novembro 25, 2024

 Então.


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Gregório Faria
 · 9 de mar.
Como começou a guerra de Israel vs Palestina. Existe lado certo?
Qualquer explicação sobre a questão israelense/palestina que não comece há quase 2.000 anos não vai ser uma boa explicação. Se você é cristão ou ao menos conhece a mitologia deste povo, deve se lembrar que Israel estava sob domínio (isto é, foi conquistada e mantida à força) romano. Em seus últimos dias, Jesus foi levado a uma votação em que a população poderia escolher a ele ou a um rebelde, de nome Barrabás para ser libertado pelos romanos. E escolheu Barrabás. A razão é que a maioria da população queria se ver livre dos invasores romanos e um líder rebelde (ou um rebelde) era mais popular que um líder religioso barbudo que pregava a paz e o amor. E, bom, neste clima a vida em Israel continuou por mais alguns anos até uma imensa revolta dos judeus, que derrotaram os romanos e se libertaram. Digo, foi uma imensa vitória breve e Roma lidou com a revolta da forma habitual, enviou legiões, matou tantos quantos necessários, destruiu templos e fortalezas, levou os rebeldes, suas esposas e filhos como escravos e a terra de Israel foi deixada quase vazia. Este tipo de situação aconteceu centenas de vezes na antiguidade. Povos inteiros foram escravizados e desapareceram nas areias do tempo. Mas os judeus tinham algo admirável. Mesmo escravos, mesmo oprimidos, mantinham sua cultura e costumes. E mantiveram por milhares de anos. Os egípcios? Desapareceram no tempo. Citas? Assírios? Etruscos? Todos eram minorias que, pois serem assimilados em grupos maiores, foram desaparecendo século a século até nada deles restar. Obviamente haverá 1% de genes deles aqui, 5% ali, até mesmo vamos encontrar pessoas com quase todos os genes deles, mas que não tem a língua, cultura, religião ou identidade destes povos. Eu trabalho com um indígena, ele visivelmente é indígena, mas ele se enxerga como branco, casou com uma loira e tem um filho branco… Literalmente é um exemplo de como um povo desaparece. Por os judeus manterem sua religião, parte da língua e costumes, eles também passaram a ser sempre vistos como “os diferentes” e, na era antiga e medieval, o diferente era visto como o mau. Então, vezes sem conta, algum problema acontecia, a culpa era jogada nos judeus, que eram perseguidos, forcados a fugirem ou expulsos. Por exemplo, também se você é cristão, deve ter lido na Bíblia passagens bobas, por exemplo, médico que lidava com um doente ficava impuro até se lavar. Bobagem, claro, pra que seguir regras da Bíblia? Bom, ao serem obrigados a se lavarem e banharem após tratar doentes, os médicos e cuidadores judeus praticavam a assepsia, que hoje sabemos é primordial para um médico não passar uma doença grave de um paciente para outro que só foi ver uma dor de dentes. Já numa Europa medieval, por exemplo, quando os cristãos enfrentavam pestes que - misteriosamente - infectavam todos aqueles tratados por médicos cristãos (que não se lavavam, aliás não se lavavam até um século e pouco atrás) mas não infectavam os judeus (por que será?), concluíram o óbvio: Os judeus tinham um acordo com o Diabo para não ficarem doentes e deveriam ser mortos para acabar com a praga. É, bons tempos, sem essa polarização toda de hoje. Edit: Em alguns casos, na idade média, as leis impediam judeus de terem terras. Imagine, numa época que a terra era a fonte de sustento, judeus não podiam ter terras… Sem poder ter terras, eles se mudaram para as cidades, onde se tornavam artesãos… Sendo um povo que poderia ser expulso a qualquer momento, passaram a guardar suas economias em redes de confiança, que se tornariam bancos. Por isto muitos associam judeus à riqueza e avareza. Não é que judeus sejam geneticamente banqueiros e burgueses, simplesmente após gerações só podendo fazer algumas coisas, a cultura deles se tornou boa naquilo. Aí, olha que chato, medievos pegavam dinheiro emprestado, mas na hora de pagar, conforme combinado, ficavam com raiva. Falavam mal e deixavam os judeus como malvados (imagine, cobrar pelo que emprestaram?)… O que gerou mais ódio, geração a geração eles eram perseguidos e mesmo com a chegada da Era Industrial, ainda eram vítimas de perseguição e preconceito. Até mesmo em nações mais educadas, como França, Inglaterra e Alemanha. E em países mais remotos, como no Leste Europeu e vários países das Américas, eram malvistos e mesmo mortos pelas populações locais! No Brasil e Portugal mesmo, foram expulsos! Para ver como era um sentimento com raízes profundas na cultura de então. Então, muitos judeus pensaram: ”Não somos bem-vindos à estas terras, somos sempre tratados como estrangeiros, mesmo vivendo como eles, servindo em suas guerras, trabalhando em seus governos e ajudando em sua ciência… Se não somos queridos aqui, deveríamos voltar à nossa Terra Natal.”. Então, muitos judeus foram deixando a Europa e Américas e indo morar na Palestina. A Palestina era parte do Império Otomano. E os otomanos não eram gente legal - desculpe qualquer turco que ler esta resposta, sinto muito, mas eles não eram - e oprimia muito o povo da região que, assim como os judeus odiavam os romanos, também odiava os otomanos. Nisto veio a Primeira Guerra Mundial e a Inglaterra precisava de ajuda. Os judeus tinham dinheiro e disseram “Se nos ajudarem a voltar à nossa Terra Natal, ajudamos vocês!” e os ingleses prometeram que, se vencessem os otomanos, ajudariam os judeus a criarem sua nação ali. Oh Oh… O problema é que lá já existiam - como eu disse antes - os moradores locais, os palestinos. A história dos palestinos é um pouco mais simples (simples não quer dizer menos interessante): Eles eram descendentes de árabes e judeus que haviam