dezembro 08, 2024

AS COLUNAS ZODIACAIS - Almir Sant'Anna Cruz


Nos Templos Maçônicos encontram-se 12 Colunas na parte Ocidental, seis no lado Norte e seis no lado Sul, simbolizando os 12 signos zodiacais, com diversas interpretações, inclusive relacionando-as aos quatro Elementos e aos sete Planetas da Antiguidade:

No lado Norte temos:

ÁRIES: Fogo, Marte

TOURO: Terra, Vênus

GÊMEOS: Ar, Mercúrio

CÂNCER: Água, Lua

LEÃO: Fogo, Sol

VIRGEM: Terra, Mercúrio


No lado Sul estão: 

LIBRA: Ar, Vênus

ESCORPIÃO: Água, Marte 

SAGITÁRIO: Fogo, Júpiter

CAPRICÓRNIO: Terra, Saturno 

AQUÁRIO: Ar, Saturno

PEIXES: Água, Júpiter

A disposição dessas Colunas, que seguem o aparente caminho do Sol, é que justificam a circulação em Loja, no sentido destrocêntrico, ou seja, no sentido dos ponteiros do relógio.

Como as Colunas estão dispostas apenas no Ocidente, não é correto haver circulação no Oriente, embora diversas Potências Maçônicas assim proceda.

Conquanto não se possa afirmar com segurança que os caldeus tenham sido os precursores da Astrologia, certamente foi na Caldéia que alcançou seu esplendor, misto de ciência e religião. 

Há registros de práticas astrológicas em regiões e povos completamente distintos: egípcios, persas, gregos, romanos, indianos, chineses, árabes, incas, maias e astecas, entre outros.

Se bem que os judeus estivessem proibidos por Deus, a classe sacerdotal praticou a Astrologia, influenciados durante o cativeiro em Babilônia, até que o profeta Isaías condenou tais práticas.

Os antigos consideravam os signos zodiacais como a chave de todas as ciências humanas e naturais.

A Astrologia e a Astronomia eram estudadas nas antigas civilizações mesopotâmicas e, na Babilônia e Assíria, a Astrologia era utilizada pela classe sacerdotal para interpretar a vontade dos deuses, uma vez que se baseava na teoria do governo universal pela vontade divina.

Ao lado de todos os templos da mesopotâmia, há cerca de 4000 mil anos antes de Cristo, erguia-se uma torre, chamada Zigurate, e o alto dessa torre era pintada de amarelo, cor do Sol. Servia de observatório astronômico para a classe sacerdotal. 

Pesquisas recentes demonstraram que o fenômeno da precessão dos equinócios já era conhecido pelos astrônomos da Babilônia.

Através das posições dos corpos celestes predizia-se o futuro, interpretava-se os acontecimentos, as vidas humanas e o caráter das pessoas, baseando-se no conceito do homem como centro do universo. 

A partir daí, era lógico julgar-se que o universo girasse em torno de nossa espécie, influindo em nosso destino. Com o triunfo do Cristianismo, passou-se a admitir, no mundo ocidental, que os astros não eram agentes finais do destino. 

Se o futuro pode ser previsto, presume-se que esteja determinado; onde fica, então, o livre-arbítrio humano? Golpe mortal no determinismo religioso da Astrologia! 

Contudo, até o século XVIII, a Astrologia continuava sendo respeitada como ciência. Foi em época relativamente recente que a Astronomia se desvencilhou da Astrologia, assim como a Química da Alquimia e a Física da Metafísica natural. Todavia, não se pode negar a contribuição dessas pseudociências para com as ciências modernas.

Já de algum tempo, a Astrologia está fora do reino da respeitabilidade intelectual e, portanto, carece de valor.

Excerto do livro *O que um Aprendiz Maçom deve saber* Interessados contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350

dezembro 07, 2024

CONFRATERNIZAÇÃO DA ARLS TRÍPLICE ALIANÇA 341

 






Confraternização de Natal da minha ARLS Tríplice Aliança 341 de Mongaguá. Como sempre, cardápio e decoração espetaculares, a cargo da cunhada Silvana com apoio do seu esposo, nosso Venerável Mestre, irmão Alexandre Alexandre De Oliveira Lucena. Cada irmão levou como lembrança, uma garrafa de excelente vinho, cortesia do irmão Denis.

O SIMBOLISMO HIGH TECH - Newton Agrella

 


Pode até parecer uma ironia ou algum tipo de brincadeira, mas nos últimos tempos, e lá já se vão uns bons anos,  nosso maior amigo de todas as horas e que nunca nos deixa só é o nosso amado "celular". 

Para muitos, em razão do amor irrepresável que desperta em nossos corações, ele também recebe o sofisticado codinome de "smartphone".

Talvez um modo mais chique e elaborado para reverenciar nosso imenso carinho por ele.

Nele, nos sintonizamos conosco e com o mundo que nos cerca.

Olhamos para sua câmera como se estivéssemos nos mirando no espelho.

Fazemos poses, ensaiamos caras e bocas, e projetamos em sua tela nossas mais íntimas aspirações.

Revisitamos lugares e atrevemo-nos a estar, mesmo que vitualmente, a pontos do planeta que jamais imaginaríamos ter estado.

Quando nos encontramos no infinito recôndito da solidão, lá está ele. 

Sempre a postos. 

Em pé e à ordem, para nos atender e saciar nossos anseios.

