas logo tentavam convencer a população local a ajudá-lós e, se não tivessem sucesso, passavam a causar problemas. Não é que os palestinos sejam maus por si, mas a cultura do ódio que surgiu e não foi eliminada atravessou fronteiras e gerações. Na verdade, mesmo anos atrás foi dada a oportunidade de a Palestina aceitar a divisão (que já existia como fato há décadas) mas eles reiteraram sua declaração que só aceitariam tudo, nunca a metade. Houve mais de uma chance de paz. A última, quando Yitzhak Rabin chegou bem perto de um acordo com Yasser Arafat e foi morto por um radical judeu. Sim, um radical judeu matou o primeiro-ministro de a Israel. Justamente porque ele acha errado devolver as terras em troca de paz. O mesmo acordo que os palestinos haviam recusado mais de uma vez. Algumas pessoas falam com uma certeza absoluta “Se não fossem os judeus, teria havido acordo de paz”, mas é impossível saber, já que estavam em negociações ainda e, como eu disse, as mesmas propostas já haviam sido recusadas antes. Só que para quem odeia os judeus, se um deles recusou, só prova que os judeus são maus. Os palestinos terem recusado 10 vezes? Não importa. É complicado usar pessoas assim como base. O fato é que, depois de décadas com aquelas terras, Israel ainda recebendo judeus de todo o mundo, decidiu torná-las terras de assentamento de pessoas. Os palestinos - que não aceitavam antes aquelas terras de volta em troca da paz - de repente começaram a reclamar na ONU, na mídia, em todo lugar que Israel estava colonizando as terras palestinas. Bom, se elas foram conquistadas após os palestinos e árabes os atacarem e se durante décadas os palestinos não quiseram estas terras de volta em troca de paz, o que Israel deveria fazer? Deixar o deserto lá? Video legendado, com Hillary Clinton, política da esquerda americana falando apenas dos casos que ela acompanhou. Os palestinos recusaram várias oportunidades de terem seu Estad. Minha opinião pessoal. Meio óbvio que eu pareço apoiar mais Israel neste caso, mas acho que não escrevi mentira alguma em minha resposta. Se eu tiver escrito algo falso, basta mostrarem onde e farei a devida correção. O texto já ficou enorme e são 3 da manhã. Se eu ficar mais 5 minutos escrevendo minha esposa vai me mandar pra sala, com a cachorrinha que dorme no sofá. Basicamente a situação é complicada demais para haver um lado certo e um lado errado. A ONU criou um problema e é um problema real. Mas ler dezenas de respostas (nesta e em outras perguntas similares) colocando Israel como a culpada sem falar do real histórico (ou mentir mesmo para ser contra Israel) é errado e não ajuda a criar um clima de real busca de soluções. A situação é que a ONU dividiu a Palestina, que era uma região tomada do Império Otomano na Primeira Guerra Mundial, entre judeus e palestinos. Os judeus aceitaram quase imediatamente a proposta. Eles sofreram perseguição e morte aos milhões e eu consigo entender a razão deles quererem uma terra deles, mesmo um deserto. Atacados pelos palestinos e árabes, que não aceitaram um Estado judeu no Oriente médio, os israelenses se defenderam e tomaram parte das terras dos atacantes. Deserto quase sem valor, ofereceram de volta em troca de paz. Egito e Jordânia aceitaram. Palestina, não. E o conflito continuou. Hoje, 70 anos depois, um judeu de 18 anos nasceu em Israel. É a terra natal dele. Também é a terra natal de seu pai, de 40 anos, pois também ele nasceu lá. É a terra natal de seus avós, de 60 anos. Três gerações deste jovem nasceram em Israel. Ele não é um invasor. Tem tanto direito à Terra quanto qualquer um nascido lá. Um palestino nasceu na Palestina. Assim como seus pais. E seus avós. Mas ele diz “Aquela é minha terra” sem ter nascido lá? Ensinaram que é e ele aceitou. Não é difícil entender que erraram em 1948, mas agora seria outro erro desfazer o que foi feito. E foi feito o mesmo na Grécia/Turquia e Índia/Bangladesh (com os mesmos resultados), por que só em Israel e Palestina deu ruim? Não foi só lá. Mas tem um fator importante que diferencia dos outros. Israel ficou rica. Transformou pântanos em florestas e desertos em terras agrícolas. Ergueu cidades no meio do nada que expressam seu desenvolvimento. A Palestina se fechou em seu ódio. Cada centavo ganho direcionado a odiar. Nas escolas ensinam seus filhos a odiarem os vizinhos. Dinheiro para encanamento, energia, infraestrutura, tudo desviado para guerra e doutrinação. Eles poderiam ter sua própria Israel, mas o ódio não deixa. E o apoio que a Palestina recebe é porque, para alguns, não importam os fatos. Se ê um rico contra um pobre (mesmo que pobre por erros próprios) tal pessoa fica ao lado dos pobres. E este é a o pior motivo para ficar ao lado de qualquer umBasicamente, após os romanos destruírem Israel e levarem seu povo como escravo, eles perderam sua terra Natal. Além dos escravos, os judeus fugiram para o restante do mundo antigo. E isto era um bocado ruim, pois sempre eram tratados como estrangeiros, forçados a abdicar sempre de sua cultura, seus valores e sua religião.

Os judeus eram literalmente acusados de tudo o que havia de ruim em cada lugar que iam, por gente querendo suas riquezas, querendo que eles largassem suas culturas para se submeter à cultura local ou por simples ódio ao diferente. E isto por milhares de anos.

Quando pensamos na morte de judeus pelos alemães, acabamos achando que era um ódio "local", mas não. Os EUA, recusavam receber fugitivos judeus europeus quando a Alemanha começou a persegui-los. O próprio Brasil não quis receber fugitivos judeus! Na verdade, ainda enviamos uns e outros para a Alemanha! E, na verdade, o mundo todo tinha seus preconceitos contra eles.

Então, quando houve a guerra, a França derrotada enviou seus judeus à Alemanha (lembrando que, tendo nascido na França, eram franceses e não um povo qualquer a ser mandado embora), há uma foto terrível de uma mulher judia com sangue escorrendo do nariz e com as roupas rasgadas fugindo de homens no leste europeu e o mais triste, uma criança estava com um porrete, rindo enquanto a perseguia. Não vou puxá-la para evitar que a resposta seja travada (já aconteceu). Mas imagina, uma mulher judia, quando os alemães chegaram e falaram que podiam atacar os judeus, foi perseguida por habitantes de um país que sequer era da "raça superior" alemã. Ou seja, eles não começaram a ser perseguidos por Hitler, o ódio contra eles já existia há milênios.




Finalmente, após os crimes nazistas serem descobertos, milhões de pessoas mortas, os povos do mundo perceberam e aceitaram que os judeus tinham direito a uma terra para si, pois enquanto fossem minorias em outros lugares, poderiam voltar a ser vítimas.

E a ONU acabou votando pela criação do Estado de Israel e da Palestina, dividindo as terras entre os dois povos. Os judeus, que haviam acabado de fugir do Holocausto ou décadas de ódio, aceitaram na hora. Israel seria um país independente.

Os palestinos? Não! Eles não aceitaram a partilha, metade da terra? Nunca. E se aliaram aos árabes para invadir Israel, matar todos os judeus e tomar as terras de volta.

Perceba, eles iam terminar o que Hitler começou.

Imagine aquele trumpista dizendo que deveriam enviar de volta os mexicanos para o México e construir um muro para eles não voltarem… Imaginou? Você não gosta da ideia, acha o trumpista um nazista ou algo assim, certo? Então. Os palestinos e árabes não iam expulsar os judeus, iam matá-los até a última mulher e criança.

Você pode entender o lado palestino, mas a menos que também entenda e apoie o lado dos extremistas americanos anti-imigração, está apenas usando de dois pesos e duas medidas.

Só que os próprios árabes e palestinos não se entendiam, um aliado queria que o outro aliado fosse na frente (para morrer), com a ideia de que, depois, tomaria Israel e ainda pegaria o vizinho sem exército para o conquistar também. Esta discórdia entre os atacantes deu tempo para Israel se defender (sem ajuda de EUA, como tantos falam) e expulsar os invasores.

Mais ainda, expulsaram os invasores e tomaram as terras ao redor de Israel para não serem atacados de fronteiras próximas.

Após a expulsão dos invasores, Israel ofereceu "Gente, queremos a paz, se aceitarem nosso povo existir, devolvemos a terra que tomamos na guerra!" e não aceitaram.

