janeiro 29, 2025

UNIVERSO LINGUÍSTICO & LINGUAGEM MAÇÔNICA - Newton Agrella



O  universo linguístico abriga uma ciência chamada Sóciolinguística que estabelece com propriedade as diferenças entre LÍNGUA, IDIOMA E DIALETO.

As diferenças entre estes três elementos são nítidas e relevantes, ainda que seus propósitos sejam os mesmos, ou seja; a comunicação entre os falantes.

A função precípua da Sociolinguística é a de estudar e pesquisar a relação entre a língua e a sociedade.

A LÍNGUA constitui-se num dispositivo humano, cujos  principais  objetivos, são o da comunicação e interação entre as pessoas. 

Embora existam as normas gramaticais, ela possui uma peculiaridade que é o seu processo de transformação, adaptação e vida própria, porém passiva de sofrer diversas influências externas ao longo de sua existência. 

O IDIOMA, por sua vez, embora tenha o caráter da Língua, do ponto de vista  semântico,  possui uma relação direta com a existência de um Estado político, e corresponde a um traço de  identificação com uma Nação em relação às demais. 

No Brasil, ainda que existam pequenas comunidades que utilizem outras línguas minoritárias, apenas o Português detem o status de Idioma oficial. 

Há países como a Bélgica, por exemplo, em que dois idiomas são considerados como oficiais, no caso, o francês e o flamengo.  

A mesma situação ocorre  com o Canadá, que tem o inglês e o francês como idiomas oficiais.

O DIALETO. por sua vez, constitui-se na variação de uma língua, em razão de influências geográficas, territoriais,  isolamentos de grupos sociais e até mesmo o acesso à educação que acabam por ensejar marcantes variações linguísticas  encontradas na fala de determinados grupos sociais. 

Ao final dessa breve abordagem, não há como deixarmos de fazer uma menção à LINGUAGEM e uma sintética analogia à MAÇONARIA.

A LINGUAGEM é o sistema, através do qual, o homem expressa suas ideias e sentimentos,  seja através da fala, da escrita ou da  simbologia, porém obedecendo caraterísticas especialmente relativas a um determinado grupo social.

Neste sentido a LINGUAGEM MAÇÔNICA congrega um conjunto de termos, expressões e um estilo característico de palavras e vocábulos empregados em Loja, no Templo, ou até mesmo no próprio círculo social inerente a seus membros, que deve ser preservado até como sinal de identificação.

Esta linguagem obedece a uma critério simbólico que caracteriza o processo de "construção": alvenaria, pedras, pranchas, colunas, e os inúmeros instrumentos atinentes ao projeto. 

Além disso, mesmo em circunstâncias mais descontraídas, e sobretudo quando se tratar de uma Linguagem Escrita em ambientes mais descontraídos, como em grupos de whatsapp ou similares, há que se obedecer um estilo minimamente sóbrio, respeitoso e principalmente sem o emprego de gírias ou de expressões chulas.

Aliás, tanto o comportamento, quanto a Linguagem são traços distintos que revelam e distinguem o perfil de um Maçom.

O capítulo faz uma pausa por aqui.














 


 


 





 

janeiro 28, 2025

KANT E A METAFÍSICA


Kant considerava "escandaloso" que em mais de 2000 anos de pensamento filosófico nenhum pensador tenha sido capaz de "realmente" provar se há ou não "um mundo lá fora", externo a nós. Para dar conta desses dois mundos, Kant vai distinguir 3 modos de saber:

- a sensibilidade

- o entendimento

- a razão

A partir daí, Kant desenvolve as possibilidades do conhecimento e o fundamento da sua validade.

Tudo o que chegamos a conhecer não passa de uma "construção" forjada por nossas sensações, uma espécie de "produção artificial", gerado por nossa inexorável submissão ao espaço e ao tempo, portanto, "a posteriori"; enquanto, o que está para além de nossa percepção sensorial ( ou a priori) nos é inacessível. Eis o grande golpe que Kant desferiu contra  a metafísica. Daí a razão de perguntar aos pretendentes à Metafísica. 