conseguido escapar e ficar ali depois do expurgo que Roma promoveu ali mais os filisteus, outro povo aparentado. Conquistados pelos otomanos séculos antes, viviam sob uma opressão menor que seus primos árabes, pois era uma região meio marginal do Império. Assim mesmo, eram oprimidos. E quando estourou a Primeira Guerra Mundial, os ingleses precisavam de apoio e alianças. Prometeram aos islâmicos que expulsariam os otomanos dali e os árabes seriam livres para refazer seu antigo Reino das Arábias. E toca os árabes e palestinos pegarem em armas e lutarem contra os otomanos, morrendo às centenas de milhares, mas ajudando imensamente na vitória inglesa. De repente, os ingleses prometeram livrar os islâmicos (árabes e palestinos) dos otomanos e cumpriram sua promessa. Ou quase. Eles cumpriram a metade de que iam libertar os povos do Oriente Médio dos otomanos. Mas esqueceram a parte de dar autodeterminação a eles e tomaram o lugar dos otomanos como donos do lugar. É. Chato, né? Mas, bem, quem acredita em promessas de inglês tem mesmo que tomar na tarraqueta. Naquele mesmo tempo, os ingleses precisavam de dinheiro. Judeus eram muito ligados a bancos, financeiras e indústrias. E os ingleses pediram ajuda, prometendo que, uma vez vencida a Alemanha e o Império Otomano, dariam uma parte das terras da Palestina para que os judeus pudessem estabelecer sua terra. Os judeus então fizeram sua parte, ajudaram a financiar a Inglaterra contra a Alemanha. Ajudaram com pesquisas e ideias para vencerem a guerra e também enviaram seus filhos para lutar lado a lado com eles, também morrendo aos milhares. E, uma vez vencida a Guerra, eles cumpriram a metade do acordo e deixaram os judeus voltarem para sua antiga Terra Natal, a Palestina. Mas esqueceram a parte que dariam aquelas terras aos judeus, eles chegavam lá e já tinha gente morando e controlando o lugar. Simplesmente trocaram a Europa pelo Oriente Médio. É. Chato, também, né? Mas, bem, quem acredita em promessas de inglês tem mesmo que tomar na tarraqueta. ___________ Os judeus, os árabes e os palestinos tomaram na tarraqueta. Tanto os ingleses não libertaram a Palestina, como também não criaram o reino novo de Israel. Ficaram com tudo. Tá ficando grande este texto, né? Piora mais pra frente. Desculpem-me. Sou péssimo em resumir. Agora, ao mesmo tempo que estavam felizes de ter quase ajudado todo mundo, os ingleses ficavam muito chateados. Acredita que tanto os palestinos como os judeus ficavam reclamando, arrumando briga e até mesmo conflitos e confrontos com eles? Uma injustiça contra o povo que ajudava todo mundo sem querer quase nada em troca (O último rei de Portugal que o diga). De qualquer modo, a região estava dando problemas, era uma dor de cabeça. A cada di acreditavam naquele povo que só fazia promessas de boca. Ambos estavam certos. Sério, não é ironia. Eram duas culturas se encontrando e é normal este choque. Edit: Imagine um mexicano chegando nos EUA, com uma lingua, uma cultura, uma religião diferente… Não acha horrível os americanos racistas que não aceitam imigrantes? Pois é, os vitória inicial, começaram a brigar entre si e deram o tempo para Israel organizar suas defesas e contra-atacu e tomou parte das terras deles. Aqui, é uma opinião pessoal. Ao atacar os vizinhos, os árabes/palestinos fizeram o pior negócio de suas vidas. Se um país o invade e você vence, e normal tomar terras dele. No caso de Israel, era deserto, não terreno fértil. A razão de tomarem tais terras era estratégica. Por exemplo, se os árabes reunissem uma frota de mil tanques na Palestina e decidissem atacar, eles teriam que marchar por uma hora e chegariam a Israel. Não haveria tempo hábil de organizar as defesas, enviar os civis para proteção e contra atacar. Mas as terras conquistadas faziam com que o mesmo exército inimigo, uma vez determinado a atacar, demorasse duas horas. Mais tempo para compor uma defesa e enviar civis para a segurança. Então é entendível a tomada de terras (deserto). Era necessário para a segurança e quem atacou foram os árabes! Não é igual seu colega fala que os israelenses foram invadindo terra alheia. Os árabes engoliram a derrota. Israel até mesmo fez a proposta: ”Ei, se fizerem as pazes conosco, aceitarem nosso pais, devolvemos estas terras” Mas não aceitaram. Eles não queriam aquelas terras de volta, queriam tudo. Há de se entender o lado árabe, mas a lambança da ONU (sempre esquece-se disto) gerou a situação. Os israelenses- depois de quase extintos- receberam o país e não iam se desfazer dele. O novo ataque gerou uma nova derrota árabe e uma nova vitória israelense. Mais alguns anos de ódio e outro ataque. Desta vez Israel perdeu muito, teve muitas perdas mas ainda assim, venceu. E se preparou para evitar perder novamente. Finalmente houve a última guerra, com apoio velado soviético de um lado e americana do outro e novamente uma vitória acachapante de Israel. Israel, no entanto, agora dona de vastos territórios, ofereceu de novo o acordo, eles devolveriam as terras tomadas além da divisão da ONU em troca de paz. O Egito e a Jordânia aceitaram e Israel devolveu as terras tomadas. E fez novamente a oferta aos palestinos. Que mandaram eles enfiarem a oferta no Mar Morto, pois só aceitariam a paz com a morte do último judeu. E, bem… Enquanto isto, uma triste transformação ocorreu no lado palestino. Muitos irmãos árabes, radicais, foram para lá, lutar contra Israel e converteram os palestinos para sua jihad, de forma que as crianças que nasciam já eram educadas a odiar e a buscar retornar as terras que eram delas por direito. Sem o apoio militar de outros países, os palestinos passaram a usar de atos terroristas, isto é, assassinar de forma brutal e até como um show, para atrair atenção para sua