fevereiro 02, 2025
janeiro 31, 2025
MORTAL & IMORTALIDADE - Antônio Guimarães de Oliveira
Nós, pobres seres humanos, somos, acredito, apenas pó, poeira ao tempo do vento..., como muito bem ilustrou Érico Verissimo.
Em muitas oportunidades, queremos ser muito mais do que isso... Queremos ser não sei o quê - viramos monstros nesse querer.
Através de delírios criacionistas, somos, em folhas de papel, figuras dramáticas, românticas e/ou satíricas. Na verdade, somos meros mortais com mania de imortalidade fantasiosa...
Quem sabe, em algum dia, seremos verdadeiramente, seres especiais, cintilantes em pergaminhos divinos...!!!???
Quando concluímos um livro, as vezes agradamos e temos a impressão que fizemos algo de bom... Se é bom, tenha certeza: inspiração divina!
Todavia, o real valor de nossa vida, de nossa essência, só saberemos num momento submetido ao infinito... Esse lugar está em algum lugar esperando cada unidade de Deus.
Acredito que é nesse momento que viramos uma particula celestial, e esse lugar de transformação, é o paraíso...!!!
Bem, não tenho resposta certa, estou agindo como um "pobre" escritor querendo entender a mim mesmo... seja pesquisando fatos históricos desconhecidos ou não, buscando em poemas, contos, romances tristes ou alegres, elementos para entender a mim e aos outros.
Alguns leitores falam que invento personagens como se fora Deus... Engano, não invento nada, Deus é o Grande criador de tudo.
janeiro 30, 2025
A FAMÍLIA DO MAÇOM - Valdemar Sansão
A família é um dom dos maiores que recebemos de Deus.
Não é somente uma realidade cultural que pertence a historia dos povos. É uma instituição natural criada por Deus.
A Maçonaria ilumina-nos sobre o sentido DA família. Somos criados à imagem e semelhança de Deus, cuja vida é comunhão profunda entre as pessoas. O ser humano não existe apenas para alimentar-se, crescer e ocupar espaço e tempo sobre a terra. É feito para “con-viver” (viver com), partilhar a vida com os outros, viver em comunidade. Amadurecer no relacionamento fraterno e entrar em comunhão com o próprio Deus, não só nesta vida, mas por toda a eternidade.
No projeto da Maçonaria, a família é destinada a ser a “comunidade de pessoas unidas no amor”, Sacramento cujo núcleo é a união amorosa e fiel entre o homem e a mulher, caminho de aperfeiçoamento recíproco e fonte de vida.
A família é, também, um compromisso. A comunhão de vida não se realiza por encanto. É necessária a colaboração de cada um, para superar o egoísmo, abrir-se ao outro na doação conjugal e familiar.
Requer-se, ainda, a cooperação da sociedade para que se criem condições adequadas à vida em família. A finalidade primeira da família, é o valor que lhe confere sentido, é a prole, sua educação física, psíquica, intelectual, moral, religiosa, econômica e social.
O berço doméstico é a primeira escola e o primeiro templo da alma. A Casa do homem é a legítima exportadora de caracteres para a vida comum. Como esperar uma comunidade segura e tranquila sem que o lar se aperfeiçoe? A Paz no mundo começa sob as telhas a que nos acolhemos. Se não aprendemos a viver em Paz entre quatro paredes, como aguardar a harmonia das nações? Se não nos habituarmos a amar o Irmão mais próximo, associado à nossa luta de cada dia, como respeitar o Grande Arquiteto do Universo, que é DEUS?
Tantos pais, irmãos e filhos se separam só pela necessidade de impor vontades, de ver “quem manda aqui”, quem ganha a condição de dono DA última palavra. Na maioria dos casos, numa reunião familiar, e com um pouco de humildade todos saberiam até onde ir e quando parar.
São naturais as discordâncias. O homem um dia há de aprender a combater as idéias e não as pessoas. Toda a discordância deve priorizar o respeito.
Se o “diálogo” antecedesse as nossas diferenças, não haveria espaço em nossos corações para ressentimentos e muito menos cultivaríamos sentimentos tão letais no que diz respeito aos outros.
O lar deve ser cultivado como um santuário. É nas lutas diárias do lar que nos preparamos para abraçar tarefas de vulto em prol da humanidade. É preferível abdicar de servir à humanidade, se nos esquecemos dos compromissos prioritários de nosso lar.