Se a metafísica clássica foi posta em seu devido lugar por Kant, a própria razão também foi, uma vez que foi dito o que ela pode conhecer e não pode.

janeiro 27, 2025

MEMÓRIA e CONSCIÊNCIA - Newton Agrella


Hoje, dia 27 de Janeiro, é uma data em que se impõe uma detida reflexão por parte de toda a Humanidade.

A referência histórica diz respeito ao Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, também chamado de Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. 

Trata-se do nauseante genocídio perpetrado pelos nazistas e seus seguidores, que custou a vida de milhões de judeus, além de outras segmentações e minorias durante o período da 2a. Guerra Mundial. 

A data passou a ser celebrada de acordo com a resolução  60/7 da Assembleia Geral das Nações Unidas em 1 de novembro de 2005, durante a 42ª sessão plenária desta organização

As marcas desse Crime contra a Humanidade, que atingiram sobretudo nossos Irmãos Judeus, ainda podem ser textualmente constatadas nas marcas tatuadas nos braços  de sobreviventes, que passaram pelos campos de concentração.

A resolução da ONU, ocorreu fazendo alusão na oportunidade, ao 60º aniversário da libertação dos campos de concentração e do fim do Holocausto. 

27 de janeiro é a data, em 1945, que marca a liberação do maior campo de extermínio nazista, em Auschwitz, na Polônia.

Cabe deixar registrado que a

palavra HOLOCAUSTO é de origem grega, composta de  "holos" (todo) e "kaustro"  (queimado). 

Por outro lado, a expressão NAZISMO, uma abreviação de Nacional-Socialismo, que em alemão se diz: "Nationalsozialismus"; refere-se a uma ideologia associada a Adolf Hitler e ao Partido Nazista (em alemão: Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei) - cuja essência se sustentava  no exercício inescrupuloso do "racismo".  Esse tipo de violência humana de caráter físico e emocional, que ainda persiste em nossos dias, apesar de tantas campanhas e tentativas de se debelar e combater esse mal, que representa uma das manchas mais infames e ignóbeis na história da civilização humana.

Somos Humanos, somos Iguais, e a Dignidade é o substrato de nossa sobrevivência.

DISCRIÇÃO - Paulo Pessolato



DISCRIÇÃO,  S.F. Circunspecção;  discernimento;  reserva;  qualidade  de  quem  sabe  guardar segredo;  modéstia.

Na  iniciação  do  candidato  na  loja  simbólica,  temos  uma  passagem,  na  qual  o Venerável  Mestre,  diz  ao  profano:

... “Há  Maçons  necessitados,  viúvas  e  órfãos  a  socorrer,  sem ostentação  nem  publicidade,  pois  a  Beneficência  Maçônica  não  se  traduz  pôr  atos  de  vaidade, próprios  dos  que  dão  com  orgulho,  humilhando  a  quem  recebe”...

Essas  palavras deveriam  ser guardadas  pôr  todos  nós  e  nunca  nos  esquecermos delas,  pois  tudo  que  é  feito  sem  interesse  e  com  discrição  é  de bom  senso  e  com  certeza  agradará  o  íntimo  de  cada  um.

Há  uma  condenação  não  velada  contra  a  falta  de  discrição;  uma  condenação veemente  contra  o  exibicionismo  deslavado.

Penetrando  mais  intimamente  na  prática  da  vida,  o  Cristo  fazia  críticas  à  piedade  judaica,  ao  examiná-la  nos  três  exercícios  mais  importantes,  que  os  Mestres  daquele  tempo recomendavam  “a  esmola,  o  jejum  e  a  oração”.

Havia  uma  intenção  de  sobretudo  convencer os  que  o  ouviam,  da  necessidade  de  uma  justiça  interior.

Assentava  ele,  este  princípio: 

... “Tende  Cuidado,  não  façais  os  vossos  atos  de  virtude  diante  dos  homens  para  que  eles  vos  vejam.