causa. Voos eram sequestrados e passageiros judeus (até os que não eram israelenses) mortos. Atentados a bomba. Chacinas. Mais ainda. Na Jordania, refugiados palestinos tentaram tomar o poder. Foram expulsos. No Líbano, outrora um dos países mais tolerantes do Oriente Médio (mais até que o a Israel de então) começou a ser influenciado pela jihad dos palestinos, que também queriam tomar o poder e entrou numa terrível guerra civil, que dura até hoje. Por esta razão, palestinos começaram a ser malvistos mundo afora. O Egito mesmo, se recusou a aceitar refugiados palestinos. E o fez porque também lá os palestinos aceitos como refugiados se tornaram um problema. Eles chegavam como refugiados mas logo tentavam convencer a população local a ajudá-lós e, se não tivessem sucesso, passavam a causar problemas. Não é que os palestinos sejam maus por si, mas a cultura do ódio que surgiu e não foi eliminada atravessou fronteiras e gerações. Na verdade, mesmo anos atrás foi dada a oportunidade de a Palestina aceitar a divisão (que já existia como fato há décadas) mas eles reiteraram sua declaração que só aceitariam tudo, nunca a metade. Houve mais de uma chance de paz. A última, quando Yitzhak Rabin chegou bem perto de um acordo com Yasser Arafat e foi morto por um radical judeu. Sim, um radical judeu matou o primeiro-ministro de a Israel. Justamente porque ele acha errado devolver as terras em troca de paz. O mesmo acordo que os palestinos haviam recusado mais de uma vez. Algumas pessoas falam com uma certeza absoluta “Se não fossem os judeus, teria havido acordo de paz”, mas é impossível saber, já que estavam em negociações ainda e, como eu disse, as mesmas propostas já haviam sido recusadas antes. Só que para quem odeia os judeus, se um deles recusou, só prova que os judeus são maus. Os palestinos terem recusado 10 vezes? Não importa. É complicado usar pessoas assim como base. O fato é que, depois de décadas com aquelas terras, Israel ainda recebendo judeus de todo o mundo, decidiu torná-las terras de assentamento de pessoas. Os palestinos - que não aceitavam antes aquelas terras de volta em troca da paz - de repente começaram a reclamar na ONU, na mídia, em todo lugar que Israel estava colonizando as terras palestinas. Bom, se elas foram conquistadas após os palestinos e árabes os atacarem e se durante décadas os palestinos não quiseram estas terras de volta em troca de paz, o que Israel deveria fazer? Deixar o deserto lá? Video legendado, com Hillary Clinton, política da esquerda americana falando apenas dos casos que ela acompanhou. Os palestinos recusaram várias oportunidades de terem seu Estad. Minha opinião pessoal. Meio óbvio que eu pareço apoiar mais Israel neste caso, mas acho que não escrevi mentira alguma em minha resposta. Se eu tiver escrito algo falso, basta mostrarem onde e farei a devida correção. O texto já ficou enorme e são 3 da manhã. Se eu ficar mais 5 minutos escrevendo minha esposa vai me mandar pra sala, com a cachorrinha que dorme no sofá. Basicamente a situação é complicada demais para haver um lado certo e um lado errado. A ONU criou um problema e é um problema real. Mas ler dezenas de respostas (nesta e em outras perguntas similares) colocando Israel como a culpada sem falar do real histórico (ou mentir mesmo para ser contra Israel) é errado e não ajuda a criar um clima de real busca de soluções. A situação é que a ONU dividiu a Palestina, que era uma região tomada do Império Otomano na Primeira Guerra Mundial, entre judeus e palestinos. Os judeus aceitaram quase imediatamente a proposta. Eles sofreram perseguição e morte aos milhões e eu consigo entender a razão deles quererem uma terra deles, mesmo um deserto. Atacados pelos palestinos e árabes, que não aceitaram um Estado judeu no Oriente médio, os israelenses se defenderam e tomaram parte das terras dos atacantes. Deserto quase sem valor, ofereceram de volta em troca de paz. Egito e Jordânia aceitaram. Palestina, não. E o conflito continuou. Hoje, 70 anos depois, um judeu de 18 anos nasceu em Israel. É a terra natal dele. Também é a terra natal de seu pai, de 40 anos, pois também ele nasceu lá. É a terra natal de seus avós, de 60 anos. Três gerações deste jovem nasceram em Israel. Ele não é um invasor. Tem tanto direito à Terra quanto qualquer um nascido lá. Um palestino nasceu na Palestina. Assim como seus pais. E seus avós. Mas ele diz “Aquela é minha terra” sem ter nascido lá? Ensinaram que é e ele aceitou. Não é difícil entender que erraram em 1948, mas agora seria outro erro desfazer o que foi feito. E foi feito o mesmo na Grécia/Turquia e Índia/Bangladesh (com os mesmos resultados), por que só em Israel e Palestina deu ruim? Não foi só lá. Mas tem um fator importante que diferencia dos outros. Israel ficou rica. Transformou pântanos em florestas e desertos em terras agrícolas. Ergueu cidades no meio do nada que expressam seu desenvolvimento. A Palestina se fechou em seu ódio. Cada centavo ganho direcionado a odiar. Nas escolas ensinam seus filhos a odiarem os vizinhos. Dinheiro para encanamento, energia, infraestrutura, tudo desviado para guerra e doutrinação. Eles poderiam ter sua própria Israel, mas o ódio não deixa. E o apoio que a Palestina recebe é porque, para alguns, não importam os fatos. Se ê um rico contra um pobre (mesmo que pobre por erros próprios) tal pessoa fica ao lado dos pobres. E este é a o pior motivo para ficar ao lado de qualquer umBasicamente, após os romanos destruírem Israel e levarem seu povo como escravo, eles perderam sua terra Natal. Além dos escravos, os judeus fugiram para o restante do mundo antigo. E isto era um bocado ruim, pois sempre eram tratados como estrangeiros, forçados a abdicar sempre de sua cultura, seus valores e sua religião.

