outubro 24, 2021

QUITE PLACET OU PLACET EX-OFICIO


Tanto o Quite Placet como o Placet Ex-Ofício são documentos Maçónicos para que um Maçom se desligue da sua Loja. Já a Cobertura de Direitos é uma decisão da Loja sem que haja um documento próprio para tal.

Todo o Maçom tem o direito de pedir para se desligar da sua Loja, desde que esteja em dia com seus compromissos pecuniários, formule o pedido por escrito e respeite o procedimento que cada Potências Maçónica normalmente tem definido para o efeito. O Quite Placet é o documento concedido ao Maçom, atestando que ele está quite com a Loja. De posse do documento, o Maçom tem um prazo determinado (geralmente de 6 meses) para se filiar noutra Loja. Durante este prazo, enquanto não se filia noutra Loja, ele é considerado inativo, perdendo os seus direitos maçónicos se não se filiar noutra Loja dentro do período determinado.

Já o Placet Ex-Ofício é o documento emitido pela Loja ao Maçom cuja presença seja considerada negativa para os seus trabalhos e/ou para os restantes obreiros. Para tal é necessário a abertura de um processo interno em que se prove que o Maçom é prejudicial à Loja. As Potências Maçónicas definem nos seus Regulamentos Gerais a forma de proceder em cada caso. O Placet Ex-Ofício, embora exclua o Maçom da sua Loja, não o exclui da Maçonaria.

A Cobertura de Direitos é quando uma Loja priva um Irmão de seus direitos maçónicos por ficar longo tempo sem frequentar a Loja e/ou se atrasar nas suas contribuições pecuniárias sem explicação. As Potências Maçónicas costumam definir nos seus Regulamentos Gerais os procedimentos a serem adoptados pelas Lojas e por quanto tempo o Maçom pode ficar nesta situação de não comparecimento e/ou não pagamento sem ficar Coberto de Direitos. A Cobertura cessa quando o Maçom cumpre as condições que justificaram a penalidade.

Adaptado de Autor desconhecido

Notas

PLACET – Significa “memorial”, “lembrança”, “rol de coisas memoráveis”. Designa, em Maçonaria, o documento entregue ao Obreiro, quando este deixa a Loja, para se filiar noutra (ou mesmo para afastamento definitivo). Este documento pode conter o memorial – as coisas que devem ser lembradas – do Obreiro: data de Iniciação, de Elevação, de Exaltação, de Filiação, etc. Normalmente, o placet é acompanhado de prova de quitação dos débitos do Obreiro para com a Loja; nesse caso, ele é o quitte-placet, na grafia francesa, ou quite-placet, numa forma híbrida.

QUITTE – significa “quite, livre, liberto”. Em Maçonaria, é usada juntamente com o vocábulo “placet”. para designar o documento em que, para além do memorial do Obreiro, há a prova de que ele deixa a Oficina com todos os seus pagamentos em dia. Embora esta seja a forma correta do adjetivo na sua relação com o substantivo “placet”, tem sido usada a forma “quite” (pago, que saldou o seu débito, livre, desembaraçado), o que torna a expressão hibrida.

LUGARES - Newton Agrella


Newton Agrella é escritor, tradutor e palestrante, um dos mais renomados intelectuais da maçonaria.

Você já se perguntou qual o seu lugar no mundo ?

Se por acaso ainda não o fez, experimente.

Perceba que todos os lugares em que estamos, ou já estivemos, de alguma maneira são nossos.

Nem que tenha sido por uma ínfima fração de tempo.

O lugar nosso de cada dia é onde a alma se instala, onde a vida pede abrigo,  e onde a sensação de pertencimento esteja contida em nós.

Difícil afirmar com precisão qual é o melhor lugar.

Provavelmente, seja aquele em que nos sentimos inteiros, onde a respiração se manifesta mais densa, porém suave e consistente.

Quem sabe, seja o lugar em que o tempo passa, todavia mal nos apercebemos dele.

Pode ser ao ar livre, dentro de um templo, numa rua deserta ou até mesmo no meio de uma multidão.

De repente, seja aquele no qual  você se encontra consigo mesmo e saiba aceitar seus limites, sem qualquer ranço de vitimismo ou auto-piedade.

A vida nos faculta trilhar os caminhos que queremos.  

A jornada, porém,  impõe-nos obstáculos, que são as provas que dão o toque sutil de nossas experiências. 

Erros e acertos são ingredientes que temperam nossa própria existência.

Não somos mais, nem menos.

Somos o que somos, frutos dos lugares de onde viemos, por onde passamos e por onde ainda poderemos passar.

Buscamos elaborar nosso íntimo, sem no entanto debruçarmo-nos sobre fórmulas. 