De  outra  maneira,  não  tereis  galardão  do  vosso Pai  que  está  nos  céus.”... 

Assentava  aí  a  discrição  que  deve  nortear  a  vida  voltada  à  caridade,  complementando  com  um  golpe  definitivo,  ao  atacar  o  primeiro  daqueles  três  deveres  fundamentais, mostrando  quanto  de  condenatório  tem  a  caridade  ostentatória.

... “Quando  derem  esmola,  não  saiba  a  tua  esquerda o  que  faz  a  direita,  para  que  tua  esmola  permaneça  em  segredo.”... 

Ataque  direto  e  não  dissimulado  ao  exibicionismo,  à  falta  de  discrição,  com expressões  muito  mais  evocativas  para  os  tempos  atuais,  do  que  se  podia  julgar  da  vida  daquele  tempo.

É  a pureza  de  intenção,  a  sinceridade,  o  amor  que  dá  valor  aos  atos. 

A  realidade da  vida  dedicada  tem  uma  profundidade  que  não  se  pode  julgar somente  pelas  aparências.

As obras  não  são  mais  do  que  a  sua  manifestação.

Por  isso,  somente  o  G.’.A.’.D.’.U.’.  pode ajuizar  delas;  E  este  pensamento  deve  servir  para  nos  livrar  do  espírito  crítico  e  da  complacência  própria.

... “Não  julgueis,  para  que  não  sejais  julgados.  Pois, com  o  juízo  com  que julgardes,  sereis  julgados.”... 

Esta  é  a  Lei  para  todos. Antigamente,  o  preceito  do  amor  só  obrigava  para  com  o  parente,  amigo,  vizinho  concidadão  e  compatriota.

Arcaico  e  abominável, tal  preceito se mostra agora  desvendado  e  indicador  de  que  o  próximo  são  todos  os  homens,  aclarada  sobremaneira  na  máxima:

... “Tudo  o  que  quiserdes  que  os  outros  vos  façam fazei-o  vós  a  eles”... 

Há  sempre  a  lei  da  compensação,  do  retorno,  em  toda  a ação  praticada  para com  alguém,  ou  direcionada  a  alguém. 

Cumpre  a  cada  um,  em  particular,  ser  fraterno  nas ações,  nas  manifestações  para  com  o  próximo,  observando  que  fraternidade  é  desprendida  de desejos  de  retribuição,  ou,  trocando  em  miúdos,  desinteressada.

E  a  propósito,  não  se  esquecendo  que  fraternidade,  vindo  do  latim  “Fraternitas”,  é  igual  a  irmandade,  designando  a  condição  de  irmãos  que  une  dois  ou  mais  seres,  impondo  determinadas  obrigações  de  solidariedade.

A  fraternidade  só  tem  solidez  na  existência  de  vínculos  objetivos  de  solidariedade,  fundados  na  participação  em  uma  vida  real  de  objetivos  comuns  de  harmonia,  amizade  e irmandade,  voltados  para  uma  causa  comum  e  uma  mesma  comunhão  de  idéias.






janeiro 26, 2025

A ARCA...SEMELHANÇA - Adilson Zotovici


Singrando os mares se lança  

Assim, veementes à missão 

Casais ao pares com esperança 

Renitentes à destinação 


A metafórica usança  

A eufórica superação 

Responsável aventurança 

Comprometimento e ação 


A família e sua governança 

Da Arte Real, de cada irmão 

E fanal Arca...a semelhança 

 

Notável...sobra a comparação 

Obra de Fé e de pujança 

É de Noé a embarcação !


Sobre a grandiosa Obra do Escritor Michael Winetzki, 

“ As Lições da Arca de Noé “

DIVALDO FRANCO - MAÇONARIA E ESPIRITISMO


 

janeiro 25, 2025

SALVE SÃO PAULO ! - Newton Agrella


São Paulo é uma cidade singular.