Os judeus eram literalmente acusados de tudo o que havia de ruim em cada lugar que iam, por gente querendo suas riquezas, querendo que eles largassem suas culturas para se submeter à cultura local ou por simples ódio ao diferente. E isto por milhares de anos.

Quando pensamos na morte de judeus pelos alemães, acabamos achando que era um ódio "local", mas não. Os EUA, recusavam receber fugitivos judeus europeus quando a Alemanha começou a persegui-los. O próprio Brasil não quis receber fugitivos judeus! Na verdade, ainda enviamos uns e outros para a Alemanha! E, na verdade, o mundo todo tinha seus preconceitos contra eles.

Então, quando houve a guerra, a França derrotada enviou seus judeus à Alemanha (lembrando que, tendo nascido na França, eram franceses e não um povo qualquer a ser mandado embora), há uma foto terrível de uma mulher judia com sangue escorrendo do nariz e com as roupas rasgadas fugindo de homens no leste europeu e o mais triste, uma criança estava com um porrete, rindo enquanto a perseguia. Não vou puxá-la para evitar que a resposta seja travada (já aconteceu). Mas imagina, uma mulher judia, quando os alemães chegaram e falaram que podiam atacar os judeus, foi perseguida por habitantes de um país que sequer era da "raça superior" alemã. Ou seja, eles não começaram a ser perseguidos por Hitler, o ódio contra eles já existia há milênios.




Finalmente, após os crimes nazistas serem descobertos, milhões de pessoas mortas, os povos do mundo perceberam e aceitaram que os judeus tinham direito a uma terra para si, pois enquanto fossem minorias em outros lugares, poderiam voltar a ser vítimas.

E a ONU acabou votando pela criação do Estado de Israel e da Palestina, dividindo as terras entre os dois povos. Os judeus, que haviam acabado de fugir do Holocausto ou décadas de ódio, aceitaram na hora. Israel seria um país independente.

Os palestinos? Não! Eles não aceitaram a partilha, metade da terra? Nunca. E se aliaram aos árabes para invadir Israel, matar todos os judeus e tomar as terras de volta.

Perceba, eles iam terminar o que Hitler começou.

Imagine aquele trumpista dizendo que deveriam enviar de volta os mexicanos para o México e construir um muro para eles não voltarem… Imaginou? Você não gosta da ideia, acha o trumpista um nazista ou algo assim, certo? Então. Os palestinos e árabes não iam expulsar os judeus, iam matá-los até a última mulher e criança.

Você pode entender o lado palestino, mas a menos que também entenda e apoie o lado dos extremistas americanos anti-imigração, está apenas usando de dois pesos e duas medidas.

Só que os próprios árabes e palestinos não se entendiam, um aliado queria que o outro aliado fosse na frente (para morrer), com a ideia de que, depois, tomaria Israel e ainda pegaria o vizinho sem exército para o conquistar também. Esta discórdia entre os atacantes deu tempo para Israel se defender (sem ajuda de EUA, como tantos falam) e expulsar os invasores.

Mais ainda, expulsaram os invasores e tomaram as terras ao redor de Israel para não serem atacados de fronteiras próximas.

Após a expulsão dos invasores, Israel ofereceu "Gente, queremos a paz, se aceitarem nosso povo existir, devolvemos a terra que tomamos na guerra!" e não aceitaram.

Anos depois houve uma segunda invasão, que novamente Israel venceu. Tomou as terras de onde foi enviado o ataque e ofereceu "Gente, queremos a paz, a gente devolve a terra se aceitarem!". E nada.

E outro ataque. Outro ataque. Outro ataque.

O Egito aceitou milhares de palestinos refugiados em seu território, refugiados que começaram a realizar atentados contra egípcios e a querer tomar a terra do Egito para si, o que deixou eles contra os palestinos e os levou a aceitar o acordo. Fizeram paz com Israel. E, olha, Israel devolveu as terras para o Egito.

Na Jordânia, o rei acabou percebendo que não tinha como vencer e enfrentando os palestinos que eles receberam como refugiados, no que o rei foi morto pelos palestinos, quer queriam tomar o poder lá. Os palestinos foram expulsos, a Jordânia não quer ver eles nem pintados de ouro mais e, claro, aceitou a paz em troca da devolução das terras.

Perceba, Israel não quer milhares de quilômetros de deserto. Quando você olha os mapas pensa "Nossa, quanta terra tomada", mas não percebe a que a maioria não serve para nada. É terra para dizer que é "nossa", mas é deserto, inútil, exceto como aumento de fronteiras para impedir invasões.

E Israel ofereceu aos palestinos a mesma coisa "Olha, só aceite nossa existência e devolvemos as terras conforme o acordo da ONU!" e, bom, se você parar para pensar, foram 76 anos e nada… Ou seja, os palestinos não querem as terras, querem tudo.

O problema é que se Israel ofereceu as terras em troca de paz em 1950 e os palestinos não aceitaram, tais terras ficariam 74 anos sem serem usadas. Com uma nova proposta em 1960 e os palestinos continuando não aceitando, tais terras continuariam ser ser usadas por outros 64 anos. Pulamos para 1970 e nova proposta. 1980 e nova proposta. 1990 e nova proposta. 2000 e nova proposta. Nada.

