julho 22, 2021

MAÇONARIA PÓS PANDEMIA - MW


         




  
Uma das questões recorrentes trazidas à luz em função da pandemia que o mundo está atravessando é “o que vai acontecer com a maçonaria quando a pandemia for controlada?”

            Mudanças irreversíveis estão ocorrendo em diversas áreas como no trabalho, na economia, na medicina, no mercado imobiliário e em muitas outras. Não poderia ser diferente na nossa Ordem.

            Ninguém tem a mínima ideia do fim da Covid-19. Ainda que as mais de trezentos e cinquenta milhões de vacinas sejam aplicadas em todos os brasileiros, o que certamente levará alguns anos, não se sabe se novas variantes se instalarão necessitando de novas vacinas, quando tempo vai durar a imunidade proporcionada por estas vacinas atuais, se as pessoas que se negam a tomar as vacinas serão vetores de contaminação, etc. Enquanto o mundo inteiro não for vacinado pessoas oriundas de outros países poderão continuar contaminando e talvez aconteça algo como o sarampo atualmente, que se julgava extinto e está retornando com força.

            Essas dificuldades certamente impactarão as Lojas, considerando que a maioria dos maçons brasileiros, segundo estatísticas informadas pela CMI - Confederação Maçônica Interamericana, e reforçadas pela CMSB, tem mais de 60 anos de idade, o que os coloca todos em grupo de risco. Aliás, essa realidade ocorre no mundo todo, com uma queda significativa no número de maçons no planeta com relação a quantidade de há vinte anos.

            Em função das óbvias dificuldades que os maçons encontrarão para se reunirem de forma presencial, ainda que com todos os cuidados de segurança sanitária, a maçonaria vai precisar se reinventar, e aqui e ali estão surgindo novas possibilidades, algumas possíveis soluções.

            Uma dessas novas ideias é a constituição de Lojas Maçônicas Virtuais. A Grande Loja Maçônica de Rondônia – GLOMARON - através da visão de seu atual SGM, Ir. Paulo B. Tupan e do Past GM Ir. Aldino Brasil, constituiu a primeira Loja Maçônica Virtual do país, e uma das primeiras no mundo, intitulada ARLSV Lux in Tenebris n. 47, que tem aproximadamente 600 membros, um número muito maior do que todas as Lojas do país, e uma frequência acima de 200 participantes nas sessões que realiza semanalmente, com palestras espetaculares, que trazem nova luz e extraordinários ensinamentos à maçonaria. Já houve sessão com a presença de mais de 450 participantes.

            A realização foi rapidamente seguida da instalação pela Grande Loja Maçônica do Pará – GLEPA - da segunda Loja Virtual intitulada ARLSV Luz e Conhecimento n. 103, que iniciou com mais de 200 membros e cuja adesão tem crescido de maneira acelerada. Ambas são Lojas regulares com estrutura normal e irmãos filiados nas cidades sede, Porto Velho e Belém, e membros correspondentes de todo o país e inclusive do exterior. Um acordo entre ambas permitiu que as reuniões semanais, aos sábados, sejam alternadas e todas as palestras são gravadas e disponibilizadas na internet com senhas de acesso aos seus membros.

            É claro que é bom e agradável que os irmãos vivam em união, em seus encontros presenciais e como os deliciosos ágapes ao final, só que isso será cada vez mais raro e difícil. Mau filho é diretor em uma das maiores empresas de TI do planeta, com mais de 25.000 empregados e filiais em dezenas de países. Ele comentou que a empresa precisou se reinventar para trabalho em casa – o home office -, entregou centenas de escritórios em muitos países, e a economia em aluguéis, condomínios, contas de energia, água, telefone, passagens e hospedagens de funcionários, etc, no ano passado, 2020, de março a dezembro, foi de sessenta milhões de reais, praticamente dobrando o lucro da empresa. Este ano se espera uma economia ainda maior e a empresa decidiu nunca mais montar instalações físicas. Isso lhe permitiu contratar a melhor mão de obra disponível no mundo, e hoje os funcionários no Brasil, EUA, Índia, Israel, por toda a Europa e em locais como a Coréia do Sul e Irlanda, recebam tarefas e prazos, ganhem por produtividade, e meu filho administra de Porto Alegre a instalação da Faculdade de Engenharia de Sorocaba

            No ano passado eu fiz sessenta palestras virtuais. Falei em muitas cidades brasileiras, de Laranjal, em MG, com 6.000 habitantes, até em Londres, berço da maçonaria, para minha honra e gaudio. As minhas palestras tiveram mais de dez mil assistentes e isso jamais seria possível na situação anterior à pandemia. Um dos reflexos das palestras, minhas e de outros excelentes palestrantes, foi o incremento da venda de livros. Quase todos eles têm ótimos livros publicados, as palestras são um excelente canal de vendas e de aprendizado e os irmãos participantes têm contribuído para manter acesa a chama do conhecimento.

            No dia 3 de outubro deste ano de 2021 completo 40 anos de Ordem. Procuro ser um maçom ativo e estudioso, mas confesso que aprendi muito mais sobre maçonaria neste último ano do que nas décadas anteriores. Participei de milhares de sessões ocas e inúteis onde o tema das sessões era a apenas a leitura das instruções dos rituais, iniciações mal ensaiadas, quando não enveredando pelas raias do absurdo como uma em que o VM deu alguns tiros para o ar próximo aos postulantes vendados, discussões sobre o cardápio da próximo evento ou a obrigação de ouvir trabalhos obviamente copiados do Google e depois elogiados de maneira hipócrita por mestres que nem haviam prestado atenção na leitura.

            Claro que houve também sessões brilhantes e produtivas, estas em muito menor número. Mais recentemente eu havia observado que muitos irmãos, inclusive VV:. MM:. ficavam com o com o celular ligado acessando WhatsApp ou outros aplicativos durante as sessões.  Nas sessões virtuais isso não acontece. As questões e comentários levantados após a palestra mostram o grande aproveitamento e aprendizado dos participantes.