Aliás, o que de mais intrigante ocorre por aquí é que o que menos se encontra na cidade são "paulistanos".

Os sotaques são múltiplos. 

Os sons se propagam sob fortes influências externas.

São estrangeiros das mais diversas nacionalidades e brasileiros que aqui vivem ou que  simplesmente por aquí transitam, vindos dos mais diversos locais do país. 

Sejam do interior do próprio Estado quanto dos mais distantes rincões do Brasil.

Esse "melting pot" é o que enseja uma espécie de caleidoscópio de cores, imagens e traços culturais que conferem à cidade um caráter realmente cosmopolita.

São Paulo não dorme. Cochila quando muito. 

Viiver aquí  não é tarefa das mais fáceis. 

Não é mesmo.

Ainda que se encontre praticamente tudo nesta cidade, os acessos, filas, trânsito infernal, poluição e a burocracia que se enfrenta para a maioria dos serviços é o que faz desse lugar um território inóspito, mesmo para quem nasceu e cresceu aqui.

Imprimir um tom lírico à cidade, conforme decantado através de versos e canções, é claro que amenizam a alma por um átimo de tempo.

Porém, a indisfarçável violência urbana que impõe ao cidadão caminhar aos sobressaltos com medo da própria sombra e dirigir sob olhos atentos diante dos inexpugnáveis assaltos mesmo à luz do dia, são verdades que consomem quem aqui vive ou quem por aqui passa. 

Nem mesmo a tentativa de uma leveza que a mídia busca transmitir, consegue esconder o medo e a angústia das pessoas.

São Paulo é uma cidade que abriga a contramão e o controverso, como se fosse a síntese do Antagonismo.

É a cidade que respira e transpira, mas que pouco inspira.  

A coisa chega a tal ponto que o turismo que aqui se vende é  o "turismo de negócios", algo que cá entre nós, dói o ouvido, uma vez que turismo traz na sua bagagem semântica a idéia de viagem de passeio, lazer, descanso, diversão e cultura. 

De qualquer forma, vamos dar uma colher de chá, tendo em vista que as palavras têm ganho novas motivações e significados, até como paliativos para o que se quer exprimir...

Lá no fundo, São Paulo é bem isso, um lugar em que a maioria esmagadora de sua gente, vive para trabalhar, e trabalha para sobreviver.  

Mas é vida que segue. 

E tá tudo muito bom. Tá tudo muito bem...

Salve São Paulo, com um econômico ponto de exclamação !



TOMADA DE OBRIGAÇÃO NA INICIAÇÃO, ELEVAÇÃO E EXALTAÇÃO - Pedro Juk


Em 26.04.2024 o Respeitável Irmão José Edvaldo Correa, Loja Conde de Saint Germain, 4532, REAA, GOB-SP, Oriente de Santo André, Estado de São Paulo, apresenta a seguinte questão:

*TOMADA DE OBRIGAÇÃO*

Por que quando o candidato está para ser iniciado, o mesmo sobe ao Altar para tomar a bebida doce e a amarga, se depois que ele se torna neófito, só pode subir novamente depois que virar Mestre?

Esta parte não deveria estar perto da balaustrada? 

É o Venerável Mestre que deveria descer para fazer esta parte? Para o candidato não subir ao Oriente.

Desculpa incomodar com tal pergunta, mas sei que irei receber a resposta certa, pois sei que é um grande conhecedor da ordem.

CONSIDERAÇÕES:

Para se compreender um pouco sobre isso, se faz necessário conhecer, pelo menos superficialmente, a história das Lojas Capitulares do REAA, hoje extintas, mas que por boa parte dos séculos XIX e XX funcionaram com força e vigor, tanto na Europa como no Brasil.