Os palestinos não querem as fronteiras estipuladas pela ONU e tais terras lá, sem uso.

Israel, depois de perceber que seria assim, passou a enviar colonos para lá. É verdade. mas a alternativa é as terras ficarem até 2099 sem ninguém?

Ou seja, terras que não eram usadas e Israel ofereceu em troca de paz mas não foram aceitas, depois de décadas Israel começou a colonizar, já que o povo palestino não quer aquelas terras em troca de paz.

Nisto, os mesmos palestinos que não queriam aquelas terras a troco de aceitar Israel existir, que já nutriam ódio por eles, agora dizem "Ó, eu só odeio Israel porque estão colonizando nossas terras"…

Se você só se informa por fontes pró-Palestina, vai parecer maldade mesmo.

Há um outro lado, palestino, que deve mesmo ser lido, mas com muito senso crítico porque há um claro viés na imprensa e muitas vezes você lê meias verdades, lê verdades mas escritas de forma a defender um lado mais que outro…

O fato é que os palestinos são pobres e são os mais fracos. E a gente - ocidental - tem a tendência a apoiar o mais fraco. Mas basta pensar que tentaram tomar terras dos egípcios, mataram o rei da Jordânia, apoiam terrorismo há décadas, aplaudiram terroristas que mataram milhares e, olhe o absurdo, tem mulheres dizendo que o estupro é correto para humilhar as mulheres judias, você percebe que, infelizmente, os palestinos estão na contramão do que achamos justo.

Nós os defendemos porque enxergamos pobres coitados contra ricos judeus (olha o preconceito contra judeus aí), mas enquanto os próprios palestinos não largarem o discurso de ódio (e falo discurso de ódio verdadeiro), não haverá solução.


Não.

Piora. Apesar de a prefeitura ter criado o problema, o prefeito lava suas mãos e finge que não está sabendo da ameaça e não envia a polícia para proteger os habitan

Depois, o Netanyahu pode realmente estar cometendo crimes de guerra, e não há nenhum problema em falar isso, inclusive de uma perspectiva sionista. Eu sou sionista, e tenho duras críticas a fazer so


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Meu amigo. Se eu for até a sua casa, matar a sua mãe, estuprar as suas filhas, e queimar seu bebê vivo no seu forno, você chegar na sua casa, e ver sua família inteira decapitada, com balas e sangue por todo lado, vai mesmo defender terrorismo?

É como diz aquela máxima, "pimenta no cú alheio é refresco".

Uma organização terrorista que têm no seu lema o "extermínio do povo judeu", e você vêm aqui escrever "Por que há tantas mentiras por parte de Israel em relação a Palestina?"… Ou você é muito inocente, ou muito canalha para defender tais atrocidades e ainda dizer que é mentira.

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Aqui estão as fotos de duas das três áreas em que os judeus se estabeleceram na década de 1920. Ambas as áreas eram pântanos artificiais completamente despovoados devido à malária causada pelo desmatamento e sobrepastoreio. O primeiro é o Vale Hulah ao norte do Mar da Galiléia:

A escarpa das Colinas de Golan pode ser vista à distância. Observe a completa falta de árvores. O seguinte é o Vale de Jezreel:

Observe a intensa agricultura e as cidades brilhantes que a propaganda árabe palestina afirma que existiam naquela época. Até que os pântanos artificiais fossem drenados e os mosquitos mortos, ni

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Que pergunta! Conforme a pessoa que te responder, poderás ter uma resposta completamente diferente. Se fosse simples, já estaria resolvido. Tanto os Judeus como os Palestinianos (essencialmente um povo árabe) têm uma longa presença histórica no território. Os Palestinianos terão talvez argumentos mais fortes: antes do sionismo, poucos Judeus lá viviam e o povo judeu estava quase ausente desde o tempo dos Romanos; pode-se também dizer que a própria Bíblia admite que os Hebreus chegaram lá, há mais de 3.000 anos, e expulsaram dali os Filisteus, que até certo ponto podem ser tidos como antepassados dos Palestinianos. Contudo, os Judeus têm toda a sua tradição religiosa ligada àquela terra, viveram ali (em parte como povo independente) durante mais de mil anos e, tendo sido dali expulsos e tendo-se espalhado pelo mundo, sofreram inúmeras perseguições e acabaram por ser exterminados em massa pelos nazis durante o Holocausto, o que lhes deu legitimidade internacional para ter uma pátria onde pudessem governar-se e viver em segurança, que obviamente não podia ser «qualquer sítio». Regressar à Palestina (sionismo) era um movimento que ia ganhando força entre os Judeus já antes do Holocausto e que a partir daí se tornou imparável.

Quem só vir os direitos de um lado é sectário ou mesmo fanático. E há fanáticos nos dois lados. Os «donos» são dois povos que vivem de costas voltadas e se hostilizam mutuamente. Se não puder haver um país para cada um, terá de haver um dia um país que respeite os direitos e interesses de ambos.

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ÉTICA? ÉTICA... ÉTICA! - Rui Bandeira


O tema comum do nosso encontro de hoje é ÉTICA. Mas será que todos temos a mesma noção deste termo? Não arriscarei muito se afirmar que, se fizéssemos um rápido inquérito entre todas e todos os presentes, obteríamos respostas diversas... Acho portanto útil maçar-vos alguns minutos com uma referência ao que os Mestre da filosofia entenderam, ao longo do tempo, sobre o significado de Ética.