Ao sairmos sem ele, é como se a vida parasse.

Desconectamo-nos de tudo e de todos.

Até quando nos encontramos no meio de uma multidão, esta passa a ser incógnita, pois somente nele é que encontramos um porto seguro.

Numa reunião familiar, no almoço ou no jantar, seja lá onde for, mas nossa prioridade é simplesmente ele.

Em seu profundo Simbolismo, o celular é uma extensão do nosso corpo, uma espécie de segmentação do próprio cérebro, sem o qual a vida torna-se quase incompreensível.

O celular é o amigo ou amiga de todas as horas, onde por meio dele extravasamos emoções, transmitimos sentimentos, firmamos acordos e distratos e nos tornamos dependentes de seu humor. 

Sim, especialmente quando o sinal está fraco ou sua bateria está prestes a se esgotar.

Nesses momentos angustiantes somente um cabo, uma tomada e um plug para fazê-lo voltar a respirar e dar continuidade à nossa jornada.

Dorme-se e acorda-se com ele.  

E dentro de sua infinita bondade, ele ainda tem o poder de nos despertar.

Sejam em seus toques suaves, moderados ou efusivos, eles são a tradução do que sentimos.

O simbolismo do celular impõe-nos uma subserviência sem paralelos.  

Ele nos remete à história, nos circunstancia ao presente e ainda tem o poder de nos virtualizar ao futuro.

Assim, quem sabe um dia, nenhum de nós precisará falar entre si, e aí talvez possamos perguntar e responder por meio de uma sofisticada Inteligência Artificial.

Governos não estarão mais preocupados em manter sempre em voga o combalido mote: 

"Tudo pelo Social"

E aí sim o grande slogan será:

"Tudo pelo Virtual"



PRAZERES CARNAIS - Roberto Ribeiro Reis


 

Observe, reflita, pare e veja,

O prazer carnal ainda viceja,

Açoita o homem, implacável;

Maçonaria, IIr.’., é muito mais,

Domina os prazeres carnais,

Fleumática e imperturbável.


O Obreiro ao bem favorável

Não se excede, é invulnerável,

Sabe viver com moderação;

A vida, além de coisas banais,

Possui obras excepcionais,

Indiferentes a qualquer ilusão.


A Ordem é de pura emoção,

Dá-nos a inigualável sensação,

Priorizando os valores d’alma;

Oficina, a despeito do mistério,

Que fortalece, dando refrigério,

Com serenidade e muita calma.


Na palma, bom destino da mão

Revela a sorte de todo Irmão,

Nesta oficina ora consagrado;

A Arte Real é a nobre euforia,

Dá ao profano a Luz que irradia

A Sabedoria que vem doutro lado.


Daí o prazer ser bem administrado,

Pelos Irmãos que têm observado

Que o espírito tem seus prazeres;

É possível fazer essa combinação:

Carne e alma, sem perder a razão,

Utilizando a Ordem e seus saberes!

dezembro 06, 2024

ARLS EGIPCIANA 108


Os egípcios chamavam o seu país de Kemet que significa "terra negra", o lodo fértil que era depositado pelo Nilo nas margens, durante as cheias. Existe a hipótese, entre estudiosos, que a palavra arabe "al-k īmiya,"  que  significava 'ciencia egípcia', originada da palavra copta “kem@", que significa 'carbonizado'. Assim, a alquimia era "a arte de Kemet". A palabra árabe "k īmiya" sem o artigo "Al" deu origem a palavra 'química' em diversos idiomas.

Nesta quinta-feira visitei a ARLS EGIPCIANA 108, em Sessão de Mestre no templo especialmente projetado para Camara do Meio. No grau de Mestre ocorre a transformação final do homem bom em homem melhor, por uma espécie de "alquimia" esotérica. Só conheço um outro Templo de Mestre como este em Goiânia. Por esta razão a foto não foi tirada no local.

Fui muito bem recebido pelo VM Eugênio Carlos de Oliveira e pelo irmão e confrade acadêmico Dario de Souza Santos. Além do excelente trabalho ritualístico fui testemunha da doação da expressiva quantia de dez mil reais para uma ação beneficente para crianças e jovens na Zona Leste.

O MESTRE INSTALADO - Almir Sant’Anna Cruz


O Mestre Instalado é o Mestre que tendo sido eleito Venerável Mestre, passa pelos ritos iniciáticos de Instalação, em que lhe são transmitidos, por uma Comissão Instaladora formada por três Mestres Instalados, os segredos que lhes são privativos.

Também na Igreja Católica observa-se a exigência da presença de três bispos na cerimônia de consagração de um novo bispo. 

Numa sessão iniciatória de qualquer grau, na falta do Venerável Mestre da Loja, caso os Vigilantes não sejam Mestres Instalados, não poderão portar a Espada Flamejante nem consagrar o grau, tarefa que deverá ser transferida para um Mestre Instalado presente. 

Um Grande Inspetor Geral, um grau 33, ou um detentor do grau máximo de seu Rito se não for Mestre Instalado, não poderá assistir a certos ritos da cerimônia de Instalação, devendo retirar-se do templo com os demais Mestres.


A cerimônia de Instalação inicia-se no grau de Aprendiz, passando sucessivamente pelos graus de Companheiro e de Mestre, após o que só podem permanecer no templo os Mestres Instalados. 