Seja na transcendência espiritual, na busca pelo aprimoramento da consciência, ou na simples profissão da fé, nosso lugar está reservado num cantinho único, cuja chave de entrada, ainda nos é desconhecida.

Por enquanto, o lugar mais íntimo dessa viagem é o nosso Pensamento, que se traduz na proporção de nosso universo.



outubro 23, 2021

O REI PELE PELOS SEUS SÚDITOS

 

No dia de hoje, 23 de outubro, o maior atleta da história do futebol completa 80 anos


“Filho, Deus lhe deu o dom de jogar futebol. Então, você tem a obrigação de treinar mais do que os outros.”

Dondinho aconselhando o pequeno Pelé

“A perfeição não existe, mas quem chegou mais perto dela foi o Pelé.”

Zito

“Pelé é um dos poucos craques que contrariaram minha tese.

Em vez de 15 minutos de fama, terá 15 séculos.”

Andy Warhol, artista americano criador da Pop Art

“Na cabeça de muito jogador não passa nada no momento de fazer uma jogada. Na cabeça de Pelé passa um longa metragem.”

Nilton Santos

“Pelé é a figura suprema do futebol. Como Garbo e Picasso, basta-lhe um só nome.”

Daily Express, jornal de Londres

“Pelé entrava em campo com corpo, genialidade, alma e coração. Ele desequilibrou o mundo.”

Gylmar

“Pelé nunca será superado, porque é impossível haver algo melhor que a perfeição. Ele teve tudo: físico, habilidade, controle de bola, velocidade, poder, espírito, inteligência, instinto, sagacidade…”

Sunday Mirror, de Londres

“Pelé não é um rei por hereditariedade. Seu reinado não é de força nem de leis. Não foi eleito nem designado, mas reconhecido como Monarca dessa democracia ideal e universal que constitui o futebol.”

France Football

“Qual a diferença entre mim e Pelé? É simples. Eu fui craque e ele, gênio.”

Leônidas da Silva

“No momento que a bola chega aos pés de Pelé, o futebol se transforma em poesia.”

Pier Paolo Pasolini, cineasta italiano

“Posso ser um novo Di Stéfano, mas não posso ser um novo Pelé.

Ele é o único que ultrapassa os limites da lógica.”

Johan Cruyff

“Após o quinto gol, eu queria era aplaudi-lo.”

Sigge Parling, zagueiro sueco encarregado de marcar Pelé na final da Copa de 58

“Eu pensei: ‘Ele é feito de carne e osso, como eu.’ Eu me enganei.”

Tarciso Burnigch, zagueiro italiano que marcou Pelé na final da Copa de 70.

“Muito prazer, sou o presidente dos Estados Unidos. Você não precisa se apresentar, porque Pelé todo mundo sabe quem é.”

Ronald Reagan, presidente dos Estados Unidos, ao receber Pelé na Casa Branca

“O maior jogador de futebol do mundo foi Di Stefano. Eu me recuso a classificar Pelé como jogador. Ele está acima de tudo.”

Ferenc Puskas

“Subimos juntos, fora do tempo, para cabecear uma bola. Eu era mais alto e tinha mais impulsão. Quando desci ao chão, olhei pra cima, perplexo. Pelé ainda estava lá, no alto, cabeceando a bola. Parecia que podia ficar no ar o tempo que quisesse.”

Fachetti, zagueiro italiano na Copa do México, em 1970

“Jogava com grande objetividade. Seu futebol não admitia excessos, enfeites nem faltas. Ele quase não fazia embaixadas, não driblava para os lados, mas sempre em direção ao gol. Quando tentavam derrubá-lo, não caía, devido à sua estupenda massa muscular e equilíbrio.”

Tostão

“Dir-se-ia um rei, não sei se Lear, se imperador Jones, se etíope. Racionalmente perfeito, do seu peito parecem pender mantos invisíveis. Em suma: Ponham-no em qualquer rancho e sua majestade dinástica há de ofuscar toda a corte em derredor.”

Nélson Rodrigues, dramaturgo e cronista esportivo

“Senti medo, um terrível medo quando vi aqueles olhos. Pareciam olhos de um animal selvagem, olhos que soltavam fogo.”

Overath, jogador alemão nas Copas de 1966 a 74

“Maradona só será um novo Pelé quando ele ganhar três Copas do Mundo e marcar mais de mil gols.”

Cesar Luis Menotti, técnico campeão mundial pela Argentina em 1978

“O difícil, o extraordinário não é fazer mil gols, como Pelé. É fazer um gol como Pelé.”

Carlos Drummond de Andrade, poeta brasileiro

“Em alguns países as pessoas queriam tocá-lo, em outros queriam beijá-lo. Em outros até beijaram o chão que ele pisava. Eu achava tudo isso maravilhoso, simplesmente maravilhoso.”