Em síntese, por volta de 1804, no primeiro ritual para o simbolismo do REAA, os seus templos não possuíam ainda Oriente elevado e separado. Nessa época, as lojas simbólicas do REAA trabalhavam em um templo com piso plano, muito próximo dos utilizados pelo Rito de York (inglês), ou seja, neste particular não havia desnível do piso entre o Oriente e o Ocidente, nem a separação do mesmo por balaustrada. Os juramentos eram tomados no Altar do Venerável Mestre, onde ficavam primitivamente as Três Grandes Luzes Emblemáticas.

Em outubro de 1814 o Grande Oriente da França interferiu no II Supremo Conselho, instalado em Paris, fazendo com que fossem criadas as Lojas Capitulares do REAA. Assim, o Grande Oriente da França passava a dirigir os todos os graus do 1º até o 18º, deixando para o II Supremo Conselho somente os graus acima do 18º.

Neste sistema, o dirigente do Capítulo (Grau 18 do REAA), o Athersata, era também o Venerável Mestre da loja simbólica.

No contexto das Lojas Capitulares havia um lugar reservado onde só ingressavam os Príncipes Rosa Cruzes. Chamava-se Santuário Rosa-Cruz.

Na verdade, neste sistema capitular o Santuário era o Oriente da loja, ficando o Ocidente destinado aos três graus do simbolismo.

Graças a isso, foi criada uma extensão móvel do altar principal, o qual destinava-se às tomadas de juramento nas Iniciações, Elevações e Exaltações do simbolismo. Este artifício móvel, então denominado de Altar dos Juramento, evitava o ingresso no santuário (Oriente) daqueles que não tinham ainda alcançado os graus do sistema capitular.

Este pequeno altar ficava entre o altar principal e o degrau de entrada do Oriente. Assim, nas tomadas de juramento do 1º, 2º e 3º Graus, o Altar dos Juramentos era colocado rente à entrada do Oriente, o que fazia com que os Irmãos do simbolismo chegassem no máximo até a divisa com o Oriente. Quer dizer, o Altar dos Juramentos continuava o Oriente e os Irmãos do simbolismo ficavam no Ocidente.

Histórias a parte, vale ressaltar que as Lojas Capitulares acabariam sendo extintas mais tarde e o simbolismo voltaria à tradição de possuir apenas três graus, ficando este sob a égide da Potência Simbólica (Grande Oriente da França) e os demais, do 4º ao 33º, sob a tutela do II Supremo Conselho, o da França.

*Com a extinção das Lojas Capitulares, o Oriente, sem se saber exatamente o porquê, mesmo no simbolismo, continuou elevado por um degrau e separado por uma balaustrada. E assim permanece consagrado até os dias atuais.*

Com isso, o Oriente, que outrora fora privado apenas aos Irmãos do Capítulo, passou a ser, daí em diante, reservado ao Venerável Mestre, aos Mestres Instalados (Ex-Veneráveis), aos que ali exercem cargos e Autoridades do simbolismo, enfim, o Oriente ficou condicionado aos Mestres Maçons. Sob à óptica iniciática, isto significa que o Oriente é a etapa final da jornada do simbolismo e o alcance da plenitude maçônica.

*À vista disso, o Altar dos Juramentos permaneceu no Oriente, entre a sua entrada e o Altar Mor.*

*Graças a isso, convencionou-se que nas Iniciações, Elevações e Exaltações, para cumprir a liturgia, os Candidatos, os Aprendizes e os Companheiros - apenas nestas oportunidades e acompanhados - podem adentrar no espaço oriental para prestarem seus juramentos e receberem as devidas consagrações (consagração do candidato e dignidade do grau). Fora as ocasiões aqui mencionadas, sob nenhuma hipótese Aprendizes e Companheiros podem ingressar no Oriente em Loja aberta, acompanhados ou não.*

Desafortunadamente, no simbolismo o modo de se mover o Altar dos Juramentos até o limite com o Oriente como nos tempos capitulares, acabou não se consagrando e fez com que o pequeno altar permanecesse fixo no Oriente, em frente e próximo ao Altar ocupado pelo Venerável Mestre. Esta é a razão do porquê que no REAA o Altar dos Juramentos fica no Oriente e, por extensão, a razão pela qual Candidatos, Aprendizes e Companheiros ali adentrem apenas nos momentos especificados pelo ritual.