Para Sócrates, a Ética consistia no conhecimento, de forma a vislumbrar, através da felicidade, o fim, o objetivo, dos nossos atos. A Ética tinha como propósito preparar o homem para se conhecer a si próprio, uma vez que, precisamente, é o Conhecimento a base do ato ético. Essencial era o Conhecimento da Lei, das normas sociais vigentes, porquanto, para Sócrates, a obediência à Lei era o limite entre a civilização e a barbárie. Em suma, para Sócrates, o Conhecimento que subjazia à Ética não se limitava à mensagem do Oráculo de Delfos, o conhecido aforismo do “Conhece-te a ti mesmo” – ainda hoje um dos pressupostos ideológicos da Maçonaria especulativa -, mas abrangia necessariamente o conhecimento, a obediência e a atuação respeitadora das leis vigentes na Sociedade, condição essencial para a existência e manutenção do corpo social.

Já para Aristóteles, a Ética podia ser definida como uma busca da felicidade dentro do âmbito do ser humano, se o Homem se esforçar a atingir a sua excelência. A Felicidade como objetivo era central no conceito aristotélico de Ética e consistia na realização humana e no sucesso que o Homem pretendia obter, para tal agindo no seu mais alto grau de excelência, através do desenvolvimento das suas qualidades de caráter. Esta noção de aperfeiçoamento, de aprimoramento das nossas caraterísticas, em busca da maior aproximação possível da Perfeição também é cara ao ideário maçónico.

Platão construiu o seu conceito de Ética em torno da finalidade da condução do Homem ao Bem, um dos valores arquetipicamente existentes no mundo ideal, no plano dos Deuses, que os homens apenas podiam aspirar a emular. Em face deste arquétipo do Bem, a vida humana não se poderia resumir apenas à busca do prazer, mas dever-se-ia dedicar a atingir o valor mais alto do Bem. Para tal, era essencial a ideia da Ordem, ou da Justa Proporção, que consistia no equilíbrio de diversos elementos desembocando no mesmo e justo fim. Designadamente, o Bem atingia-se através da atuação na justa medida, do equilíbrio, entre o Prazer e a Inteligência. Tal Bem, evidentemente – falamos do fundador do Idealismo... – não consistia nas coisas materiais, mas em tudo aquilo que permitia o engrandecimento da alma, ou seja, a ética platónica ensinava que acima dos prazeres, riquezas ou honras estava a prática das Virtudes – outro conceito que indubitavelmente integra o cerne do pensamento maçónico. 

Voltando agora a atenção para a Idade Média, verificamos que Santo Agostinho – talvez o melhor exemplo do pensamento dominante em dez séculos de História do Pensamento Ocidental – tinha, não surpreendentemente, uma noção completamente diferente do conceito de Ética. No paradigma agostiniano, a Ética Humana dependia de dois polos: por um lado, Deus, o Supremo Bem; por outro, o Pecado Original, afetando toda a Humanidade. Por via deste, o Homem não era intrinsecamente Bom e necessariamente que seria levado ao Mal e aos vícios da carne, a não ser que lograsse seguir uma vida virtuosa, em Deus. Para Agostinho, a atuação ética pressupunha o domínio da natureza humana, conspurcada pelo Pecado original, mediante uma vida virtuosa, através da qual seria possível aceder à Salvação. Para ele, a verdadeira Felicidade está na esperança da Salvação e, portanto, depende da Vida Eterna. Assim, embora Agostinho partilhasse com Aristóteles a noção da essencialidade da prática das virtudes e do aprimoramento individual, porque para ele Deus é o princípio e o fim de todas as coisas, a Felicidade é inatingível no decorrer da vida humana, só sendo alcançada junto de Deus na Vida Eterna, para tal sendo indispensável a conduta ética, isto é, a vida virtuosa.

Oposto à visão agostiniana da Ética é o conceito que dela teve Nicolau Maquiavel. Refletindo na esfera do Poder, sua obtenção, manutenção e exercício, mas facilmente se extrapolando o seu pensamento para a conduta humana em geral, Maquiavel define como valores essenciais a manutenção da pátria e o bem geral da comunidade, tudo se subordinando a eles, custe o que custar. Assim, uma ação só numa perspetiva histórica pode vir a ser considerada boa ou má, consoante o resultado com ela obtido em prol dos ditos valores essenciais. Esta crua visão facilmente pode ser considerada como anética, pois põe o acento tónico nos fins, nos objetivos, cuja obtenção ou não justificaria ou não a ação realizada. Mas a simples recusa desta noção é, a meu ver, insuficiente. Importa ainda anotar o primeiro aparecimento da prioridade absoluta do coletivo sobre o individual. O indivíduo pode ser sacrificado, sem qualquer limite, em prol do interesse coletivo, considerando Maquiavel ser tal perfeitamente ético... se resultar! Esta noção veio a ser desenvolvida amplamente, designadamente pela corrente materialista, nos séculos XIX e XX e, neste último século, temos visto várias consequências da sua aplicação. Adiante, que a companhia não é das melhores...

Descartes retoma o conceito de que a Ética constitui a realização da Sabedoria, suficiente para a Felicidade, a qual é por ele considerada “a melhor existência que um ser humano pode ter esperança de alcançar”. Para ele, a Ética assenta em dois pilares essenciais: a Virtude e a Felicidade, aquela entendida como uma disposição da vontade para efetuar escolhas de acordo com o juízo da Razão sobre o Bem, esta singelamente entendida como a tranquilidade. A noção cartesiana da ética redunda assim na compatibilização das visões socrática, aristotélica e platónica sobre o tema. O Renascimento na sua mais evidente expressão… 

A obra-prima de Baruch de Spinoza tem para nós, maçons, o sugestivo título de A Ética demonstrada à maneira dos geómetras. Está dividida em cinco partes, nas quais trata sucessivamente do Ser, do Homem, dos Afetos, da Servidão humana e da Liberdade. Para Spinoza, a razão e os afetos não se opõem. A própria razão é um afeto, um desejo de encontrar ou criar as oportunidades de alegria na vida e evitar ou terminar as circunstâncias causadoras de tristeza. Em suma, a Razão é ela mesma um afeto tendente à Felicidade. A ética de Spinoza é a ética da alegria, só ela nos conduz ao amor e à felicidade. Para ele, a Ética não resulta do altruísmo, bondade ou solidariedade, mas da própria condição natural. Está mais próximo dos clássicos gregos do que de Santo Agostinho. Tal como aqueles, para Spinoza a Felicidade é o objetivo último da ação humana. 