Clodoaldo

“Cheguei com a esperança de parar um grande jogador, mas fui embora convencido de que havia sido atropelado por alguém que não nasceu no mesmo planeta que nós.”

Costa Pereira, goleiro do Benfica, sobre a derrota por 5 a 2 para o Santos na final do Mundial de 1962

“Quando vi o Pelé jogar, fiquei com a sensação de que eu deveria pendurar as chuteiras.”

Just Fontaine

“Você pode estar certo, mas não sabe nada de futebol e eu vi o Pelé jogar.”

Vicente Feola, técnico da Seleção Brasileira, ao psicólogo que afirmou que Pelé era jovem demais para jogar na Copa de 1958

“O Pelé estava muito determinado a levantar a taça Jules Rimet pela terceira vez. Era como se ele soubesse que esse era o seu destino. Ele parecia uma criança esperando pelo Natal.”

Mário Américo, massagista da Seleção Brasileira, sobre o Mundial de 1970

“O grande segredo dele era o improviso, aquelas coisas que ele fazia do nada. Ele tinha uma percepção extraordinária do futebol.”

Carlos Alberto Torres

“Às vezes fico com a sensação de que o futebol foi inventado para esse jogador fantástico.”

Sir Bobby Charlton

“Pelé jogou futebol por 22 anos e, durante aquele tempo, fez mais para promover a amizade e a fraternidade mundial do que qualquer outro embaixador.”

J.B. Pinheiro, embaixador do Brasil na Organização das Nações Unidas

“Força e beleza. Rapidez e precisão. A elasticidade e a firmeza no gesto que poderia ser de bailarino.”

Oldemário Touguinhó, jornalista esportivo

”Pelé é um jogador especial, com ele começou uma nova era no futebol.”

José Luis Garci, cineasta espanhol

“Pelé é um mito. Todo jogador que ama o futebol tem que se informar sobre ele.”

Zvonimir Boban, ex-jogador croata

“Pelé chegou.”

Jornal chileno anunciando a chegada da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 1962

“Passam os anos, aparecem jogadores excelentes, mas todos sempre se lembram de Pelé.”

Fernando Torres

“Comparar o Pelé com qualquer jogador é impossível. Pelé é Pelé. Ele está em um nível completamente diferente.”

Rivellino

“Pelé foi um jogador excepcional, estupendo. Nós, brasileiros, devemos dar graças a Deus por ele ter nascido aqui.”

Zico

“Quando o Pelé chegou ao Santos, falaram que seria o melhor jogador do Brasil. Erraram, foi do mundo.”

Pepe

“Pelé é onipresente. É a referência do Brasil. Em qualquer parte do mundo em que eu esteja, ao constatarem que sou brasileiro, dizem: Pelé!”

Antônio Carlos de Almeida Braga, banqueiro brasileiro.

T.: F.: A.:

VENERANÇA ou VENERALATO? - Kennyo Ismail




Kennyo Ismail é escritor, tradutor, professor universitário, um dos mais imprtantes intelecutuais maçônicos do Brasil.

É bastante comum ver em discursos e trabalhos apresentados em Lojas, revistas e livros maçônicos, ou mesmo em regulamentos da Ordem o termo “venerança” ao se referir à gestão do Venerável Mestre: “Desejamos que sua Venerança seja justa e perfeita”, “Durante a sua Venerança, a Loja evoluiu ainda mais na Arte Real, “farei minha Venerança no nível e no prumo”, etc.

Às vezes, quando se escuta um termo diferente, como “Veneralato”, alguns Irmãos até se assustam. Uns chegam a pensar que o Irmão está “inventando moda” ou, mais diretamente, inventando palavra.

Mas qual é o termo correto? A tão popular “Venerança” ou o raro “Veneralato”? Alguns poucos Irmãos já se ocuparam em alertar quanto ao termo correto, sem obterem muito êxito. Aí vai nossa colaboração:

VENERANÇA: Verbo “venerar” + sufixo “nça”. O sufixo “nça” é um sufixo nominalizador, ou seja, transforma um verbo em um substantivo abstrato. O sentido desse substantivo derivado do verbo + sufixo “nça” é de ação, estado, qualidade. Isso porque vem do latim “antia”, que significa ação ou estado. Exemplos: vingança = ato de vingar; aliança = ato de aliar; andança = ato de andar.

Dessa forma, “venerança” pode ser entendido como “ato de venerar”. Ex.: “Eu não entendo essa venerança toda da minha tia. Ela vai à missa quase todo dia.”

Parece que o significado real não combina muito com o uso que se costuma observar na Maçonaria, não é mesmo? Caso similar ao “Filosofismo”.