            Talvez o futuro nos traga Lojas híbridas, onde em sessões presencias poderemos ter o aprendizado virtual proporcionado por esta nova realidade, através de TVs ou telões. Afinal, como diz o nosso ritual, a Maçonaria é “um sistema e uma escola, não só de moral como de filosofia social e espiritual, revelada por alegorias e ensinadas por símbolos, guiando seus adeptos à prática e ao aperfeiçoamento dos mais elevados deveres do homem-cidadão...” Assim como nos dias de hoje podemos obter um diploma universitário com aulas virtuais,  a Ordem pode nos proporcionar a prática da fraternidade, da mútua assistência, da prática das virtudes e do aprendizado com  maior distanciamento social. Vamos aguardar para ver.

julho 21, 2021

FRANCIS BACON E A TOLERÂNCIA


Francis Bacon: O pensamento científico a serviço da felicidade da sociedade inglesa

Com a abertura das mentes dos letrados dos séculos XV e XVI aos novos conhecimentos obtidos nas obras de Bizâncio (após a conquista otomana de 1453 que fez com que milhares de pessoas se refugiassem na vizinha Itália. Gregos acompanhados de sua biblioteca), tornou-se moda aprender sobre essas novas "ciências" trazidas com eles de Bizâncio e que eram chamadas de Alquimia, Astrologia, Tradição Primordial, Cabala, Numerologia, Cartomancia ... etc. A palavra "Ciência" foi identificada naquela época com o conhecimento racional ou intuitivo de todo um sistema de pensamento que tende a dar uma explicação do mundo ou dos fenômenos cuja descrição é ignorada pelo bom senso ou pelos Santos. É notável notar que todas essas novas "ciências" que compõem a bagagem intelectual do homem letrado da Renascença, tinham um caráter comum, seu esoterismo, velando toda racionalidade transparente. E, além disso, deve-se notar que a atração por todos esses novos conhecimentos tão diversificados, vindos de antigas civilizações que antecederam o Cristianismo, era tanto mais fácil de entender que essas novas "ciências" não eram muito racionais. E que, portanto, eram livres para interpretar de forma ainda mais diversa por serem ocultas e simbólicas e, além disso, abrigadas de qualquer repressão eclesiástica desde que seu aprendizado ou sua disseminação fossem realizados discretamente, em salas privadas no abrigados de olhares intrometidos e por vezes ajuntadores de monges muito interessados ​​nesta pesquisa esotérica que lhes oferecia a abertura de seus conhecimentos clássicos e fechados a novas pesquisas sobre o novo lugar do homem no universo de Deus para melhor uni-lo ao seu criador. Tudo isso vertido no oculto e em um certo deslize místico, em contradição com a razão objetiva cuja defesa ia ser alimentada pelo novo pensamento filosófico desenvolvido por Francis Bacon no século XVII inglês.

E é, portanto, contra esta nova forma de obscurantismo ideológico de cunho esotérico, sucedendo ao obscurantismo escolástico de cunho religioso da Idade Média, que Francis Bacon (1561-1626) reagirá, fundando a lógica experimental, associada ao seu novo método. de estabelecer o conhecimento pelo método hipotético-dedutivo que está na base de todo pensamento científico moderno. Esta nova abordagem do pensamento de Francis Bacon é exposta em sua obra "Novum Organum", com o subtítulo "Novo método de interpretar a natureza", publicada em 1620, quando ainda era Lord Chanceler do Rei Jaime I da Inglaterra, o que lhe rendeu muito ampla distribuição nacional. É, de fato, o segundo volume de um tratado filosófico que inaugura as novas regras de seu método analítico,

Esse pensamento filosófico, original para a época, foi tanto mais revolucionário quanto atendeu às expectativas de muitos pesquisadores, filósofos e cientistas, ávidos por ingressar em uma nova era do pensamento e da ação, a era moderna, a partir da verificação das hipóteses postas antes de admitir as conclusões. Também se encontra na base do espírito crítico que deve guiar nosso processo de iniciação maçônica em nossos esforços para conhecer a nós mesmos e aos outros, a fim de sermos capazes de inserir bem nossa pedra no edifício comum da sociedade.

Na filosofia, Francis Bacon, perseguindo seu método moderno de análise crítica por meio da experimentação, rejeita Aristóteles tanto quanto Platão, cujas filosofias nutriram respectivamente a dogmática "escolástica" dos estudiosos medievais e a "magia natural" dos heróis do Renascimento florentino. Ele acredita, pelo contrário, que não devemos mais contar com os “Anciões” (ou seja, os pensadores da Antiguidade), mas que devemos antes inovar e criar novos pensamentos servindo para repensar a concepção do mundo à espera e novas técnicas que pode aumentar a produtividade e eficiência da sociedade em que vivemos, a fim de ser capaz de melhor atender às expectativas das populações de hoje e às necessidades crescentes dos tempos futuros, tendo em conta o forte crescimento demográfico a ser satisfeito. Já é visível a sua preocupação com a política social e com o constante aperfeiçoamento da sociedade em todas as suas dimensões, material, moral, intelectual e espiritual, bem como na sua relevância presente e futura. Isso anuncia, com um século de antecedência, a meta da chamada Maçonaria especulativa que nascerá em 1717.

No entanto, a fim de desvendar os bloqueios psicossociológicos do povo desse período do Renascimento tardio, Francis Bacon se propõe a realizar "uma depuração do intelecto", fazendo uma limpeza em seus preconceitos. Ele os classifica em 4 categorias que ele chama de "ídolos". Estas vêm, segundo o autor, respectivamente da hereditariedade racial, da cultura de seu ambiente, do ego pessoal, ou de nossos hábitos de rua e linguagem. Segundo Francis Bacon, esta "purificação do intelecto" permite realizar o novo homem, tornando-se livre, responsável e eficiente no serviço à sociedade. Isso rapidamente nos faz pensar no uso do "fio de prumo" no ensino maçônico, bem como na fórmula maçônica de VITRIOL, cujo objetivo é dar à luz o novo homem em nós,

No que se refere à exploração da natureza com vistas a conhecê-la em sua verdade indisfarçada pelo discurso de venda da "Magia Branca", sendo esta praticada na época em todas as cortes reais europeias, inclusive na corte do Rei Jaime I da Inglaterra de que foi o "Lord Chancellor", equivalente a um Primeiro-Ministro em regime presidencialista hoje], Francis Bacon propõe um novo método, desta vez racional e rigoroso, que serve para evitar equívocos do pensamento medieval fundado no raciocínio por silogismos e que ainda subsistiram em uso nas universidades dos reinos de fé católica, por falta de outra alternativa de pensamento que fosse autorizada pela Igreja Romana.

