fevereiro 06, 2025

O MITO DE ADÃO E EVA



O mito de Adão e Eva, presente no livro de Gênesis da Bíblia Hebraica, é uma das narrativas fundacionais da tradição judaico-cristã e islâmica. Esse relato, amplamente interpretado ao longo da história, descreve a criação do primeiro homem, Adão, e da primeira mulher, Eva, por Deus, e os acontecimentos que resultaram na introdução do pecado e da mortalidade na condição humana.

No relato bíblico, Adão é criado diretamente por Deus a partir do pó da terra e, em seguida, é colocado no Jardim do Éden, um paraíso terreno. Lá, Deus permite que Adão viva em harmonia com a natureza, concedendo-lhe a responsabilidade de nomear os animais e de cuidar do jardim. No entanto, percebe-se que Adão está só, e Deus decide criar uma companhia para ele. Eva é criada a partir de uma costela de Adão, simbolizando sua conexão intrínseca. Ambos vivem em um estado de pureza, sem vergonha de sua nudez, e têm acesso a todas as árvores do jardim, exceto à Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, cujo fruto lhes é proibido comer.


O mito atinge seu ponto crítico quando a serpente, descrita como astuta, convence Eva a comer o fruto proibido, sugerindo que, ao fazê-lo, ela e Adão adquirirão sabedoria e se tornarão como deuses, capazes de discernir o bem e o mal. Eva come o fruto e, em seguida, o oferece a Adão, que também o consome. Imediatamente, ambos percebem sua nudez e sentem vergonha, simbolizando a perda da inocência. Ao desobedecerem à ordem divina, o casal provoca a ira de Deus, que os confronta e anuncia uma série de punições: a serpente é amaldiçoada a rastejar e comer pó; Eva e suas descendentes serão submetidas à dor no parto e à subordinação ao homem; e Adão será condenado a trabalhar arduamente para conseguir o sustento da terra, que agora produzirá espinhos e ervas daninhas. Além disso, ambos são expulsos do Éden, perdendo a imortalidade e sendo destinados à mortalidade e ao retorno ao pó.

O mito de Adão e Eva possui várias camadas de interpretação e influência. Na tradição cristã, ele é frequentemente relacionado à doutrina do "pecado original", que ensina que a desobediência de Adão e Eva resultou em uma mancha moral que afeta todos os seus descendentes. Esta doutrina foi amplamente desenvolvida pelos teólogos cristãos, especialmente por Santo Agostinho, que argumentou que a natureza pecaminosa da humanidade tem origem no ato de desobediência do primeiro casal. A doutrina do pecado original está na base da necessidade da redenção e salvação por meio de Jesus Cristo, na teologia cristã.

Já na tradição judaica, embora o pecado de Adão e Eva seja reconhecido, a ideia de pecado original não ocupa o mesmo papel central que na teologia cristã. Em vez disso, o foco se dá mais na capacidade humana de escolher entre o bem e o mal e na importância da obediência às leis divinas para manter uma relação adequada com Deus.

No Islã, Adão (em árabe, *Adam*) é considerado o primeiro profeta e, embora o mito tenha similaridades, o foco não recai sobre um conceito de pecado original que afeta toda a humanidade. Em vez disso, a narrativa islâmica vê o erro de Adão e Eva como um evento que teve consequências pessoais, mas que foi perdoado por Deus após o arrependimento do casal.

Em termos históricos, o mito de Adão e Eva pode ser analisado como parte de um conjunto de mitos de criação do Oriente Próximo, com elementos compartilhados com outras tradições culturais da região, como a Mesopotâmia. Comparações são frequentemente feitas com o "Enuma Elish", o épico da criação babilônico, ou o mito de Enki e Ninhursag, que também abordam temas de criação e queda. Esses paralelos sugerem que o mito bíblico pode ter sido influenciado por ou compartilhado tradições comuns às culturas circunvizinhas.