Anos depois houve uma segunda invasão, que novamente Israel venceu. Tomou as terras de onde foi enviado o ataque e ofereceu "Gente, queremos a paz, a gente devolve a terra se aceitarem!". E nada.

E outro ataque. Outro ataque. Outro ataque.

O Egito aceitou milhares de palestinos refugiados em seu território, refugiados que começaram a realizar atentados contra egípcios e a querer tomar a terra do Egito para si, o que deixou eles contra os palestinos e os levou a aceitar o acordo. Fizeram paz com Israel. E, olha, Israel devolveu as terras para o Egito.

Na Jordânia, o rei acabou percebendo que não tinha como vencer e enfrentando os palestinos que eles receberam como refugiados, no que o rei foi morto pelos palestinos, quer queriam tomar o poder lá. Os palestinos foram expulsos, a Jordânia não quer ver eles nem pintados de ouro mais e, claro, aceitou a paz em troca da devolução das terras.

Perceba, Israel não quer milhares de quilômetros de deserto. Quando você olha os mapas pensa "Nossa, quanta terra tomada", mas não percebe a que a maioria não serve para nada. É terra para dizer que é "nossa", mas é deserto, inútil, exceto como aumento de fronteiras para impedir invasões.

E Israel ofereceu aos palestinos a mesma coisa "Olha, só aceite nossa existência e devolvemos as terras conforme o acordo da ONU!" e, bom, se você parar para pensar, foram 76 anos e nada… Ou seja, os palestinos não querem as terras, querem tudo.

O problema é que se Israel ofereceu as terras em troca de paz em 1950 e os palestinos não aceitaram, tais terras ficariam 74 anos sem serem usadas. Com uma nova proposta em 1960 e os palestinos continuando não aceitando, tais terras continuariam ser ser usadas por outros 64 anos. Pulamos para 1970 e nova proposta. 1980 e nova proposta. 1990 e nova proposta. 2000 e nova proposta. Nada.

Os palestinos não querem as fronteiras estipuladas pela ONU e tais terras lá, sem uso.

Israel, depois de perceber que seria assim, passou a enviar colonos para lá. É verdade. mas a alternativa é as terras ficarem até 2099 sem ninguém?

Ou seja, terras que não eram usadas e Israel ofereceu em troca de paz mas não foram aceitas, depois de décadas Israel começou a colonizar, já que o povo palestino não quer aquelas terras em troca de paz.

Nisto, os mesmos palestinos que não queriam aquelas terras a troco de aceitar Israel existir, que já nutriam ódio por eles, agora dizem "Ó, eu só odeio Israel porque estão colonizando nossas terras"…

Se você só se informa por fontes pró-Palestina, vai parecer maldade mesmo.

Há um outro lado, palestino, que deve mesmo ser lido, mas com muito senso crítico porque há um claro viés na imprensa e muitas vezes você lê meias verdades, lê verdades mas escritas de forma a defender um lado mais que outro…

O fato é que os palestinos são pobres e são os mais fracos. E a gente - ocidental - tem a tendência a apoiar o mais fraco. Mas basta pensar que tentaram tomar terras dos egípcios, mataram o rei da Jordânia, apoiam terrorismo há décadas, aplaudiram terroristas que mataram milhares e, olhe o absurdo, tem mulheres dizendo que o estupro é correto para humilhar as mulheres judias, você percebe que, infelizmente, os palestinos estão na contramão do que achamos justo.

Nós os defendemos porque enxergamos pobres coitados contra ricos judeus (olha o preconceito contra judeus aí), mas enquanto os próprios palestinos não largarem o discurso de ódio (e falo discurso de ódio verdadeiro), não haverá solução.


Não.

Piora. Apesar de a prefeitura ter criado o problema, o prefeito lava suas mãos e finge que não está sabendo da ameaça e não envia a polícia para proteger os habitan

Depois, o Netanyahu pode realmente estar cometendo crimes de guerra, e não há nenhum problema em falar isso, inclusive de uma perspectiva sionista. Eu sou sionista, e tenho duras críticas a fazer so


 · 
Seguir

Meu amigo. Se eu for até a sua casa, matar a sua mãe, estuprar as suas filhas, e queimar seu bebê vivo no seu forno, você chegar na sua casa, e ver sua família inteira decapitada, com balas e sangue por todo lado, vai mesmo defender terrorismo?

É como diz aquela máxima, "pimenta no cú alheio é refresco".

Uma organização terrorista que têm no seu lema o "extermínio do povo judeu", e você vêm aqui escrever "Por que há tantas mentiras por parte de Israel em relação a Palestina?"… Ou você é muito inocente, ou muito canalha para defender tais atrocidades e ainda dizer que é mentira.

Foto de perfil de Rafael Cavacchini
 · 
Seguir

Aqui estão as fotos de duas das três áreas em que os judeus se estabeleceram na década de 1920. Ambas as áreas eram pântanos artificiais completamente despovoados devido à malária causada pelo desmatamento e sobrepastoreio. O primeiro é o Vale Hulah ao norte do Mar da Galiléia:

A escarpa das Colinas de Golan pode ser vista à distância. Observe a completa falta de árvores. O seguinte é o Vale de Jezreel:

Observe a intensa agricultura e as cidades brilhantes que a propaganda árabe palestina afirma que existiam naquela época. Até que os pântanos artificiais fossem drenados e os mosquitos mortos, ni

Foto de perfil de Paulo Pinto
 · 
Seguir

Que pergunta! Conforme a pessoa que te responder, poderás ter uma resposta completamente diferente. Se fosse simples, já estaria resolvido. Tanto os Judeus como os Palestinianos (essencialmente um povo árabe) têm uma longa presença histórica no território. Os Palestinianos terão talvez argumentos mais fortes: antes do sionismo, poucos Judeus lá viviam e o povo judeu estava quase ausente desde o tempo dos Romanos; pode-se também dizer que a própria Bíblia admite que os Hebreus chegaram lá, há mais de 3.000 anos, e expulsaram dali os Filisteus, que até certo ponto podem ser tidos como antepassados dos Palestinianos. Contudo, os Judeus têm toda a sua tradição religiosa ligada àquela terra, viveram ali (em parte como povo independente) durante mais de mil anos e, tendo sido dali expulsos e tendo-se espalhado pelo mundo, sofreram inúmeras perseguições e acabaram por ser exterminados em massa pelos nazis durante o Holocausto, o que lhes deu legitimidade internacional para ter uma pátria onde pudessem governar-se e viver em segurança, que obviamente não podia ser «qualquer sítio». Regressar à Palestina (sionismo) era um movimento que ia ganhando força entre os Judeus já antes do Holocausto e que a partir daí se tornou imparável.

Quem só vir os direitos de um lado é sectário ou mesmo fanático. E há fanáticos nos dois lados. Os «donos» são dois povos que vivem de costas voltadas e se hostilizam mutuamente. Se não puder haver um país para cada um, terá de haver um dia um país que respeite os direitos e interesses de ambos.

Propaganda
Foto de perfil de Rafael Cavacchini
 · 
Seguir

ÉTICA? ÉTICA... ÉTICA! - Rui Bandeira


O tema comum do nosso encontro de hoje é ÉTICA. Mas será que todos temos a mesma noção deste termo? Não arriscarei muito se afirmar que, se fizéssemos um rápido inquérito entre todas e todos os presentes, obteríamos respostas diversas... Acho portanto útil maçar-vos alguns minutos com uma referência ao que os Mestre da filosofia entenderam, ao longo do tempo, sobre o significado de Ética.

Para Sócrates, a Ética consistia no conhecimento, de forma a vislumbrar, através da felicidade, o fim, o objetivo, dos nossos atos. A Ética tinha como propósito preparar o homem para se conhecer a si próprio, uma vez que, precisamente, é o Conhecimento a base do ato ético. Essencial era o Conhecimento da Lei, das normas sociais vigentes, porquanto, para Sócrates, a obediência à Lei era o limite entre a civilização e a barbárie. Em suma, para Sócrates, o Conhecimento que subjazia à Ética não se limitava à mensagem do Oráculo de Delfos, o conhecido aforismo do “Conhece-te a ti mesmo” – ainda hoje um dos pressupostos ideológicos da Maçonaria especulativa -, mas abrangia necessariamente o conhecimento, a obediência e a atuação respeitadora das leis vigentes na Sociedade, condição essencial para a existência e manutenção do corpo social.