Sua jóia distintiva, dependendo do Rito e da Potência, é um Esquadro sob o Compasso num arco de círculo, com o Sol e um Olho no centro ou um Esquadro com um pingente formado por uma lâmina onde está inscrito o Postulado 47 de Euclides, também conhecido como Teorema de Pitágoras.


O avental do Mestre Instalado é igual ao do Mestre, porém com taus (letra grega semelhante à latina T) invertidos no lugar das rosetas ou das letras M.’. e B.’., no caso do Rito Escocês Antigo e Aceito de Lojas confederadas à COMAB.

Os Mestres Instalados, sejam eles da própria Loja ou visitantes possuem a prerrogativa de ter assento no Oriente.

Pelo menos os da própria Loja devem estar dispostos, preparados e se oferecerem para exercer quaisquer cargos cujo titular esteja ausente.


Do livro "O que um Mestre Instalado deve saber" interessados contatar o autor, Irm.’. Almir, no WhatsApp (21) 99568-1350 - Disponível somente para Mestres Instalados


DA ESCUTATÓRIA - Heitor Rodrigues Freire



A vida, que é uma escola sem sala de aula e nos proporciona um aprendizado constante desde que estejamos atentos e interessados, vai nos surpreendendo a cada momento com ensinamentos diferentes.

Assim, cheguei a conhecer e aprender o que realmente significa escutar. O fundamental para isso, e também para tudo, é estar presente, consciente e atento.

A escutatória, termo criado pelo professor Rubem Alves, é a prática que engloba os componentes dessa arte verdadeira de aprendizado e é mais importante do que a oratória. Chega a ser uma ciência, que exige dedicação verdadeira para ouvir, compreender e melhorar a nossa comunicação. 

Escutar o outro é uma chance imperdível de se conhecer melhor, crescer e amadurecer. Escute mais. Ouvir é a mais eficiente maneira de construir um novo mundo. Exercite a escutatória, como ensinava o professor Rubem Alves: “Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado um curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar... Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória, mas acho que ninguém vai se matricular. Escutar é complicado e sutil”.

Eu sei bem o que é isso. Durante grande parte da minha vida eu não tinha paciência para ouvir, o que naturalmente, me causou muitos dissabores. Até que a ficha caiu e aprendi como é essencial ouvir. “Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil da nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos…” Rubem Alves.

Então, comecei a desenvolver a escuta ativa, que é a habilidade de ouvir com atenção plena, buscando compreender tanto o significado do que está sendo dito quanto a intenção de quem fala. A escuta ativa é uma habilidade essencial não só no campo profissional, mas também no pessoal, pois contribui para que se desenvolva uma comunicação assertiva e melhore nossos relacionamentos.

Além disso, ao escutar ativamente, demonstramos que estamos valorizando a outra pessoa e evitamos conflitos, na medida em que nos concentramos nos fatos apresentados, não em divagações da mente durante a conversa.

O mundo, hoje, mais do que nunca, carece de uma comunicação eficaz, apesar da abundância de comunicação disponível. A falta de diálogo é um sintoma claro dos problemas enfrentados por todos.

Outro ponto importante é a comunicação não-verbal, mais um aprendizado que deve merecer atenção de quem deseja se comunicar de forma eficiente. Segundo dados na internet, 65% da nossa comunicação é não-verbal. Em outras palavras, gestos, expressões e posicionamento do corpo falam muito mais do que as palavras.

Falas muito rápidas podem indicar ansiedade ou nervosismo, por exemplo. Já falas entrecortadas podem sugerir dificuldade em escolher as palavras.

Todos esses sinais podem dar dicas importantes de como dialogar com outras pessoas, e mais: como desenvolver empatia, uma das habilidades mais buscadas em gestores.

Outras dicas: 

Faça perguntas abertas. Mantenha o contato visual, essencial para estabelecer uma relação de confiança com a outra pessoa. Além disso, demonstre que você valoriza o que está sendo dito. Caso perceba que a pessoa fica desconfortável com esse contato direto, use a regra do 70/30. Isto é, 70% do tempo mantendo o contato visual e 30% desviando o olhar.

Não julgue. Um dos atributos mais difíceis da escuta ativa é ouvir sem fazer julgamento. Isso significa ater-se aos fatos e buscar compreender o que a pessoa entende por certo e errado.

Evite distrações no momento do diálogo. Esse é o primeiro passo para praticar a escuta ativa. Para isso, é preciso deixar de lado itens como celular, redes sociais, e-mails, conversas paralelas e telefonemas, para que se consiga realmente ter foco no interlocutor, fazendo com que ele se sinta seguro e confie durante o processo de comunicação.

Não seja seletivo ao ouvir o que o outro tem a dizer. É necessário que consiga prestar atenção e se dedicar a todo o discurso, garantindo que as informações sejam completamente absorvidas.

Dê ao seu interlocutor o tempo necessário para a comunicação. É irritante e desrespeitoso concluir os pensamentos da pessoa antes que ela finalize seu discurso. Dê a ela todo o tempo necessário para que apresente as informações e finalize o raciocínio. Eu era mestre em não ouvir até o fim.

Ouça e observe com atenção. A comunicação oral é a base da escuta ativa. No entanto, é preciso analisar também a linguagem não verbal, tendo o cuidado de avaliar como o corpo do outro se comporta durante o diálogo e como ele reage ao que está sendo dito. A postura, o tom de voz, expressões e gestos podem ser considerados.