VENERALATO: Verbo “venerar” + sufixo “ato”. O sufixo “ato” vem do latim “atu”, e indica posse, grau ou situação, e geralmente está relacionado com dignidades, funções ou encargos. Em alguns casos pode ser substituído pelo sufixo “ado”. Ex.: bacharelato = grau alcançado pelo bacharel; bispado = dignidade de bispo (Dicionário Ruth Rocha).

Se ainda cabe alguma dúvida, os dicionários “Michaelis” e “Priberiam” não possuem a palavra venerança, mas apresentam o seguinte curioso significado para Veneralato: s.m. “Cargo ou grau de Venerável, na Maçonaria”.

Dessa forma, com base tanto na etimologia como no significado contido nos dicionários, fica evidente que o termo correto é “Veneralato”.

outubro 22, 2021

AS COLUNAS “B” E “J” DOS PAINÉIS DO GRAU DE COMPANHEIRO - Almir Sant’Anna Cruz


Excertos do livro *O que um Companheiro Maçom deve saber -Almir Sant’Anna Cruz - Interessados contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350


Em cada um dos três Painéis utilizados no Grau de Companheiro, as Colunas se apresentam de uma forma diferente, que passamos a descrever:

No Painel inglês, de autoria do Irmão John Harris, as Colunas possuem as seguintes características:

- Estão postas no lado Norte, o que fica sem sentido para os Ritos de origem francesa;

- A Ordem de Arquitetura utilizada é indefinida;

- Não apresentam caracteres no fuste;

- Nos Capitéis encontra-se uma rede de malhas, lírios, romãs e um globo em cada um.

No Painel usado pelo GOB, inspirado no Painel utilizado na França pelo REAA observa-se as seguintes características:

- A ordem de arquitetura utilizada é a Coríntia;

- Apresenta as letras B e J em seus respectivos fustes, em caracteres latinos;

- Nos Capitéis estão representadas três romãs em cada.

No Painel do Irmão Oswald Wirth, verifica-se:

- As Colunas se apresentam intumescidas em suas bases, afilando-se em direção ao Capitel (lembrando uma “garrafa de boliche”), como em uma Coluna Egípcia;

- Apresentam inscrições em seus fustes com caracteres desconhecidos, havendo quem diga que são fenícios;

- Em cada versão do Painel, os Capitéis se apresentam de formas distintas: apenas com inúmeras romãs, com romãs e globos e com romãs e somente o terço superior dos globos

As Colunas B e J ou Colunas Vestibulares ou Colunas Solsticiais estão desigualmente descritas na Bíblia, sendo mencionadas especialmente em  I Reis 7:15-22 e 41-42; II Reis 25:17; II Crônicas 3:15-17 e 4:12-13; e Jeremias 52:21-23.

Depois dessas tão minuciosas quanto confusas descrições dos autores bíblicos, restanos apenas uma única e fundamental dúvida: Afinal, como eram essas colunas?

Segundo a maioria dos relatos bíblicos, as Colunas possuíam uma altura de 18 côvados, uma circunferência de 12 côvados, eram de bronze e ocas e tinham uma espessura de 4 dedos. Sobre as Colunas havia um Capitel com 5 côvados de altura.

Um côvado comum, correspondente a distância do cotovelo à ponta do dedo médio, tinha de 0,444 a 0,445 metros. O côvado Régio ou do Templo era maior, com 0,518 a 0,525 metros. 

Quatro dedos é o mesmo que palmo menor ou mão, que corresponde a 7,5 cm. 

Sabemos também que a medida da circunferência é 3,14 vezes o diâmetro.

Assim, as Colunas tinham aproximadamente de 8 a 9,5 metros de altura (0,444 x 18 a 0,525 x 18), que somados ao Capitel de 2,2 a 2,6 metros (0,444 x 5 a 0,525 x 5), perfaziam uma altura total de 10,2 a 12,1 metros (8 + 2,2 a 9,5 + 2,6), correspondente a um prédio de 3 a 4 andares. 

Seu diâmetro era de 1,7 a 2,0 metros (0,444 x 12 ÷ 3,14 a 0,525 x 12 ÷ 3,14), eram ocas e sua espessura de 7,5 cm.

Interessados contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350

OS GRANDES PRINCÍPIOS DA MAÇONARIA


A Maçonaria está alicerçada em três Grandes Princípios que são:

o Amor Fraternal, 

o Alívio(tradução livre) e 

a Verdade.¹ 

Amor fraternal: 

Pelo exercício do Amor Fraternal aprendemos a pensar em cada um dos homens como parte de uma única família. 

Não importa se são ricos ou pobres, se nasceram de famílias nobres ou humildes, pois todos são iguais quando nascem, e todos são iguais quando morrem. 

Cada um deve proteger e apoiar os demais.