Já para Aristóteles, a Ética podia ser definida como uma busca da felicidade dentro do âmbito do ser humano, se o Homem se esforçar a atingir a sua excelência. A Felicidade como objetivo era central no conceito aristotélico de Ética e consistia na realização humana e no sucesso que o Homem pretendia obter, para tal agindo no seu mais alto grau de excelência, através do desenvolvimento das suas qualidades de caráter. Esta noção de aperfeiçoamento, de aprimoramento das nossas caraterísticas, em busca da maior aproximação possível da Perfeição também é cara ao ideário maçónico.

Platão construiu o seu conceito de Ética em torno da finalidade da condução do Homem ao Bem, um dos valores arquetipicamente existentes no mundo ideal, no plano dos Deuses, que os homens apenas podiam aspirar a emular. Em face deste arquétipo do Bem, a vida humana não se poderia resumir apenas à busca do prazer, mas dever-se-ia dedicar a atingir o valor mais alto do Bem. Para tal, era essencial a ideia da Ordem, ou da Justa Proporção, que consistia no equilíbrio de diversos elementos desembocando no mesmo e justo fim. Designadamente, o Bem atingia-se através da atuação na justa medida, do equilíbrio, entre o Prazer e a Inteligência. Tal Bem, evidentemente – falamos do fundador do Idealismo... – não consistia nas coisas materiais, mas em tudo aquilo que permitia o engrandecimento da alma, ou seja, a ética platónica ensinava que acima dos prazeres, riquezas ou honras estava a prática das Virtudes – outro conceito que indubitavelmente integra o cerne do pensamento maçónico. 

Voltando agora a atenção para a Idade Média, verificamos que Santo Agostinho – talvez o melhor exemplo do pensamento dominante em dez séculos de História do Pensamento Ocidental – tinha, não surpreendentemente, uma noção completamente diferente do conceito de Ética. No paradigma agostiniano, a Ética Humana dependia de dois polos: por um lado, Deus, o Supremo Bem; por outro, o Pecado Original, afetando toda a Humanidade. Por via deste, o Homem não era intrinsecamente Bom e necessariamente que seria levado ao Mal e aos vícios da carne, a não ser que lograsse seguir uma vida virtuosa, em Deus. Para Agostinho, a atuação ética pressupunha o domínio da natureza humana, conspurcada pelo Pecado original, mediante uma vida virtuosa, através da qual seria possível aceder à Salvação. Para ele, a verdadeira Felicidade está na esperança da Salvação e, portanto, depende da Vida Eterna. Assim, embora Agostinho partilhasse com Aristóteles a noção da essencialidade da prática das virtudes e do aprimoramento individual, porque para ele Deus é o princípio e o fim de todas as coisas, a Felicidade é inatingível no decorrer da vida humana, só sendo alcançada junto de Deus na Vida Eterna, para tal sendo indispensável a conduta ética, isto é, a vida virtuosa.

Oposto à visão agostiniana da Ética é o conceito que dela teve Nicolau Maquiavel. Refletindo na esfera do Poder, sua obtenção, manutenção e exercício, mas facilmente se extrapolando o seu pensamento para a conduta humana em geral, Maquiavel define como valores essenciais a manutenção da pátria e o bem geral da comunidade, tudo se subordinando a eles, custe o que custar. Assim, uma ação só numa perspetiva histórica pode vir a ser considerada boa ou má, consoante o resultado com ela obtido em prol dos ditos valores essenciais. Esta crua visão facilmente pode ser considerada como anética, pois põe o acento tónico nos fins, nos objetivos, cuja obtenção ou não justificaria ou não a ação realizada. Mas a simples recusa desta noção é, a meu ver, insuficiente. Importa ainda anotar o primeiro aparecimento da prioridade absoluta do coletivo sobre o individual. O indivíduo pode ser sacrificado, sem qualquer limite, em prol do interesse coletivo, considerando Maquiavel ser tal perfeitamente ético... se resultar! Esta noção veio a ser desenvolvida amplamente, designadamente pela corrente materialista, nos séculos XIX e XX e, neste último século, temos visto várias consequências da sua aplicação. Adiante, que a companhia não é das melhores...

Descartes retoma o conceito de que a Ética constitui a realização da Sabedoria, suficiente para a Felicidade, a qual é por ele considerada “a melhor existência que um ser humano pode ter esperança de alcançar”. Para ele, a Ética assenta em dois pilares essenciais: a Virtude e a Felicidade, aquela entendida como uma disposição da vontade para efetuar escolhas de acordo com o juízo da Razão sobre o Bem, esta singelamente entendida como a tranquilidade. A noção cartesiana da ética redunda assim na compatibilização das visões socrática, aristotélica e platónica sobre o tema. O Renascimento na sua mais evidente expressão… 

A obra-prima de Baruch de Spinoza tem para nós, maçons, o sugestivo título de A Ética demonstrada à maneira dos geómetras. Está dividida em cinco partes, nas quais trata sucessivamente do Ser, do Homem, dos Afetos, da Servidão humana e da Liberdade. Para Spinoza, a razão e os afetos não se opõem. A própria razão é um afeto, um desejo de encontrar ou criar as oportunidades de alegria na vida e evitar ou terminar as circunstâncias causadoras de tristeza. Em suma, a Razão é ela mesma um afeto tendente à Felicidade. A ética de Spinoza é a ética da alegria, só ela nos conduz ao amor e à felicidade. Para ele, a Ética não resulta do altruísmo, bondade ou solidariedade, mas da própria condição natural. Está mais próximo dos clássicos gregos do que de Santo Agostinho. Tal como aqueles, para Spinoza a Felicidade é o objetivo último da ação humana. 

Locke acreditava que a Ética tem que ser demonstrada racionalmente, pois nenhuma regra de conduta moral é válida se a sua necessidade não for fundamentada através da Razão. Para ele, os principais fundamentos (racionais, obviamente) das regras morais são a busca da Felicidade e o propósito de evitar a deterioração da Sociedade.

A propósito de Razão, o teórico da Razão Pura, Immanuel Kant, relativamente ao conceito de Ética não estabelece nenhum bem ou fim que tenha de ser alcançado e não se pronuncia sobre o que temos de fazer, apenas sobre como devemos atuar. Para ele, o que importa é a intenção, a coerência entre a Lei e a ação, não o fim. Situa-se claramente nos antípodas do florentino Maquiavel. Se alguma aproximação lhe detetamos é ao pensamento de Sócrates.

Nietsche rejeita uma visão moralista do mundo e atribui os valores éticos ao campo das emoções, não da Razão. Para ele, o Homem Ético é aquele que não reprime os seus instintos, desejos e emoções, concretizando-os em atos libertários. Dificilmente se poderia conceber um conceito mais individualista do que este! 

Habermas considera que a Ética depende da valorização da Diferença e da Liberdade Humana, impondo que a Diferença seja equiparada à normalidade. A Ética projeta-se em valores como a Vida, a Solidariedade, a Cooperação, a Amizade. 

Finalizo esta excursão por vários Mestres da filosofia com a referência a Peter Singer, filósofo australiano da Ética Prática. Para Singer, em termos de aplicação prática, Ética e Moral são sinónimos e enfaticamente ele chama a atenção para algo de que pudemos aperceber-nos ao longo do enunciado de pensamentos com que os venho maçando: a Ética NÃO É um conjunto de proibições. Como ele cristalinamente ilustra, mentir em circunstâncias normais é um mal – mas no caso de uma pessoa vivendo na Alemanha nazi a quem a Gestapo batesse à porta à procura de judeus, mentir negando a existência de judeus escondidos nas águas-furtadas da casa era o eticamente adequado...

Para Singer, Ética é uma perspetiva que concede à Razão um papel importante nas decisões e os juízos éticos devem ser formulados de um ponto de vista universal, isto é, os interesses individuais ou de grupo não valem mais do que os outros interesses de outros indivíduos ou de outros grupos. O juízo ético é aquele que procura, em relação a cada problema, determinar a solução ou a conduta que possibilite o maior bem, entendido como a maior e melhor satisfação das necessidades possível – ou seja, a maior Felicidade!

Feita esta resenha do pensamento de vários Mestres, verificamos que, na diversidade dos seus pensamentos, podemos detetar uma linha comum, talvez um pouco surpreendente: a Ética tem essencialmente a ver com a busca e o anseio humanos pela Felicidade! As normas, as imposições ou proibições de condutas que normalmente associamos à Ética não são o cerne do conceito, mas as condições para a viabilização dessa busca humana da Felicidade.