Do ponto de vista simbólico, o mito de Adão e Eva oferece uma explicação para várias questões fundamentais sobre a condição humana: a origem do mal, a mortalidade, a relação entre homem e mulher, e a tensão entre a liberdade e a obediência a Deus. O Jardim do Éden é frequentemente visto como um símbolo da perfeição e da harmonia perdidas, e a expulsão do Éden marca a separação entre o ser humano e a divindade, bem como a entrada do sofrimento no mundo.

Ao longo da história, o mito tem sido revisitado e reinterpretado por pensadores, filósofos e teólogos. No Renascimento, com o crescimento do interesse pelo humanismo e pela natureza humana, o mito de Adão e Eva foi reexaminado como uma reflexão sobre a liberdade humana e as consequências das escolhas morais. Nos tempos modernos, o mito tem sido discutido no contexto das relações de gênero, com críticos feministas apontando como a narrativa tem sido historicamente usada para justificar a subordinação das mulheres.

Em resumo, o mito de Adão e Eva é uma narrativa poderosa e multifacetada, com profundas implicações teológicas, filosóficas e culturais. Sua importância vai além do seu papel na Bíblia Hebraica, impactando diretamente o desenvolvimento das tradições religiosas ocidentais e moldando a maneira como a humanidade entende sua origem, moralidade e destino.

Fonte: Estudos Históricos Facebook 



fevereiro 05, 2025

ARLS JOSÉ DO PATROCÍNIO 148 - Valparaíso de Goiás



Foi emocionante retornar a Loja onde trabalhei por tantos anos e fui Venerável Mestre no período 2010/11.

Na noite de ontem, 4/2, estive na ARLS José do Patrocínio 148, de Valparaíso de Goiás, onde sob a presidência do Venerável Mestre Rogério Pereira da Cruz, proferi a palestra "A história da formação da Grande Loja Unida da Inglaterra e a sua participação na formação da moderna democracia".

Também ocorreu mais uma edição da Mostra Literária Itinerante Conjunta das Academias Maçônicas.

Contemporâneos da minha época na Loja são o próprio Venerável Mestre e os irmãos Edson Felix, Ronaldo Takey e Reginaldo. Para meu orgulho, o Delegado do GM para a 17a Região, irmão Wellington Jeremias, que compareceu a reunião apesar de estar de licença médica, é meu afilhado. Com iniciações marcadas para este mês, serão 20 irmãos do quadro.

Ao final, todos participaram de um delicioso ágape. Uma noite emocionante e inesquecível.


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AS "MÚSICAS" DE HOJE EM DIA


Dizem que Mozart, aos quatro anos, já tocava clavicórdio (não, isto não é inflamação na clavícula) com uma desenvoltura que faria qualquer adulto sentir-se um débil mental musical. Aparentemente, enquanto outras crianças dessa idade mal dominavam a arte de amarrar sapatos, ele já improvisava frases musicais que deixariam compositores profissionais mordendo o teclado. Aos seis anos, era um pequeno prodígio que lia partituras como quem lê rótulos de cereal no café da manhã — e, se você acha isso extraordinário, provavelmente nunca tentou ensinar uma criança a diferenciar "dó" de "sol".  

Por outro lado, Beethoven, 14 anos mais novo, era o típico adolescente que olhava para Mozart com uma mistura de admiração e inveja mal disfarçada. O jovem Ludwig não apenas interpretava as óperas do mestre em Bonn, como viajou a Viena para tentar aprender uns truques diretamente com ele — talvez esperando que, além de composições, Mozart lhe ensinasse como não enlouquecer ao lidar com nobres mal-humorados.  

Esses dois gênios moldaram a música universal, estabelecendo um padrão tão alto que, sinceramente, nos deixou com a impressão de que estamos em um declínio permanente. Hoje, trocaram as catedrais e os quartetos de cordas pelos pancadões e seus DJs com uma aptidão especial para apertar botões enquanto a plateia finge que aquilo é transcendental.  