A Maçonaria age segundo esse princípio e une homens de todos os países, seitas ou opiniões. 

Através de seu ensino ela une as pessoas, que de outra forma poderiam ter permanecido distantes umas das outras.

Alívio: 

Todos os homens devem proporcionar alívio àqueles que estão angustiados. 

Isto se aplica especialmente aos Maçons, pois estamos unidos por uma cadeia inquebrável de genuína afeição. 

O grande objetivo que devemos ter é acalmar os infelizes, compadecermos com seus infortúnios, sermos solidários em restaurar a paz em suas mentes angustiadas.

Verdade: 

É a base e o fundamento de cada Virtude Maçônica. 

Desde nossa Iniciação, somos ensinados a sermos bons e verdadeiros. 

Devemos refletir sobre este Grande Tema. 

Devemos tentar regular nossas vidas e ações por suas exigências infalíveis. 

A hipocrisia e o engano devem ser desconhecidos para nós. 

Sinceridade e negociação direta devem ser nossas características distintivas.

É necessário ser verdadeiro consigo mesmo, e, assim sendo, seremos verdadeiros com aqueles que encontrarmos. 

Mas haverá um sentido maior? 

Poderia ele se relacionar com a verdade universal? 

Talvez só possamos responder a isso se nos aproximarmos do Grande Arquiteto do Universo. 

Existem muitos emblemas e alegorias sugerindo essa possibilidade, mas um bom ponto de partida é internalizar a escada de Jacó.

Bom dia meus irmãos. 

Nota 1: Esses princípios são os da Grande Loja Unida da Inglaterra, e de muitas outras Obediências. Para o Grande Oriente do Brasil (e muitas outras Obediências), os fins supremos da maçonaria são “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. (NT) - Fonte: Solomom/UGLE_

outubro 21, 2021

IRMÃOS EM GUERRA - LEALDADE MAÇONICA



A tradição maçônica abunda em exemplos dos fortes laços que unem os maçons uns aos outros.

 Uma dessas histórias fala do coronel Joh Mckinstry, um oficial americano capturado por índios aliados aos ingleses na Revolução Americana. 

Mckinstry estava amarrado a uma árvore, prestes a ser queimado vivo, quando fez o sinal secreto de pedido de socorro de um irmão maçom. Para sua surpresa, um de seus captores adiantou-se e mandou interromper a execução. 

O salvador era Joseph Brant, um chefe Nohawk educado na Europa e iniciado no ofício em Londres. Brant retornara à tribo, mas mantivera sua lealdade maçônica. 

Entregou  Mckinstry aos maçons ingleses, que o levaram a um posto americano – a fidelidade à ordem transcendia a lealdade a seu próprio país. 

...Fonte: livro “Mistérios do Desconhecido – Seitas Secretas”. Editores de Time-Life Livros e publicado no Brasil pela Abril Livros – Rio de Janeiro, 1992.

O CARÁTER DO HOMEM MAÇOM - UMA ANÁLISE À LUZ DA PRÁXIS MAÇÔNICA - Dario Baggieri


Muitas vezes vemos irmãos se manifestarem Intra e extra-Templo sobre que o irmão “X “não Tem um bom caráter, o Irmão “Y” é mau caráter e o irmão “Z” é de caráter duvidoso, dúbio.

Tais ponderações me levaram a estudar esse assunto,  dentro de nossas Oficinas dentro de uma visão Médica, Psicológica, Sociológica e de relacoes humanas, à luz da Doutrina Maçônica.

Muito difícil formar opinião a uma simples visão.

O Universo do relacionamento humano é vastíssimo, complicado, com Nuances diversificadas dentro das normas sociológicas da boa ou má “ vizinhança”.

Assim, definiríamos genericamente o Caráter como:” Conjunto de traços morais, psicológicos etc., que distinguem um indivíduo, grupo ou povo; índole; temperamento; qualidade; firmeza de atitudes.

Mau caráter: quem demonstra maldade ou qualidades negativas de caráter; pessoa sem escrúpulo; que engana as pessoas sem o menor constrangimento; desvio de caráter (para o mal); diz-se daquele ou daquela que age sem decência, sem pudor, sem sensibilidade humana.”

Nesse sentido podemos compreender o caráter como algo que se forma para manter uma estrutura necessária ao desenvolvimento do indivíduo. 

Porém, quanto mais rígida e inflexível for a estrutura do caráter, mais esse caráter se transformará em uma resistência que tenta manter o material inconsciente fora de alcance, fazendo com que o indivíduo passe a reagir de modo automático como um mecanismo de defesa. 

Ou seja, o caráter não é uma escolha deliberada, ele se forma devido a necessidade do indivíduo se proteger do meio externo. 

O caráter é uma reação àquilo que foi experimentado na infância. 