Entendemos assim facilmente porque há em diferentes épocas e latitudes tão diferentes conceitos de Ética: porque as condições de vida e de enquadramento social de cada época e latitude tornaram diferentes as formas de busca e de tentativa de concretização do humano anseio pela Felicidade.


Sendo assim, compreende-se que é normal a primeira afirmação que hoje fiz: cada um dos presentes terá uma diferente noção de Ética porque, embora de forma porventura subtil, a Felicidade que cada um busca é diferente da dos demais, é própria, pessoal e intransmissível.

Mas, sendo assim, que denominador comum poderei eu sugerir hoje, aqui e agora, sobre Ética, de forma que seja aceitável para os apressados espíritos de hoje, inundados de informação tão abundante que nem sequer logramos, por vezes, sobre ela incidir um juízo verdadeiramente crítico? 

Sem grande preocupação de rigor científico – por evidente e confessada falta de capacidade para tal -, mas procurando ilustrar o conceito de uma forma sugestiva, gostaria de vos propor um entendimento de Ética que julgo ser uma noção completa, isto é, com princípios, meios e fins: 

ÉTICA É O CONJUNTO DE PRINCÍPIOS QUE NORTEIAM A DETERMINAÇÃO E UTILIZAÇÃO DOS MEIOS À NOSSA DISPOSIÇÃO PARA ATINGIRMOS OS FINS A QUE NOS PROPOMOS. 

Atenção que Ética não é uma declaração de princípios. Ética é a utilização dos princípios por cada um adotados. Um solene conjunto de princípios, por muito bonitos ou consensuais que sejam, que serve apenas para eles serem invocados, declarados, apregoados, mas que na realidade não são utilizados, é como a coleção de porcelanas da minha tia-avó: só serve para estar exposta na sala e ser exibida às visitas! Não passa de bacoca manifestação de vaidade e fútil exibição de pretensas preciosidades, alegadamente valiosas, mas realmente inúteis! Em nada e para nada releva ou interessa apregoar ou invocar ou proclamar solenes princípios se estes não passarem de palavras soltas em ocasiões julgadas oportunas e não forem efetivamente praticados.

A Ética não está nos princípios declarados, está nos princípios praticados. Não está nas palavras, está nos atos. Não está nos consensos formados, está nas cooperações levadas a cabo. Não está nas intenções, está nas concretizações. Não está nas justificações, está nas consequências. Não está dentro de cada um de nós, está no que cada um de nós projeta para o exterior de si.

A Ética não é um conceito estático, é uma aplicação dinâmica. O Homem não É ético. O Homem sempre, em cada momento, renova-se e FAZ-SE Ético, em cada decisão, em cada escolha, em cada ato.

Só temos verdadeiramente Valores, ou seja, Princípios, se os utilizamos SEMPRE para conformarmos os nossos atos na concretização dos nossos objetivos (e sempre é sempre: quando nos convém e principalmente quando não nos convém).

PRINCÍPIOS que determinam os nossos MEIOS para atingirmos os nossos FINS – esta a noção de Ética que considero adequada para todos. 

E esta noção de Ética, bem vistas as coisas, não é limitadora, é construtora. Construtora da nossa personalidade e da nossa conduta. Construtora da nossa imagem de nós perante nós próprios. Construtora do conceito que granjeamos dos outros em relação a nós. Construtora do que somos, do que fazemos, do que conseguimos. Construtora do sentido das nossas vidas. Construtora das nossas vitórias, mas também construtora da superação dos nossos desaires. Construtora da nossa Vida, do nosso lugar na Vida e da nossa legítima fruição da Vida. Construtora, em suma, da nossa FELICIDADE.

Afinal os Mestres tinham razão! Por isso os reconhecemos como tal!

Bibliografia:

https://jfariaadvogados.wordpress.com/2010/01/27/a-etica-de-socrates/, consultado em 8/4/2015.

http://www.webartigos.com/artigos/a-etica-em-aristoteles/23318/ , consultado em 8/4/2015.

http://www.webartigos.com/artigos/a-etica-platonica-e-aristotelica/87414/ , consultado em 8/4/2015.

https://sentadonalua.wordpress.com/2012/07/12/a-etica-de-santo-agostinho-frente-a-etica-aristotelica/, consultado em 11/4/2015.

http://descartesfilosofia.blogspot.pt/p/etica.html, consultado em 11/4/2015.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Nicolau_Maquiavel , consultado em 11/420/15.

http://www.filosofia.com.br/historia_show.php?id=79 , consultado em 11/4/2015.

http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89tica_%28livro%29 , consultado em 11/4/2015.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Baruch_Espinoza , consultado em 11/4/2015.

http://www.eses.pt/usr/ramiro/docs/etica_pedagogia/A%20%C3%89TICA%20DEESPINOSA.pdf , consultado em 11/4/2015.

http://www.efdeportes.com/efd129/a-etica-revisitada-olhares-atraves-da-historia.htm , consultado em 11/4/15

http://afilosofiadaintegracao.blogspot.pt/2009/03/etica-de-kant.html , consultado em 11/4/2015. 

Peter Singer, Ética Prática, consultada em 11/4/2015, em http://docente.ifrn.edu.br/edneysilva/etica-pratica

AS LUVAS - Almir Sant’Anna Cruz



O Aprendiz recebe, quando de sua iniciação, dois pares de luvas brancas: um par masculino e outro feminino. 

Em vários cultos prescreve-se que se cubra as mãos para o cumprimento de funções sagradas. 

Na Igreja Católica, por exemplo, quando da consagração, os bispos e cardeais recebem luvas litúrgicas de seda, bordadas de ouro e com símbolos e monogramas, representando a pureza de coração e das obras.

Na Maçonaria, as luvas brancas simbolizam a distinção, a pureza e a inocência.

As luvas masculinas, para uso do Aprendiz, simbolizam a sua admissão no Templo da Virtude e indicam, pela sua brancura, que nunca deverá ser manchada com as águas lodosas do vício, pois seus atos devem ser puros e imaculados.

As luvas femininas são destinadas à mulher que o Aprendiz considera mais digna de sua estima e afeto, sua inspiradora de todas as obras grandes e generosas.

Goethe, iniciado em Weimar em 23 de junho de 1780, ofereceu o par de luvas brancas que recebera à Condessa Von Stein e fê-la ver que, se o mimo era de aparência insignificante, apresentava contudo a singularidade de não poder ser oferecido por um Maçom senão uma única vez em sua vida. 

Oswald Wirth afirma: As luvas brancas, recebidas no dia de sua iniciação, evocam ao Maçom a lembrança de seus compromissos. A mulher que lhas mostrar quando ele estiver a ponto de desfalecer será como uma consciência viva, a guardiã de sua honra. Que missão mais elevada poderia ser confiada à mulher que mais se estima? 

Jules Boucher in A Simbólica Maçônica, dá às luvas um sentido esotérico: Sabemos, com certeza, que um magnetismo real emana da extremidade dos dedos e que as mãos enluvadas de branco só podem deixar filtrar um magnetismo transformado e benéfico. De uma assembléia de Maçons, onde todos usam luvas brancas, desprende-se uma ambiência muito particular, que aliás pode ser sentida muito nitidamente pela pessoa menos atenta. Uma impressão de apaziguamento, de serenidade, de quietude, constituem a sua consequência natural.

O uso das luvas na Maçonaria é bastante antigo. 

Na Maçonaria operativa, os Talhadores de Pedra recebiam luvas para o seu trabalho manual e isto fazia parte do seu contrato. 

Mais tarde introduziu-se o costume do novo Aprendiz oferecer um par de luvas a cada membro de sua Loja. 

Atualmente, este hábito mudou e a Loja é quem passou a oferecer as luvas ao Aprendiz.


Excerto do livro O que um Aprendiz Maçom deve saber - Interessados contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350

novembro 24, 2024

SARAU POETICO DA ANMI

 


DETERMINANTE - Adilson Zotovici

 



Respeitável irmão sindicante

Com respeito e serventia

Trago algo preocupante

Que a Ordem vivencia


Sei que és bem vigilante

De grande sabedoria

Que estás um passo adiante

Entre os teus da confraria


Inda assim sou suplicante

Sobre a missão de valia

Que te deu o comandante

Confiante, com alegria


Labor assaz  relevante

Conjunção de astúcia e energia

“Ver  igual num semelhante”

Exigindo de ti  maestria


Com amor, austero, pujante

“Perscrutação à porfia”

Sem temor,  não obstante,

Até  alguma teimosia...