*Ao concluir, vale ressaltar que o costume das tomadas de juramento no Oriente acabou virando consuetudinário no REAA pós Lojas Capitulares, e ninguém mais mexe. Embora, do ponto de vista iniciático até seja um paradoxo, esta foi a forma convencional adotada.*







SÃO PAULO , 471 ANOS ...- Adilson Zotovici



Minha _*São Paulo da garoa*_

Ouvia-se o poeta dizer 

Óh _*São Paulo, que terra boa*_...

Tal qual profeta ao bendizer 


Que acolhe toda pessoa 

Que à ela apraz em conviver 

Que não desfaz e não caçoa 

Daquele ser que nela viver 


Amável, ao mundo todo ecoa

Lugar afável pra se nascer 

E que  meu coração povoa


Um teto que se aperfeiçoa 

_*Non ducor, duco*_ ...sempre à crescer 

Que o Grande Arquiteto Abençoa ! 


Adilson Zotovici

*Um Paulistano*


Minha São Paulo da garoa_ São Paulo que terra boa... - Versos da composição “Êh São Paulo...”dos saudosos músicos e poetas Alvarenga e Ranchinho.

janeiro 24, 2025

O LIVRO SAGRADO (DA LEI) - Ivan Cosme Pinheiro


A Bíblia Sagrada (para os maçons: o Livro da Lei) é a principal coleção de textos sagrados do Cristianismo.

Essa coleção está dividida em duas partes: o Antigo Testamento (Bíblia Hebraica, Escrituras Hebraicas ou Antiga Aliança) e o Novo Testamento (Nova Aliança). As Escrituras Hebraicas eram inicialmente confeccionadas pelos escribas em rolos de pergaminhos feitos com peles de animais.

O Antigo Testamento, que foi escrito em hebraico e aramaico, é o conjunto de livros bíblicos anteriores aos Evangelhos. Refere-se, em grande parte, à história, à filosofia e à cultura do antigo povo de Israel, cuja saga tem início com o seu primeiro filho (Adão).

O Novo Testamento, que foi todo escrito em grego, é o conjunto dos livros bíblicos posteriores à morte de Jesus Cristo e está dirigido exclusivamente aos cristãos.

O Novo Testamento tem como temática central a pessoa Jesus Cristo, suas doutrinas e as histórias sobre sua vida (Evangelhos). Didaticamente, os livros bíblicos podem ser organizados da seguinte forma.

Quando, no ano 70 da Era Cristã, os hebreus foram expulsos de seus territórios pelos romanos e espalhados para várias regiões da Ásia e da Europa (Segunda Diáspora Judaica), viram a necessidade de traduzirem o Antigo Testamento para a língua universal daquela época: o grego.

Nessa tradução foram acrescentados alguns livros ao Antigo Testamento que não constavam na Bíblia Hebraica (Livros Deuterocanônicos).

Essa é a única diferença entre a Bíblia Católica (com os acréscimos) e a Bíblia Protestante (sem os acréscimos), pois o Novo Testamento é igual nas versões católica e protestante do Livro da Lei.




janeiro 23, 2025

CORAGEM - André Naves


  Todo mundo tem… Desde as mais corriqueiras, como se vestir de branco, amarelo ou outras cores, comer romãs, tâmaras e lentilhas, até algumas mais sofisticadas e charmosas…

            Esses dias, num desses programas da tarde, eu tava me divertindo com um sensitivo que dava todas as orientações para o ano que vem nascendo. Era tanta coisa que a gente precisa comer, e colocar as sementes na carteira, que a gente vai precisar usar uma pochete! E as cores, então? E vocês sabiam que dá pra “pular ondas” no chuveiro ou na bacia?

            Quem não tem praia tem bacia!

            Pelo sim, pelo não, minha casa está toda decorada com flores amarelas, e comi uvas, tâmaras, damascos e lentilhas!