Nos tempos atuais, em que tantos banalizam a vida e as ruas se tornam abrigos de órfãos de pais vivos, é hora de refletirmos sobre a Família e o papel do Maçom na Comunidade.
A Maçonaria quer que cada um de nós busque melhorar em todos os sentidos, porque em assim fazendo estaremos no caminho certo que é a busca de uma melhoria cada vez maior para a humanidade.
O comportamento do Maçom se torna muito difícil na sociedade maçônica que na profana, porque na sociedade maçônica, os indivíduos estão mais chegados uns aos outros, exigindo deles tolerância, fraternidade, principiando pela família, que reflete no procedimento social.
O cumprimento destas tarefas tão importantes para o indivíduo e para a comunidade significa, ao mesmo tempo, para os maçons o desdobramento benéfico de suas próprias disposições.
O respeito e a realização de tão nobre tarefa não podem ficar a mercê do acaso ou da arbitrariedade, mas deve ser assegurada por uma verdadeira obrigação.
A Maçonaria brasileira com o seu papel na formação do homem sempre foi uma constante na consciência de liderança nacional da importância da função DA família.
À família é atribuído o papel de primeira célula da organização social, responsável pela transmissão dos valores morais, espirituais, para que o mundo alcance a Paz.
Portanto, a família, para a Maçonaria, tem o merecimento que lhe atribuiu o Irmão Rui Barbosa que aconselhava: “multiplicai a célula e tendes o organismo. Multiplicai a família, e tereis a Pátria”.
A família natural do Maçom passa a ser também maçônica, a partir do momento em que o Iniciando recebe a luz (DA Iniciação), a primeira coisa que vê é seus novos Irmãos armados com espadas, jurando protegê-lo sempre que for preciso. Passa a ser tratado como Irmão, demonstrando-se, assim, o caráter fraternal da Maçonaria. A partir daí, todos que a ele se referem o tratam por Irmão, os filhos do Irmão passam a tratá-lo como “tio” e as esposas de seus Irmãos passam a ser “cunhadas”. Forma-se nesse momento um elo firme entre o novo membro DA Ordem e a família maçônica. Na realidade, uma Loja constitui uma família, pois todos OS seus membros são Irmãos entre si, sem o destaque hierárquico; O Venerável Mestre continua sendo o irmão do novel Aprendiz. Se existe essa família, a união de seus membros deve ser cultivada e todos se amarem com laços afetivos.
É difícil precisar, no entanto, como esse vínculo se cria e se mantém. Por quê? Ao sermos reconhecidos como Maçons o outro lado prontamente abre um sorriso amigo e o abraça, como se já o conhecesse de toda a vida. Que força é essa que nos une e faz com que homens de diferentes raças, credos, profissões e classes sociais, tenham um sentimento de irmandade mais forte entre eles, que entre irmãos de sangue ?
A Maçonaria reserva um lugar de destaque à Mulher. Com a evolução e a modernidade atuais, a mulher está conquistando, ao lado do homem, um lugar igual. E nós, Maçons, não temos motivos para combater os ideais de emancipação da mulher. Ao invés, é nosso dever amparar a mulher em seus esforços para obter liberdade e igualdade. Há casos em que o Candidato já está vivendo sua segunda união matrimonial. É importante que descubramos se sua esposa anterior e os filhos dessa união ficaram amparados e se o Candidato está cumprindo com os deveres como um dos construtores daquela família. Quem age corretamente não se opõe a essa providência.
Portanto, sob o critério filosófico, a Maçonaria destina-se tanto ao homem como a mulher, complementos que são um do outro e destinados como estão a constituir a família base celular de uma sociedade bem organizada. "Por isso deixa o homem pai e mãe, e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne" (Genesis 2:24).
Se em nossos dias são frequentes as agressões à família e à vida, é também confortador, podermos nos unir para abrir o coração para aprendermos através do estudo de nossos Rituais, que sempre nos ensina a força do Amor, capaz de sacrifício, diálogo e coragem.
O encontro semanal em nossas Lojas, sob a proteção do Criador, seja para nós um encontro com a própria família e a ocasião de sentirmos a alegria de sermos todos Irmãos à luz de Deus.
A Maçonaria convoca seus adeptos a oferecer seus serviços à família para que possa alcançar, dia a dia, o ideal de união revelado pelo Grande Arquiteto do Universo.
janeiro 29, 2025
WILLIAM PRESTON
Vamos descrever abaixo, parte da vida maçônica do grande Maçom William Preston, descrita por outro grande escritor Maçom Alec Mellor, da França. É interessante para nosso conhecimento, pontos de vista de escritores não ingleses, como neste caso.