Vez que é determinante

O aspirante à  Maçonaria

Que pode ser um farsante...

Ou teu Grão Mestre algum dia !



SERÁ A MAÇONARIA AINDA RELEVANTE ? - Brian Louis Chaytor e Brian Lawrence Chaytor” (pai e filho)

O século XXI revelou-se uma era de mudanças colossais – globalização, inteligência artificial, exploração espacial, redes sociais e a expansão da iniciativa privada, que teve um crescimento de proporções sem precedentes.

Apesar destes grandes avanços, o novo milénio também nos apresentou um número cada vez maior de desafios – exclusão social, ataques terroristas, distúrbios políticos e um alarmante aumento na frequência de desastres naturais. Todos esses eventos tiveram um efeito radicalmente transformador nos sistemas económicos, políticos e ecológicos à escala global. Estamos a viver no meio de um mundo em rápida mudança.

Tem sido dito muitas vezes que a mudança é o que faz o mundo girar. A energia em movimento atravessa todo o universo, causando um estado de constante transformação. Como consequência desta lei universal, a raça humana continua a sua marcha dinâmica para a frente, transitando perpetuamente de um estado de menor complexidade para um estado de maior complexidade. Em resumo, à medida que as nossas realidades internas e externas mudam, o mundo como nós conhecíamos, não existe mais.

Isto leva-nos à questão: depois de durar 300 anos, a Maçonaria evoluiu o suficiente para se tornar relevante para uma nova geração de jovens?

A resposta está para além do véu enganoso marcado nos nossos sentidos pelas maravilhas desta era da informação em rápida mudança. Para obter um grau apropriado de perspectiva, é necessário mergulhar numa fonte mais profunda, explorando a própria essência da natureza humana.

As necessidades emocionais são inerentes a todos os seres humanos. Para que um homem atinja um grau de autorrealização, as suas necessidades emocionais, aquelas que são parte da sua essência, devem ser primeiro satisfeitas. Isto deve-se, em parte, à capacidade comprovada da Maçonaria de atender às necessidades mais delicadas do homem, o que possibilitou a sua resiliência à passagem do tempo, consolidando a seu poder de permanência.

A Maçonaria é uma instituição seletiva onde nem todos são aceites; a menos, claro, que o candidato esteja disposto a se mostrar como um homem bom, na linguagem de um bom relatório. Uma vez seja recebido, o novo membro tem acesso a uma fraternidade mundial que honra a irmandade do homem sob a paternidade de Deus. É este aspecto notável da filiação que satisfaz a necessidade intrínseca de pertença de um jovem; particularmente para algo que é importante e vale a pena.

A Maçonaria oferece a um jovem a oportunidade de estabelecer amizades duradouras com pessoas que pensam de forma semelhante. Ter este tipo de vínculo com outros membros tranquiliza o novo Maçom que, caso ele sinta a necessidade de recorrer a alguém para pedir conselhos, pode fazê-lo a qualquer momento, confidenciando a um dos seus irmãos. É este aspecto da sociedade que preenche alguns dos outros desejos inatos do homem, a saber: a necessidade de ser sociável, enquanto experimenta um sentimento de segurança no ambiente que o rodeia.

Tão importante quanto isto, a Maçonaria equipa um jovem com as ferramentas necessárias para melhorar todos os aspectos do seu carácter. O sistema maçónico permite ao membro livrar-se de alguns dos seus traços menos favoráveis, diminuindo as suas fraquezas; e também facilita uma compreensão mais profunda de quem ele é, refinando os seus pontos fortes. O processo é transformacional e esclarecedor, propício para uma jornada rumo à autorrealização, que gradualmente se torna o objetivo final de um Maçom.

Estas são apenas algumas das várias qualidades transcendentes e incondicionais que diferenciam a instituição da Maçonaria, do resto.

Algumas pessoas podem dizer que “tudo isso soa muito atraente, mas… que tipo de conhecimento específico pode um jovem esperar obter da Maçonaria, que o torna estritamente único e não pode ser encontrado em nenhum outro lugar?”

Ao se tornar um Maçom, um jovem pode esperar ter acesso a um tipo de conhecimento que não é afetado pela passagem do tempo

Ele pode esperar aprender que… A maçonaria é universal.

A maçonaria não conhece credo, raça ou cor. Os princípios de liberdade, igualdade e fraternidade que a Maçonaria defende e pelo qual luta, não conhecem limites. Estes proverbiais axiomas abrangem todas as culturas e atravessam todas as linhas geográficas; promulgando um genuíno senso de fraternidade entre todas as nações. E embora a Maçonaria não seja nem uma religião nem um substituto para uma, a Arte reconhece o significado de todas as religiões, captando as suas qualidades correspondentes, unificando as suas variações; mas ainda assim permanecendo imparcial para todas. Conta dentro do seu círculo com judeus, muçulmanos, cristãos e hindus entre muitos outros. A natureza embrionária da Maçonaria também a torna igualmente acolhedora para aqueles homens que não são necessariamente crentes, mas que, sendo fiéis à sua consciência, somente professarão uma crença num Ser Supremo. A abreviatura GADU, que significa o Grande Arquiteto do Universo, é verdadeiramente uma expressão igualitária, imparcial e integradora. O termo é não confessional, permitindo a cada Maçom o direito de seguir o caminho espiritual que escolher.

Um jovem também pode esperar aprender que… A maçonaria é educacional.

Uma das principais facetas da Maçonaria é a aplicabilidade das suas sábias filosofias à vida quotidiana. A Arte inculca a moralidade, encorajando os seus membros a serem éticos em todos os seus empreendimentos. Ela incute a caridade, enfatizando a interdependência existente e o terreno comum de toda a humanidade. As lições são transmitidas na sua forma mais pura, reivindicadas sem pretensão e demonstradas com franqueza. As discussões e palestras são fontes de grande inspiração, motivando cada iniciado a fornecer contribuições favoráveis à sociedade, tornando-a um lugar melhor para todos. A liberdade de expressão, a liberdade de consciência e a liberdade de pensamento são os três preceitos atemporais que permanecem a pedra angular da fundação maçónica, sempre pronta para destruir a ameaça iminente dos três principais inimigos da humanidade, a saber: ignorância, fanatismo e tirania. Os seus rituais são o canal que transmite este conhecimento sem tempo, tornando a essência discernível. Tais rituais desempenham um papel fundamental em manter a chama viva. O sistema maçónico de comunicação expressa-se por meio de símbolos, um idioma que é compreensível em todas as línguas do mundo e decifrável por todos os iniciados, permitindo que cada Maçom obtenha benefícios dos ensinamentos na proporção da sua capacidade individual.

Desde o começo da Grande Loja da Inglaterra, a Maçonaria tornou-se progressivamente um órgão organizado de formulação de políticas. A essência infundiu a substância dando-lhe identidade, o espírito adquiriu forma tornando-a inteligível, e a fundação que tinha sido colocada em séculos passados deu origem a uma superestrutura. Desde há trezentos anos, a Arte vem disseminado a sua sabedoria antiga pelo mundo todo. Este conhecimento perene tem sido transmitido a partir do repouso caseiro dos seus Templos de instrução, aquelas construções diferentes a que comumente nos referimos como “a Loja“. É na Loja que a cada pedreiro é estendido o privilégio de participar nos seus mistérios, e é lá que ele aprende que tal conhecimento antigo e inestimável, é verdadeiramente transcendente no tempo.

Desde tempos imemoriais a essência da Maçonaria tem vivido e respirado no coração da humanidade. A partir desse momento esclarecedor e definidor, quando o homem percebeu pela primeira vez a sua consciência e desenvolveu um senso de identidade, a tocha da Maçonaria ergueu-se e elevou-se, emergindo como um farol de luz inextinguível para todos os que buscam a verdade reverenciarem e seguirem.



novembro 23, 2024

𝗔 𝗢𝗥𝗜𝗚𝗘𝗠 𝗔𝗙𝗥𝗜𝗖𝗔𝗡𝗔 𝗗𝗢𝗦 𝗔𝗡𝗧𝗜𝗚𝗢𝗦 𝗘𝗚𝗜́𝗣𝗖𝗜𝗢𝗦


A hipótese da origem monogenética africana da humanidade, apoiada pelos trabalhos do professor Leakey, mudou radicalmente a compreensão sobre o povoamento do Egito e do mundo. Há mais de 150 mil anos, os únicos seres morfologicamente humanos viviam na região dos Grandes Lagos, nas nascentes do Nilo. Isso confirma a antiga suposição de que a humanidade teve suas origens aos pés das "Montanhas da Lua", na África.

