janeiro 12, 2025

FILHOS DAS ESTRELAS - Jorge Gonçalves


Uma das melhores palestras Maçônicas já realizadas no país.



 

RITOS MAÇÔNICOS PRATICADOS NO BRASIL


A maçonaria já praticou mais de 110 ritos, mas atualmente os principais no Grande Oriente do Brasil são: 

Rito Escocês Antigo e Aceito

Rito Moderno

Rito York

Rito Brasileiro

Rito Adonhiramita

Rito Schroeder

Rito Escocês Retificado

A cerimônia de iniciação na maçonaria é diferente de acordo com a Loja e o Rito, mas alguns elementos são comuns: 

Os membros da Loja votam para aceitar o candidato

O candidato é preparado em um cômodo adjacente, vendado e com o pé esquerdo descalço

O Mestre Venerável, o Primeiro e o Segundo Vigilantes encenam um diálogo

O candidato caminha ao redor da sala ou do altar, no sentido horário

O candidato se ajoelha em frente ao altar e jura não revelar os segredos da ordem

Os membros formam um círculo ao redor do candidato

O Mestre profere palavras de ordem e os membros batem palmas ou batem o pé direito no chão

A venda é retirada dos olhos do candidato

O candidato recebe ferramentas e um avental branco

Os maçons aprendem os preceitos em reuniões, que seguem liturgias herdadas dos construtores de catedrais medievais.

Rito Adonhiramita

Rito de origem francesa, foi substituído na França pelo Rito Moderno EM 1785, mas continuou sendo praticado no Brasil, onde foi o primeiro Rito a ser adotado.

O Rito Adonhiramita é considerado irregular por boa parte da comunidade maçônica internacional pelo fato de modificar a Lenda do Grau 03, o que fere um dos principais Landmarks maçônicos (3º Landmark de Mackey, por exemplo) que considera a lenda do Grau 03 imutável. Se não fosse pelo fato do Rito ter sido descontinuado na França, quando da adoção do Rito Moderno, o Adonhiramita seria o mais antigo ainda em prática no mundo. Porém, ele se viu encerrado em 1.773, e só foi reativado, já no Brasil, em 16/01/1838, sofrendo então grande influência do Rito Moderno, e trabalhando apenas nos Graus Simbólicos. Os Graus Superiores desse Rito só entraram oficialmente em atividade em 02/06/1973, quando da fundação de seu Supremo Conselho, aqui no Brasil, único no mundo. O Rito Adonhiramita somente é praticado no Brasil e, mais recentemente, por algumas poucas Lojas em Portugal.

Rito Brasileiro

Sonho antigo do Grande Oriente do Brasil, o Rito Brasileiro somente tornou-se realidade em 1914, pelas mãos do então Grão-Mestre do GOB, Lauro Sodré. Sobreviveu até meados de 1940, quando entrou em desuso. Somente em 13/03/1968, no auge da Ditadura Militar e de sua propaganda nacionalista, o Rito foi reativado e permanece ativo até hoje. Considerado uma cópia abrasileirada do Rito Escocês, ele também trabalha com sistema de 33 graus, sendo os 03 simbólicos e 30 graus superiores, além de também adotar a cor púrpura do REAA. O Rito Brasileiro só é praticado no Brasil.

Ritual de Emulação & Sistema Inglês Moderno

O Ritual de Emulação só trabalha nos 03 graus simbólicos. O Emulação é um dos vários rituais praticados por Lojas da GLUI, sendo o mais popular deles. Há outros como: Bristol, Stability, Oxford, Taylor’s, Humber, Logic, West End. Todos são similares entre si, visto que a GLUI apenas determina que se observem os antigos costumes por ela adotados. O GOB adotou o Emulação para reforçar seu tratado de amizade e mútuo reconhecimento com a GLUI. Porém, quando da tradução para o português, o Ritual ficou erroneamente conhecido como “de York”. Podemos chamar de “Sistema Inglês Moderno” os corpos ingleses de aperfeiçoamento, que possuem origens diferentes e trabalham de forma totalmente independente dos Rituais Simbólicos lá praticados. Entre eles, podemos citar: Mestre de Marca e Santo Arco Real, Nauta, Templários e Malta.

Rito Escocês Antigo e Aceito

O Rito Escocês Antigo e Aceito é o mais praticado no Brasil e na maioria dos países da América Latina nos graus simbólicos, e é o Rito mais praticado no mundo nos Graus Superiores. Apesar de muitos autores e Irmãos declararem que o Rito teve origem na França, isso é algo discutível. O Rito foi realmente consolidado na França, mas sua origem pode se dizer escocesa, visto que teve origem quando Carlos I, rei da Inglaterra e de origem escocesa, exilou-se com sua família e famílias nobres mais próximas (também de origem escocesa) na França. Desse nicho originou-se na França o Rito de Heredom, composto de 25 graus. Mas apenas nos EUA o Rito passou a ter 33 graus e a ser chamado de Rito Escocês Antigo e Aceito. Digamos então que é um rito criado nos EUA sobre uma base francesa com raízes escocesas. Os 33 graus do Rito Escocês são concedidos em Loja Simbólica, Loja de Perfeição, Capítulo Rosa Cruz, Conselho Kadosh e Consistório. A data-marca do REAA é 31/05/1801: fundação do 1º Supremo.

Rito Francês ou Moderno

Apesar de declarar ter sido criado em 09/03/1773, o que o tornaria o Rito mais antigo ainda praticado no mundo, o Rito Moderno foi totalmente reformulado e reescrito, e somente tomou a forma com que é praticado atualmente quando da chamada “Reformulação”, ocorrida em 1877, quando se suprimiu a crença em um Grande Arquiteto do Universo e na Imortalidade da Alma de toda simbologia, filosofia e frases do Rito. O nome foi mantido, mas a Reformulação praticamente criou um novo Rito, diferente do seu original. Essa atitude em relação ao GADU, ao Livro da Lei e à Imortalidade da Alma promovida na ritualística e leis do Grande Oriente de França foi interpretada pela GLUI como um desrespeito aos antigos Landmarks, ocasionando no rompimento das relações entre a GLUI e o GOdF, rompimento este que dura até os dias de hoje.

Rito Schroder

O Rito Schroder é um rito de origem alemã e surgiu no Brasil através da colonização alemã no sul do país. O Rito surgiu na Alemanha para substituir o Rito da “Estrita Observância” que possuía forte influência da cavalaria templária, distanciando-se assim do simbolismo da Maçonaria operativa, o que, com o tempo, gerou grande descontentamento dos líderes e estudiosos maçônicos. Foi então que o Irmão Schroder começou a escrever o Rito que acabou ficando conhecido pelo seu nome. O novo Rito foi aprovado por unanimidade na assembléia dos Veneráveis Mestres de Hamburgo no dia 29/06/1801, sendo, portanto, apenas poucos dias mais velho do que o REAA. O Rito trabalha apenas nos três graus simbólicos, e busca se desvencilhar de influências de outras doutrinas, filosofias, ordens e símbolos que não sejam oriundos da Maçonaria Operativa.