Deixe seu interlocutor à vontade. Um detalhe fundamental para garantir uma comunicação efetiva é garantir que a pessoa esteja à vontade durante toda a conversa. Para ajudar, é preciso demonstrar interesse pelo que está sendo dito para mostrar que se está, de fato, prestando atenção.

Faça perguntas. Caso você seja o ouvinte, é interessante realizar perguntas durante o diálogo para coletar ainda mais informações, estimulando uma conversa mais intensa e profunda.

Coloque-se no lugar do outro. A empatia é fundamental no processo de escuta ativa. Lembre-se de que cada pessoa tem uma vivência e um background diferente, então, temos que tentar ver as coisas por essa outra perspectiva.

Por fim, o professor Rubem Alves tem razão: a escutatória chega a ser uma ciência, cuja aplicação faz a diferença em benefício de todos.


dezembro 05, 2024

ARLS FERNANDO PESSOA 4001 - GOB SP



    A primeira observação é que esta Loja é muuiiiito longe do local onde me encontro. A ida demorou 1h40m e a volta, de madrugada, 45m, mas valeu a pena. Fui ontem assistir a iniciação de três novos profanos em uma Loja do Rito Moderno, ARLS Fernando Pessoa n. 4001, que já tem 16 aprendizes, todos jovens, o que garante a perpetuidade da Ordem.

    O Rito Moderno era o rito praticado na Grande Loja de Londres e Westminster, quando de sua fundação em 1717. Devido a uma publicação de Samuel Pritchard, traidor da maçonaria, que no livro Masonry Dissected de 1730 publicou todo o ritual, a Grande Loja de Londres acabou por mudar alguns procedimentos. Ao ser traduzido para o francês ganhou um novo nome e passou a ser Rito Francês ou Rito Francês Moderno. Usam-se comumente as duas denominações. Foi também o primeiro rito praticado no Brasil a partir de 1822 no Grande Oriente do Brasil, O Rito Escocês Antigo e Aceito, que é mais praticado, só chegaria ao nosso país dez anos depois, em 1832.

    O Rito Moderno é um rito laico e muito simples, sem perda alguma da parte filosófica da Ordem. É imparcial e tolerante e não exige a crença em um Deus, ou em uma vida futura. Estimula o uso da razão para que o adepto forme sua própria opinião.

    Sob a direção do jovem Venerável Mestre Temístocles Galdino Ramos, que eu já conhecia de outras ocasiões, e com a presença de autoridades maçônicas como o irmão Marcos Tomás, Secretário Adjunto de Relações Internas do GOB SP, assisti à cerimônia, tendo mais uma vez exercido um cargo. 

    Ao final, a convite do Venerável Mestre fiz uma rápida alocução explicando que a iniciação é um rito de passagem e que existem registros de iniciações desde as escolas de mistério do Antigo Egito, quando ao ser iniciados os sacerdotes e escribas simbolicamente estavam rasgando o Véu de Isis, que metaforicamente ocultava os conhecimentos destinados ao uso exclusivo daqueles escolhidos. Também falei da origem dos aprendizes nas guildas medievais e de como a partir da Abadia de Cluny se criou uma espécie de "carreira", que levaria os mais talentosos a compartilhar o pão com os arquitetos abades, tornando-se "cum panis", companheiros.

    Por volta da uma da manhã, todos os irmãos se deliciaram com um churrasco. Registo a carinhosa recepção que recebi de todo o quadro da Loja.

VOU TE CONTAR AS COISAS QUE PERCEBI RECENTEMENTE



 - Que a esquina da minha casa está duas vezes mais longe do que antes...

- E há também uma pequena subida que não tinha reparado antes...

- Que os degraus da escada agora são bem mais altos...

- ⁠Que não adianta pedir para as pessoas falarem mais claro, porque agora todo mundo fala tão baixinho que quase nada se entende

- ⁠Que as roupas que quero comprar agora são tão apertadas, principalmente na cintura e nos quadris, o que acho muito desagradável.

- Que as pessoas mudaram, sendo que agora são muito mais jovens do que quando eu era, e por outro lado, as pessoas da minha idade são muito mais velhas do que eu...!!!! Tanto que outro dia reencontrei uma velha conhecida, ela envelheceu tanto... que nem me reconheceu!

- Também parei de correr atrás do ônibus, porque percebi que agora ele anda muito mais rápido do que antes!!!

 Refleti sobre tudo isso esta manhã, enquanto me arrumava em frente  do espelho...

 A propósito, você notou que os espelhos não são mais tão nítidos e claros como eram há alguns anos?

É melhor perder tempo com amigos, do que perder amigos com o tempo.

 Por esse motivo, perco tempo com você, pois não quero te perder com o tempo.

(autoria desconhecida)

AMOR FRATERNAL, AJUDA E VERDADE




Os princípios centrais da Maçonaria são Amor Fraternal, Ajuda e Verdade.  É necessário não esquecer a palavra “central”, pois significa que,  embora a nossa fraternidade ponha maior ênfase nestes três ensinamentos,  há outros que não devem ser esquecidos.

Por um “princípio” da Maçonaria entenda-se algum ensinamento tão  obviamente verdadeiro, tão universalmente aceite, que acreditamos nele  sem questionar. Exemplos estão por toda parte: boa saúde é melhor que  doença; um homem verdadeiro é mais confiável que um mentiroso; é melhor  economizar dinheiro do que desperdiçá-lo; um homem trabalhador é mais  útil do que um ocioso; a educação deve ser preferida à ignorância. Estes  são apenas alguns dos incontáveis exemplos de ensinamentos que nenhum  homem inteligente pode questionar. Todo mundo os considera garantidos.  Eles são Princípios.