E antes que você me acuse de purista — não sou. Amo blues, rock, jazz, country e até folk, aquele gênero que soa como se uma fogueira estivesse obrigatoriamente no fundo. Sou fã do ecletismo musical e acredito que a música deve ser democrática. Porém, meu problema não é com os ritmos em si, mas com o que considero o equivalente sonoro de fast food de esquina: um consumo massivo e desprovido de nutrientes culturais.  

O "funk", por exemplo. Não, não falo do funk de James Brown, aquele gênio que conseguia transformar até um tornozelo torcido em uma coreografia épica. Refiro-me ao nosso funk local, um exercício quase científico de como empobrecer a música e a linguagem ao mesmo tempo. Suas letras, uma ode à falta de decoro, parecem ter sido compostas por um mico-leão-dourado em sua fase rebelde, com rimas tão previsíveis que até um chimpanzé munido de uma caneta e um dicionário de gírias conseguiria fazer melhor. É pornografia rala disfarçada de cultura, um espetáculo de vulgaridade que sequer tem a decência de ser criativo.  

E aí estão as canções de "sofrência" e os "proibidões", que talvez tenham como objetivo principal ensinar às crianças que, sim, o vocabulário brasileiro ainda pode ser mutilado de formas inimagináveis. E por falar em crianças, já se perguntou o que elas estão ouvindo? Melhor: já tentou ouvir o mesmo sem sentir a necessidade de uma taça (ou garrafa) de vinho?  

A cultura de massa, com sua capacidade de nivelar por baixo, tem feito um trabalho assustador. A música — essa arte que expande a imaginação, emociona e desenvolve intelectos — foi sequestrada e, em troca, recebemos playlists que soam como trilhas sonoras de uma geração que perdeu a habilidade de se maravilhar.  

Talvez seja só um devaneio de alguém que pendurou a guitarra e ainda não teve coragem de aceitar que virou aquele tiozinho nostálgico que resmunga sobre “essas músicas de hoje em dia”. Mas, o fato é que, toda vez que penso em Viena, com seus quartetos de cordas ressoando em catedrais, ou nos campos do Mississipi, onde as guitarras choravam como se estivessem pagando promessas, não consigo evitar um certo suspiro. É como lembrar de um grande amor perdido: você sabe que o tempo passou, mas lá no fundo ainda quer aquele último tango. 

No fim das contas, talvez a única saída seja usar fones de ouvido como escudos e rezar para que, em algum momento, a próxima geração tropece acidentalmente em algo que não envolva batidas ensurdecedoras ou rimas dignas de um gerador automático de clichês.  

Quem sabe, com um pouco de sorte — e um milagre digno de intervenção divina —, não surge um novo Mozart por aí. Ou, na pior das hipóteses, alguém que ao menos consiga compor uma música sem rimar "amor" com "dor" como se fosse um mandamento sagrado do pop descartável.


A Toca do Lobo 🐺 (do Facebook)

fevereiro 04, 2025

ARLS HONRA E TRADIÇÃO 3873 - Brasília



Na noite de ontem, dia 3, coube-me a honra de visitar a ARLS Honra e Tradição 3873 do GO DF, onde proferi a palestra "Maçonaria de Isaac Newton a Internet" e também realizei no Templo sede do GO DF mais uma edição da Mostra Itinerante da Academia Maçônica Virtual Brasileira de Letras.

A tradicional Loja trabalha no Rito de York e eu já a visitei há cerca de 10 anos. Também reencontrei o irmão Marcelo Gea, autor do convite, que eu havia visitado na Loja Águas Claras na mesma época.

A sessão foi muito bem conduzida pelo VM Francisco Guth, que informou que a Loja vai doar 18 cestas básicas em retribuição a palestra, que serão entregues a entidades de beneficência pelos jovens da APJ patrocinada pela Honra e Tradição.