Nascido em Edimburgo em 1742, William Preston foi a Londres em 1760 e foi iniciado em 1763. A sua carreira maçônica foi fecunda e brilhante. Após vários veneralatos, foi colocado na cadeira do rei Salomão pela Loja Antiquity nº 1 (atualmente nº 2), que trabalhava sem carta, já que era “de tempos imemoriais” (situação que persiste até hoje).
No dia de São João de 1777, uma delegação dessa Loja, precedida por Preston, foi à Igreja Saint-Dunstan para nela assistir ao ofício, com os Irmãos com os seus aventais, condecorações e luvas, a igreja encontrando-se a pouca distancia e a delegação só tendo uma rua para atravessar. Depois voltou à Loja.
O incidente fez com que a Grande Loja condenasse Preston, em virtude da proibição tradicional às Lojas de se mostrarem assim publicamente sem a sua autorização. Preston invocou a titulo de privilégio o fato de que a sua Loja trabalhava “desde tempos imemoriais”, opinião juridicamente insustentável, pois ela colocava a Loja na condição de Obediência autônoma.
Preston foi expulso da Maçonaria.
Seguiu-se um cisma, a Loja Antiquity nº 1 separando-se da Grande Loja e constituindo-se em um outro corpo, com o nome de Grand Lodge of England South of the River Trent (Grande Loja da Inglaterra do sul do Rio Trent) .
Em 1787, depois dos cismáticos terem dado as satisfações exigidas pela Grande Loja, esta reintegrou-os. O nome de William Preston permanece ligado aos seus “Illustrations of Freemasonry” (Esclarecimentos sobre a Franco-Maçonaria), cuja primeira edição é de 1772. A obra teve dezessete edições, das quais doze durante a vida do autor, que morreu em 1818. Foi enterrado na catedral de São Paulo em Londres.
Os “Illustrations of Freemasonry” constituem uma coletânea de conferências eruditas e de alto valor literário para uso nas Lojas.
A Grande Loja da Inglaterra deve ainda a William Preston a fundação das famosas “Prestonian lectures”, que, não obstante algumas interrupções, permanecem atuais até hoje, conferências em geral notáveis sobre assuntos de interesse maçônico.
A coletânea é publicada pela Loja Quatuor Coronati nº 2076 de Londres.
Fonte: Pilula Maçônica Nº 92
UNIVERSO LINGUÍSTICO & LINGUAGEM MAÇÔNICA - Newton Agrella
O universo linguístico abriga uma ciência chamada Sóciolinguística que estabelece com propriedade as diferenças entre LÍNGUA, IDIOMA E DIALETO.
As diferenças entre estes três elementos são nítidas e relevantes, ainda que seus propósitos sejam os mesmos, ou seja; a comunicação entre os falantes.
A função precípua da Sociolinguística é a de estudar e pesquisar a relação entre a língua e a sociedade.
A LÍNGUA constitui-se num dispositivo humano, cujos principais objetivos, são o da comunicação e interação entre as pessoas.
Embora existam as normas gramaticais, ela possui uma peculiaridade que é o seu processo de transformação, adaptação e vida própria, porém passiva de sofrer diversas influências externas ao longo de sua existência.
O IDIOMA, por sua vez, embora tenha o caráter da Língua, do ponto de vista semântico, possui uma relação direta com a existência de um Estado político, e corresponde a um traço de identificação com uma Nação em relação às demais.
No Brasil, ainda que existam pequenas comunidades que utilizem outras línguas minoritárias, apenas o Português detem o status de Idioma oficial.
Há países como a Bélgica, por exemplo, em que dois idiomas são considerados como oficiais, no caso, o francês e o flamengo.
A mesma situação ocorre com o Canadá, que tem o inglês e o francês como idiomas oficiais.
O DIALETO. por sua vez, constitui-se na variação de uma língua, em razão de influências geográficas, territoriais, isolamentos de grupos sociais e até mesmo o acesso à educação que acabam por ensejar marcantes variações linguísticas encontradas na fala de determinados grupos sociais.
Ao final dessa breve abordagem, não há como deixarmos de fazer uma menção à LINGUAGEM e uma sintética analogia à MAÇONARIA.