𝗔 𝗘𝘅𝗽𝗮𝗻𝘀𝗮̃𝗼 𝗱𝗮 𝗥𝗮𝗰̧𝗮 𝗛𝘂𝗺𝗮𝗻𝗮

Dessa região, o homem iniciou sua jornada para povoar o mundo, resultando em dois fatos importantes:

1. Os primeiros seres humanos eram etnicamente homogêneos e negroides, com pigmentação escura. A variação racial aconteceu posteriormente, conforme o homem se adaptou a diferentes climas.

2. Havia duas principais rotas de migração: o Saara e o Vale do Nilo.

Neste artigo, discutiremos a ocupação do Vale do Nilo pelos povos negroides, desde o Paleolítico Superior até a época dinástica, centrados nos vários estudos de grandes intelectuais africanos como Cheikh Anta Diop. E tantos outros não africanos.

𝗢𝗰𝘂𝗽𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼 𝗡𝗲𝗴𝗿𝗮 𝗻𝗮 𝗕𝗮𝗰𝗶𝗮 𝗱𝗼 𝗡𝗶𝗹𝗼

Antropólogos são unânimes em reconhecer a presença de uma raça negra no Egito desde os tempos pré-históricos até o período dinástico. A população egípcia no período pré-dinástico era predominantemente negra, e esse elemento negro permaneceu dominante ao longo de toda a história egípcia. O termo “mediterrânico” não deve ser confundido com “branco”, já que os mediterrâneos eram mais próximos da “raça morena”.

𝗘𝘃𝗶𝗱𝗲̂𝗻𝗰𝗶𝗮𝘀 𝗔𝗻𝘁𝗿𝗼𝗽𝗼𝗹𝗼́𝗴𝗶𝗰𝗮𝘀 𝗲 𝗥𝗲𝗽𝗿𝗲𝘀𝗲𝗻𝘁𝗮𝗰̧𝗼̃𝗲𝘀 𝗔𝗿𝘁𝗶́𝘀𝘁𝗶𝗰𝗮𝘀

O arqueólogo Flinders Petrie argumenta que o tipo étnico dos primeiros egípcios era negro, identificando-os como os Anu, cujo ancestral comum era Ani ou An, associado ao deus Osíris. Petrie também sugere que, embora existisse uma distinção entre os povos pré-dinásticos e os dinásticos, ambos pertenciam à raça negra.

As representações artísticas dos egípcios durante o período protohistórico e dinástico confirmam sua negritude. Elementos indo-europeus ou semitas são representados apenas como estrangeiros ou cativos. Faraós como Narmer, Zoser, Quéops e Amenófis I, entre outros, possuíam feições tipicamente negroides, evidenciando que todas as classes sociais no Egito antigo pertenciam à mesma raça negra.

𝗔𝗻𝗮́𝗹𝗶𝘀𝗲 𝗖𝗶𝗲𝗻𝘁𝗶́𝗳𝗶𝗰𝗮 𝗲 𝗖𝗹𝗮𝘀𝘀𝗶𝗳𝗶𝗰𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼 𝗥𝗮𝗰𝗶𝗮𝗹

Estudos modernos, como a análise da melanina preservada em fósseis, confirmam a classificação dos antigos egípcios como parte das raças negras. Além disso, estudos osteológicos indicam que os egípcios pertenciam à raça negra, corroborado pela predominância do grupo sanguíneo B, também encontrado em populações da África Ocidental.

𝗣𝗲𝗿𝗰𝗲𝗽𝗰̧𝗮̃𝗼 𝗱𝗼𝘀 𝗔𝗻𝘁𝗶𝗴𝗼𝘀 𝗘𝗴𝗶́𝗽𝗰𝗶𝗼𝘀 𝗦𝗼𝗯𝗿𝗲 𝗦𝗶 𝗠𝗲𝘀𝗺𝗼𝘀

Os antigos egípcios referiam-se a si mesmos como kmt, que significa “os negros”, uma referência direta à cor de sua pele. Esse termo era usado para descrever a população egípcia como distinta dos povos estrangeiros. Curiosamente, os egípcios não aplicavam o termo “negros” aos núbios, que eram chamados de nahas, sem conotação racial.

𝗥𝗲𝗹𝗮𝘁𝗼𝘀 𝗖𝗹𝗮́𝘀𝘀𝗶𝗰𝗼𝘀 𝗲 𝗖𝗼𝗻𝗳𝗶𝗿𝗺𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼 𝗱𝗲 𝗛𝗲𝗿𝗼́𝗱𝗼𝘁𝗼

Escritores gregos e latinos, como Heródoto e Aristóteles, descreviam os egípcios como negros, com lábios grossos, cabelo crespo e pernas finas. Esses relatos reforçam a identidade racial dos antigos egípcios, alinhando-se com os testemunhos históricos.

𝗥𝗲𝗹𝗮𝗰̧𝗼̃𝗲𝘀 𝗖𝘂𝗹𝘁𝘂𝗿𝗮𝗶𝘀 𝗰𝗼𝗺 𝗼 𝗿𝗲𝘀𝘁𝗼 𝗱𝗮 𝗔́𝗳𝗿𝗶𝗰𝗮 

A civilização egípcia compartilhava muitas tradições com outros povos da África , como a circuncisão e o totemismo, práticas comuns entre os africanos desde tempos pré-históricos. Além disso, a língua egípcia antiga tem parentesco comprovado com línguas africanas como o walaf, falado no Senegal.

𝗔 𝗥𝗲𝗱𝗲𝘀𝗰𝗼𝗯𝗲𝗿𝘁𝗮 𝗱𝗮 𝗛𝗲𝗿𝗮𝗻𝗰̧𝗮 𝗔𝗳𝗿𝗶𝗰𝗮𝗻𝗮

A redescoberta do verdadeiro passado dos povos africanos deve ser um fator de união e não de divisão. A história e cultura do Egito antigo são centrais para a compreensão da herança africana, da mesma forma que a Grécia e Roma são para a civilização ocidental. A criação de um corpus de ciências humanas africanas, apoiado em bases históricas sólidas, contribuirá para o progresso e o desenvolvimento dos povos africanos.

 𝗖𝗼𝗻𝗰𝗹𝘂𝘀𝗮̃𝗼

A redescoberta da verdade sobre o passado africano é fundamental para a construção de uma nova visão da história da humanidade. O Egito antigo, uma civilização negra, é um elemento essencial para entender a história africana e mundial. O reconhecimento desse fato permitirá uma aproximação verdadeira entre os povos, promovendo a união e o progresso em direção a um futuro mais justo e inclusivo.

Se desejar se aprofundar mais neste assunto sugerimos a consulta das ricas obras indicadas abaixo.

𝗦𝗨𝗚𝗘𝗦𝗧𝗢̃𝗘𝗦 𝗗𝗘 𝗟𝗘𝗜𝗧𝗨𝗥𝗔: 

✓Diop, Cheikh Anta:  A Origem Africana da Civilização: Mito ou Realidade;

✓Asante, Molefi Kete :A História da África: A Busca pela Harmonia Eterna;

✓Obenga, Théophile: Filosofia Africana: O Período Faraônico, 2780–330 a.C.;

✓Van Sertima, Iva:Egito Revisitado

✓ Hassan, Fekri : O Egito na África;

✓Williams, Chancellor : A Destruição da Civilização Negra: Grandes Questões de uma Raça de 4500 a.C. a 2000 d.C.;

✓ Keita, Shomarka Omar Y. Artigo: Estudos de Crânios Antigos do Norte da África;

✓James, George G.M : Legado Roubado.



USO DO TERNO PRETO NA MAÇONARIA - Pedro Juk




Em 16/11/2018 o Respeitável Irmão Paulo Guebert, Loja Obreiros da Paz, 2.909, REAA, GOB-PR, Oriente de Curitiba, Estado do Paraná, formula a seguinte questão:

"Estou fazendo um trabalho sobre o Terno Preto na Maçonaria, gostaria de saber mais informações sobre o tema."