Ao final os irmãos confraternizaram em um alegre ágape. 

fevereiro 03, 2025

NEM TUDO ESTÁ PERDIDO - Rivadávia Rosa


Entre os antigos gregos – menciona-se uma conferência entre o deus Apolo e os Sábios da Grécia – todos decididos a ‘resolver definitivamente os problemas do mundo’:

‘Para ajudá-lo a remediar as aflições do mundo, certa vez Apolo convidou os Sete Sábios da Grécia: Tales, Sólon, Chilon, Cleobulo, Pítaco, Periandro e Bias.

TALES de Mileto – propôs que fosse aberta uma janela no peito dos homens, de modo que eles preferissem agir honestamente e a permitir que suas reais intenções fossem expostas.

SÓLON de Atenas optou pela redistribuição dos bens do mundo.  CHILON de Esparta achou melhor acabar com a prata e o ouro, como tentações para o mal.

CLEOBULO de Lindus considerou o ferro mais perigoso, porque era mais freqüentemente transformado em armas do que em arados.

PITACO de Mitilena propôs leis mais rigorosas para forçar os príncipes a tratar corretamente seus súditos.

PERIANDRO se opôs a isto, afirmando que aqueles que bajulavam os príncipes eram os culpados.

BIAS de Priena arriscou a sugestão de que o homem errava por ultrapassar os limites naturais estabelecidos por Deus. Se a comunicação fosse suspensa e um isolamento protetor fosse restaurado...

Uma proposição original veio do romano CATO: um segundo dilúvio, para purgar o mundo, livrando-o de todas as pessoas, exceto meninos de menos de doze anos, com a instituição de um novo método de procriação. As mulheres, pensava ele, deviam ser culpadas de tudo. Neste ponto, toda a assembléia se ajoelhou para orar pela preservação de todas as mulheres.

SÊNECA defendeu a ideia de que cada profissão deveria efetuar sua própria reforma.

Um impasse iminente foi evitado quando JACOPO MAZZONI, o secretário, lembrou que o próprio paciente deveria ser questionado e examinado. Isto encerrou subitamente a questão.

O paciente foi considerado tão cheio de corrupção que sua cura seria impossível. A assembleia decidiu esquecê-lo, abandonar a pesquisa, e cuidar de sua própria segurança.

Em proclamação geral, eles regulamentaram o preço do arenque, do repolho e da abóbora, além de recomendarem que os vendedores ambulantes de ervilhas e cerejas pretas aumentassem suas medidas.

Assim, todos ficaram satisfeitos, concluindo que os hábitos não naturais do homem, e que a maioria dos homens sentem-se felizes, não em viver bem, e sim em não viver muito mal. O ápice da sabedoria humana consiste em que o indivíduo seja suficientemente prudente para se contentar em deixar as coisas como estão.

RESUMO [Bíblico]: Nihil sub sole novum - "Não há nada de novo sob o Sol" – ECLESIASTES [“O que aconteceu de novo acontecerá; e o que se fez, de novo será feito; debaixo do Sol não há nenhuma novidade.”]


fevereiro 02, 2025

DEVANEIOS DE UM APRENDIZ - Roberto Ribeiro Reis


 Em homenagem ao aniversário do autor


Tão logo iniciado Florêncio,

Já aprendera que o silêncio

Integra a senda do Aprendiz;

Observando em sua coluna,

À espera da hora oportuna

Do verbo exultante e feliz.


Uma alma tão bem disposta

Que ante o saco de proposta

Tem aguçada imaginação;

Vê que as colunas gravadas

Têm histórias registradas

Por cada sábio e nobre Irmão.


Florêncio vive a experiência

De praticar a beneficência,

O que se faz no anonimato;

Agradecido pelo que recebe,

Já extasiado logo percebe

Que ele tem tudo e é grato!


O Neófito quer mais estudo,

Um quarto de hora, contudo

Seu coração já está em brasa;

Um fogo que clama pelo saber,

Em casa o ritual ele irá reler,

Fazendo o bom dever de casa.