A LINGUAGEM é o sistema, através do qual, o homem expressa suas ideias e sentimentos, seja através da fala, da escrita ou da simbologia, porém obedecendo caraterísticas especialmente relativas a um determinado grupo social.
Neste sentido a LINGUAGEM MAÇÔNICA congrega um conjunto de termos, expressões e um estilo característico de palavras e vocábulos empregados em Loja, no Templo, ou até mesmo no próprio círculo social inerente a seus membros, que deve ser preservado até como sinal de identificação.
Esta linguagem obedece a uma critério simbólico que caracteriza o processo de "construção": alvenaria, pedras, pranchas, colunas, e os inúmeros instrumentos atinentes ao projeto.
Além disso, mesmo em circunstâncias mais descontraídas, e sobretudo quando se tratar de uma Linguagem Escrita em ambientes mais descontraídos, como em grupos de whatsapp ou similares, há que se obedecer um estilo minimamente sóbrio, respeitoso e principalmente sem o emprego de gírias ou de expressões chulas.
Aliás, tanto o comportamento, quanto a Linguagem são traços distintos que revelam e distinguem o perfil de um Maçom.
O capítulo faz uma pausa por aqui.
janeiro 28, 2025
KANT E A METAFÍSICA
Kant considerava "escandaloso" que em mais de 2000 anos de pensamento filosófico nenhum pensador tenha sido capaz de "realmente" provar se há ou não "um mundo lá fora", externo a nós. Para dar conta desses dois mundos, Kant vai distinguir 3 modos de saber:
- a sensibilidade
- o entendimento
- a razão
A partir daí, Kant desenvolve as possibilidades do conhecimento e o fundamento da sua validade.
Tudo o que chegamos a conhecer não passa de uma "construção" forjada por nossas sensações, uma espécie de "produção artificial", gerado por nossa inexorável submissão ao espaço e ao tempo, portanto, "a posteriori"; enquanto, o que está para além de nossa percepção sensorial ( ou a priori) nos é inacessível. Eis o grande golpe que Kant desferiu contra a metafísica. Daí a razão de perguntar aos pretendentes à Metafísica.
Se a metafísica clássica foi posta em seu devido lugar por Kant, a própria razão também foi, uma vez que foi dito o que ela pode conhecer e não pode.
janeiro 27, 2025
MEMÓRIA e CONSCIÊNCIA - Newton Agrella
Hoje, dia 27 de Janeiro, é uma data em que se impõe uma detida reflexão por parte de toda a Humanidade.
A referência histórica diz respeito ao Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, também chamado de Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.
Trata-se do nauseante genocídio perpetrado pelos nazistas e seus seguidores, que custou a vida de milhões de judeus, além de outras segmentações e minorias durante o período da 2a. Guerra Mundial.
A data passou a ser celebrada de acordo com a resolução 60/7 da Assembleia Geral das Nações Unidas em 1 de novembro de 2005, durante a 42ª sessão plenária desta organização
As marcas desse Crime contra a Humanidade, que atingiram sobretudo nossos Irmãos Judeus, ainda podem ser textualmente constatadas nas marcas tatuadas nos braços de sobreviventes, que passaram pelos campos de concentração.
A resolução da ONU, ocorreu fazendo alusão na oportunidade, ao 60º aniversário da libertação dos campos de concentração e do fim do Holocausto.
27 de janeiro é a data, em 1945, que marca a liberação do maior campo de extermínio nazista, em Auschwitz, na Polônia.
Cabe deixar registrado que a
palavra HOLOCAUSTO é de origem grega, composta de "holos" (todo) e "kaustro" (queimado).
Por outro lado, a expressão NAZISMO, uma abreviação de Nacional-Socialismo, que em alemão se diz: "Nationalsozialismus"; refere-se a uma ideologia associada a Adolf Hitler e ao Partido Nazista (em alemão: Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei) - cuja essência se sustentava no exercício inescrupuloso do "racismo". Esse tipo de violência humana de caráter físico e emocional, que ainda persiste em nossos dias, apesar de tantas campanhas e tentativas de se debelar e combater esse mal, que representa uma das manchas mais infames e ignóbeis na história da civilização humana.
Somos Humanos, somos Iguais, e a Dignidade é o substrato de nossa sobrevivência.
DISCRIÇÃO - Paulo Pessolato
DISCRIÇÃO, S.F. Circunspecção; discernimento; reserva; qualidade de quem sabe guardar segredo; modéstia.