Locke acreditava que a Ética tem que ser demonstrada racionalmente, pois nenhuma regra de conduta moral é válida se a sua necessidade não for fundamentada através da Razão. Para ele, os principais fundamentos (racionais, obviamente) das regras morais são a busca da Felicidade e o propósito de evitar a deterioração da Sociedade.

A propósito de Razão, o teórico da Razão Pura, Immanuel Kant, relativamente ao conceito de Ética não estabelece nenhum bem ou fim que tenha de ser alcançado e não se pronuncia sobre o que temos de fazer, apenas sobre como devemos atuar. Para ele, o que importa é a intenção, a coerência entre a Lei e a ação, não o fim. Situa-se claramente nos antípodas do florentino Maquiavel. Se alguma aproximação lhe detetamos é ao pensamento de Sócrates.

Nietsche rejeita uma visão moralista do mundo e atribui os valores éticos ao campo das emoções, não da Razão. Para ele, o Homem Ético é aquele que não reprime os seus instintos, desejos e emoções, concretizando-os em atos libertários. Dificilmente se poderia conceber um conceito mais individualista do que este! 

Habermas considera que a Ética depende da valorização da Diferença e da Liberdade Humana, impondo que a Diferença seja equiparada à normalidade. A Ética projeta-se em valores como a Vida, a Solidariedade, a Cooperação, a Amizade. 

Finalizo esta excursão por vários Mestres da filosofia com a referência a Peter Singer, filósofo australiano da Ética Prática. Para Singer, em termos de aplicação prática, Ética e Moral são sinónimos e enfaticamente ele chama a atenção para algo de que pudemos aperceber-nos ao longo do enunciado de pensamentos com que os venho maçando: a Ética NÃO É um conjunto de proibições. Como ele cristalinamente ilustra, mentir em circunstâncias normais é um mal – mas no caso de uma pessoa vivendo na Alemanha nazi a quem a Gestapo batesse à porta à procura de judeus, mentir negando a existência de judeus escondidos nas águas-furtadas da casa era o eticamente adequado...

Para Singer, Ética é uma perspetiva que concede à Razão um papel importante nas decisões e os juízos éticos devem ser formulados de um ponto de vista universal, isto é, os interesses individuais ou de grupo não valem mais do que os outros interesses de outros indivíduos ou de outros grupos. O juízo ético é aquele que procura, em relação a cada problema, determinar a solução ou a conduta que possibilite o maior bem, entendido como a maior e melhor satisfação das necessidades possível – ou seja, a maior Felicidade!

Feita esta resenha do pensamento de vários Mestres, verificamos que, na diversidade dos seus pensamentos, podemos detetar uma linha comum, talvez um pouco surpreendente: a Ética tem essencialmente a ver com a busca e o anseio humanos pela Felicidade! As normas, as imposições ou proibições de condutas que normalmente associamos à Ética não são o cerne do conceito, mas as condições para a viabilização dessa busca humana da Felicidade.

Entendemos assim facilmente porque há em diferentes épocas e latitudes tão diferentes conceitos de Ética: porque as condições de vida e de enquadramento social de cada época e latitude tornaram diferentes as formas de busca e de tentativa de concretização do humano anseio pela Felicidade.


Sendo assim, compreende-se que é normal a primeira afirmação que hoje fiz: cada um dos presentes terá uma diferente noção de Ética porque, embora de forma porventura subtil, a Felicidade que cada um busca é diferente da dos demais, é própria, pessoal e intransmissível.

Mas, sendo assim, que denominador comum poderei eu sugerir hoje, aqui e agora, sobre Ética, de forma que seja aceitável para os apressados espíritos de hoje, inundados de informação tão abundante que nem sequer logramos, por vezes, sobre ela incidir um juízo verdadeiramente crítico? 

Sem grande preocupação de rigor científico – por evidente e confessada falta de capacidade para tal -, mas procurando ilustrar o conceito de uma forma sugestiva, gostaria de vos propor um entendimento de Ética que julgo ser uma noção completa, isto é, com princípios, meios e fins: 

ÉTICA É O CONJUNTO DE PRINCÍPIOS QUE NORTEIAM A DETERMINAÇÃO E UTILIZAÇÃO DOS MEIOS À NOSSA DISPOSIÇÃO PARA ATINGIRMOS OS FINS A QUE NOS PROPOMOS. 

Atenção que Ética não é uma declaração de princípios. Ética é a utilização dos princípios por cada um adotados. Um solene conjunto de princípios, por muito bonitos ou consensuais que sejam, que serve apenas para eles serem invocados, declarados, apregoados, mas que na realidade não são utilizados, é como a coleção de porcelanas da minha tia-avó: só serve para estar exposta na sala e ser exibida às visitas! Não passa de bacoca manifestação de vaidade e fútil exibição de pretensas preciosidades, alegadamente valiosas, mas realmente inúteis! Em nada e para nada releva ou interessa apregoar ou invocar ou proclamar solenes princípios se estes não passarem de palavras soltas em ocasiões julgadas oportunas e não forem efetivamente praticados.