Cada caráter é único porque cada experiência é única.

Caráter é a maneira a qual a pessoa se apresenta e se comporta em suas relações. 

É a atitude psíquica particular em direção ao mundo externo, específica a um dado indivíduo. 

É determinado pela disposição e pela experiência de vida, assim, podemos considerar tipos de caráteres onde se apresentam comportamentos mais ou menos ajustados à realidade e ao contexto social.

Na Maçonaria , deveríamos ser todos , pessoas de BOM CARÁTER. 

Mas, infelizmente , temos muitos membros , que não poderiam ser definidos dentro dessa premissa.

Cada dia que passa fica mais escasso encontrarmos alguém de caráter totalmente ilibado, mesmo na Seara Maçônica. 

As virtudes, que são evidências do caráter, hoje, ao invés de serem regras, têm sido raríssimas exceções! 

Parece que é mais fácil nivelar todos por baixo, pelo o que se deixa de ser ou fazer, e abandonar de vez qualquer sentimento de “excelência”, “hombridade” e “obrigação”. 

Estamos sendo varridos violentamente por uma ideia de niilismo moral, onde tudo se reduz a um nada comportamental! 

A sensação que se tem é que não tem valido mais a pena prezar pelo nobre e pelo ético. 

Este contexto de relativização e banalização de valores tem contribuído para uma fragmentação conceitual e, consequentemente, prática do que significa caráter.

Assim, meus amados irmãos, temos que ter em

mente , que a formação do caráter leva em consideração não apenas o meio em que o ser humano vive, mas também a sua história. 

Falar de caráter é lidar com a historia do indivíduo: o que ele foi no passado, o que ele é no presente e o que ele será no futuro. 

Certamente, o seu caráter no presente-agora é determinado pelas experiências acumuladas no passado-anterior e por suas expectativas projetadas para o futuro-posterior. 

É simplesmente impossível dissociar nossa história de nossa estrutura; divorciar nossa identidade de nossos sonhos! 

Dentro de nossa vida privativa, coletiva, familiar e também dentro de nossa Sublime Instituicao. 

Noutras palavras, tudo o que priorizamos como essencial, ou não damos tanta importância; as escolhas que fazemos, as decisões que tomamos e os rumos que seguimos estão intimamente ligados e giram em torno do caráter que temos e construímos. 

Acredito que devemos nos preocupar mais com o que somos de verdade e não vivermos tanto em função do que aparentamos ser. 

Devemos retomar o caminho do caráter. 

O caminho do coração. 

Vai parecer meio retrógrado e anacrônico ser honesto, onde se cultua a hipocrisia; ser diligente, onde se louva a indolência; ser humilde, onde se prega a arrogância. 

CONCLUINDO:

“Precisamos voltar ao tempo em que nossas palavras eram a assinatura de nosso coração e as marcas de nossas mãos calejadas eram a prova de um “caráter aprovado".

Quando semeamos um pensamento, colhemos um ato; 

Quando semeamos um ato, colhemos um hábito; 

Quando semeamos um hábito, colhemos caráter; 

Quando semeamos caráter, colhemos um destino. 

Que o GADU, nos ilumine e guarde hoje e sempre e nos molde na fornalha onde o Caráter seja elemento da argamassa que  nos une juntamente com a Paz, a Harmonia e a Concórdia, que são Basilares na Essência doutrinária de nossa Sublime Ordem.

Bom dia meus irmãos. 


outubro 20, 2021

A SOMBRA DA CAVERNA - Wildon Lopes da Silva


 Ir∴ Wildon Lopes da Silva - ARLS Mount Moriah Nº 3327 - GOSP/GOB_

Platão, narra uma história alegórica chamada de Mito da Caverna ou Alegoria da Caverna em sua obra mais complexa, A República. O diálogo travado entre Sócrates, personagem principal, e Glauco, seu interlocutor, visa a apresentar ao leitor a teoria platônica sobre o conhecimento da verdade e a necessidade de que o governante da cidade tenha acesso a esse conhecimento. Esse estudo é apresentado no Grau 32 da Maçonaria.