Na iniciação do candidato na loja simbólica, temos uma passagem, na qual o Venerável Mestre, diz ao profano:
... “Há Maçons necessitados, viúvas e órfãos a socorrer, sem ostentação nem publicidade, pois a Beneficência Maçônica não se traduz pôr atos de vaidade, próprios dos que dão com orgulho, humilhando a quem recebe”...
Essas palavras deveriam ser guardadas pôr todos nós e nunca nos esquecermos delas, pois tudo que é feito sem interesse e com discrição é de bom senso e com certeza agradará o íntimo de cada um.
Há uma condenação não velada contra a falta de discrição; uma condenação veemente contra o exibicionismo deslavado.
Penetrando mais intimamente na prática da vida, o Cristo fazia críticas à piedade judaica, ao examiná-la nos três exercícios mais importantes, que os Mestres daquele tempo recomendavam “a esmola, o jejum e a oração”.
Havia uma intenção de sobretudo convencer os que o ouviam, da necessidade de uma justiça interior.
Assentava ele, este princípio:
... “Tende Cuidado, não façais os vossos atos de virtude diante dos homens para que eles vos vejam.
De outra maneira, não tereis galardão do vosso Pai que está nos céus.”...
Assentava aí a discrição que deve nortear a vida voltada à caridade, complementando com um golpe definitivo, ao atacar o primeiro daqueles três deveres fundamentais, mostrando quanto de condenatório tem a caridade ostentatória.
... “Quando derem esmola, não saiba a tua esquerda o que faz a direita, para que tua esmola permaneça em segredo.”...
Ataque direto e não dissimulado ao exibicionismo, à falta de discrição, com expressões muito mais evocativas para os tempos atuais, do que se podia julgar da vida daquele tempo.
É a pureza de intenção, a sinceridade, o amor que dá valor aos atos.
A realidade da vida dedicada tem uma profundidade que não se pode julgar somente pelas aparências.
As obras não são mais do que a sua manifestação.
Por isso, somente o G.’.A.’.D.’.U.’. pode ajuizar delas; E este pensamento deve servir para nos livrar do espírito crítico e da complacência própria.
... “Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois, com o juízo com que julgardes, sereis julgados.”...
Esta é a Lei para todos. Antigamente, o preceito do amor só obrigava para com o parente, amigo, vizinho concidadão e compatriota.
Arcaico e abominável, tal preceito se mostra agora desvendado e indicador de que o próximo são todos os homens, aclarada sobremaneira na máxima:
... “Tudo o que quiserdes que os outros vos façam fazei-o vós a eles”...
Há sempre a lei da compensação, do retorno, em toda a ação praticada para com alguém, ou direcionada a alguém.
Cumpre a cada um, em particular, ser fraterno nas ações, nas manifestações para com o próximo, observando que fraternidade é desprendida de desejos de retribuição, ou, trocando em miúdos, desinteressada.
E a propósito, não se esquecendo que fraternidade, vindo do latim “Fraternitas”, é igual a irmandade, designando a condição de irmãos que une dois ou mais seres, impondo determinadas obrigações de solidariedade.
A fraternidade só tem solidez na existência de vínculos objetivos de solidariedade, fundados na participação em uma vida real de objetivos comuns de harmonia, amizade e irmandade, voltados para uma causa comum e uma mesma comunhão de idéias.
janeiro 26, 2025
A ARCA...SEMELHANÇA - Adilson Zotovici
Singrando os mares se lança
Assim, veementes à missão
Casais ao pares com esperança
Renitentes à destinação
A metafórica usança
A eufórica superação
Responsável aventurança
Comprometimento e ação
A família e sua governança
Da Arte Real, de cada irmão
E fanal Arca...a semelhança
Notável...sobra a comparação
Obra de Fé e de pujança
É de Noé a embarcação !
Sobre a grandiosa Obra do Escritor Michael Winetzki,
“ As Lições da Arca de Noé “
janeiro 25, 2025
SALVE SÃO PAULO ! - Newton Agrella
São Paulo é uma cidade singular.
Aliás, o que de mais intrigante ocorre por aquí é que o que menos se encontra na cidade são "paulistanos".
Os sotaques são múltiplos.
Os sons se propagam sob fortes influências externas.
São estrangeiros das mais diversas nacionalidades e brasileiros que aqui vivem ou que simplesmente por aquí transitam, vindos dos mais diversos locais do país.