Admirado com tanta harmonia,

Verifica que a Ordem do Dia

Traz pautas de importância;

O Aprendiz pensa em falar

A bem da Ordem, em particular,

Mas tímido contém sua ânsia.


A despeito de todos os anseios,

Florêncio com seus devaneios

Tem garbo e firmeza resoluta;

Ele busca emigrar do norte,

Ir para o Sul será a sua sorte,

Conquanto lapide a pedra bruta

NOSSAS PÁGINAS - Newton Agrella


Simbolicamente falando,   cada um de nós é um livro.

De um modo ou de outro, somos personagens de um bem maior que nos foi concedido, chamado vida.

E nesse livro da vida escrevemos quase que instintivamente, todas as nossas ações, pensamentos e sentimentos todos os dias.

É bem verdade que os capítulos são dotados dos mais variados tópicos.

Alguns descrevem histórias edificantes, outros bem inglórias, que nem valem a pena registrar e deixar por conta do destino para que desapareçam.

Fato é, que somos um livro que traz um título somente nosso, e cujo conteúdo se constrói a partir de referências de outros tantos livros que encontramos no curso de nossas páginas.

Sabe-se lá, se cada livro será republicado e digno de edições complementares.

O merecimento cabe ao Editor Chefe, guardião e observador dos episódios que vamos escrevendo. 

Isso tudo se aplica, tanto quando somos o real protagonista, ou mesmo quando nos ocultamos atrás de nossas fraquezas e optamos por participar como meros espectadores de nossa história.

A linha editorial de cada um de nós reserva-nos direitos autorais para que possamos optar por mais pontos de exclamação, de interrogação, de vírgulas e de pontos finais, conforme o rítmo que imprimimos à nossa jornada.

Ora somos um livro descritivo que exibe todos os nossos feitos e sensações, ora somos um livro narrativo, cuja finalidade é basicamente deixar registrado o legado que deixamos.

Somos um Prefácio que se apresenta ao mundo quando nasce, uma História que se condensa como produto de nossa existência e finalmente um Epílogo, cujo capítulo derradeiro deixamos por conta do acaso,  cabendo a decisão ao Grande Editor Chefe, o verdadeiro leitor de cada um de nós

A proposta por enquanto, é manter a contracapa entreabert

MAÇONARIA, RELIGIÃO - Adilson Zotovici


Paremos com o achismo

Na Sublime Instituição

Qual exprime fanatismo

Sem substância ou razão


Dizem alguns que niilismo

E exacerbada visão

O que traduz egoísmo

E que conduz à confusão


Persistente mecanismo

De insistente obsessão

Mas impertinente lirismo


Fantasia, incompreensão,

Afirmação...que “sofismo”,

Que maçonaria é religião !



TRILOGIA - Adilson Zotovici


*A  LIBERDADE*


Para alguns é insanidade

A muitos outros é desplante

Arrebatar a faculdade

Que ao ser probo, terminante


Livre arbítrio é necessidade

Qual a *_Fé_*, ar vivificante,

Que se questiona a validade

Viver-se sem, não obstante


Em sua essência a verdade

Dura, qual raro diamante

Pura,  cabal a humanidade


A ignomínia é flagrante

Fazer uso da “ *_liberdade_*”

Para oprimir o semelhante  


*A  IGUALDADE*


Viemos dum mesmo jeito

Com *_Esperança_* vamos um dia

Trazendo desnudo peito

Levando  mala vazia


Por Grande Arquiteto eleito

À Sublime Confraria

Ao labor justo e perfeito

Ser dum igual, par e guia


O caminho pois, estreito

Pra seguir com soberbia

Com descaso, preconceito


Posses, castas, etnia...

Ficam à margem do conceito

De  “*_Igualdade_*” ...que alogia !


*A   FRATERNIDADE*


Mãos dadas, perfeita união

Em torno dum comum labor

Dita o sentimento, a razão

Como pregou o Criador


Se *_Caridade_*, exaltação,

Solidariedade, penhor...