Rito de York

O Rito de York é algumas vezes chamado de Rito Americano, ou mesmo de Rito Inglês Antigo. Além dos 03 graus simbólicos, ele possui mais 10 Graus, divididos nos organismos: Capítulo do Real Arco (Mestre de Marca, Past Master, Mui Excelente Mestre e Maçom do Real Arco); Conselho Críptico (Mestre Real, Mestre Escolhido e Super Excelente Mestre); Comandaria Templária (Ordem da Cruz Vermelha, Ordem da Cruz de Malta, Ordem dos Cavaleiros Templários). O Rito de York é o rito mais antigo praticado no mundo, tendo como data-marca 24/10/1797.Também é o Rito com mais membros praticantes no mundo: mais de 60% dos maçons no mundo adotam o “Monitor de Webb”, como são conhecidos os graus simbólicos do Rito de York, em homenagem ao seu autor. Já suas Comandarias Templárias são tidas como os únicos Corpos Maçônicos fardados da atualidade. Alguns irmãos brasileiros confundem o Rito de York com o Sistema Inglês Moderno, o qual possui alguns graus similares. Porém, o Sistema Inglês é bastante diferente, não possuindo um formato de escada como ocorre no Rito de York, Escocês e vários outros ritos.

Fonte: Filhos De Salomão 90

janeiro 11, 2025

CRÍTICAS - Newton Agrella


É uma pena que o nosso entendimento sobre as coisas exija um processo tão longo de maturidade.

É o caso da "Aceitação de Críticas" , algo que invariavelmente machuca, incomoda, fere brios e nos deixa  muito inseguros.

Porém, o tempo é sem sombra de dúvidas, o melhor remédio, e através dele vamos percebendo que receber Críticas, sejam da natureza que forem, constitui-se num aprendizado para "amortecer os impactos da alma"  e "fortalecer nossas estruturas"

As Críticas, sem entrar no mérito de sua essência, de algum modo, contribuem para nos tirar de uma suposta "zona de conforto" , onde em tese nos encontramos quase que permanentemente, tal qual o câmbio no "ponto morto"....

Sem nos dar conta do que nos circunstancia, tendemos a imaginar que tudo o que fazemos obedece um Princípio Natural das Coisas e está  sempre certo....

Raríssimamente nos questionamos "pra valer" e abrimos um parêntesis em nossas vidas para fazermos uma espécie de "balanço" de como agimos e de como reagimos.

Seja no aspecto profissional, social, familiar, e principalmente no que se refere aos nossos valores mais íntimos, ou seja, no âmbito anímico e espiritual....

E quando recebemos uma Crítica,  nossa primeira reação normalmente é a de espanto e de confrontação.

Sentimo-nos "acuados", e sem qualquer "tomada de fôlego mais profunda" - num arroubo de indignação e de discordância - tendemos a repelí-la, tal qual o "diabo foge da cruz"...

Cabe registrar que as pessoas  mais bem sucedidas na vida são aquelas que souberam acatar as Críticas e transformá-las em aliadas para sua evolução.

Aquiescer uma crítica, inobstante parecer justa ou não, demonstra uma capacidade de equilíbrio e de resiliência, que tornam possível a nossa capacidade de estarmos atentos aos sinais que a vida nos impõe.

Só podemos trabalhar o nosso templo interior se estivermos cientes de que sempre estaremos susceptíveis a Críticas, por mais que imaginemos nos encontrar como "a última bolacha do pacote". 

Qualificar uma Crítica como construtiva  ou destrutiva é uma mera questão formal.

Adjetivá-la significa dissuadi-la de sua natureza cultista.  

Crítica é crítica e pronto.

Independente da maneira como ela é feita,  sua missão é a de mexer com o nosso íntimo. 

A questão reside em como lidar com isso, sem abalar tanto as nossas estruturas emocionais.

Talvez seja aprendendo a ouvir mais do que falar.

E a doar mais do que receber...  


O CAVALEIRO DESTEMIDO - Roberto Ribeiro Reis


A vida é repleta de desafios

E disso ninguém não duvida;

É maravilhosa, louca, sofrida,

Gera prantos, suores, arrepios.


Ó Maçom! Força! Não se furte!

Quando fores convocado à luta;

É mister ter a valentia absoluta

Do bom obreiro.Então não surte!


A fé é carência plena, unânime,

Todo pedreiro dela muito carece;

O bravo guerreiro não arrefece

E, tampouco, será pusilânime.


Armado de elevados ideários,

Um Cavaleiro de limpa espada;

Cuja história é rica e baseada

Na essência fiel aos templários.


Um lutador forte, leal, destemido,

Que só à paz tem se atrevido,

Inda que isso lhe custe sua vida;

Um Irmão sereno face à guerra,

Granjeou amigos e lavrou a terra,

Dono dum legado sem medida.


Artífice que cativou corações,

E que, a despeito das ilusões,

Jamais sucumbiu aos enganos;

Um prócer real desse Templo,

Nobre Irmão! Tu és o exemplo

A nós e, mormente, aos profanos!



janeiro 10, 2025

AS CORES DA MAÇONARIA - João Anatalino Rodrigues



Na Maçonaria há uma forte influência do simbolismo das cores. Existe uma Maçonaria azul, uma Maçonaria branca e uma Maçonaria vermelha, cada uma destas cores denotando uma fase da aprendizagem iniciática da Arte Real.

Não há uma razão histórica para a adoção deste simbolismo de cores, a não ser que se possa invocar motivos relativos à Revolução Francesa, relacionados com as cores da bandeira daquele país. Mas aí seriámos obrigados a diminuir consideravelmente o alcance da Arte Real, que na nossa opinião, foi muito mais razão que consequência daquele formidável momento histórico.

A alusão à cor azul, muito provavelmente provém da influência da tradição alquímica, pois de acordo com os adeptos da Arte de Hermes, a pedra filosofal, no decurso do seu processo de elaboração, assume, seguidamente, três cores: um negro azulado, conhecido como asa de corvo, um branco leitoso e um vermelho ígneo. O negro simboliza o reino de Saturno, a partir do qual são obtidas a pedra branca, que é o símbolo da lua, e a vermelha, símbolo do sol.

Portanto, são estas as cores da grande obra alquímica. Primeiro, um negro azulado profundo, evocando as trevas, a morte, o subterrâneo; depois o branco, que é o renascimento, a cor da regeneração; e por fim o vermelho, o fogo celeste, o raio de luz, o sol, como corolário desse processo.