A Maçonaria considera o Amor Fraternal, Ajuda e Verdade como ensinamentos deste tipo, verdadeiros no sentido de que nenhum  homem os pode questionar; eles são óbvios, auto-comprováveis e  axiomáticos. Não é incomum que os homens considerem o amor fraternal,  embora altamente desejável, como não praticável e, portanto, apenas uma  visão a ser sonhada, mas nunca atingida. É um desafio para a Maçonaria  chamar a estes, “princípios”, afirmando assim que eles são simples,  óbvios e necessariamente verdadeiros. A menos que se compreenda isto e  se veja que os ensinamentos da Maçonaria são realidades auto-evidentes,  não ideais visionários, nunca se entenderá os ensinamentos maçónicos. A  Maçonaria não nos diz que os princípios de Amor Fraterno, Alívio e  Verdade devem ser verdadeiros, que seria melhor para todos nós se fossem  verdadeiros – ela diz-nos que eles são verdadeiros. Eles são realidades  tremendas na vida humana, e é tão impossível questionar a sua validade  quanto questionar o chão sob os nossos pés ou o sol sobre as nossas  cabeças. A nossa questão não é se devemos acreditar neles ou não, mas o  que faremos com eles?

O Amor dá o maior valor possível a outra pessoa. A mãe ou o pai de um  homem, a sua esposa ou namorada, os seus filhos, os seus amigos  íntimos, são valorizados não pelas vantagens que se pode obter deles,  não pela sua utilidade, mas cada um na sua própria pessoa e para seu  próprio bem. Trabalhamos para estas pessoas, fazemos sacrifícios por  elas, deleitamo-nos em estar com elas; isto em detalhe e prática, é o  que se entende por amor.

O que é, então, o Amor Fraternal?  Manifestamente, significa que damos a outro homem o maior valor possível  como amigo, companheiro, associado, vizinho. “Pelo exercício do Amor  Fraternal, somos ensinados a considerar toda a espécie humana como uma  família”. Não pedimos que, do nosso relacionamento, obtenhamos qualquer  ganho egoísta. O nosso relacionamento com um Irmão é sua própria  justificação, a sua própria recompensa. O amor fraternal é um dos  valores supremos sem os quais a vida é solitária, infeliz e feia. Isto  não é uma esperança ou sonho, mas um facto. A Maçonaria baseia-se neste  fato, oferece a oportunidade de termos tal comunhão, encoraja-nos a  entendê-la e praticá-la e a torná-la uma das leis da nossa existência,  um dos nossos Princípios Principais.

A Ajuda é uma das formas de caridade. Muitas vezes  pensamos em caridade como alívio da pobreza. Cuidar dos desamparados ou  desempregados é geralmente considerado uma responsabilidade que recai  sobre o público. Como regra, o público assume esta responsabilidade por  meio de alguma forma de caridade organizada, financiada por recolhas de  fundos ou com fundos públicos.

A nossa concepção de Ajuda é mais ampla e profunda do que isto.  Reconhecemos plenamente as demandas de emergência feitas por  dificuldades físicas e económicas; mas também entendemos que descontar  um cheque não é necessariamente uma solução completa para a dificuldade.  Às vezes, surge o problema do reajuste, da reabilitação, de manter a  família unida, da educação dos filhos e vários outros assuntos vitais  para o bem-estar dos envolvidos e, durante todo o processo, há  necessidade de conforto espiritual, de garantia de um sincero e contínuo  interesse e amizade, que é a verdadeira tradução do nosso princípio  principal: Amor Fraternal.

A Ajuda maçónica assume como certo que qualquer  homem, não importa o quão trabalhador e frugal ele possa ser, por um  súbito infortúnio ou outras condições sobre as quais ele não tem  controle, pode precisar temporariamente de uma mão amiga. Estendê-la não  é o que geralmente é descrito como caridade, mas é um dos atos  inevitáveis da Fraternidade. Qualquer concepção de Fraternidade deve  incluir esta disposição de dar a ajuda necessária. Portanto, Ajuda, no  entendimento maçónico, é um Princípio.

A Verdade, o último dos Princípios Centrais,  significa algo mais do que a busca de verdades no sentido intelectual,  embora isso esteja incluído. “A verdade é um atributo divino e o  fundamento de toda a virtude. Ser bom e verdadeiro é a primeira lição  que aprendemos na Maçonaria.” Em qualquer Fraternidade permanente, os  membros devem ser verdadeiros em carácter e hábitos, confiáveis, homens  de honra, em quem podemos confiar como companheiros fiéis e amigos  leais. A verdade é um requisito vital para que uma Irmandade perdure e  nós, portanto, aceitamo-la como tal.

Amor Fraterno, Ajuda e Verdade são os Princípios  Centrais da Maçonaria. Existem outros princípios, também – ensinamentos  tão óbvios que nunca é necessário argumentar para os sustentar. Com isto  em mente, pedimos-lhe que pondere os ensinamentos da Ordem à medida que  avança de Grau em Grau. Pode não os achar novos, mas a novidade não é  importante à luz do conhecimento de que as verdades sobre as quais a  Maçonaria se baseia são eternas. A frescura da imortalidade está neles  porque nunca morrem; neles há uma inspiração incessante e um apelo  inesgotável. Eles são princípios da Maçonaria porque sempre e em todos  os lugares foram princípios de uma vida humana bem-sucedida.