Advindos do coração,

Descortina o real valor


Assistir a qualquer irmão

Sem humilhar e sem impor

Com as mãos, o verbo,o pão...


Obra Divina do Senhor

Que se erige a elevação

“*_Fraternidade_*”... é amor ! 


  

AS LIÇÕES DA ARCA DE NOÉ - Michael Winetzki


 

janeiro 31, 2025

MORTAL & IMORTALIDADE - Antônio Guimarães de Oliveira


            

Nós, pobres  seres humanos, somos, acredito,  apenas pó, poeira ao tempo do vento..., como muito bem ilustrou Érico Verissimo. 

Em  muitas oportunidades, queremos ser muito mais do que isso... Queremos ser não sei o quê - viramos monstros nesse querer. 

Através de delírios criacionistas, somos, em folhas de papel, figuras dramáticas,  românticas e/ou satíricas. Na verdade, somos meros mortais com mania de imortalidade fantasiosa...

Quem sabe, em algum dia, seremos verdadeiramente, seres especiais, cintilantes em pergaminhos divinos...!!!???

Quando concluímos um livro, as vezes agradamos e temos a impressão que fizemos algo de bom... Se é bom, tenha certeza: inspiração divina!

Todavia, o real valor de nossa vida, de nossa essência, só saberemos num momento submetido ao infinito... Esse lugar está em algum lugar esperando cada unidade de Deus.

Acredito que é nesse momento que viramos uma particula celestial, e esse lugar de transformação, é o paraíso...!!! 

Bem, não tenho resposta certa, estou agindo como um "pobre" escritor querendo entender a mim mesmo... seja pesquisando fatos históricos desconhecidos ou não, buscando em poemas, contos, romances tristes ou alegres, elementos para entender a mim e aos outros.

Alguns leitores falam que invento   personagens como se fora Deus... Engano, não invento nada, Deus é o Grande criador de tudo.



janeiro 30, 2025

A FAMÍLIA DO MAÇOM - Valdemar Sansão




A família para a Maçonaria é a base de tudo, depois de Deus.

A família é um dom dos maiores que recebemos de Deus.

Não é somente uma realidade cultural que pertence a historia dos povos. É uma instituição natural criada por Deus.

A Maçonaria ilumina-nos sobre o sentido DA família. Somos criados à imagem e semelhança de Deus, cuja vida é comunhão profunda entre as pessoas. O ser humano não existe apenas para alimentar-se, crescer e ocupar espaço e tempo sobre a terra. É feito para “con-viver” (viver com), partilhar a vida com os outros, viver em comunidade. Amadurecer no relacionamento fraterno e entrar em comunhão com o próprio Deus, não só nesta vida, mas por toda a eternidade.

No projeto da Maçonaria, a família é destinada a ser a “comunidade de pessoas unidas no amor”, Sacramento cujo núcleo é a união amorosa e fiel entre o homem e a mulher, caminho de aperfeiçoamento recíproco e fonte de vida.

A família é, também, um compromisso. A comunhão de vida não se realiza por encanto. É necessária a colaboração de cada um, para superar o egoísmo, abrir-se ao outro na doação conjugal e familiar.

Requer-se, ainda, a cooperação da sociedade para que se criem condições adequadas à vida em família. A finalidade primeira da família, é o valor que lhe confere sentido, é a prole, sua educação física, psíquica, intelectual, moral, religiosa, econômica e social.

O berço doméstico é a primeira escola e o primeiro templo da alma. A Casa do homem é a legítima exportadora de caracteres para a vida comum. Como esperar uma comunidade segura e tranquila sem que o lar se aperfeiçoe? A Paz no mundo começa sob as telhas a que nos acolhemos. Se não aprendemos a viver em Paz entre quatro paredes, como aguardar a harmonia das nações? Se não nos habituarmos a amar o Irmão mais próximo, associado à nossa luta de cada dia, como respeitar o Grande Arquiteto do Universo, que é DEUS?