Por analogia adotou-se este simbolismo às diferentes etapas do simbolismo iniciático maçônico. A chamada Maçonaria negra foi acrescentada depois, para simbolizar a posse de segredos duvidosos. Mas em princípio eram essas as cores, e na essência, repetia o caleidoscópio hermético.

Os alquimistas justificavam este simbolismo dizendo que toda semente seria inútil se permanecesse intacta na terra, sem apodrecer e ficar negra.

Era preciso primeiro a corrupção e a morte para, em seguida, ocorrer a regeneração. Era no azul-negro que se encontravam, dissimuladas, todas as demais cores, como dizia Nicolas Flamel no seu Rosário dos Filósofos.

Este negro era, na verdade, um azul profundo, perfeito, que integrava em si a “rosa branca” e a “rosa vermelha”, imagem da regeneração e da ascensão espiritual, respectivamente. Estas duas cores do azul representavam os dois graus de perfeição da pedra filosofal, “o pequeno e o grande magistério, “o emblema da sabedoria, a coroa do filósofo, o selo da ciência e da fé, unidas à dupla potência, espiritual e temporal” no dizer de Fulcanelli. Na vida do operador alquímico eram representativas das duas mudanças no seu estado da consciência (etapas lunar e solar), que se operavam pela prática do magistério hermético.

Na terminologia alquímica, “branquear latona”(deabbat ergo latonen) significava branquear o latão, isto é, liberar o metal das suas impurezas para que pudesse mudar de estado. Na mitologia grega, Latona era a mãe de Diana (a Lua), e Apollo (o Sol), deuses representativos da natureza e da luz, respectivamente.

Na prática alquímica, é quando a “pedra” assume essa cor púrpura (fogo dos fogos), assemelhando-se a uma romã madura, que ela adquire a capacidade de transformar metais ordinários em ouro. Em contato com ela, os metais impuros “morrem” e “renascem” num outro estado, da mesma forma que o iniciado Maçom ao toque da espada Flamígera.    

Na simbologia maçônica podemos encontrar um paralelo nas diversas fases graduais que o iniciado tem passar para atingir o ápice da Escada de Jacó. No Rito Escocês essas fases são representadas pela Maçonaria azul, correspondentes às Lojas Simbólicas, à Maçonaria branca, correspondente às Lojas de Perfeição e Capitulares, e à Maçonaria vermelha, que corresponde aos graus filosóficos. Este último comporta ainda uma divisão em Maçonaria negra, que integra os três últimos graus da escalada de trinta e três graus previstos.

“A cor negra”, escreve Fulcanelli, “foi atribuída a Saturno, que se tornou em Espagiria, o hieróglifo do chumbo; em Astrologia, um planeta maléfico, em Hermetismo o dragão negro ou chumbo dos filósofos; em Magia, a galinha negra etc. Nos templos do Egito, quando o recipiendário estava pronto para as provas iniciáticas, um sacerdote aproximava-se dele e segredava-lhe no ouvido esta frase misteriosa: “Lembra-te que Osíris é um deus negro!”

Osíris, como se sabe, era o deus da ressurreição, aquele que guiava a alma do defunto pelas trevas da Tuat até o seu encontro com a luz. “Tal como o dia, no Gênesis, sucede, à noite,” continua Fulcanelli,” a luz sucede à escuridão. Tem por símbolo a cor branca.

Atingindo este grau, os sábios asseguram que a sua matéria está livre de toda impureza, perfeitamente lavada e purificada. (….) A cor branca é a dos Iniciados porque o homem que abandona as trevas para seguir a luz passa do estado profano ao de Iniciado, de puro. É espiritualmente renovado.”

Não se pode deixar de comparar a simbologia do magistério alquímico com as diferentes fases da iniciação maçônica. O que busca o irmão quando se inicia na Maçonaria, senão uma mágica transformação no seu ser? A passagem do estado de profano para o de iniciado equivale, na iniciação maçónica, a essa renovação espiritual, essa transformação de substância, que no magistério alquímico é obtida pela manipulação da matéria.

Só que, diferentemente da Arte de Hermes, a matéria prima do Maçom é o seu próprio psiquismo. Sobre ele o iniciado trabalha, utilizando-se dos influxos da Loja e dos ensinamentos que recebe, para transformá-lo, de metal impuro em ouro. Troca o vício pela virtude, a preguiça pelo trabalho, a indiferença pela participação, o desconsolo pela esperança. Dessa transmutação emerge como espírito renovado, purificado, pronto para exercer um novo papel na sociedade.

Este é o significado do simbolismo contido na iniciação maçônica, na qual o recipiendário passa sucessivamente, pelas três fases da transmutação alquímica: a negra, simbolizada pela sua descida às sombras da morte, o branco da regeneração, simbolizado pela sua iniciação e o vermelho da exaltação, que simboliza o predomínio do espírito sobre a matéria, condição que ele, como iniciado, finalmente adquiriu.

Evidentemente, na Maçonaria moderna todo este simbolismo, que resume uma verdade iniciática, assumiu contornos de filosofia moral. O Maçom é um homem do mundo e para ele vive. As verdades do espírito devem ser transformadas em atitudes práticas para a melhoria da sociedade na qual ele atua.

A luta do Maçom é contra ele mesmo, para submeter as suas paixões e aprimorar o seu espírito contra os males que infelicitam a espécie humana. Afinal, como diz o ritual, o mal é o oposto da virtude. O Maçom deve trabalhar para eliminar este mal, aperfeiçoando as suas qualidades morais, e em consequência, as da humanidade como um todo. Por outras palavras, o que ele busca é a realização de um estado de perfeito equilíbrio dentro de si mesmo primeiro para, em seguida, transmiti-lo à comunidade na qual vive, pois ninguém pode dar senão o que tem.

Esta é a ciência maçônica, a verdadeira ciência da vida. Através do trabalho prático, (do Maçom operativo) e teórico, (especulativo, que é busca do conhecimento, da Gnose), o Obreiro da Arte Real pode realizar a Alquimia maçônica., unindo-se, afinal, pelo trabalho de construção do universo moral que deve existir em todo irmão, com o Sublime Arquiteto do Universo, fonte fecunda de luz da qual todos saímos no início como matéria cósmica e à qual um dia voltaremos como espíritos radiantes de energia luminosa.

Por isso é que aqueles temerários que batem profanamente à porta do templo, a fim de se iniciarem nos Augustos Mistérios dos Obreiros da Arte Real, ali estão em busca de luz. É que na desordem que reina no mundo dos homens, esses corações sensíveis sentem a necessidade de buscar o exato equilíbrio entre as suas necessidades no mundo profano e as exigências do mundo sagrado, que são de cunho espiritual.

Sem ordem e harmonia nas suas próprias vidas, não as pode transmitir à comunidade em que vive, pois ele mesmo não as possui. Então precisa ser devidamente iniciado, para que possa adquirir tais qualidades. Mas para isso precisa ser puro e de bons costumes.