O que o Mito da Caverna diz?: No texto, Sócrates fala para Glauco imaginar a existência de uma caverna onde prisioneiros vivessem desde a infância. Com as mãos amarradas em uma parede, eles podem avistar somente as sombras que são projetadas na parede situada à frente. As sombras são ocasionadas por uma fogueira em cima de um tapume, situada na parte traseira da parede em que os homens estão presos. Homens passam ante a fogueira, fazem gestos e passam objetos, formando sombras que, de maneira distorcida, são todo o conhecimento que os prisioneiros tinham do mundo. Aquela parede da caverna, aquelas sobras e os ecos dos sons que as pessoas de cima produziam era o mundo restrito dos prisioneiros. Repentinamente, um dos prisioneiros foi liberto. Andando pela caverna, ele percebe que havia pessoas e uma fogueira projetando as sombras que ele julgava ser a totalidade do mundo. Ao encontrar a saída da caverna, ele tem um susto ao deparar-se com o mundo exterior. A luz solar ofusca a sua visão e ele sente-se desamparado, desconfortável, deslocado. Aos poucos, sua visão acostuma-se com a luz e ele começa a perceber a infinidade do mundo e da natureza que existe fora da caverna. Ele percebe que aquelas sombras, que ele julgava ser a realidade, na verdade são cópias imperfeitas de uma pequena parcela da realidade. O prisioneiro liberto poderia fazer duas coisas: retornar para a caverna e libertar os seus companheiros ou viver a sua liberdade. Uma possível consequência da primeira possibilidade seria os ataques que sofreria de seus companheiros, que o julgariam como louco, mas poderia ser uma atitude necessária, por ser a coisa mais justa a se fazer. Platão está dispondo, hierarquicamente, os graus de conhecimento com essa metáfora e falando que existe um modo de conhecer, de saber, que é o mais adequado para se pensar em um governante capaz de fazer política com sabedoria e justiça. Os prisioneiros tinham acesso somente às sombras projetadas na parede da caverna. A metáfora proposta pela Alegoria da Caverna pode ser interpretada da seguinte maneira:

1. Os prisioneiros: os prisioneiros da caverna são os homens comuns, ou seja, somos nós mesmos, que vivemos em nosso mundo limitado, presos em nossas crenças costumeiras.

2. A caverna: a caverna é o nosso corpo e os nossos sentidos, fonte de um conhecimento que, segundo Platão, é errôneo e enganoso.

3. As sombras na parede e os ecos na caverna: sombras e ecos nunca são projetados exatamente do modo como os objetos que os ocasionam são. As sombras são distorções das imagens e os ecos são distorções sonoras. Por isso, esses elementos simbolizam as opiniões erradas e o conhecimento preconceituoso do senso comum que julgamos ser verdadeiro.

4. A saída da caverna: sair da caverna significa buscar o conhecimento verdadeiro.

5. A luz solar: a luz, que ofusca a visão do prisioneiro liberto e o coloca em uma situação de desconforto, é o conhecimento verdadeiro, a razão e a filosofia.


*POESIA*


Não haverá respostas

somente pessoas acorrentadas

atrás da grande parede, a gruta.

Reflexos de enigmas e sombras intercaladas.

Incógnitos e primitivos

já nascemos prisioneiros.

Nada sabe o fugitivo

nada sabe os carcereiros.

Sem futuro para liberdade

interroga o sábio seu próprio canto.

O conformismo, o preconceito e a falsa realidade

esclarecem no sol o seu real espanto.

O labirinto guarda a preguiça em casa

na escuridão posso ler até o infinito

nada foge da caverna, nem espírito com asa

julga-me o louco, o dramático e o granito.

E fez-se a luz

cegou-me e ardeu-me a pele.

Por que é tão intensa a luz do sol

até que meu próprio corpo me atropele?

Nada se sabe do filósofo nem da metafísica da lógica

o futuro do tempo muda a cada geração.

Nada sabe o eco das vozes ou a caverna mitológica.

Entre neófitos, gravita o fantasma de Platão.

 _Ir∴ Wildon Lopes da Silva - ARLS Mount Moriah Nº 3327 - GOSP/GOB_

ESTRELA FLAMEJANTE - Ir.’. Valter David Gonçalves




Em Maçonaria, o adjetivo flamejante é aplicado a um instrumento e a um ornamento, ou seja, respectivamente, à ESPADA FLAMEJANTE e à ESTRELA FLAMEJANTE.

Muitos Rituais e instruções ritualísticas consignam a palavra flamígera, ao invés de flamejante. Ocorre que essas palavras não são sinônimas, pois flamígero (do latim, flammigerus) é a mesma coisa que flamígero, ou seja, é aquilo que trás ou provoca chama, enquanto que flamejante, ou flamante (do latim, flammans, tis) é aquilo que flameja, que é flamejante que expele chamas, que é ardente vistoso, brilhante, resplandecente.

No caso da Estrela, o correto é FLAMEJANTE (ou, como é chamada em alguns Ritos, RADIANTE = que emite raios de luz), como sinônimo de resplandecente, vistosa, brilhante.

A Estrela Flamejante é no Rito de York, a de seis pontas, enquanto que, em outros Ritos, é a de cinco pontas (ou Pentagrama, ou Pentalfa, ou Pentáculo), quem deu o nome de Estrela Flamejante ao pentagrama foi o teólogo, médico, alquimista e cabalista Henrique Cornélio Agrippa de Neteshein, no século XVI: mas quem introduziu a Estrela Flamejante nos trabalhos maçônicos foi o barão de Tschoudy, nos meados do século XVIII, na França.