É aqui que devemos perceber que os pensadores ingleses se beneficiaram enormemente do fato de não estarem sujeitos ao regime de censura da Igreja Romana que colocava no Index obras que não se conformavam com a escolástica tomista, e esta vantagem resultou da religião anglicana. que fez do rei da Inglaterra o chefe da cristandade inglesa, excluindo a Inquisição de obter a cidadania na Inglaterra. Esta situação excepcional deve ter favorecido sobremaneira o progresso da pesquisa na Inglaterra desde a votação por seu Parlamento do "Ato de Supremacia" em 1534, tornando este país e sua grande Universidade de Oxford o principal centro de pesquisa social e cientistas do mundo em séculos dezesseis, dezessete e dezoito,

Nesse quadro, de um pensamento liberal inglês, Francis Bacon recomenda, portanto, proceder a uma seleção de ideias e obras por eliminação, anotando por escrito todas as etapas do andamento da pesquisa que então se torna experimental, e então recomenda ao pesquisador verificar a veracidade da conclusão anunciada, repetindo sua experiência. Não se trata mais de se conformar com as verdades reveladas pelos Padres da Igreja ou por autores profanos aprovados pela Cúria Romana como o geógrafo da Antiguidade Greco-Romana Ptolomeu.

Além disso, sempre graças a este contexto ideológico inglês liberal, F. Bacon inventou o conceito de "progresso científico" como um fator básico do progresso da sociedade, enquanto a Igreja Romana sempre se opôs ao progresso científico como fatores negativos. deviam ser imutáveis. Defende, em particular, que a investigação se transforme num trabalho colectivo para que os seus resultados sejam comunicados a todos de forma a promover um desenvolvimento generalizado e acelerado do progresso técnico em todo o mundo, com vista ao serviço do bem comum da humanidade. Para tanto, propôs em seu romance “Nova Atlantis” que o poder público criasse “institutos de pesquisa”, para promover contatos e intercâmbios entre cientistas e pesquisadores de todo o mundo. Este anunciava a constituição informal, pelos estudiosos da Universidade de Oxford em 1645, do famoso "Colégio Invisível", que mais tarde seria absorvido pela "Royal Society", criada em Londres em 1662, por recomendação de Carlos II conselheiros, cientistas que são membros do "Colégio Invisível". E você tem que saber; a este respeito, que são de fato membros da "Royal Society" que criaram a Maçonaria "especulativa" em 1717, sob a égide da equipe científica de Newton, da qual JT Desaguliers era o secretário principal. por Carlos II por recomendação de seus conselheiros científicos, membros do "Colégio Invisível". E você tem que saber; a este respeito, que são de fato membros da "Royal Society" que criaram a Maçonaria "especulativa" em 1717, sob a égide da equipe científica de Newton, da qual JT Desaguliers era o secretário principal. por Carlos II por recomendação de seus conselheiros científicos, membros do "Colégio Invisível". E você tem que saber; a este respeito, que são de fato membros da "Royal Society" que criaram a Maçonaria "especulativa" em 1717, sob a égide da equipe científica de Newton, da qual JT Desaguliers era o secretário principal.

portanto observáveis ​​e não mais ocultos, desenvolvidos por Francis Bacon, os esforços dos pesquisadores da Universidade de Oxford serão direcionados para a matemática, a observação e a experimentação, à vista de todos, e sempre a serviço do bem comum da humanidade. Aqui encontramos a origem distante do princípio da busca constante da verdade que a Maçonaria se impõe como método de trabalho e ação, bem como de seu objetivo de contribuir para a melhoria de todas as condições de vida da humanidade.

Deve-se, no entanto, notar aqui que as "ciências ocultas" da Renascença também deveriam ser exploradas a serviço do bem comum, uma vez que seu objetivo era libertar o homem de sua ignorância medieval, fornecendo-lhe os meios, reconhecidamente secretos, mas libertadores, para aceder aos conhecimentos ancestrais dos mistérios da Natureza, permitindo-lhe poder manipulá-los num sentido humanista, a serviço do Homem. Esta é a razão pela qual apenas o "Magus" ou "o sábio" pode ter acesso a ela, que foi capaz de atingir um certo grau de purificação intelectual e mística, oferecendo-lhe o privilégio de alcançar o êxtase e a contemplação necessários. acesse essas "verdades primordiais", de outra forma invisíveis. O caminho para o acesso à verdade era uma espécie de "revelação" espiritual para os seguidores do pensamento oculto da Renascença, enquanto com Francis Bacon, era agora uma questão de experimentar com suas descobertas e conhecimentos da natureza que não existiam mais. nada oculto e que não estavam mais reservados para uma elite inspirada pelo hermetismo e neoplatonismo. Essa nova ciência baconiana, experimental, baseada no raciocínio hipotético-dedutivo, estava, por outro lado, ao alcance de todos, sem discriminação ideológica ou religiosa, enquanto a crença dos "Magos Naturais" do Renascimento se baseava em uma espécie de panteísmo. onde tudo o que animava o universo era considerado uma porção divina e só poderia ser ligado ao homem se ele conseguisse atingir o

Esta revolução metodológica na forma de abordagem do conhecimento da Natureza, inaugurada por Francis Bacon, mudará totalmente os hábitos de pensamento ingleses, ao mesmo tempo que lhes dará um avanço metodológico sobre as práticas de outros pesquisadores europeus continentais, sejam católicos, portanto sujeitos ao obscurantismo medieval , ou seguidores do "pensamento mágico e esotérico", portanto, sujeitos ao ocultismo, que é outra forma de obscurantismo. Esta vitória intelectual de Francis Bacon sobre as forças espirituais do obscurantismo, tanto os sobreviventes da Idade Média escolástica como os "mágicos" (NB, dir-se-ia agora "fetichista" se acontecesse na África subsaariana) do Renascimento,

Quanto ao nível político, em sua "Nova Atlântida" ou "Nova Atlântida", publicada por ocasião de sua morte em 1626 (por considerá-la ainda inacabada em vida), Francis Bacon defende a tolerância religiosa, excluindo a uniformidade religiosa causa do empobrecimento de o país pelas expulsões e as tragédias que se seguem, enquanto a tolerância promove o progresso geral do país, diversificando e enriquecendo o know-how que todas as suas várias comunidades religiosas podem trazer para a nação. Ele havia pleiteado em particular o retorno da comunidade judaica à Inglaterra (da qual havia sido expulsa em 1290), acreditando que isso contribuiria para o progresso da ciência e, portanto, para o aumento da riqueza e, consequentemente, para a paz social. Sua doutrina da tolerância será adotada por pesquisadores em ciências humanas da Universidade de Oxford, cuja influência intelectual dará frutos em 1656, quando o Parlamento inglês acabará por autorizar o retorno dos judeus à Inglaterra com, além disso, a liberdade de adoração que será reconhecida a eles em 1683. Agora, a tolerância é considerada um dos quatro pilares sobre os quais o templo maçônico deve repousar, ao lado dos da Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Esta é uma das maiores contribuições de Francis Bacon ao movimento maçônico que viajou pela Inglaterra ao longo do século XVII. quando o Parlamento inglês acabará autorizando o retorno dos judeus à Inglaterra com, além disso, a liberdade de culto que será reconhecida a eles em 1683. Agora, a tolerância é considerada um dos quatro pilares sobre os quais deve repousar Templo maçônico, ao lado dos da Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Esta é uma das maiores contribuições de Francis Bacon ao movimento maçônico que viajou pela Inglaterra ao longo do século XVII. quando o parlamento inglês acabará autorizando o retorno dos judeus à Inglaterra com, além disso, a liberdade de culto que será reconhecida a eles em 1683. Agora, a tolerância é considerada um dos quatro pilares sobre os quais deve repousar Templo maçônico, ao lado dos da Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Esta é uma das maiores contribuições de Francis Bacon ao movimento maçônico que viajou pela Inglaterra ao longo do século XVII.