Extraído de “The Masonic Scholar: A Manual of Masonic Education for Candidates” impresso pela Grande Loja F.&A.M. da Califórnia Tradução de António Jorge,

https://www.freemason.pt/amor-fraternal-ajuda-e-verdade-2/

dezembro 04, 2024

ARLS EQUIDADE 185


    A Loja é pequena e modesta, comparada com muitas das imensas Lojas da GLESP, mas o coração dos irmãos e a cortesia da recepção foram gigantescos, mostrando que não se deve julgar o conteúdo pela embalagem.

    Visitei na noite de ontem a ARLS Equidade 185, que fica bem perto da casa de minha mãe. Era dia de uma arguição, que é o exame que se faz a um aprendiz para ver se está preparado para ser elevado ao grau de companheiro. É como a defesa oral de uma tese, a vítima em pé, tremendo de nervosismo, enquanto todos os irmãos disparam perguntas como flechas, algumas inclusive capciosas.

     É sempre um momento de tensão para quem deve responder e para quem assiste, mas o aprendiz em questão estava extremamente bem preparado e respondeu com exatidão a 45 das 50 perguntas que lhe foram feitas. Eu nunca tinha visto um resultado tão excepcional. O irmão aprendiz e especialmente a Loja estão de parabéns pela aquisição de um obreiro que provou que virá a ser um grande maçom.

   A sessão foi conduzida com brilho pelo Venerável Mestre Sidnei Rogério Macedo, que me honrou ao me conceder um cargo para os trabalhos. E a mais agradável surpresa da noite foi ao descobrir ao final, que o Segundo Vigilante irmão Zequinha, que se sentou ao meu lado durante todo o tempo, é parente próximo do irmão, amigo e meu secretário da Academia Virtual Brasileira de Letras, Adilson Zotovici, um dos mais importantes poetas da maçonaria brasileira.

   A noite terminou com um delicioso ágape.

O QUE É A VERDADEIRA PAZ NA MAÇONARIA - Dario Angelo Baggieri



Amados irmãos, presenciamos aos final dos trabalhos a singela e  profunda frase: QUE A PAZ, A HARMONIA E A CONCÓRDIA, SEJAM A TRÍPLICE  ARGAMASSA COM QUE SE LIGUEM AS NOSSAS OBRAS. Vemos isto repetidamente  inúmeras vezes, e a grande maioria dos irmãos, não fazem a devida  introspecção, sobre a profundidade simbólica, Filosófica e Esotérica  contidas neste aforisma enigmático.

O vocábulo PAZ exprime a tranquilidade, o sossego, a concórdia, o  entendimento e a harmonia que reina no seio da humanidade, seja nos  governos ou na sociedade particulares. Ela é garantidora da boa  convivência entre as pessoas e ausência de conflitos entre tendências.  Daí poder dizer que a paz interior é a tranquilidade da consciência,  assim como a beatitude é a paz do espírito tão indispensável à vida  humana, permitindo assim que o homem se realize como ser criado à imagem  e semelhança do Grande Arquiteto do Universo.

É importante definir a paz no sentido bíblico: um estado de espírito motivado pelo facto de estar tudo bem. É o “shalom”  dos israelitas, que por sua vez é traduzida como felicidade material,  prosperidade, segurança, saúde e, também, a felicidade espiritual. Esta  última só existe se a pessoa estiver bem como o GADU, que nos disse:  “Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de  Deus”. E Ele quer que os homens vivam em concórdia uns com os outros,  quando através do apóstolo Paulo, afirmou: “Seja vossa preocupação fazer  o que é bom para todos os homens, procurando, se possível, viver em paz  com todos, por quanto de vós depende”.

Aí surge uma pergunta: porque esta sequencia:

PAZ => HARMONIA => CONCÓRDIA e não Harmonia, Paz e Concórdia ou  Concórdia, paz e Harmonia ou outras possíveis combinações? Qual o  Sentido deste sequencial? Aí começa o entendimento do Simbolismo, que  aflora no filosófico e se completa no Esotérico.

Como irmãos maçons devemos conscientizar-nos de que temos que buscar  não só a paz pessoal, mas também a paz da coletividade Maçónica e da  comunidade em que vivemos. Mahatma Gandhi, com muita convicção afirmou: “Não existe caminho para a Paz; a Paz é o caminho”.

Como caminho, o primeiro deles encontra-se na família, esta que tem  na Maçonaria uma enorme defensora, pois reconhece ser ela a base de  tudo. E neste “tudo” está a fonte dos valores que uma pessoa carrega por  toda a vida: respeito, tolerância, fidelidade, solidariedade,  companheirismo e demais virtudes próprias as criaturas do bem. Diante,  pois, de um horrível quadro da violência, nota-se que falta a paz na  maioria dos lares do Universo de uma maneira geral e também nos lares  brasileiros. Dai concluir o seguinte: a paz começa em casa.

Parafraseando Carmelino Souza Vieira, fazendo uma transferência,  podemos concluir que a Paz é a base de tudo. Não existe Harmonia sem  Paz… Não existe Concórdia sem Harmonia. Mas a Paz, subsiste por si só.  Ela CONTÉM os outros dois, mas NÃO ESTÁ CONTIDA NECESSARIAMENTE,  naqueles.