Ontem como hoje, as esperanças da humanidade são as mesmas: ela quer viver num estado de harmonia, equilíbrio social e ordem. Se as formas de se buscar esse estado ideal mudam, se as visões assumem diferentes configurações, o conteúdo significante dessas visões, no entanto, são os mesmos.

Em todos os tempos os homens repetem as mesmas fórmulas e sentem os mesmos anseios. Assim, o neófito que busca a realização maçônica carrega na sua alma o mesmo anseio do adepto que se iniciava na Arte de Hermes. E tanto nos laboratórios dos artistas, como nos templos maçónicos de hoje, quando um irmão é iniciado ouve-se dizer que

A luz foi feita,

A luz seja dada ao neófito.

Por fim, é relevante lembrar que na referida prancha do Mutus Líber, um homem e uma mulher, representando os dois princípios, feminino e masculino, que se unem para a criação, torcem um pano branco para fins de extrair dele o chamado “orvalho dos filósofos”. Este “orvalho” é exatamente a energia proveniente da natureza, a “flos coeli” capaz de animar a matéria inerte e provocar nela a transmutação. No templo maçônico, essa função é representada pelo equilíbrio de forças entre as duas colunas, sobre as quais Aprendizes e Companheiros realizam as suas fases de aprendizagem, recebendo cada um, conforme o ritual, o seu salário.

É desta maneira que os Obreiros da Arte Real, congregados no templo, formam uma Egrégora que capta, a exemplo da ação energética da síntese química, a “energia dos princípios”, que para o alquimista é o mercúrio filosófico, e para o Maçom é a tríplice argamassa com que se ligam as obras maçônicas.

Do livro “Conhecendo a Arte Real” – Ed. Madras, 2007

A LUZ MAÇÔNICA - Almir Sant'Anna Cruz


Após o juramento o recipiendário será retirado do templo para que seu traje seja recomposto, retornando ainda vendado.

E será pedido a seu favor que se lhe dê a Luz. 

E lhe será retirada a venda que cobre os seus olhos. 

E a Luz lhe será dada. 

E verá a Luz.

Readquirida a plenitude da visão, o agora neófito receberá o choque iniciático e verá a verdadeira Luz, símbolo da verdadeira iluminação interior que é a própria iniciação, se tornando um iluminado, um iniciado, aclarado por uma luz espiritual.

Em diversas religiões a Luz é considerada uma manifestação da divindade e, como tal, objeto de adoração como fonte primordial do conhecimento, em contraposição à escuridão, que representa o mal e a ignorância.

Em Gênesis (1:3-4) consta: E disse Deus: Haja luz. E houve luz. E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas.

Simbolicamente, a Luz tem o significado de santidade e de conhecimento da Verdade. Consta no Evangelho de João (1:4-9): Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens; E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam. Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João. Este veio para testemunho para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele. Não era ele a luz; mas para que testificasse da luz. Ali estava a luz verdadeira, que alumia a todo o homem que vem ao mundo. 

No mazdeismo, no judaísmo, no cristianismo e também na Maçonaria, jamais se deve assoprar uma vela, que representa a luz, o bem, o conhecimento, para que o hálito não a contamine. 

A visão da verdadeira Luz está acima da capacidade da inteligência humana e quando o iniciando recebe a Luz recebe a visão intuitiva da Verdade e torna-se um Maçom, um filho da Luz, um livre-pensador para quem a verdade só é Verdade quando se coaduna com a Razão.

Do livro - O que um Aprendiz Maçom deve saber - interessados contatar o Irm.’. Almir no whatsApp (21) 99568-1350

janeiro 09, 2025

SERÁ A MAÇONARIA PARA RICOS?!

 



Esta questão que usei como título deste post reflete uma questão e afirmação que ouço amiúde em alguns círculos profanos. Uns questionam na sua ignorância se a Maçonaria é para "ricos", outros afirmam de forma contundente que ela é feita para "ricos".

Posso afirmar que nem é uma coisa nem a outra!

Primeiro porque a Maçonaria é uma Ordem universal. Logo encontrando-se ela em qualquer parte do globo terrestre, seja nos países ditos de "primeira linha" como nos países classificados (injustamente!) como "terceiro-mundistas", a Maçonaria é o espelho da sociedade onde se encontra implantada. O que levará a que nos seus quadros de obreiros se encontrem gente de múltiplas origens, profissões ou de níveis académicos díspares. O que será sintomático da sua heterogeneidade e universalidade.

Mas apesar disso, é costume se afirmar que a Maçonaria é feita de uma elite de pessoas, mas "elite" essa que nada tem a haver com economia e finanças, mas apenas uma elite moral e social de pessoas que procuram evoluir e crescer espiritualmente através de uma via iniciática e que também procuram promover o progresso da sociedade, e apenas isso.

Nas Lojas Maçónicas encontramos gente de todas as idades (maiores de idade), logo pessoas que ainda estudam ou já trabalham ou ambas as situações, e dada a diferença e multitude de profissões que se podem encontrar numa Loja, será natural que se encontre gente mais "abonada" que outras, mas nada que não exista também no mundo profano, o que é natural!

Mas como é possível encontrar este "tipo" de gente, naturalmente se poderia confundir a Maçonaria com um clube de cavalheiros ou apenas como uma associação benfeitora e nada mais, o que é totalmente errado e que subverte os princípios que consagram a Ordem Maçónica. Evidentemente que a Filantropia, a Caridade e a Solidariedade Social existem, mas são apenas uma consequência da elevada moral que os maçons possam ter e nada mais. Para exercer essas qualidades em exclusivo existem outro tipo de associações com essas preocupações prementes, sejam os Rotários, os Lions ou outras similares.

Todavia e como este texto versa sobre "metais" (vulgo, dinheiro), posso reafirmar que apesar da Maçonaria não ser exclusiva de gente rica, ela não é uma Ordem barata, ou seja, existem sempre custos associados para quem faça parte dela.

Existem os custos com a adesão na Ordem, as quotas mensais, as "subidas de grau", os materiais e demais parafernália maçónica, isto é, os aventais, luvas, colares, livros e outros acessórios e adereços que um maçom necessite para o seu dia-a-dia na Loja da qual que fará parte integrante. E aqui sim, é que se pode dizer profanamente "que a porca torce o rabo", porque regra geral, não são baratos tais materiais.

Mas também não serão mais caros do que outros relacionados com outras Ordens similares, ou associações civis ou clubes desportivos. - Nada na vida é borla! -

E aqui retorno à questão original, " Será a Maçonaria para ricos?!", claramente que não o é!

Mas não deixa de dar jeito ter algum dinheiro no bolso, nem que seja para auxiliar quem dele necessitar...

Fonte: apartirpedra.

LOJA KILWINNING N. 0


Ordem Heredom de Kilwinning

O diploma assinado por Cambacérès.