CONSIDERAÇÕES:

Em que pese as mais estapafúrdias interpretações e afirmativas temerárias que já se deu sobre o terno preto (inclusive o de credos pessoais) na Maçonaria, aborda-lo como “traje maçônico” é o mesmo que o “chover no molhado”. 

Não obstante se saber que a indumentária maçônica vem sofrendo variantes ao longo dos tempos, no meu entender não há como se estereotipar o modo do se vestir maçônico, pois a maneira de se trajar também varia entre as populações resultando numa transformação de povo para povo.

No passado, a exemplo de homens do século XVIII, esses usavam vestimentas bordadas, de cinturas marcadas e adornadas com laços vistosos. Utilizavam inclusive perucas e assim se apresentavam - se maçons - para os trabalhos maçônicos, entretanto nunca despidos dos seus aventais.

É imperativo mencionar que em muitas partes do mundo os maçons usam roupas típicas em sessões de Loja. Irmãos tripulantes de embarcações, por exemplo, se apresentam para sessões nos trabalhos maçônicos muitas vezes com seus uniformes de trabalho; do mesmo modo é comum se ver militares usando nos Templos o seu fardamento; Irmãos árabes, por exemplo, em Loja usando albornozes, enquanto que em países de clima quente veem-se maçons trabalhando nas Lojas em “manga de camisa” (vestindo camisa de mangas curtas); também é comum Irmãos na Escócia se apresentarem aos trabalhos trajando seus kilts. 

Embora se tenha que seguir inquestionavelmente o que determinam os rituais em vigência, no que diz respeito ao traje, cabe, mesmo assim, mencionar que o verdadeiro traje maçônico é o avental. Nunca é demais expor que em Maçonaria, se um Irmão, ao se apresentar para uma sessão em Loja estiver sem o avental, ele será considerado “despido”, portanto estará impedido de ingressar nos trabalhos. 

No rigor da tradição maçônica, a roupa que o Maçom está vestindo, desde que decentemente trajado, é o que menos importa, porém o avental é imprescindível.

A bem da verdade, aqui no Brasil, principalmente o terno preto, ou o parelho preto, com camisa branca, meias pretas e sapatos pretos é o traje de missa herdado da Igreja Católica nos períodos mais remotos da sua história colonial.

Sob um pretenso simbolismo para o terno preto, destaco o que citou o saudoso Irmão José Castellani in O Prumo, nº 101: 

“Não há também, qualquer interpretação ou implicação de ordem esotérica referente à cor preta do traje dos Irmãos, mas, sim em relação ao avental nos três graus do simbolismo, não havendo, portanto, nenhuma implicação hermética ou metafísica. Qualquer que seja o traje, o maçom estará nu se estiver sem avental”. 

Em síntese, a uniformidade indiscriminada para o traje do maçom nada mais é do que uma intransigência anacrônica que traz ainda grande dose de influência clerical. Em Maçonaria simbólica a cor preta pode ter o seu simbolismo apropriado na Câmara do Meio, mas isso não deveria se estender até o ponto de se uniformizar indiscriminadamente o vestuário do maçom como indicam muitos rituais e regulamentos.

A seguir o trecho de um texto resposta que eu dei a respeito do terno preto em março de 2014 e que fora publicado posteriormente no hoje extinto diário maçônico JB News do saudoso Irmão Jerônimo Borges. Acredito que esse conteúdo também pode servir para essas considerações:

“O uso do terno na maçonaria brasileira está enraizado nos costumes e sincretismo religioso, geralmente oriundo da Igreja Católica que dentre outros influenciou diretamente a Maçonaria com o traje de missa. Aliás, nesse particular tem-se dado mais valor ao molho do que à carne. O verdadeiro traje maçônico é o Avental. Além do que se chama equivocadamente de terno (três - calça, colete e paletó) o que se identifica mais como parelho (par – calça e paletó)”.

O trecho acima também menciona o uso do terno na Maçonaria brasileira e a sua relação com os costumes eclesiásticos. 

Não obstante os comentários até aqui considerados, segue parte de um trabalho elaborado pelo Respeitável Irmão Marcos Sant’Anna, Ex Grande Mestre Bibliotecário da Grande Loja Maçônica do Estado de Alagoas:

“TRAJE MAÇÔNICO” (TERNO x BALANDRAU). Observamos primeiramente que “Traje” significa “Vestuário habitual; vestuário próprio de uma profissão ou atividade; vestes.” Como o traje em questão é o “maçônico”, dependendo da Potência, encontramos uma regularização para esta vestimenta no Regulamento Geral e/ou nos Rituais. Em geral, é estabelecido que o “Traje Maçônico” compreende “terno escuro (preto ou azul marinho), camisa branca, gravata preta, meias e sapatos pretos” ou Balandrau, em Sessões Econômicas. Tendo em mente que a Maçonaria Moderna (Sistema Obediencial) foi criada no séc. XVIII (1717) e pesquisando a origem de ambos os Trajes, verificamos que: O TERNO: Em uma rápida pesquisa na Internet, encontramos alguns dados interessantes, de um Trabalho bem mais longo e abrangente feito por Acadêmicos do Curso de Tecnologia do Vestuário da UNISEP (União de Ensino do Sudoeste do Paraná – www.unisep.edu.br). Segue alguns trechos: “Do final do século XIX ao início do século XX, para os homens, o traje aceito para todas as ocasiões formais ainda era a sobrecasaca e a cartola. Porém, o TERNO, usado com um chapéu homburg, era cada vez mais visto em LONDRES” (LAVER, 221)”. “... só a partir do final da 1º Guerra Mundial (1914 – 1918) que as roupas masculinas caminham em direção à informalidade. O terno passou a ser usado habitualmente e depois de 1922 ficou mais curto e não possuía abertura atrás e as calças passaram a ser extremamente largas onde se via apenas o bico dos sapatos.” “Todas essas mudanças instituíram para o homem o terno como traje formal e, a partir da década de 70, este passa a ter duas peças e não mais três. (VICENT-RICARD, 1989).” Observamos que, por definição, TERNO é um vestuário de três peças (calça, colete e paletó). Ao passar para duas peças (calça e paletó), ele muda sua característica e chama-se de DUQUE ou PARELHO. Como o processo foi gradativo, as Lojas de roupas e a população continuaram com o termo “Terno”, embora erradamente. Se procurarmos no dicionário Aurélio as palavras “DUQUE” encontraremos “vestuário masculino constituído por paletó e calça de igual fazenda e cor (usa-se geralmente o termo “terno”, embora de modo impróprio)” e “PARELHO” veremos “roupa de homem (calça e paletó)”. Como podemos ver na história deste vestuário, regulamentado como “traje maçônico”, não há nenhum respaldo histórico maçônico e nem tampouco é estabelecido seu uso pela Maçonaria Universal (...).

Concluindo o seu trabalho, após várias laudas, o Irmão Marcos Sant’Anna escreve:

Se colocarmos a palavra “Maçom” em um site de pesquisa, no link de “imagens”, encontraremos dezenas de milhares de fotos e gravuras. Encontraremos homens vestidos de fraque, terno, balandrau, camisas de manga cumprida e curta, sem chapéu, com chapéu, com cartola etc. A variedade é imensa, pelo mundo todo. 

Só existe uma coisa em comum a todos estes homens que os faz ser identificados como Maçom; o AVENTAL MAÇÔNICO. 

Esta é, verdadeiramente, a vestimenta universal que identifica um Maçom. Sem o AVENTAL, nós não o identificaríamos como tal. 

É necessário que reflitamos profundamente sobre isto, em prol de uma maior harmonia entre os Irmãos, com maior integração fraterna e uma melhor operacionalização profana de nossos Aprendizes e Companheiros em sua senda ao mestrado. 

O texto acima é precioso e ajuda a ratificar que simbolicamente o terno não é autêntico na liturgia maçônica e muito menos a sua cor generalizada ou formato de vestimenta. Muito menos o terno é um vetor que pode influenciar os trabalhos de aperfeiçoamento do homem – proposta primordial da Moderna Maçonaria.

Concluindo, acredito que essas considerações poderão ser úteis àqueles que se interessarem pelo tema, contudo não é a minha intenção tornar o assunto laudatório, pois embora não concorde com os apaixonados pelo terno como traje maçônico, antes me cabe respeitar as opiniões alheias. Nesse sentido, o leitor poderá pesar, utilizando a balança do bom senso, sobre o que verdadeiramente é mais qualificado, importante e adequado para uma Instituição como a Maçonaria que tem seus ensinamentos voltados para a razão, assim como para a autenticidade dos fatos.