Vejamos ipsis literis o que está contido no Ritual:  “Conceda-nos o auxílio de Tuas Luzes e dirige os nossos trabalhos a  perfeição. Concede que a Paz, a Harmonia e a Concórdia sejam a tríplice  argamassa com que se ligam as nossas obras.”

Para que os trabalhos ocorram de forma “Justa e Perfeita” é  necessário que os Irmãos estejam entrelaçados, unidos por meio da  “tríplice argamassa”, pois sem ela não há Loja, se não houver a comunhão  em Loja, por meio da União, não há “egrégora”, e não fluindo a  energia não passamos de simples batedores de malhetes e te produtores  de um ritual como tantos presentes na vida profana. Sem esta União e a  mistura não há a troca de energias e por conta disso não ocorre o  aprimoramento individual, não ocorre o “desbastar a pedra bruta”  inclusive.

Vivemos um tempo de preocupação, um tempo de discórdia e de  (des)harmonia, um tempo de desencontros e de individualismo intenso.  Estamos na era do consumismo, ou seja, da valorização das pessoas pelo o  que elas tem sempre vinculado a um património ou até mesmo a estética  de um poder aquisitivo, isto sempre em detrimento ao que a pessoa é como  ser-humano, como ser no mundo.

No contexto social atual por conta da sensação de insegurança, por  conta da globalização das informações por meio da tecnologia, vivemos  uma relativização do tempo estático e com isso surge também a sensação  de que tudo está perdido e que estamos em desordem total.

É evidente que falta na sociedade “paz”, bem como também falta a  “harmonia”, sem contar a falta de “concórdia”, pois aparentemente tenho a  sensação de que estamos na era da discórdia, ou seja, é moda discordar  mesmo que não se tenha fundamentos plausíveis e razoáveis para  fundamentar tal discordância. Quando não vemos pessoas discordar uma das  outras e chegar no calor da problematização partirem para a violência  física e verbal.

Fraternos Irmãos é necessário e importante para a evolução da nossa  sociedade que passemos exemplos de “paz”, de “harmonia” e de  “concórdia”, buscando o consenso e o auxílio do nosso próximo profano. É  necessário que venhamos a importar-nos com o que acontece em sociedade  sob pena de sucumbirmos os mesmos males que vem sofrendo a nossa  sociedade, sucumbirmos por valores perdidos.

Sejamos realmente IRMÃOS na verdadeira PAZ, pois somente assim  teremos no bojo da nossa Sublime Ordem, a Harmonia e a Concórdia com que  se liguem, se argamassem e se completem, as nossas obras.

https://www.freemason.pt/o-que-e-a-verdadeira-paz-na-maconaria-uma-visao-holistica/

O PROFANO E O MAÇOM - Carlos Faria


Exerce a Maçonaria influência sobre os seus Membros, melhorando a sua atuação na Sociedade ?

São os Maçons elementos moralmente capazes de, pelo exemplo, influírem beneficamente sobre os profanos no meio em que vivem ?

Estas são as questões que pretendemos responder hoje, dentro dos limites intelectuais que nos proíbem remígios mais altos na seara ampla e fértil da filosofia maçônica.

Achamos que a nenhum homem, normalmente dotado de sensibilidade, pode ser estranha a influência da Maçonaria, quando tendo transposto os degraus iniciais, e admitido nesta Câmara, porque não é possível deixar-se ficar indiferente, depois de vislumbrar os três aspectos – simbólico, filosófico e moral – com que a nossa Sublime Instituição avulta através dos séculos para vencer as trevas em que jaz o espírito humano.

Nenhum homem, dentro da precária perfectibilidade da espécie, pode jactar-se de ter ingressado na Maçonaria e permanecido tal qual havia sido até aquele evento.

Se existe esse homem, se existe quem dentro da Maçonaria, não encontrou meios de aperfeiçoar-se moral, mental e espiritualmente, certamente deve tratar-se de uma aberração incorrigível, incapaz de captar as irradiações da Sabedoria, de sentir o magnetismo da força e de compreender os benefícios da serena contemplação da Beleza.

O mundo está todo inteiro na Maçonaria, configurado nos símbolos imortais e o homem, quando se torna Maçom, adquire o roteiro certo por onde dirigir os passos a fim de atingir o domínio de si mesmo e integrar-se conscientemente no Universo. Por isso compreende que, no ciclo evolutivo em que se encontra não é senão pedra: Pedra Bruta que o Tempo, o Sofrimento e o Trabalho tornam Polida e Cúbica, através do refinamento espiritual da Civilização e da Ciência.

O Maçom sabe que deve corrigir-se, pois o anseio do Espírito é alcançar a perfeição.

- “Sêde perfeitos como meu Pai é perfeito”, não é mera advertência, mas, como tudo que nos vem do Cristo Deus, uma diretriz que bem representa o objetivo da passagem do Homem pela Terra.

Contrariamente ao que parece aos moralistas e céticos, o Homem não caminha do nascimento para a morte, mas da ignorância para o conhecimento, sabido é que o Grande Arquiteto do Universo não cria apenas para destruir.

O Maçom não é subserviente; não é hipócrita; não é dúbio; não é saliente; não é prepotente; não é usurpador.