Foi por acaso, durante as vendas públicas de fim de ano, que o museu GLDF adquiriu um pergaminho excepcional do início do século XIX, assinado Cambacérès, Arquichanceler do Primeiro Império, dirigido a Pyron, que escreveu o famoso “Ladrilhador” guardado nos fundos permanentes do GLDF.

Este documento extremamente raro diz respeito à Ordem Heredom de Kilwinning, cuja história permanece obscura ainda hoje, porque os documentos sobre esta Ordem são poucos, tanto em fundos públicos como em publicações especializadas.

A Ordem Heredom de Kilwinning, originalmente ligada à Grande Loja Real de Edimburgo, foi, segundo a tradição, fundada em 1314 em Kilwinning, uma cidade na Escócia, no condado de Ayr, pelo Rei Robert 1st Bruce. Outra tradição relata que ali foi fundada uma loja por arquitetos maçons estrangeiros para construir a abadia local, fundada em 1140 por monges franceses de Tiron, localizada no departamento de Eure et Loir.

Esta autoridade real existiu até 1736 e foi somente em 1808 que a Loja Kilwinning parou de distribuir Cartas.

Esta Loja Kilwinning é considerada “imemorial” e ostenta o número 0 da Grande Loja da Escócia.

janeiro 08, 2025

A VAIDADE - Almir Sant'Anna Cruz



Muito se fala que devemos reprovar a Vaidade, confundindo-a geralmente com um dos 7 Pecados Capitais, a Soberba, que é o Orgulho, a Arrogância e a Vaidade desmedidas.

A Vaidade em excesso devemos, sim, combater, mas quem não tem “um pingo de Vaidade” é um relapso, uma pessoa que não cuida da sua aparência, que não se valoriza.

Todos nós, em maior ou menor escala, somos Vaidosos, e a mulher comumente é mais que o homem. E apreciamos isso nelas.

Muitos casamentos são desfeitos justamente por uma mudnça de comportamento, seja da mulher ou do homem, que durante a fase de namoro e noivado procuravam se mostrar de uma forma, e passados alguns anos de convívio relaxaram e deixaram de lado a Vaidade.

E nós, os Maçons? Não somos Vaidosos? 

Alguns ingressam nos nossos Quadros com o único intuíto de poderem se vangloriar de serem “Maçons”, como se isso acrecentasse algo ao seu status e não percebem que continuam sendo meros “Profanos de Avental”. 

Outros, para demonstrar uma erudição, real ou imaginária, por mera Vaidade, se apresentam em Loja para fazerem longos discursos, enfadonhos e muitas vezes sem qualquer conteúdo.

E parece que a Maçonaria, sem se aperceber, estimula essa Vaidade desmedida, com diplomas disso, medalhas e comendas daquilo, aventais coloridos diferenciando os Mestres, seja por seu Grau ou por ocuparem cargos em sua Alta Administração. 

E os chamados Graus Filosóficos, cursados por muitos que mal conhecem os Graus Simbólicos, criam inúmeros “pavões vaidosos”, com seus títulos pomposos, com uma infinidade de Graus que nem são iniciáticos, que se recebem por comunicação, mas com uma profusão de diplomas e aventais coloridos para afinal os Vaidosos poderem estufar o peito e dizer “sou 33”.

Portanto, meus IIrm.’. devemos nos policiar. Todos somos Vaidosos, mas o que não devemos é extrapolar, a Vaidade Desmedida deve ser combatida diuturnamente dentro de cada um de nós.

FALTA DE ATENÇÃO - Sidnei Godinho


Hoje, ao assistir um programa rural, sobre um projeto de integração social para inserção de idosos na agricultura comunitária, emocionou o testemunho de uma estudante de 12 anos 

Ao ser indagada do porquê de estar ali, com naturalidade respondeu: 

..."Meu tio morreu porque ninguém dava atenção para ele. Então eu venho aqui para dar atenção para os idosos e ajudar a cultivar as plantas"...

E de repente a questão do plantar e colher se tornou secundária diante da importância de se ter atenção no dia a dia. 

Aliás, ainda mais importante, a questão de se dar atenção aos que estão à nossa volta, por vezes invisíveis ou imperceptíveis. 

Focamos sempre em projetos que esquecemos de focar nas pessoas que o executam ou naquelas para quem empreendemos tanto vigor em ser bem sucedido. 

E as pessoas que não recebem atenção simplesmente morrem para a relação e, por vezes, até mesmo morrem para existência, ao se tornarem solitários, depressivos e infelizes. 

De que vale tanto suor para ser bem sucedido se não houver com quem comemorar? 

De que vale alcançar o topo se não se lembrar de quem o conduziu até lá? 

E o que se ganha com status, casas, carros, viagens se não houver com quem compartilhar seu real valor, não o monetário, mais aquele do conquistar os sonhos comuns. 

Hoje uma adolescente ensinou que nenhuma riqueza substitui um pouco de atenção, que o dinheiro compra o remédio, mas não compra a cura e que ninguém é imortal, mas que todos somos carentes da companhia dos amigos e do amor da família até o último suspiro. 

Aproveite este dia para olhar ao lado e dar mais atenção àqueles que lhe seguraram a mão e o ampararam para ser o vencedor que é. 

A Depressão é o fim do processo que se inicia com o abandono e a solidão, que atinge não apenas idosos. 

E tudo se resume na Falta de Atenção... 


janeiro 07, 2025

DIA DO LEITOR - Professor Luiz Carlos R. da Silva


Carpe Diem!

Hoje, 7 de janeiro, comemora-se o Dia do Leitor. Data criada pelo poeta e jornalista cearense Demócrito Rocha, em 7 de janeiro de 1928, para homenagear a fundação do jornal cearense O Povo. 

O Dia do Leitor é uma celebração que homenageia todos aqueles que encontram no ato de ler um verdadeiro prazer e uma fonte inesgotável de conhecimento. Celebrado no Brasil no dia 7 de janeiro, essa data nos lembra da importância da leitura para o crescimento pessoal e intelectual de cada indivíduo.

A leitura abre portas para novos mundos e perspectivas. Através dos livros, podemos viajar para lugares distantes, conhecer culturas diversas e viver aventuras extraordinárias. Ler é um ato de liberdade, que nos permite explorar o desconhecido e expandir nossos horizontes sem sair do lugar.

Além de proporcionar entretenimento, a leitura é fundamental para a formação de cidadãos críticos e conscientes. Ao ler, desenvolvemos habilidades essenciais como a interpretação de textos, o pensamento crítico e a capacidade de argumentação. Essas competências são indispensáveis para a participação ativa na sociedade e para o exercício pleno da cidadania.

O Dia do Leitor é uma oportunidade para celebrar os autores que nos presenteiam com suas histórias e para incentivar o hábito da leitura entre todas as idades. É um momento para refletir sobre a importância das bibliotecas, das livrarias e de todos os espaços que promovem o acesso aos livros.