SALA DOS PASSOS PERDIDOS - Walter Pereira M.’.M.’.




Se perguntarmos a um profano o significado de tal expressão, poderemos receber a seguinte resposta: 

_“É uma expressão estranha, a primeira vista sem significado, mas refletindo melhor, parece ser um local onde se caminha sem chegar a lugar algum”.

Isto nos faz crer que os fundadores do parlamento inglês, em 1296, foram felizes em escolher o nome da sala de espera, onde as pessoas aguardavam uma entrevista com os parlamentares, pois ali as mesmas circulavam sem rumo definido, sem destino exato, daí a denominação “Passos Perdidos”, ou seja, que leva a lugar nenhum.

Em 1776, a grande Loja de Londres inaugurou o primeiro templo maçônico e buscou no parlamento inglês a forma e até o nome da sala que antecede o átrio, como curiosidade também a mesa dos oficiais, a grande cadeira do V.’. M.’. e o lugar dos IIr.’. nas colunas tem a mesma origem, lembrando que o parlamento inglês é cerca de 500 anos mais antigo que o primeiro templo maçônico. 

Já no campo simbólico podemos concluir que, fora da disciplina maçônica, todos os passos são perdidos.

Mackey diz: 

o sentido desta denominação se origina no fato de que todo passo realizado antes do ingresso na maçonaria, ou que não respeite suas leis, deve ser considerado simbolicamente como perdido.

Nas lojas Maçônicas do Brasil como as de Paris, da Hungria e da Áustria, é assim denominada a ante-sala do Templo. 

Na Alemanha a expressão é completamente desconhecida, para concluir, no rito Schroder, em particular e na Alemanha, usa-se a expressão, “Ante-sala do Templo”.

Enfim a “Sala dos Passos Perdidos”, é o local onde a irmandade se reúne sem maiores preocupações, destinado a receber os visitantes, onde as pessoas possam andar livremente, como se fosse uma sala de espera, onde nos cumprimentamos, brincamos, tratamos de negócios, assinamos o livro de presenças, o tesoureiro faz as cobranças, enfim um local de socialização. 

É onde o M.’. de Cer.’. distribui os colares e começa a preparação para o ingresso no templo. 

É onde se forma o ambiente adequado e que conduza a um bem-estar, um refugio, aonde os amigos irão se abraçar e uma vez devidamente paramentados são convidados pelo M.’. de Cer.’. a ingressarem no Átrio.

O Átrio

Designa genericamente os três grandes recintos do templo de Salomão. 

_O primeiro era o átrio dos gentios, onde era permitida a entrada de qualquer um que fosse orar;

_O segundo era o átrio de Israel, onde somente os hebreus podiam penetrar, (depois de haverem sido purificados);

_E o terceiro era o átrio dos sacerdotes, onde se erguia o local dos holocaustos e os sacerdotes exerciam seus mistérios.

Bom dia meus irmãos.



julho 20, 2021

AS MULHERES NA IDADE MÉDIA

 


Ao longo da Idade Média, as mulheres de classe baixa eram padeiras, cervejeiras, leiteiras, artesãs, tecelãs e, principalmente, fazendeiras que trabalhavam ao lado de seus maridos e filhos nos campos. O sistema feudal ditava que a terra pertencia ao senhor, que a alugava aos seus arrendatários - os servos - que estavam vinculados àquela terra. O senhor controlava todos os aspectos da vida do servo e isso se estendia à esposa e às filhas de um homem.

O senhor decidia com quem uma menina se casaria, não com o pai da menina, porque a filha de um servo era essencialmente propriedade do senhor, assim como seu pai e sua mãe. Depois de casada, o marido controlava seus interesses e era o responsável por seu comportamento e, por isso, as mulheres não eram tão mencionadas quanto os homens em questões jurídicas na Idade Média. O marido da mulher seria processado se uma mulher transgredisse, não a própria mulher. A função da mulher era cuidar da casa, ajudar o marido no trabalho e gerar filhos.

Power escreve:

"A grande maioria das mulheres viveu e morreu totalmente sem registro enquanto trabalhava no campo, na fazenda e em casa” (Loyn, 346).

A hierarquia da sociedade medieval era mantida rigidamente, e muito raramente alguém se elevava acima da posição em que nasceu. Não havia classe média e a única esperança de uma mulher melhorar sua situação, sem se casar, era entrar para um convento. É possível, como sugeriram alguns estudiosos, que houvesse mulheres que escolheram esse caminho na esperança de obter educação, mas, se assim for, ficaram bastante desapontadas.

Os padres, em sua maioria, não viam nenhum benefício nas freiras alfabetizadas. Até Ende (século X EC), a famosa iluminadora de manuscritos da Espanha, era provavelmente analfabeta. As freiras aprendiam suas orações e devoções de memória, não de livros, embora se acredite que muitas moças de posses aprenderam a ler no popular trabalho devocional conhecido como Livro das Horas.


Fonte - Gies,F.& J. Women in the Middle Ages. Harper Perennial

Power, E. Medieval Women. Cambridge University Press

O MAÇON ASTRONAUTA EDWIN ALDRIN




Na Terra no Mar no Ar e até no espaço sideral Maçons estão presentes.

Edwin E. "Buzz" Aldrin - Astronauta de Glen Ridge - Nova Jersey. Integrou a missão da Apolo XI que pousou na lua. Foi o 2º homem a pisar em solo lunar.

https://redecolmeia.com.br/2021/07/19/na-terra-no-mar-no-ar-e-ate-no-espaco-sideral-macons-estao-presentes/ 

Hoje (20 de julho) faz 52 anos que o homem pisou na Lua e um maçom estava lá.