É, isto sim, vertical nas atitudes para com o semelhante e horizontal na posição que ocupa na ganga social em que opera. É vertical como o seu esqueleto e horizontal como a superfície em que se apóia. Vertical como o Prumo e horizontal como o Nível – Homem e Terra formando o Esquadro, inflexível e correto.

O Maçom não é mesquinho nem misantropo. É generoso e magnânimo porque com o Compasso exprime a justa medida dos seus sentimentos, cujo esquema se obtém observando a abertura e fechamento das hastes.

Temos, assim, no Esquadro e no Compasso, a fórmula necessária à vitória moral no mundo profano. Fórmula de que só o Maçom é conhecedor cumpre-lhe aplicá-la em todas as circunstâncias da vida.

A estabilidade das realizações humanas no plano físico exige a aplicação dos instrumentos de correção que indicam o grau de inclinação sobre o ponto de apoio. Se a perpendicular não estiver dentro dos índices tradicionais a obra terá a sua durabilidade ameaçada.

Os princípios invioláveis que regem a técnica das construções não diferem daqueles em cuja bitola repousam as atividades do pano moral.

Assim, o Prumo e o Nível, o Esquadro e o Compasso, não são úteis apenas quando se constroem casas e pontes, mas também quando é necessário decidir e aquilatar da conduta humana. Se, pelas qualidades morais, pelo caráter imarcescível, pela prática da Fraternidade, pelo estudo honesto e investigação insuspeita, pelo desprezo ao preconceito, pelo desapego aos bens perecíveis, podemos emoldurar a personalidade de alguém com a expressão daqueles símbolos, teremos o Maçom em potencial, bastando apenas iniciá-lo nos sagrados mistérios da nossa Ordem, Se, pelo contrário, existissem iniciados que devêssemos afastar do nosso convívio em face de corrupção de caráter ou intransigência de princípio egoísticos que teimassem em impor a seus irmãos, nunca os encontraríamos iluminados por aquelas Luzes, porque por mais que se esforçassem em demonstrá-lo, não seriam reconhecidos Maçons.

O Maçom é virtuoso, e não é corruptível nem corrompe; é altivo e não é humilhante; é confiante e correspondente; é honrado e não desonra.

O Maçom é positivo pela maneira como age e os reflexos de sua ação mais insignificante atingem a periferia longínqua do seu meio ambiente.

O Maçom não se distingue pelo que tem, nem pelo que pode, nem pelo que sabe, mas pelo modo como vive entre os ditos profanos.

Diante do mosaico de raças, religiões, credos políticos e escolas filosóficas que formam a babel humana é o Maçom a personificação da compreensão universal, catalisador das divergências sociais que dividem e infelicitam os homens. Condena os abusos dos déspotas tanto como os desatinos dos que se rebelam. Anima aquele que confia e honesta e diligentemente investiga a verdade, mas desmascara o impostor, combate e persegue o charlatão como inimigos falazes da espécie. Sabe que não há neutralidade entre o Vício e a Virtude, mas não castiga aquele que erra sem antes estudar as circunstâncias que o levaram ao erro e não louva o que vive na Virtude, para não despertar a vaidade, que condena.

O Maçom abomina a falsidade porque sabe que “nada há oculte que não seja descoberto”, segundo o Livro Sagrado da Lei.

Haverá sempre um ramo de Acácia, a indicar o lugar dos despojos; sempre soprará, leve como a brisa, persistente como as ondas, eloqüente e inevitável como a eternidade, o som percuciente da voz interna que repete inconscientemente o “mea culpa”, denunciando o autor do delito.

A Palavra é a principal conquista do Espírito, que por seu intermédio, transmite às gerações nascentes o conhecimento adquirido ou conquistado; o Sentimento é a baliza que determina o aperfeiçoamento atingido e o Pensamento é a chama que resulta do choque entre a revelação da divindade e a idéia embrionária.

Sabe o Maçom que a Palavra é essencial ao progresso e nunca exercerá o seu poder para cerceá-la, se não for portadora de difamação e não atentar contra a moral: que o Sentimento deve ser desenvolvido e aprimorado, para que cesse a mútua incompreensão dos homens; que o Pensamento deve ser livremente difundido para que jorrem permanentemente sobre a humanidade as Luzes que lhe dão segurança e estabilidade. Entre os que fecham a boca do povo, matam o sentimento das massas e sufocam o pensamento que forceja por expandir-se, nunca estarão Maçons.

Os Maçons são livres e vivem na Verdade. Conheceu a Luz que, partindo do Grande Arquiteto do Universo, ilumina como Estrela Flamígera, o Espírito e a Matéria e faz projetar ao solo a sobra dos maus e dos bons, para que todos conheçam os vícios de uns e a virtude dos ouros.

Vícios e virtudes que se desprendem dos ossos e da carne do indivíduo físico, mas permanecem na composição do indivíduo moral dando-lhe o cunho que o classifica entre os congêneres.

É relevante a influência que a Maçonaria exerce sobre os seus Membros e a nenhum deles é lícito negá-la, porque a retransmitem beneficamente aos seus coevos.

Desde o início remoto das idades até o atual esplendor da Civilização, dentro dos escalões do progresso coletivo, coexistem os tarados e os santos, os estúpidos e os sábios, os gênios e os dementes, porém, desta amálgama amorfa sempre foi possível distinguir o Maçom do profano, porque o Maçom é aquele que vive em constante luta contra os seus próprios defeitos.