A Ética não está nos princípios declarados, está nos princípios praticados. Não está nas palavras, está nos atos. Não está nos consensos formados, está nas cooperações levadas a cabo. Não está nas intenções, está nas concretizações. Não está nas justificações, está nas consequências. Não está dentro de cada um de nós, está no que cada um de nós projeta para o exterior de si.

A Ética não é um conceito estático, é uma aplicação dinâmica. O Homem não É ético. O Homem sempre, em cada momento, renova-se e FAZ-SE Ético, em cada decisão, em cada escolha, em cada ato.

Só temos verdadeiramente Valores, ou seja, Princípios, se os utilizamos SEMPRE para conformarmos os nossos atos na concretização dos nossos objetivos (e sempre é sempre: quando nos convém e principalmente quando não nos convém).

PRINCÍPIOS que determinam os nossos MEIOS para atingirmos os nossos FINS – esta a noção de Ética que considero adequada para todos. 

E esta noção de Ética, bem vistas as coisas, não é limitadora, é construtora. Construtora da nossa personalidade e da nossa conduta. Construtora da nossa imagem de nós perante nós próprios. Construtora do conceito que granjeamos dos outros em relação a nós. Construtora do que somos, do que fazemos, do que conseguimos. Construtora do sentido das nossas vidas. Construtora das nossas vitórias, mas também construtora da superação dos nossos desaires. Construtora da nossa Vida, do nosso lugar na Vida e da nossa legítima fruição da Vida. Construtora, em suma, da nossa FELICIDADE.

Afinal os Mestres tinham razão! Por isso os reconhecemos como tal!

Bibliografia:

https://jfariaadvogados.wordpress.com/2010/01/27/a-etica-de-socrates/, consultado em 8/4/2015.

http://www.webartigos.com/artigos/a-etica-em-aristoteles/23318/ , consultado em 8/4/2015.

http://www.webartigos.com/artigos/a-etica-platonica-e-aristotelica/87414/ , consultado em 8/4/2015.

https://sentadonalua.wordpress.com/2012/07/12/a-etica-de-santo-agostinho-frente-a-etica-aristotelica/, consultado em 11/4/2015.

http://descartesfilosofia.blogspot.pt/p/etica.html, consultado em 11/4/2015.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Nicolau_Maquiavel , consultado em 11/420/15.

http://www.filosofia.com.br/historia_show.php?id=79 , consultado em 11/4/2015.

http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89tica_%28livro%29 , consultado em 11/4/2015.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Baruch_Espinoza , consultado em 11/4/2015.

http://www.eses.pt/usr/ramiro/docs/etica_pedagogia/A%20%C3%89TICA%20DEESPINOSA.pdf , consultado em 11/4/2015.

http://www.efdeportes.com/efd129/a-etica-revisitada-olhares-atraves-da-historia.htm , consultado em 11/4/15

http://afilosofiadaintegracao.blogspot.pt/2009/03/etica-de-kant.html , consultado em 11/4/2015. 

Peter Singer, Ética Prática, consultada em 11/4/2015, em http://docente.ifrn.edu.br/edneysilva/etica-pratica

AS LUVAS - Almir Sant’Anna Cruz



O Aprendiz recebe, quando de sua iniciação, dois pares de luvas brancas: um par masculino e outro feminino. 

Em vários cultos prescreve-se que se cubra as mãos para o cumprimento de funções sagradas. 

Na Igreja Católica, por exemplo, quando da consagração, os bispos e cardeais recebem luvas litúrgicas de seda, bordadas de ouro e com símbolos e monogramas, representando a pureza de coração e das obras.

Na Maçonaria, as luvas brancas simbolizam a distinção, a pureza e a inocência.

As luvas masculinas, para uso do Aprendiz, simbolizam a sua admissão no Templo da Virtude e indicam, pela sua brancura, que nunca deverá ser manchada com as águas lodosas do vício, pois seus atos devem ser puros e imaculados.

As luvas femininas são destinadas à mulher que o Aprendiz considera mais digna de sua estima e afeto, sua inspiradora de todas as obras grandes e generosas.

Goethe, iniciado em Weimar em 23 de junho de 1780, ofereceu o par de luvas brancas que recebera à Condessa Von Stein e fê-la ver que, se o mimo era de aparência insignificante, apresentava contudo a singularidade de não poder ser oferecido por um Maçom senão uma única vez em sua vida. 

Oswald Wirth afirma: As luvas brancas, recebidas no dia de sua iniciação, evocam ao Maçom a lembrança de seus compromissos. A mulher que lhas mostrar quando ele estiver a ponto de desfalecer será como uma consciência viva, a guardiã de sua honra. Que missão mais elevada poderia ser confiada à mulher que mais se estima? 

Jules Boucher in A Simbólica Maçônica, dá às luvas um sentido esotérico: Sabemos, com certeza, que um magnetismo real emana da extremidade dos dedos e que as mãos enluvadas de branco só podem deixar filtrar um magnetismo transformado e benéfico. De uma assembléia de Maçons, onde todos usam luvas brancas, desprende-se uma ambiência muito particular, que aliás pode ser sentida muito nitidamente pela pessoa menos atenta. Uma impressão de apaziguamento, de serenidade, de quietude, constituem a sua consequência natural.

O uso das luvas na Maçonaria é bastante antigo. 

Na Maçonaria operativa, os Talhadores de Pedra recebiam luvas para o seu trabalho manual e isto fazia parte do seu contrato. 

Mais tarde introduziu-se o costume do novo Aprendiz oferecer um par de luvas a cada membro de sua Loja. 

Atualmente, este hábito mudou e a Loja é quem passou a oferecer as luvas ao Aprendiz.


Excerto do livro O que um Aprendiz Maçom deve saber - Interessados contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350