Quando Neil Armstrong entrou para a história ao pisar na Lua e dizer que aquele era “um pequeno passo para o homem, mas um grande salto para a humanidade”, os relógios marcavam 23h56 em Brasília. 

Era 20 de julho de 1969, e meio bilhão de seres humanos acompanharam a transmissão desse “salto” ao vivo pela televisão.

julho 19, 2021

O MEDO



Quando os vikings invadiram a França em 845, eles derrotaram facilmente todas as tropas enviadas pelo rei Luís.

Como o exército do rei tinha uma vantagem de 10 para 1, espalhou-se entre os francos o mito de que os vikings não conheciam o medo.

-Claro que conhecemos o medo, Ragnar disse, nós simplesmente não o encorajamos.

O medo leva à servidão, obediência e escravidão, que é um destino muito pior do que morrer em batalha.

Não adoramos um chefe, ele é mais um, eleito momentaneamente, discutimos tudo em assembleias e nossas mulheres são livres.

6.000 anos atrás, os manipuladores descobriram que o medo servia para escravizar as pessoas e começaram a encorajá-lo.

Não deveria ser nem medo de algo tangível; na verdade, é melhor que não seja.

O medo de um demônio, de um deus vingativo ou de um universo perverso também serviu.

O medo fez com que 150.000 egípcios gastassem suas vidas arrastando pedras de 12 toneladas pelo Saara para construir a Grande Pirâmide.

Quem os encomendou?

Um Faraó, seus ministros e dois ARQUITETOS.

NÃO mais de 14 pessoas.

O medo fez os pais desistirem de suas filhas para serem queimadas por bruxas, ou de seus filhos para serem sacrificados em um altar, ou nas trincheiras de Verdun.

Às vezes havia gente que não se submetia, no ano 1000 um grupo de jovens da ilha de Bora Bora cansou-se dos sacrifícios humanos que haviam transformado o paraíso em inferno.

- Se não gostarem, vão embora, desajustados, disseram rindo.

Para onde eles estavam indo?

Então eles carregaram um navio com comida e animais e foram para o mar.

As tempestades, os tubarões, a sede vão matá-los, gritavam.

Eles navegaram por 22 dias sem saber para onde estavam indo, até que encontraram algumas ilhas desabitadas que chamaram de Havaí.

Antes de descer prometeram a si mesmos que nunca mais haveria sacrifícios, que se alguém quisesse homenagear um deus, deveria fazê-lo com flores.

Há uma grande diferença entre FEAR (apreensão) e FEAR (medo).

A apreensão é aquele sentimento que nos permite sobreviver, é aquele “alarme” que nos avisa que temos que cuidar de nós próprios e muitas vezes é fruto de experiências anteriores.

Também nos permite cuidar da vida, da família e dos pertences e é algo natural.

MEDO é aquele sentimento paralisante que o impede não só de pensar ou raciocinar, mas também o incapacita pelo terror que você sente mesmo em níveis muito elevados, imobilizando-o até a morte por sua incapacidade de reagir.

E é precisamente o medo que historicamente nos causou tantas crenças limitantes em nossas vidas.

ROYAL SOCIETY - Reinaldo de Freitas Lopes




Meus iguais , irmãos da Maçonaria universal e especulativa , a discorrer hoje de uma instituição a qual seu brilho resplandecente , tramita *imutável* em sua posição em beneficio da ciência e do conhecimento . A Sociedade Real de Londres para a Melhoria do Conhecimento Natural .

Destinada à promoção do conhecimento científico fundada em 28 de novembro de 1660 em Londres e a Academia Real Irlandesa (Royal Irish Academy), fundada em 1782, é afiliada a ela .

Tem por Augusto Fundamento a responder cientificamente , filosófica e mística , ....*A Origem*.

Desde a sua fundação , um dos primeiros foi o vulto Elias Ashmole , os candidatos devem ser naturais ou residirem no Reino Unido, República da Irlanda ou nos territórios da Commonwealth. Os cientistas proeminentes de outros lugares podem assumir a condição de membro estrangeiro. Os estatutos da Sociedade indicam que os candidatos à eleição devem ter feito "uma contribuição substancial à melhoria do conhecimento da natureza, incluindo matemática, ciência da engenharia e ciência médica".

O lema Nullius in verba afirma a vontade de estabelecer a verdade no domínio dos fatos, baseando-se somente na experiência científica, e jamais na palavra de alguma autoridade. 

Apesar de esta intenção parecer óbvia hoje em dia, os fundamentos filosóficos da Royal Society diferem daqueles observados em outros contextos filosóficos, como, por exemplo, na Escolástica, que estabelecia a verdade científica baseando-se na lógica dedutiva, mantendo-se de acordo com os dogmas da religião católica e citando autoridades antigas, como Aristóteles.

Thomas Bayes foi o primeiro a apresentar um teorema, o teorema de Bayes, diante da sociedade.

Após centenas de anos esta instituição , prevalecendo em seus registros a oferta do que é inquestionável e mais próximo do verdadeiro , enquanto que ao atravessar os tempos , aqui bem próximo a nós a Royal Society é balançada a sua razão :

Em 17 de setembro de 2008, Michael Reiss, diretor de educação da Royal Society, após críticas de outros cientistas e pressionado pela própria instituição, pediu demissão do cargo por ter se manifestado favorável à discussão nas escolas britânicas de todas as formas alternativas para a origem do universo, inclusive o criacionismo. Segundo Reiss, que também é sacerdote da Igreja Anglicana, embora a teoria *criacionista* não tenha qualquer base científica, o assunto deveria ser discutido, já que a sua exclusão faria com que muitas crianças, oriundas de famílias religiosas, se distanciassem cada vez mais da ciência. Ele disse isso uma semana antes durante um Festival da Ciência, em Liverpool. Em sua defesa, disse ter sido mal interpretado, mas foi levado a abandonar o cargo, gerando mais críticas, dessa vez também à atuação da Royal Society, que, em comunicado oficial, declarou seu apoio ao pedido de demissão de Reiss.

Nota : “Michael Reiss , hoje com 61 anos de idade , é um bioético, educador, jornalista e sacerdote anglicano britânico. Reiss é professor do Instituto de Educação da Universidade de Londres”.