Sejam do interior do próprio Estado quanto dos mais distantes rincões do Brasil.
Esse "melting pot" é o que enseja uma espécie de caleidoscópio de cores, imagens e traços culturais que conferem à cidade um caráter realmente cosmopolita.
São Paulo não dorme. Cochila quando muito.
Viiver aquí não é tarefa das mais fáceis.
Não é mesmo.
Ainda que se encontre praticamente tudo nesta cidade, os acessos, filas, trânsito infernal, poluição e a burocracia que se enfrenta para a maioria dos serviços é o que faz desse lugar um território inóspito, mesmo para quem nasceu e cresceu aqui.
Imprimir um tom lírico à cidade, conforme decantado através de versos e canções, é claro que amenizam a alma por um átimo de tempo.
Porém, a indisfarçável violência urbana que impõe ao cidadão caminhar aos sobressaltos com medo da própria sombra e dirigir sob olhos atentos diante dos inexpugnáveis assaltos mesmo à luz do dia, são verdades que consomem quem aqui vive ou quem por aqui passa.
Nem mesmo a tentativa de uma leveza que a mídia busca transmitir, consegue esconder o medo e a angústia das pessoas.
São Paulo é uma cidade que abriga a contramão e o controverso, como se fosse a síntese do Antagonismo.
É a cidade que respira e transpira, mas que pouco inspira.
A coisa chega a tal ponto que o turismo que aqui se vende é o "turismo de negócios", algo que cá entre nós, dói o ouvido, uma vez que turismo traz na sua bagagem semântica a idéia de viagem de passeio, lazer, descanso, diversão e cultura.
De qualquer forma, vamos dar uma colher de chá, tendo em vista que as palavras têm ganho novas motivações e significados, até como paliativos para o que se quer exprimir...
Lá no fundo, São Paulo é bem isso, um lugar em que a maioria esmagadora de sua gente, vive para trabalhar, e trabalha para sobreviver.
Mas é vida que segue.
E tá tudo muito bom. Tá tudo muito bem...
Salve São Paulo, com um econômico ponto de exclamação !
TOMADA DE OBRIGAÇÃO NA INICIAÇÃO, ELEVAÇÃO E EXALTAÇÃO - Pedro Juk
Em 26.04.2024 o Respeitável Irmão José Edvaldo Correa, Loja Conde de Saint Germain, 4532, REAA, GOB-SP, Oriente de Santo André, Estado de São Paulo, apresenta a seguinte questão:
*TOMADA DE OBRIGAÇÃO*
Por que quando o candidato está para ser iniciado, o mesmo sobe ao Altar para tomar a bebida doce e a amarga, se depois que ele se torna neófito, só pode subir novamente depois que virar Mestre?
Esta parte não deveria estar perto da balaustrada?
É o Venerável Mestre que deveria descer para fazer esta parte? Para o candidato não subir ao Oriente.
Desculpa incomodar com tal pergunta, mas sei que irei receber a resposta certa, pois sei que é um grande conhecedor da ordem.
CONSIDERAÇÕES:
Para se compreender um pouco sobre isso, se faz necessário conhecer, pelo menos superficialmente, a história das Lojas Capitulares do REAA, hoje extintas, mas que por boa parte dos séculos XIX e XX funcionaram com força e vigor, tanto na Europa como no Brasil.
Em síntese, por volta de 1804, no primeiro ritual para o simbolismo do REAA, os seus templos não possuíam ainda Oriente elevado e separado. Nessa época, as lojas simbólicas do REAA trabalhavam em um templo com piso plano, muito próximo dos utilizados pelo Rito de York (inglês), ou seja, neste particular não havia desnível do piso entre o Oriente e o Ocidente, nem a separação do mesmo por balaustrada. Os juramentos eram tomados no Altar do Venerável Mestre, onde ficavam primitivamente as Três Grandes Luzes Emblemáticas.
Em outubro de 1814 o Grande Oriente da França interferiu no II Supremo Conselho, instalado em Paris, fazendo com que fossem criadas as Lojas Capitulares do REAA. Assim, o Grande Oriente da França passava a dirigir os todos os graus do 1º até o 18º, deixando para o II Supremo Conselho somente os graus acima do 18º.
Neste sistema, o dirigente do Capítulo (Grau 18 do REAA), o Athersata, era também o Venerável Mestre da loja simbólica.