Se você é um apaixonado por livros, que tal aproveitar este dia para compartilhar suas leituras favoritas com amigos e familiares? E se ainda não tem o hábito da leitura, esse pode ser o momento perfeito para começar uma nova jornada literária.

Ler é um ato de amor ao conhecimento e à imaginação. Feliz Dia do Leitor!


POR MEL E VINAGRE: OS 4 ELEMENTOS



Mel e vinagre: são dois produtos aparentemente contraditórios  devido a apreensões próprias, essencialmente gustativas e olfativas. 

Durante a minha iniciação pude sentir através do meu sentido (paladar) posto à prova para esse fim. A diferença puramente física entre a taça da amargura e o néctar. Com os olhos vendados, fui subitamente confrontado com a abordagem binária  do bem e do mal.

Mas será que o mel e o vinagre estão tão distantes assim?

O mel, na percepção popular e folclórica,   é comparado ao ouro - "o raio dourado do poeta" - esse ouro tão procurado pelos Alquimistas - objeto de muitas fantasias - fantasias que podem ser prejudiciais  se formos levados ao extremo no Mito do Filósofo. Pedra.

Por outro lado, o mel provém  da  fusão do trabalho do enxame   na colmeia - de uma química orgânica com os vários graus envolvidos nesta sociedade que é esta colmeia,  sendo a Rainha a verdadeira Venerável desta notável oficina semelhante à do 'Atanor. O ciclo   da produção do mel é o da passagem do invisível ao visível do virtual ao concreto do atemporal ao temporal   através do trabalho ali guiado pela natureza e suas funcionalidades - A abelha desprovida de cérebro, porém, atua respondendo a comandos desta natureza - neste caso não podem ser ações impulsionadas por algum inconsciente. Por outro lado, nós F \ M \ dotados de espírito ao sairmos de nossa Loja iremos reunir os sentimentos da sociedade  e também espalhar as lições de nossas reflexões - lá em nossa Colmeia/Loja (se me permite esse paralelo) elaboramos mel nosso mel é a quintessência espiritual.

Sem passar pelos quatro elementos não poderia ser produzido o Mel - Terra onde germinam as plantas com flores. Ar que transporta pólen e ajuda os movimentos dos insetos - Água necessária ao desenvolvimento botânico - Fogo sem sol e luz nada poderia prosperar. Veremos mais adiante que o vinagre também realiza   a intervenção ativa e essencial dos 4 elementos. Esses 4 elementos também são “sexuados” por causa de sua relação  com o Masculino e o Feminino, vemos novamente a percepção binária.

No simbolismo, o mel representa o conhecimento mas também a sabedoria - na antiguidade era reservado aos eleitos e aos iniciados aos seres excepcionais - não se alimentava Pitágoras exclusivamente de mel?

Todos os grandes profetas referem-se ao mel nas Escrituras. A Palavra é mel, representa doçura, justiça, virtude e bondade divina. O Alcorão fala em termos sagrados das abelhas e do mel: “o mel é a primeira bênção que Deus deu à Terra”. Virgílio chama o mel de dom celestial do orvalho, sendo o próprio orvalho um símbolo de iniciação. O mel também designará a felicidade suprema e o estado de nirvana. Símbolo de toda doçura, o mel do conhecimento é a base da felicidade humana

A perfeição do mel torna-o um elemento importante em muitos rituais religiosos. Para os egípcios vem das lágrimas do deus Rá e faz parte de todas as oferendas religiosas do Egito faraônico. No Islã, segundo o Profeta, restaura a visão, preserva a saúde e ressuscita os mortos. Entre os índios americanos, desempenha um papel importante nas cerimônias e rituais de iniciação e purificação. Alimento inspirador, ele deu o dom da poesia a Píndaro e o da ciência a Pitágoras

 No pensamento psicanalítico moderno, o mel simboliza o “Eu Superior”, a consequência última do trabalho interior sobre si mesmo. Resultado da transmutação do efêmero pó de pólen em suculento alimento da imortalidade, simboliza a transformação iniciática, a conversão da alma, a integração completa da pessoa. 

Sobre Pitágoras e Geometria   as células da colméia são inúmeros poliedros de formas hexagonais em tubos com 6 faces - pelo número 6 temos a ponte entre a quintessência 5 e o número 7 número perfeito   - o mel assim   como o copo de néctar seria simbolicamente o premonitório chamado  à perfeição e maestria.

O vinagre, além do amargor obtido no primeiro grau de sensibilidade gustativa - também é dependente dos 4 elementos - Como o mel, é palco de uma transmutação físico-química.

Também está presente no simbolismo dos Alquimistas representando paciência e sabedoria.

O vinagre de acácia encontra-se    nas preparações culinárias mediterrânicas e   já estava presente nas diversas preparações do antigo Egipto, quer pelo sabor, mas também pelo aroma…Não vou divagar ao meu nível de humilde companheiro no embalsamamento ou mesmo   na regeneração da acácia…

O vinagre é um líquido resultante de uma   geração celular gerando uma massa ectoplasmática chamada “mãe”.   Essa mãe, semelhante a uma hidra, crescerá até que se esgotem os elementos da fonte líquida que a nutre. Podemos então dividi-lo e ele participará de uma nova geração. Vinagre além do amargorsua evolução   é diferente da do mel, pois provém de uma geração parcialmente celular, enquanto o mel combina o trabalho das abelhas de todos os tipos,   bem como o das formigas, o vinagre é de fato um elemento, um produto de evoluções planetárias naturais, células imutáveis.

Não deveríamos também, depois de termos crescido na loja, nos dividir para participar da geração do mundo secular?

Se eu conseguisse comparar acima o lugar da Rainha na Colmeia com o do Venerável - não irei no exemplo do vinagre colocar a Venerável como "Mãe" - embora? o humor ajudando-nos a reconhecer-nos a zombar de nós mesmos como disse o nosso F \ Pierre D \   este humor deve permitir-nos ter uma perspectiva diferente - a seriedade permanente e sistemática gerando entre outros: pessimismo e cinismo.

Voltando a Pitágoras e à Geometria, a fórmula química básica   do vinagre é CH3 CO2 H

O que se traduz   graficamente também forma um hexágono o 6 novamente: ponte entre 5 e 7.

Essas 2 substâncias produzidas realmente representam   o bem e o mal, são tão contraditórias? representam  entre uma afirmação e o seu oposto a eterna e dolorosa escolha entre a tese e a sua antítese, entre uma afirmação e o seu oposto?

Não captamos à primeira vista, através do filtro dos nossos sentidos, uma diferença que na realidade não é uma?