DIA MUNDIAL DO FIBONACCI


Hoje, 23 de novembro, é o Dia Mundial do Fibonacci, no qual recordamos um dos matemáticos mais influentes da Idade Média

Um, Um, Dois, Três: são os primeiros quatro números da sequência matemática mais famosa, a de Leonardo Fibonacci, na qual cada número é dado pela soma dos dois anteriores. Hoje, 23 de novembro, 23/11 em notação americana, é o Dia Mundial do Fibonacci, para lembrar um dos matemáticos mais importantes da história, aquele a quem devemos a introdução dos números que usamos hoje, incluindo zero.

“De abacaxi às cascas do nautilus que passa pelo Partenon e pelo homem vitruviano de Leonardo: a sucessão de Fibonacci pode ser identificada em muitos setores, natureza e não só”, explicou Luca Balletti, da Unidade de Comunicação e Relações Públicas do Conselho Nacional de Pesquisa (Cnr).

 Pouco conhecido do público em geral, mas fundamental para a história da matemática, de fato, para o matemático italiano, especialmente com a publicação de Liber abbaci, deveu-se à introdução na Europa de nove números indianos, ou árabes, e o sinal "0", cuja adoção foi inicialmente objetada, mas depois gradualmente espalhem-se até revolucionar completamente a matemática.

Leonardo Fibonacci nasceu em Pisa em 1175, interessou-se por matemática quando era jovem seguindo o seu pai que era o representante dos comerciantes pisanos na cidade portuária de Bejaia, na Cabília, região da atual Argélia. Além da matemática, Fibonacci também se tornou apaixonado pela geometria e álgebra árabe, estudando ambas as teorias dos maiores matemáticos da época e criando as suas próprias. 

Um exemplo é a seção dourada, uma síntese entre arte e arquitetura, uma proporção divina que encontramos nas estátuas harmoniosas de Fidia e também no Homem Vitruviano de Leonardo.

A proporção divina descoberta por Leonardo Fibonacci é evidente desde a antiguidade, usada para alcançar uma dimensão harmônica das coisas, e também presente na natureza. Na base existem fractais, ou seja, figuras geométricas em que um padrão idêntico se repete em todas as direções e em uma escala menor, e portanto a cada ampliação da figura aparecem motivos iguais e recorrentes.

No reino vegetal a série Fibonacci pode ser encontrada no arranjo de folhas num ramo e sementes ou caules de algumas flores. Uma sucessão do movimento rotativo que gera uma forma helicóide imaginária, cada folha ou semente estará sempre alinhada à primeira, dando origem a uma figura geométrica que se repete.

Na arte e arquitetura a proporção dourada está presente dentro da Pirâmide de Queops, entre o semilato da pirâmide e a altura da fachada triangular construída sobre ela, no Partenon, mas também em pinturas como a Gioconda.

Fibonacci tem, portanto, o crédito por descobrir uma relação matemática inquebrável entre números, a harmonia da natureza, da arte e do universo.

#pribetelgeuse

novembro 22, 2024

A ÁGUIA BICÉFALA DE LAGASH ,- Sidnei Hodinho



Alguns símbolos adquiriram tal vigor que até o não iniciado sabe que os mesmos se referem à Maçonaria. 

O esquadro e o compasso são disso mesmo um bom exemplo: pessoas com um pouco de cultura reconhecem-nos como símbolos da maçonaria. 

Não sabem é, e só o iniciado sabe, que pela disposição dos mesmos existe um significado intrínseco. 

A águia bicéfala está num outro patamar, onde somente os mais atentos percebem quando esta é um símbolo maçónico.

A “Águia de Duas Cabeças de Lagash” é o mais antigo brasão do Mundo. 

Nenhum outro símbolo emblemático no Mundo pode rivalizar em antiguidade. 

A sua origem remonta à antiquíssima Cidade de Lagash [1]. 

Era já utilizado há cerca de mil anos antes do Êxodo do Egipto, e há mais de dois mil anos quando foi construído o Templo do Rei Salomão.

Com o passar dos tempos, passou dos Sumérios para o povo de Akkad [2], destes para os Hititas [3], dos recônditos da Ásia menor para a posse de sultões, até ser trazida pelos Cruzados aos imperadores do Oriente e Ocidente, cujos sucessores foram os Hapsburg e os Romanoff.

Em escavações recentes, este “brasão” da Cidade de Lagash foi descoberto numa outra forma: uma águia com cabeça de leão, cujas garras se cravam nos corpos de dois leões, estes de costas voltadas. 

Esta é, sem dúvida, uma variante do símbolo da Águia.

A Cidade de Lagash situava-se na Suméria, no sul da Babilónia, entre os rios Eufrates e Tigre, sendo perto da actual cidade de Shatra, no Iraque. 

Lagash possuía um calendário de doze meses lunares, um sistema de pesos e medidas, um sistema de banca e contabilidade, sendo ainda um centro de arte e literatura, para além de centro de poderes político e militar, tudo isto cinco mil anos antes de Cristo.

No ano 102 a.C., o cônsul romano Marius decretou que a Águia seria um símbolo da Roma Imperial. 

Mais tarde, já como potência mundial, Roma utilizou a Águia de Duas Cabeças, uma voltada a Este e outra a Oeste, como símbolo da unidade do Império. 

Os imperadores do Império Romano Cristianizado continuaram a sua utilização, tendo sido depois adoptada na Alemanha durante o período de conquista e poder imperial.

É provável que a águia bicéfala tenha sido usada como símbolo maçónico desde o 12º século. 

Já as evidências disponíveis indicam ter sido usada pela maçonaria em 1758, após a criação do Conselho de Imperadores do Oriente e do Ocidente em Paris. 

Era parte do Rito de Perfeição, do antigo Rito dos vinte e cinco graus, evoluindo em grande parte para o sistema Escocês. 

Não existe duvida relativa ao uso da águia bicéfala pelo Supremo Conselho, 33º, Jurisdição Sul dos USA, desde 1801.

Os sucessores do Conselho de Imperadores do Ocidente e Oriente, são os vários Supremos Conselhos do Grau 33° espalhados pelo mundo, que herdaram a insígnia do emblema pessoal de Frederico o Grande, considerado como o primeiro Soberano Grande Comendador do Rito Escocês Antigo e Aceite, conferindo ao Rito o direito de a usar em 1786. 

Simultaneamente adoptou (acrescentou) mais sete graus (Aceites) aos vinte e cinco conhecidos (Antigos), chegando-se então a trinta e dois graus Antigos e Aceites. 

A estes graus foi acrescentado o Grau governativo do Rito com o número trinta e três.

Observa-se que os Supremos Conselhos que tinham laços com a Grande Loja de Inglaterra têm nos seus selos a águia com as asas para cima, enquanto que os supremos conselhos que tinham laços com a Grande Loja de França, têm nos seus selos a águia com as asas voltadas para baixo. 

Existe este padrão, seja ele intencional ou não.

Nos compêndios de heráldica encontramos a águia bicéfala e acreditamos que como resultado da presença dos cruzados no Oriente, trazida como símbolo para os Imperadores do Oriente e do Ocidente, cujos sucessores foram nos últimos tempos, os Habsburgos e os Romanovs, em cujas moedas ela aparece sistematicamente. 

Foi sendo copiada pela maioria das “Cidades Livres da Europa”, principalmente as da Alemanha, e como emblema no Império Oriental resultante da união de Bizâncio com Constantino.

O fato de a águia estar representada com as asas abertas para cima ou para baixo é uma questão directamente relacionada com o desenho do selo por um Supremo Conselho em particular, como resultante do gosto artístico de cada povo, preferindo uns o estilo clássico copiando a natureza, enquanto outros dão preferência à representação marcial. 

A Águia Bicéfala de Lagash é o mais antigo emblema do mundo e nenhuma outra figura pode gabar-se desta Antiguidade.

Como símbolo do Rito Escocês Antigo e Aceito a Águia Bicéfala de Lagash tem as suas asas abertas e é coroada (encimada) pela coroa da Prússia. 

As suas garras estão pousadas numa espada desembainhada que tem uma fita como ornamento, serpenteando-a desde o seu punho até à extremidade da lamina, contendo a divisa: “Spes Mea in Deo Est” (“A Minha Esperança Está Em Deus).

(Adaptado de Autor desconhecido)