*Cronologia da Instituição* :

* Década de 1640 - Primeiros encontros informais ;

* 1660 - Fundação em 28 de novembro ;

* 1661-  O nome da Royal Society aparece impresso pela primeira vez ;

* 1662 - A carta real autoriza a Royal Society a imprimir livros ;

* 1663 - Uma segunda carta real é dada à Royal Society ;

* 1665 - Primeira publicação de Philosophical Transactions ;

* 1666 -  O Grande Incêndio de Londres obriga a Royal Society a se mudar para Arundel House ;

* 1710 - A Royal Society adquire sua sede em Crane Court.

Em Pé e a Ordem .

Todos recebam o meu Tríplice e fraterno Abraço.

O GIZ NA MAÇONARIA - Sérgio Quirino

 





Ir.: Sérgio Quirino - Grão-Mestre - GLMMG 2021/2024

Saudações, estimado Irmão

Estimo que 90% dos Maçons brasileiros não tiveram acesso ao conteúdo alegórico do giz como elemento da simbologia maçônica. Facilmente compreensível, tendo em vista que a grande maioria de nossas Lojas Maçônicas no Brasil trabalham em Rito Escocês Antigo e Aceito.

Diferentemente ocorre com os queridos Irmãos que laboram no Rito de York, que, em seus princípios mais importantes, são provocados à reflexão sobre o Giz, o Carvão e a Terra.

Como resgate histórico, este simples pedaço de carbonato de cálcio era usado pelos Maçons Operativos para marcar pontos e traçar linhas nas pedreiras e carpintarias.

Nos primórdios da Maçonaria Especulativa não haviam templos. As reuniões ocorriam em qualquer espaço devidamente a coberto das indiscrições profanas. Era preciso preparar o ambiente e caracterizá-lo com nossos elementos e alegorias. Como fazer e desfazer rapidamente mantendo o sigilo dos símbolos?

A solução era desenhar no piso tudo que remete ao propósito da sessão. Com o tempo, substituíram tal prática por Tapetes e Painéis, até chegarmos aos espaços exclusivos construídos para este fim, denominados Templos Maçônicos.

A escolha do giz como elemento de grafia se deu pelas suas qualidades: pequeno tamanho, fácil uso, boa aderência a vários tipos de piso e, principalmente, pela facilidade em apagar os desenhos com um simples pano úmido garantindo a proteção dos arcanos.

O mais interessante é que, sob o ponto de vista histórico, o simbolismo maçônico do giz não diz nada do que foi tratado acima.

NA MAÇONARIA, O GIZ REMETE À LIBERDADE.

LIBERDADE PARA TRAÇAR O NOSSO PRÓPRIO CAMINHO

Todos nós já manuseamos um giz e percebemos nele a suavidade do toque e o exato registro da pressão de sua ponta sobre a lousa.

O GIZ SOMOS NÓS.

O TOQUE É O ESPÍRITO.

O REGISTRO SÃO NOSSAS DECISÕES.

A PONTA É O MOMENTO QUE ESTAMOS VIVENDO.

A LOUSA É A NOSSA HISTÓRIA.

Da mesma forma que o giz vai se consumindo durante o uso e a cada traço deixa um pouco de si, assim também devemos agir, quando nos dedicamos integralmente ao nosso propósito. Não há o que temer sobre a extinção. O mais importante são os traços e os registros que deixamos em vida.

Atingimos quinze anos de compartilhamento de instruções maçônicas. Nosso propósito fundamental é incentivar os Irmãos ao estudo, à reflexão e tornar-se um elemento de atuação, um legítimo Construtor Social.

(Mas é o Carvão e a Terra citados no início do artigo? Trataremos nos próximos artigos.)

Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!

Fraternalmente


julho 18, 2021

DA CONSCIÊNCIA - Heitor Rodrigues Freire





Heitor Rodrigues Freire é corretor de imóveis, advogado, past GM da GLEMS e atual presidente da Santa Casa de Campo Grande. Contribui regularmente com este blog

O despertar da consciência é algo que se desenvolve por ação própria, mas depende da vontade de cada um. Uma vez despertada, ela assume um movimento gradativo, mas constante. Decorre diretamente da individualidade. É um caminho sem volta. E propicia a libertação do ser.

A consciência é inata ao ser humano, nasce com a sua criação, mas demanda um trabalho individual, disciplinado e permanente para sua manifestação e continuidade. É nossa companheira eterna, por toda a eternidade.

Implica numa grande responsabilidade porque conduz ao entendimento de que a vida é aqui e agora. O passado já se foi, e o futuro não é hoje. Esse despertar não aceita adiamentos. Nem faz de conta. Sacode todo o ser, e não permite lero-lero.

É o acordar do sono letárgico que envolve a maioria das pessoas, mostrando de forma muito clara o compromisso de cada um consigo mesmo e com Deus. O indivíduo consciente deixa de fazer parte do rebanho.

Esse despertar nos ensina a evitar todo radicalismo e sectarismo de qualquer natureza, religiosa, filosófica ou política. Aprendendo, como Krishna ensinou ao príncipe Arjuna, há mais de 4 mil anos no poema épico Bhagavad Gita, a seguir o abençoado e dourado caminho do meio.

E com isso, passamos a entender que verdadeiramente somos todos irmãos, oriundos da mesma fonte e destinados à evolução constante. E também a trilhar o caminho, mostrado por Jesus.

E a saber que devemos respeitar tudo e todos. E a não julgar. Nem condenar.  E a entender que nada acontece por acaso e que tudo decorre dos nossos atos, portanto devemos assumir nossas responsabilidades. Entendendo que a vida por si só é um milagre e que nos permite a oportunidade de contribuir com nossa inteligência e consciência na construção divina da Eternidade.

Precisamos entender que a esperança é o fator de alimentação da fé, fortalecendo e motivando a consciência. Que esperança exige fidelidade. 

Temos que ter a coragem de conquistar a liberdade de sermos nós mesmos, sem interferências, aprendendo a ouvir e usar o discernimento que, nas palavras de Krishamurti, é o primeiro passo para a evolução espiritual.

É preciso também saber conviver com opiniões contrárias e buscar o embasamento para as nossas próprias ideias. Segundo José Saramago, o grande escritor português, “o problema não é que as pessoas tenham opiniões, isso é ótimo. O drama é que as pessoas têm opiniões sem saber do que falam”.

Não devemos repetir nada que não tenha passado pelo crivo da nossa própria consciência, e não falar apenas para impressionar os outros. Precisamos aprender a observar o silêncio. 

Temos que aprender que cada um é o fiador de sua própria vida, não dependendo do aval de ninguém. E assim conquistar a nossa verdadeira independência.