Os sentidos não devem assumir uma preponderância subjectiva nas nossas percepções, para isso a ajuda do cinzel e do martelo que nos são fornecidos durante a primeira viagem de elevação como companheiro - deve permitir-nos   aceder ao discernimento que conduz à ordem interna. Assim, por vezes, por falta desta ordem interna,   caímos em questões comportamentais   na armadilha dualista oposta do Mel e do vinagre, alternando mudanças de humor que têm como consequência desestabilizar-nos e possivelmente desestabilizar os outros com uma certa   perversão na procura de afirmação do nosso ego.

Na realidade, o binário sentido sensorial, intelectual e emocionalmente é muitas vezes um e deve levar ao progresso em direção ao universal.

Este é o significado da práxis (   dialética em movimento).

O copo de vinagre da nossa iniciação que perpetramos constantemente representa nossos erros nossos medos nossa ignorância também pode nos lembrar que querer engolir tudo com avidez pode causar  indigestão com muitas vezes uma rejeição nauseante - deixando nojo na boca.

A taça de néctar com mel  deve ser também o antídoto para o sabor do fel, da tranquilidade e da serenidade nas nossas ações e pensamentos. O caminho margeado   pelas imagens simbólicas do  mel e do vinagre nas minhas   próprias palavras atuais (os marcos do caminho  que pode ser).   vários outros) esta jornada é a de toda a vida desde toda a eternidade, é complexa ao enfrentar nossos impulsos e sensações, sejam conscientes ou inconscientes  - ao enfrentar as contrações dos outrosàs convulsões da sociedade.

Como Companheiro devo portanto tender a reconhecer e mergulhar na complexidade dos mecanismos da vida interior da vida relacional da vida social e com  a ajuda das ferramentas que me são fornecidas nas minhas viagens devo ser capaz de agir sobre as contradições da vida, colocando o amor no centro das minhas ações e dos meus comportamentos.

Os quatro elementos de uma espiral ortogenética (ortogênese   sendo   o crescimento harmonioso) contribuem para toda a evolução criativa - embora às vezes possam estar em oposição -   sendo o ritmo natural da natureza e as estações um regulador formidável.

Mel e vinagre - néctar e amargor - bem e mal?

Existe um vinagre de mel – Por que   acomodar a nossa comida e por que   não   acomodar os nossos pensamentos e ações com mel e vinagre com síntese? - é tudo uma questão de dosagem. A maçonaria me fornece os elementos de dosagem de medição para eu usar conforme apropriado.

(Desconheço o autor)

O VINHO E SEU SIMBOLISMO


O vinho é um sonho com seus nomes lendários, Petrus, Château-Latour, Pomerol, Hospices de Beaune, Haut Médoc, Graves, Sauternes, Margaux, Mouton-Rothschild, Cheval Blanc, Château-Lafite, Château d'Yquem, Haut-Brion , Chateau Pichon Longueville Lalande, Château Léoville Barton, Claret, Château Cos d'Estournel, Château Dauzac, Château Palmer, Château Canon, Château Talbot, Château Léoville Las Cases, Château Beychevelle, Chambolle Musigny, Volnay, Richebourg, La Tâche, Chambertin, Corton, Romanée Conti, Hermitage, Sassicaia, Tignanello, Tokaï, Laurent-Perrier, Mumm, Veuve Clicquot, Bouzy, Taittinger, Gerwurtztraminer, Castelo Chalon, etc.

Mas… além da bebida…

Porquê esta escolha: depois de vários trabalhos sobre Jean, sobre o simbolismo da festa, sobre o significado simbólico do prato escolhido para esta festa, nomeadamente a carne cozida, sobre Agapè no significado do amor, pareceu-me que 'um ingrediente essencial do nosso São João praticado com nossos hábitos uma vez por ano dentro da Respeitável Loja Maimônides está um pouco esquecido em nosso trabalho, mas não em nosso paladar, e, esse é um pouco o elo que permite, ou melhor, faz com que muitos irmãos queiram visitantes que venham compartilhá-lo e apreciá-lo conosco, chamei: o VINHO, e como se diria num banquete segundo Platão ao pronunciar um elogio a Sócrates “ Invino Veritas ”.

Temos o hábito, todos os anos no nosso rito, de tratar um assunto sobre São João, representando o ciclo de renascimentos, equivalente aos solstícios impostos pela natureza, que nos levam a trabalhar graças a Deméter sobre o Orfismo e o Hermetismo.

Lembro aos Aprendizes mais jovens que no Rito Escocês Antigo e Aceito celebramos aqui o retorno da luz.

O solstício de inverno é uma das festas importantes do ano: o sol está no ponto mais baixo, só pode nascer novamente. “ Em Sainte Luce, os dias ficam cada vez mais longos .”

É a ressurreição da natureza, proclamam os druidas: “ O trigo germina ”. É a festa pagão-cristã: preparamos o guisado com vinho tinto que ferveu numa panela de barro sob as brasas durante um dia ( penso que quando o nosso V\ M\ falar nas colunas algum F\. Não falhemos para discutir o tema clássico da luz, do renascimento, do ciclo e do hermetismo ).

Voltemos um pouco ao tema escolhido, o vinho, que acompanha a nossa refeição desta noite; mas, além da bebida, não existe outro símbolo próximo da nossa visão esotérica no vinho...

O vinho pertence à categoria das “ bebidas da aliança ”, consideradas o resultado da ação do Enxofre sobre Mercúrio, ou seja, do Céu na Terra.

O vinho garante a ligação entre os deuses e os homens, e a ligação entre os homens

Histórico

Mesmo que não seja de natureza essencial à vida, como o ar, a terra ou a água, o vinho, como o fogo, as ferramentas ou o queijo, pertence à primeira geração de descobertas que diferenciaram o homem dos animais.

A cerveja e a cidra já eram conhecidas há mais tempo, assim como o pão e o queijo.

Isto prova que a produção de uma bebida a partir do sangue da videira não era tarefa dos povos primitivos e que era necessário ter atingido um certo grau de evolução para se dedicar com sucesso à vinificação.

Como qualquer grande obra humana, esta descoberta é reivindicada pela maioria das civilizações da época e do suposto local de seu aparecimento. Nunca saberemos em que momento da sua história o homem começou a beber vinho. Parece que há mais de 5.000 anos.

As origens da vinha e do vinho começaram na Transcaucásia

A cultura do vinho desenvolveu-se na Índia e depois espalhou-se pela bacia do Mediterrâneo (Egito, Síria, Itália). O vinho torna-se então objeto de cultos divinos dedicados primeiro a Osíris, depois a Dionísio e finalmente a Baco. Os egípcios atribuem isso a Osíris, os armênios a Noé, os gregos a Dionísio, os romanos a Baco.

Hoje, acredita-se que a Grécia seja o primeiro país europeu a produzir vinho. Mas foi do Egito que os gregos levaram esta arte.