            Mas eu tenho uma superstição super séria. Essa eu cumpro à risca! Todo fim de ano, entre o final de dezembro até o começo de janeiro, eu adoro tomar chuva. Não vale qualquer garoinha… Tem de ser daquelas que o céu preteja, como dizem lá em Jacareí!

            Meu pai, de memória extremamente abençoada, que me ensinou. Tenho a desconfiança de que era um jeito das crianças aprenderem brincando a ter coragem…

            O céu ia ganhando aqueles tons de chumbo e a roncar alto, e a gente, eu e meus irmãos, já se ouriçava. Minha mãe se preocupava, como sempre, mas sabia que não tinha muito jeito. No fim, ela entrava na dança.

            E a chuva caia, então! Era água, vento, refresco, bagunça! A chuva, depois ele explicava, tirava nossas impurezas, tudinho de que a gente não precisa, limpa o corpo e a alma! Quando o Altíssimo mandou Abraão ir, ele foi! Era exatamente isso…

            Buscar o melhor de si mesmo! Atravessar seus próprios desertos! Remar até a terceira margem do rio “eu”, já escrevia o Guimarães Rosa!

            Coragem para ir, para fazer, para buscar! Limpos, purificados, despidos das ruindades do ano que vai terminando…

            E Abraão ganhou Isaque, aquele riso da realização… Essa brincadeira da chuva sempre terminava em riso!

            Da Coragem nasce o Sorriso!

            Esses dias eu fui almoçar na minha sogra. Na volta, vínhamos minha esposa e eu pela rua quando desabou o mundo! Dentro do guarda-chuva molhava quase tanto quanto fora. Foi quando ouvi o voz…

            Vai, acho que o ouvi desde aquela eternidade oriental. E eu fui… Saí do abrigo e fui caminhando por aquele dilúvio. Quando cheguei no meu prédio, eu tava igual um pinto molhado, diriam. Olhei pro pessoal e falei: “É… Terra da garoa, né?”. Risada geral…

            Coragem e Riso!

            O ano tá brotando! Que nesses tempos a gente tenha coragem para fazer, para construir, para trabalhar, para desenvolver e multiplicar nossos melhores talentos!

            Acima de tudo, entretanto, vamos ter a Coragem de Sorrir!


janeiro 22, 2025

A Lenda da Tábua Dourada e as Doze Cidades Ocultas



A lenda da Tábua Dourada é um dos mistérios mais intrigantes associados ao antigo Egito. Segundo a tradição, essa relíquia supostamente contém um texto sagrado que revela a existência de doze cidades ocultas, escondidas sob a terra e protegidas pelos poderes mágicos dos faraós. Acredita-se que a cada dia, os raios do sol iluminam essas cidades, mas apenas uma delas repousa sob as águas, enquanto as outras permanecem enterradas nas profundezas do deserto.

Cada uma dessas cidades carrega um significado especial. A primeira cidade guarda a "Chave da Vida", um enigma profundo que ainda não foi solucionado. A segunda cidade simboliza o "Olho", representando a vigilância e a proteção divina. As outras dez cidades, adornadas com intrincadas inscrições, narram histórias de riqueza incalculável e segredos ocultos que prometem conhecimento e poder para aqueles que conseguirem decifrar seus símbolos enigmáticos.

Reza a lenda que a Tábua Dourada foi escondida nos corredores de um templo antigo, protegida por feitiços lançados pelos sacerdotes do faraó. Diz-se que a pessoa capaz de decifrar suas inscrições descobrirá tesouros além da imaginação, talvez até mesmo segredos sobre a imortalidade, a ascensão espiritual e o verdadeiro propósito da vida.

Apesar de sua popularidade no folclore egípcio e em teorias modernas sobre mistérios antigos, não há evidências concretas que comprovem a existência da Tábua Dourada ou das cidades ocultas. No entanto, sua história ecoa crenças reais dos egípcios, que consideravam a escrita hieroglífica como portadora de poder mágico e acreditavam em locais sagrados escondidos, como as tumbas dos faraós e as câmaras secretas das pirâmides.