Nestes tempos de comunicação instantânea e global é muito comum observar comentaristas de televisão expressarem opiniões diversas, criticando, condenando, determinando atitudes e comportamentos como se fossem seres puros, imaculados e iluminados, arautos da moralidade. Mas se virarmos as câmeras para suas vidas, no entanto, veremos que seus comportamentos não têm nada de republicano e muito do que criticam. Usam dos microfones e câmeras para exibir seus egos inflados e irresponsáveis.

Induzidos pelo discurso dito politicamente correto, muitos querem ditar regras de bons costumes, mas quando isso fica somente no palavreado e não se concretiza na prática, não passa de hipocrisia. Precisamos ter em mente que o politicamente correto é um avanço civilizatório para toda a sociedade, e não deve ficar apenas no enunciado. Se conseguirmos, ao menos, não fazer com os outros aquilo que não queremos que façam conosco, já é um bom começo.

A consciência própria do ser é a grande conquista de cada um.

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GARANTE DE AMIZADE - Newton Agrella


Newton Agrella é escritor, tradutor e palestrante. Um dos mais destacados intelectuais maçônicos do pais.

De maneira relativamente semelhante às atividades de um Diplomata, no mundo profano, a Maçonaria dispõe de uma função de caráter de relações sociais e culturais, sobretudo no que diz respeito ao entendimento e harmonia entre as Obediências  Maçônicas, chamada de "Garante de Amizade".

Normalmente constitui-se como representante de uma Obediência Maçônica estrangeira junto a uma Obediência nacional, ou o representante de uma Obediência nacional, junto a uma Obediência estrangeira.

Requisitos básicos e preferenciais para desempenhar essa função, via de regra, são os seguintes:

- que seja um Mestre Maçom Instalado.

 - Exercício por um período mínimo de três anos; 

- conhecimento da língua falada no país da Obediência na qual ele pretende ser o representante; 

- estar em pleno gozo dos seus direitos maçônicos perante a Obediência que será por ele representada, dentre outras.

No que se refere às suas principais atribuições cabe ao Garante de Amizade:

- visitar a Obediência pela qual ele foi nomeado, geralmente a cada dois anos; 

- manter correspondência com a Obediência representada, incentivando a frequente troca de informações, publicações, filmes, livros, etc.; e toda e qualquer matéria que possa ensejar interesse relevante mútuo.

- comparecer a solenidades importantes que venham ocorrer na Obediência que ele representa; 

- prestar conta de suas atividades por meio de relatório anual para a Secretaria de Relações Exteriores da Obediência que ele pertença, etc. 

Cabe registrar que há inclusive um Ritual de Consagração de Garante Amizade. 

Pelo fato de ser uma função de alta relevância no universo Maçônico, impõe-se que a Loja receptora, em Sessão Econômica de Aprendiz, reserve a sua Ordem do Dia exclusivamente para destacar esse ato receptivo com o nome de Consagração de Garante de Paz e Amizade. 

Ainda como outro aspecto interessante, vale lembrar que 

"Garante de Amizade" ou "Garante de Amizade e Paz" é a expressão utilizada pela Maçonaria nos países sul americanos. 

Nas demais partes do mundo é chamado de “Grande Representante”. 

Desse modo, quando duas Potencias Maçônicas se “reconhecem”, é regra que troquem Garantes de Amizade, destinados a garantir as suas relações.

É portanto uma função que exige, muita disciplina, elevado nível cultural, diplomacia, clareza nas exposições para que se evitem quaisquer  constrangimentos ou mal-entendidos bem como uma relativa dose de disponibilidade para locomoções. 

Além é claro, de uma ampla articulação linguística e fluidez de capacidade argumentativa.

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ESTRELA FLAMÍGERA - Ir.'. Aparecido Ribeiro Dias - Or. de Santo André



Flamejar: Lançar flamas ou chamas; estar inflamado; arder; lançar raios luminosos; brilhar como a chama; resplandecer.

A Estrela Flamígera ou flamejante é a nossa estrela polar, que indica o nosso norte, a nossa meta, é o símbolo essencial do grau de companheiro, que o preserva da sujeição a quaisquer dogmas. Indica que o iniciado do segundo grau está destinado a transformar-se, ele próprio, em uma espécie de foco ardente, fonte de calor e luz, de compreensão e tolerância. Iluminado por sua inteligência e por seu coração, unido na pesquisa da verdade, deve devotar-se sem reservas à obra, á pratica do altruísmo e da bondade.

A Estrela Flamígera era símbolo desconhecido pelos pedreiros livres medievais. Seu aparecimento na Maçonaria, a partir de 1737, não encontrou guarida em todos os Ritos, pois o certo é que os Construtores medievais conheciam a figura Estelar, apenas como desenho geométrico e não com interpretações ocultas que se introduziram na Maçonaria especulativa. No Rito de York, por exemplo, a “ Brazing Star” tem rigorosamente seis pontas e mais se aproxima do signo de Salomão e do esquadro e compasso cruzados, do que da Estrela de cinco pontas, Pitagórica. Esta se tornou mais universalizada na instituição pelo Irmão Barão de Tschoudy.

A Estrela Flamígera pode ser, em Maçonaria Pentagonal ou Hexagonal. A pentagonal, ou pentagrama, ou pentalfa, ou Estrela de cinco pontas, está presente na maior parte dos Ritos, (a hexagonal ou de seis pontas, está presente no Rito de York).

A Estrela Flamígera é considerada ponto de partida, semente universal de todos os seres.

Para o Maço, constitui o emblema do Gênio que eleva a alma para a realização das supremas tarefas.

Pitágoras recomendava aos discípulos que não deixassem de se referir as chamas quando falassem em assuntos Divinos. Para Pitágoras este Símbolo era um sinal de reconhecimento. Era um símbolo de boas-vindas, que equivalia dizer “Passe bem”.

A Estrela Flamígera, Simboliza a Estrela luminosa da Maçonaria; as chamas purificadoras; a luz que ilumina os discípulos; o símbolo dos livres pensadores; a eterna vigilância e a proteção objetiva do Grande Geômetra.

A Estrela Flamígera, é o símbolo no plano subjetivo; é o fogo interno, o ardor que cada Companheiro coloca dentro de si, para queimar todas as oposições e aspectos negativos do ser humano

A Estrela Flamígera representa os quatro membros do homem. E a cabeça que os governa.Com um vértice dirigido para cima é um símbolo benéfico e ativo. Com dois vértices virados para cima, portanto ao contrário é um símbolo maléfico ou passivo.