No contexto das Lojas Capitulares havia um lugar reservado onde só ingressavam os Príncipes Rosa Cruzes. Chamava-se Santuário Rosa-Cruz.
Na verdade, neste sistema capitular o Santuário era o Oriente da loja, ficando o Ocidente destinado aos três graus do simbolismo.
Graças a isso, foi criada uma extensão móvel do altar principal, o qual destinava-se às tomadas de juramento nas Iniciações, Elevações e Exaltações do simbolismo. Este artifício móvel, então denominado de Altar dos Juramento, evitava o ingresso no santuário (Oriente) daqueles que não tinham ainda alcançado os graus do sistema capitular.
Este pequeno altar ficava entre o altar principal e o degrau de entrada do Oriente. Assim, nas tomadas de juramento do 1º, 2º e 3º Graus, o Altar dos Juramentos era colocado rente à entrada do Oriente, o que fazia com que os Irmãos do simbolismo chegassem no máximo até a divisa com o Oriente. Quer dizer, o Altar dos Juramentos continuava o Oriente e os Irmãos do simbolismo ficavam no Ocidente.
Histórias a parte, vale ressaltar que as Lojas Capitulares acabariam sendo extintas mais tarde e o simbolismo voltaria à tradição de possuir apenas três graus, ficando este sob a égide da Potência Simbólica (Grande Oriente da França) e os demais, do 4º ao 33º, sob a tutela do II Supremo Conselho, o da França.
*Com a extinção das Lojas Capitulares, o Oriente, sem se saber exatamente o porquê, mesmo no simbolismo, continuou elevado por um degrau e separado por uma balaustrada. E assim permanece consagrado até os dias atuais.*
Com isso, o Oriente, que outrora fora privado apenas aos Irmãos do Capítulo, passou a ser, daí em diante, reservado ao Venerável Mestre, aos Mestres Instalados (Ex-Veneráveis), aos que ali exercem cargos e Autoridades do simbolismo, enfim, o Oriente ficou condicionado aos Mestres Maçons. Sob à óptica iniciática, isto significa que o Oriente é a etapa final da jornada do simbolismo e o alcance da plenitude maçônica.
*À vista disso, o Altar dos Juramentos permaneceu no Oriente, entre a sua entrada e o Altar Mor.*
*Graças a isso, convencionou-se que nas Iniciações, Elevações e Exaltações, para cumprir a liturgia, os Candidatos, os Aprendizes e os Companheiros - apenas nestas oportunidades e acompanhados - podem adentrar no espaço oriental para prestarem seus juramentos e receberem as devidas consagrações (consagração do candidato e dignidade do grau). Fora as ocasiões aqui mencionadas, sob nenhuma hipótese Aprendizes e Companheiros podem ingressar no Oriente em Loja aberta, acompanhados ou não.*
Desafortunadamente, no simbolismo o modo de se mover o Altar dos Juramentos até o limite com o Oriente como nos tempos capitulares, acabou não se consagrando e fez com que o pequeno altar permanecesse fixo no Oriente, em frente e próximo ao Altar ocupado pelo Venerável Mestre. Esta é a razão do porquê que no REAA o Altar dos Juramentos fica no Oriente e, por extensão, a razão pela qual Candidatos, Aprendizes e Companheiros ali adentrem apenas nos momentos especificados pelo ritual.
*Ao concluir, vale ressaltar que o costume das tomadas de juramento no Oriente acabou virando consuetudinário no REAA pós Lojas Capitulares, e ninguém mais mexe. Embora, do ponto de vista iniciático até seja um paradoxo, esta foi a forma convencional adotada.*
SÃO PAULO , 471 ANOS ...- Adilson Zotovici
Minha _*São Paulo da garoa*_
Ouvia-se o poeta dizer
Óh _*São Paulo, que terra boa*_...
Tal qual profeta ao bendizer
Que acolhe toda pessoa
Que à ela apraz em conviver
Que não desfaz e não caçoa
Daquele ser que nela viver
Amável, ao mundo todo ecoa
Lugar afável pra se nascer
E que meu coração povoa
Um teto que se aperfeiçoa
_*Non ducor, duco*_ ...sempre à crescer
Que o Grande Arquiteto Abençoa !
Adilson Zotovici
*Um Paulistano*
Minha São Paulo da garoa_ São Paulo que terra boa... - Versos da composição “Êh São Paulo...”dos saudosos músicos e poetas Alvarenga e Ranchinho.