Tantos pais, irmãos e filhos se separam só pela necessidade de impor vontades, de ver “quem manda aqui”, quem ganha a condição de dono DA última palavra. Na maioria dos casos, numa reunião familiar, e com um pouco de humildade todos saberiam até onde ir e quando parar.

São naturais as discordâncias. O homem um dia há de aprender a combater as idéias e não as pessoas. Toda a discordância deve priorizar o respeito.

Se o “diálogo” antecedesse as nossas diferenças, não haveria espaço em nossos corações para ressentimentos e muito menos cultivaríamos sentimentos tão letais no que diz respeito aos outros.

O lar deve ser cultivado como um santuário. É nas lutas diárias do lar que nos preparamos para abraçar tarefas de vulto em prol da humanidade. É preferível abdicar de servir à humanidade, se nos esquecemos dos compromissos prioritários de nosso lar.

Nos tempos atuais, em que tantos banalizam a vida e as ruas se tornam abrigos de órfãos de pais vivos, é hora de refletirmos sobre a Família e o papel do Maçom na Comunidade.

A Maçonaria quer que cada um de nós busque melhorar em todos os sentidos, porque em assim fazendo estaremos no caminho certo que é a busca de uma melhoria cada vez maior para a humanidade.

O comportamento do Maçom se torna muito difícil na sociedade maçônica que na profana, porque na sociedade maçônica, os indivíduos estão mais chegados uns aos outros, exigindo deles tolerância, fraternidade, principiando pela família, que reflete no procedimento social.

O cumprimento destas tarefas tão importantes para o indivíduo e para a comunidade significa, ao mesmo tempo, para os maçons o desdobramento benéfico de suas próprias disposições.

O respeito e a realização de tão nobre tarefa não podem ficar a mercê do acaso ou da arbitrariedade, mas deve ser assegurada por uma verdadeira obrigação.

A Maçonaria brasileira com o seu papel na formação do homem sempre foi uma constante na consciência de liderança nacional da importância da função DA família.

À família é atribuído o papel de primeira célula da organização social, responsável pela transmissão dos valores morais, espirituais, para que o mundo alcance a Paz.

Portanto, a família, para a Maçonaria, tem o merecimento que lhe atribuiu o Irmão Rui Barbosa que aconselhava: “multiplicai a célula e tendes o organismo. Multiplicai a família, e tereis a Pátria”.

A família natural do Maçom passa a ser também maçônica, a partir do momento em que o Iniciando recebe a luz (DA Iniciação), a primeira coisa que vê é seus novos Irmãos armados com espadas, jurando protegê-lo sempre que for preciso. Passa a ser tratado como Irmão, demonstrando-se, assim, o caráter fraternal da Maçonaria. A partir daí, todos que a ele se referem o tratam por Irmão, os filhos do Irmão passam a tratá-lo como “tio” e as esposas de seus Irmãos passam a ser “cunhadas”. Forma-se nesse momento um elo firme entre o novo membro DA Ordem e a família maçônica. Na realidade, uma Loja constitui uma família, pois todos OS seus membros são Irmãos entre si, sem o destaque hierárquico; O Venerável Mestre continua sendo o irmão do novel Aprendiz. Se existe essa família, a união de seus membros deve ser cultivada e todos se amarem com laços afetivos.

É difícil precisar, no entanto, como esse vínculo se cria e se mantém. Por quê? Ao sermos reconhecidos como Maçons o outro lado prontamente abre um sorriso amigo e o abraça, como se já o conhecesse de toda a vida. Que força é essa que nos une e faz com que homens de diferentes raças, credos, profissões e classes sociais, tenham um sentimento de irmandade mais forte entre eles, que entre irmãos de sangue ?