A Estrela Flamígera é colocada dentro da Loja sobre o Trono do Irmão 1º Vigilante.

A Estrela Flamígera é a reunião de todas as verdades conciliadas pela Luz, ao mesmo tempo que a claridade pessoal da vida interior.

Para os CComp∴ Maçons, a Estrela Flamígera, com a letra “ G “ no centro é o Símbolo da Divindade Cósmica, além de seus efeitos iniciáticos, ela deve representar um Símbolo de boas vindas e um voto de perfeita Saúde.


Bibliografia: 

- Instrução p/ Loja de Companheiro – Hércule Spoladore, Fernando Sales Paschoal e Assis Carvalho. 

- Ritual do 2° Grau de Companheiro.

julho 17, 2021

COMO RECONHECER UM MAÇOM ?



Irmão W.S.S., Publicado em 23/03/2014. Fonte: Foco arte real

Ser reconhecido Maçom podemos até por um simples PIM na lapela. Por isso nossa preocupação deve ser: Que qualidade de Maçom sou reconhecido? Um Maçom de ouro ou um Maçom apenas dourado (ou nem isso...)?

Maçons existem que se acomodam, julgando que, atingindo o grau de Mestre estão na plenitude maçônica. Na verdade, considerando a Maçonaria Simbólica é o último grau. Porém, não se pode dizer com isso sejam “justos e perfeitos”, vez que o desbaste da pedra bruta somente termina com a nossa ida para o Oriente Eterno. Assim sendo, triste do Maçom que aposenta seu Maço e seu Cinzel. 

Porque a construção de nosso Templo interior só termina com o final de nossa vida material. E não é suficiente somente esquadrejarmos a Pedra Bruta. Necessário se faz também deixá-la bem polida.

Diz o LL que fomos criados à imagem do G∴A∴D∴U∴ (Gên. 1,26); porém a semelhança precisa ser conquistada. O desbaste da nossa pedra bruta, poderá resultar numa ´obra de arte´ ou num ´monstrengo´. Se o monstrengo for o resultado final, o Criador nos irá arguir: “É isto que me apresenta no final de sua caminhada”?!

Nossa responsabilidade vai além do próprio desbaste. Precisamos ajudar os Irmãos na caminhada, não só com nosso bom exemplo, como alertando os acomodados para um melhor desempenho maçônico.

Não basta ser reconhecido Maçom. É preciso também ser reconhecido como MISSIONÁRIO, como autêntico CONSTRUTOR SOCIAL.

As duas horas templárias são importantíssimas para recarregarmos nossas baterias. Assim, não devemos faltar às reuniões da nossa Loja. Até como desculpa, alguns dizem que já fazem maçonaria, fora do templo. Ótimo. Isso é um dever de todo bom maçom. Mas não o isenta do comparecimento às Reuniões.

Alguns dizem que não vai à Loja, porque as reuniões são da mesmice. Ora, se a Loja entrou numa mesmice a culpa é de todos e de cada um. Use-se então o Saco de Propostas e Informações, não para criticar mas para sugerir melhoras. O bom Maçom participa de tudo de sua Loja, de suas decisões, de seus projetos. O bom Maçom não se distancia de seus Irmãos; a prática da fraternidade se faz com o bom convívio (Sl 133).

Quando falo aos Aprendizes costumo perguntar “quem é o responsável pela Loja” e a maioria deles dizem ser o Venerável Mestre. Apontando para ele(s) afirmo: O responsável é você. Somos todos nós.

Talvez muitos Mestres não digam que a responsabilidade da Loja seja do Venerável, mas pensam e agem como se assim o fossem. Por isso não acham grave faltar às Reuniões, motivo porque algumas Lojas têm até abatido colunas.

Seria bom cada um contemplasse o ´OLHO QUE TUDO VÊ´, a onisciência divina, e refletisse: “Como me vê o G∴A∴D∴U∴? Um maçom responsável, presente, participativo, fraterno, preocupado com o bom desempenho da Maçonaria?”

O progresso na maçonaria também se consegue pelo estudo, pela pesquisa, pela apresentação de Peças de Arquitetura. Quem assim faz aprende sempre mais e enriquecem também os outros com seus conhecimentos partilhados. (“A luz que tu levas para alguém, vai iluminar-te também”). Não faz sentido Mestre que não ensina.


TEÍSMO, DEÍSMO E AGNOSTICISMO



*Teísmo*: é a doutrina de um Deus, Eterno, auto suficiente, Onisciente, Onipresente, impregnando toda a criação, Criador, Preservador, Protetor, e Benfeitor de todas as coisas e do Homem. É a negação, o oposto do Ateísmo – a doutrina na qual não há nenhum Deus. Idem para o Politeísmo – doutrina na qual se tem muitos deuses e mesmo do Deísmo, cuja definição vem no parágrafo abaixo.

*Deísmo*: é a crença em Deus, com base somente na Natureza e na Razão. Ela rejeita a revelação sobrenatural e todos os elementos sobrenaturais de uma religião. Desse modo, é um sistema ou atitude dos que, rejeitando toda espécie de revelação divina, e portanto a autoridade de qualquer igreja, aceitam, todavia, a existência de um Deus, destituído de atributos morais e intelectuais, e que poderá ou não haver influído na criação do Universo.

Muitos “livres pensadores”, principalmente da Inglaterra e da França na época do século XVI e XVII foram classificados como deístas. Percebe-se claramente que na realização da primeira edição do Livro das Constituições do reverendo James Anderson, em 1723, há uma tendência de abandono ao cristianismo, liberando as crenças e o pensamento, quando afirma que “Um maçom fica obrigado por ocasião de seu ingresso, a obedecer a Lei Moral e se ele entender corretamente a Arte, ele nunca será um ateu estúpido, e nem tampouco um libertino irreligioso. Porque desde os "tempos imemoriais", os maçons eram obrigados, em todos os países, a seguir a religião de seu país de origem, qualquer que ela fosse; mas atualmente o maçom é obrigado a ter aquela religião, com que todos ou a maioria concorda....”.

*Agnosticismo*: doutrina que ensina a existência de uma ordem de realidade incognoscível. Tem posição metodológica pela qual só se aceita como objetivamente verdadeira uma proposição que tenha evidencia lógica satisfatória. Mantém a atitude que considera a metafísica como algo fútil. É diferente do Ateísmo que é a doutrina (se é que pode ser assim chamada) daqueles que não creem em Deus ou nos deuses. São ímpios, não tendo fé em nada. Incrédulos.


Fonte: Pílulas maçônicas