Arqueólogos e estudiosos da egiptologia, como Zahi Hawass e Salima Ikram, dedicaram suas carreiras à exploração dos mistérios do Egito Antigo, desvendando templos, tumbas e artefatos genuínos que revelam os segredos dessa civilização. Descobertas notáveis, como os textos da Pirâmide de Unas, o Papiro de Ani (Livro dos Mortos), e as inscrições do Templo de Karnak, fornecem um vislumbre autêntico das crenças egípcias sobre a vida após a morte e os conhecimentos ocultos dos sacerdotes.


Embora a Tábua Dourada possa não ter sido encontrada, sua lenda reflete o fascínio contínuo pelo Egito Antigo, onde mitos e realidade se entrelaçam em uma busca eterna por conhecimento e mistério.

Fontes:

HAWASS, Zahi. Secrets from the Sand: My Search for Egypt's Past. New York: Harry N. Abrams, 2003.

IKRAM, Salima. Death and Burial in Ancient Egypt. London: Longman, 2003.

FAULKNER, Raymond. The Egyptian Book of the Dead: The Book of Going Forth by Day. San Francisco: Chronicle Books, 2008.

SHAW, Ian (ed.). The Oxford History of Ancient Egypt. Oxford: Oxford University Press, 2000.

*IMAGEM MERAMENTE ILUSTRATIVA. 

PROFANOS DE AVENTAL: QUANTA INTOLERÂNCIA! - Marco Aurélio M. de Mello


Não se sabe ao certo quando surgiu a expressão “Profanos de avental”. Entretanto, é inconteste que circula no meio maçônico há tempo suficiente para que Aprendizes, Companheiros e Mestres passassem a usá-la para designar o maçom que não conseguiu absorver ou externar a doutrina da Maçonaria Universal ou que apresenta um comportamento desviante, inerte, incapaz de contribuir para tornar feliz a humanidade.

Precisamos refletir sobre a inadequação dessa expressão no seio maçônico, uma vez que profano de avental é o não iniciado que encontrou o avental do maçom e o pôs, inocentemente, em si mesmo.

De outra sorte, a frase traz em si uma grande carga de preconceito, erro e intolerância. Nega a origem do maçom, sua vida social e familiar, e põe todos os profanos numa vala comum em que predomina a preguiça, a arrogância, a incapacidade e a imperfeição. Atire a primeira pedra quem for perfeito!

Não se pode esquecer que todo maçom foi um profano livre e de bons costumes que ingressou na franco-maçonaria para aperfeiçoar sua natureza, logo, ferrá-lo com o estigma de “profano de avental” é afirmar que a maçonaria o tornou um mau cidadão. Melhor seria, nessa concepção, que nem tivesse conhecido a luz que o levou às trevas.

Com efeito, inexiste maçom que seja “profano de avental”, tem-se, no máximo, “MAÇOM LATENTE”, ou seja, aquele em que o espírito da Arte Real ainda está latente, e embora apto ao serviço ainda não está desperto para a obra.

Não se agrega valor por meio de expressões pejorativas. Precisamos ensinar nossos maçons a usar o cinzel e o malho, afinal de contas ninguém forma ninguém. Nossa tarefa é estimular uns aos outros na prática das virtudes.

Ademais, os IIr∴ que cansaram e ficaram desmotivados na jornada merecem, ainda, respeito, carinho e compreensão. É nosso dever auxiliá-los e tentar reconduzi-los ao trabalho da Loja. Por isso, solicitamos aos Aprendizes, Companheiros e Mestres a repudiar o uso oral ou escrito da expressão “Profanos de Avental” em seu sentido aviltante à dignidade do ser humano.

É necessário amar ao próximo. Maçonaria é amor e quem ama é tolerante, mas não se é tolerante com aquilo que não se ama.