A Maçonaria reserva um lugar de destaque à Mulher. Com a evolução e a modernidade atuais, a mulher está conquistando, ao lado do homem, um lugar igual. E nós, Maçons, não temos motivos para combater os ideais de emancipação da mulher. Ao invés, é nosso dever amparar a mulher em seus esforços para obter liberdade e igualdade. Há casos em que o Candidato já está vivendo sua segunda união matrimonial. É importante que descubramos se sua esposa anterior e os filhos dessa união ficaram amparados e se o Candidato está cumprindo com os deveres como um dos construtores daquela família. Quem age corretamente não se opõe a essa providência.

Portanto, sob o critério filosófico, a Maçonaria destina-se tanto ao homem como a mulher, complementos que são um do outro e destinados como estão a constituir a família base celular de uma sociedade bem organizada. "Por isso deixa o homem pai e mãe, e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne" (Genesis 2:24).

Se em nossos dias são frequentes as agressões à família e à vida, é também confortador, podermos nos unir para abrir o coração para aprendermos através do estudo de nossos Rituais, que sempre nos ensina a força do Amor, capaz de sacrifício, diálogo e coragem.

O encontro semanal em nossas Lojas, sob a proteção do Criador, seja para nós um encontro com a própria família e a ocasião de sentirmos a alegria de sermos todos Irmãos à luz de Deus.

A Maçonaria convoca seus adeptos a oferecer seus serviços à família para que possa alcançar, dia a dia, o ideal de união revelado pelo Grande Arquiteto do Universo.

janeiro 29, 2025

WILLIAM PRESTON



 Vamos descrever abaixo, parte da vida maçônica do grande Maçom William Preston, descrita por outro grande escritor Maçom Alec Mellor, da França. É interessante para nosso conhecimento, pontos de vista de escritores não ingleses, como neste caso.

Nascido em Edimburgo em 1742, William Preston foi a Londres em 1760 e foi iniciado em 1763. A sua carreira maçônica foi fecunda e brilhante. Após vários veneralatos, foi colocado na cadeira do rei Salomão pela Loja Antiquity nº 1 (atualmente nº 2), que trabalhava sem carta, já que era “de tempos imemoriais” (situação que persiste até hoje).

No dia de São João de 1777, uma delegação dessa Loja, precedida por Preston, foi à Igreja Saint-Dunstan para nela assistir ao ofício, com os Irmãos com os seus aventais, condecorações e luvas, a igreja encontrando-se a pouca distancia e a delegação só tendo uma rua para atravessar. Depois voltou à Loja.

O incidente fez com que a Grande Loja condenasse Preston, em virtude da proibição tradicional às Lojas de se mostrarem assim publicamente sem a sua autorização. Preston invocou a titulo de privilégio o fato de que a sua Loja trabalhava “desde tempos imemoriais”, opinião juridicamente insustentável, pois ela colocava a Loja na condição de Obediência autônoma.

Preston foi expulso da Maçonaria.

Seguiu-se um cisma, a Loja Antiquity nº 1 separando-se da Grande Loja e constituindo-se em um outro corpo, com o nome de Grand Lodge of England South of the River Trent (Grande Loja da Inglaterra do sul do Rio Trent) .

Em 1787, depois dos cismáticos terem dado as satisfações exigidas pela Grande Loja, esta reintegrou-os. O nome de William Preston permanece ligado aos seus “Illustrations of Freemasonry” (Esclarecimentos sobre a Franco-Maçonaria), cuja primeira edição é de 1772. A obra teve dezessete edições, das quais doze durante a vida do autor, que morreu em 1818. Foi enterrado na catedral de São Paulo em Londres.

Os “Illustrations of Freemasonry” constituem uma coletânea de conferências eruditas e de alto valor literário para uso nas Lojas.

A Grande Loja da Inglaterra deve ainda a William Preston a fundação das famosas “Prestonian lectures”, que, não obstante algumas interrupções, permanecem atuais até hoje, conferências em geral notáveis sobre assuntos de interesse maçônico.

A coletânea é publicada pela Loja Quatuor Coronati nº 2076 de Londres.

Fonte: Pilula Maçônica Nº 92