Os selos nas tampas das ânforas encontradas nos túmulos do período pré-dinástico são tão precisos que mencionam a natureza da terra, o seu proprietário e o principal enólogo. Poucos rótulos hoje são tão sinceros!

Relação do Vinho com Deus ao longo da história da nossa civilização

O vinho foi durante muito tempo considerado um presente dos deuses. Cada civilização tinha o seu deus do vinho. Através dos seus poderes estimulantes e inebriantes, o vinho permitiu desligar-se dos laços terrenos e integrar-se com a divindade.

Em Mitologia. Na bacia do Mediterrâneo (Egito, Síria, Itália), o vinho tornou-se objeto de cultos divinos dedicados primeiro a Osíris, depois a Dionísio e, finalmente, a Baco.

A mitologia egípcia associa o vinho ao culto de Osíris, Deus da vida após a morte, símbolo da renovação da vida, mas é o Deus Rá, Deus do sol e criador do mundo quem introduz o vinho na terra para preservar o raça humana da ira da deusa Hathor.

Os egípcios apreciavam a “ doçura ” do vinho mas o seu consumo era limitado porque o vinho, tendo um carácter sagrado, era utilizado principalmente em cerimónias religiosas.

Na mitologia grega, Dionísio, filho de Zeus e Semele, simboliza o Deus da videira e do vinho. Dionísio transmitiu aos homens o uso da videira e estabeleceu um novo culto. Este culto era celebrado em toda a Grécia uma vez por ano durante os festivais da primavera. As Dionísias decorreram durante 3 dias, no primeiro dia os vinhos de todos os proprietários foram consagrados aos deuses nos santuários. No segundo dia foram organizadas inúmeras competições relacionadas com o vinho e, finalmente, o terceiro dia foi marcado por tumultuosas procissões em que os génios da terra e da fertilidade eram representados por máscaras e também por hinos em homenagem a Dionísio.

Na mitologia romana, o nome Baco representa o Deus da videira e do vinho. As festas realizadas em homenagem a Baco tornam-se locais de embriaguez, luxúria e desordem social. No mundo judaico-cristão. O mundo judaico-cristão é fortemente marcado pelo simbolismo do vinho. Assim, a videira aparece pela primeira vez na Bíblia, depois do dilúvio. A videira, representando o dom de Deus aos homens, torna-se a imagem de Israel e do seu povo.

Entre os hebreus o vinho é símbolo de vida, é a bebida da oferta feita a Deus. Representante do povo eleito, a vinha do Senhor é objeto de todos os seus cuidados. A árvore da vida no paraíso às vezes é comparada a uma videira. A videira, representando o dom de Deus aos homens, torna-se a imagem de Israel e do seu povo. Noah é o primeiro a praticar esta cultura. O rei Salomão possui vinhedos.

O vinho também simboliza o sangue da vida, Jesus realiza seu primeiro milagre ao transformar água em vinho durante as bodas de Caná. O vinho na tradição cristã é servido em banquetes, é fonte de alegria, paz e vida, mas também é utilizado na liturgia e representa o vínculo sagrado entre o homem e Deus.

Princípio da Vinificação

É a transformação da uva em vinho? Podemos compará-la a uma mutação alquímica, porque a uva vem da videira, que está ligada à terra e que seguirá o processo que relembro abaixo:

Vinificação tinto

Desengace: Primeiro devemos desengaçar a videira, ou seja, separar os grãos do engaço (escolha da matéria prima, ou escolha do leigo).

Esmagamento: Consiste em esmagá-lo com os pés, obtemos assim um suco chamado mosto, sendo a pasta restante chamada bagaço, há aqui a separação cara aos nossos alquimistas, e paralelismo com o nosso gabinete de reflexão.

Inicia-se a fermentação alcoólica, é um fenômeno natural durante o qual o açúcar da uva se transforma em álcool sob a influência de fungos da família das leveduras. Há aquecimento e depois borbulha para formar uma espuma. O enólogo deve manter a temperatura entre 25° e 30°. O lado barulhento e tumultuado pode nos fazer pensar na primeira viagem do destinatário.

A maceração é então o período durante o qual o bagaço vai impregnar o mosto e dar-lhe corpo e cor. Aqui podemos pensar na 2ª viagem.

A Fermentação Maloláctica é a fase final da vinificação durante a qual o ácido málico é transformado em ácido láctico e dióxido de carbono (encontramos aqui novamente uma referência à alquimia e uma semelhança com a 3ª viagem do destinatário).

Nesta fase é necessário incluir o fator tempo (algumas semanas). Em seguida o nosso vinho será clarificado para garantir limpidez, envelhecer corretamente e melhorar em barricas de carvalho até estabilizar. É depois engarrafado, protegido do contacto com o ar por rolhas e deixado a repousar até atingir o seu máximo grau de perfeição.

Não encontramos aqui ainda uma semelhança com o nosso percurso, nomeadamente, escolha da matéria prima, descida à sala de reflexão, decomposição, fermentação, purificação, trabalho sobre si mesmo em barril, e perfeição para encontrar claridade ou luz.

Como preâmbulo ao nosso banquete, recordarei que o culto a Baco continuou a ser praticado em segredo, próximo do Orfismo, Baco tinha o poder de dar vida após a morte. Ressuscitar dos mortos era comum entre os deuses antigos.

Comer a carne da Divindade, beber seu sangue representado pelo vinho, era familiar aos seguidores do Orfismo, irei um pouco mais longe fazendo a seguinte pergunta: “ Existe influência do Orfismo e do culto a Baco na consciência cristã? » ( Compartilhando alimentos e bebidas ).

Para concluir, diria que de todas as substâncias consumíveis, o vinho é o único que mantém uma relação privilegiada com a fala. Falamos muitas vezes de um vinho de honra. De um vinho sacramental, de um néctar dos Deuses, de um vinho de amizade. ( A mensagem é transmitida assim ). Diz-se também que o vinho sobe à cabeça, não vemos isso na nossa qualidade de maçons como um sinal ou uma direção divina?

Terminarei com a permissão do nosso V\ M\, propondo-vos trazer uma saúde in vino veritas em homenagem a todos aqueles buscadores, profetas ou simples filósofos que souberam, como nós fazemos esta noite, como associar o Divino com esta bebida para celebrar este festival de luz no Rito Escocês Antigo e Aceito.

Mão direita nos braços!

Braços para cima!

No alvo!

Fogo !

Felizes incêndios!

O mais brilhante de todos os fogos!

Braços para frente!

Abaixem suas armas!

Mas acima de tudo, não esqueçamos um dos princípios fundamentais que ligarão a nossa busca maçónica à manutenção da nossa carta de condução: a moderação nos bens deste mundo.

Citações:

Um homem que só bebe água tem segredos a esconder dos seus pares .”

“ Só Deus fez a água, o homem fez o vinho ” Victor Hugo