Na maçonaria ela é a Estrela Hominal dos pitagóricos (com uma ponta única voltada para cima), pois nela se inscreve a figura de um homem, em sua alta espiritualidade.

No centro do pentagrama existe, normalmente a letra hebraica IÔD, símbolo da divindade (é a primeira letra do nome hebraico de Deus) ou a Letra "G", de Geometria. Ela deve ser colocada no Templo, entre o Sol (no Oriente) e a Lua (no Ocidente), como astro intermediário.

Encontramos nas reuniões de Grau 2 - Companheiro, uma estrela acesa sobre a porta de entrada, situada entre as duas Colunas. Como a maior parte do que está dentro de uma Loja, este é também um símbolo, com um destaque: é um dos mais destacados Símbolos, pois aparece não apenas neste Grau, porém em vários outros também se faz presente.

Na obra DICCIONÁRIO ENCICLOPEDICO DE LA MASONERIA, encontramos o seguinte sobre esta estrela:

- Emblema de divindade, Símbolo misterioso que se revela ao receber o Grau de Companheiro. Brilhante estrela de 5 pontas da qual se irradiam e se desprendem inúmeros raios flamejantes, e no centro da qual encontra-se a letra "G".

Centro maravilhoso de força propulsora, atrativa e reguladora da rotação e do movimento universal dos astros.

Aparece no Grau de Companheiro e representa o espírito que anima o Universo, o princípio de toda a sabedoria e o poder gerador da natureza. 

A letra "G", significa Geometria, Geração, Deus, porque com efeito, tudo, na terra e no espaço, obedece as regras da primeira ciência, que é Deus, gerador de tudo o que foi criado.

O movimento dos astros está sujeito à Geometria; esta ciência marca e define as dimensões dos corpos e, pôr ultimo, a forma de todos os seres. A palavra Deus, ou Geração, tem por inicial a letra "G" em todos os idiomas do hemisfério Norte, onde o Simbolismo moderno teve origem. 

Por isto brilha no centro da estrela de cinco pontas que forma a Penthalfa de Pitágoras, e que entre os Maçons constitui os cinco pontos da perfeição, a saber: Força, Beleza, Sabedoria, Virtude e Caridade.

Esta Estrela misteriosa, para a Maçonaria emblema do gênio que eleva o homem e o impulsiona a grandes feitos, símbolo desse fogo sagrado, é um dos Símbolos mais interessantes da franco-maçonaria, e entra na composição de muitos Graus, especialmente no Segundo Grau, no qual serve de distintivo característico, em cujos Templos é colocado sob o Dossel em substituição ao Delta Sagrado que aparece no primeiro Grau, de onde, qual a lâmpada que entre os hebreus queimava noite e dia diante do santo dos Santos, ou qual o fogo sagrado do altar de Vesta, desprende seus vivos resplendores anunciando que os Maçons colocam seus trabalhos sob a influência de uma luz superior.

----

Bibliografia:

O Companheiro Maçom - O Vigilante e seu Pupilo - Heitor Botelho.

Dicionário de Termos Maçônicos - José Castellani.

Instruções para Loja de Companheiro -Hercule Spoladore/Fernando Paschoal/Assis Carvalho.

O Grau de companheiro pôr um Companheiro - Frederico Guilherme Costa.

Cadernos de Estudos Maçônicos - Companheiro Maçom - Assis Carvalho.

Ritual do Simbolismo - Companheiro Maçom – GLESP

outubro 19, 2021

A ABÓBADA DO TEMPLO - UMA VISÃO SINÓTICA - Ir.’. Norioval Alves Santos

 


O tema é por demais interessante, para não dizer necessário, pelo menos para os estudantes da matéria, assim como eu. Desse modo, é oportuno afirmar que não se pode precisar, exatamente, desde quando os Templos destinados às iniciações vieram a ser construídos, sob a inspiração da imagem do Universo. Todavia, sabe-se que, desde intrínsecas eras, a decoração de seus interiores, sempre demonstrou essa tendência, sobejamente.

No Industão, na Índia, na Pérsia, no Tibete, na Grécia e em muitos outros locais, enfim, em todos os outros países, cuja história noticiou a existência desses Templos, vem prevalecendo, na mente de seus idealizadores, a idéia de se imprimir nos Templos, uma reprodução mais ou menos semelhante ao sistema cósmico. Assim sendo, com o fito de se perpetuar a imagem dos Céus, é que os tetos desses Templos eram e, ainda hoje são, o esboço da construção, na forma mais original de uma abóbada celeste.

A suntuosa decoração, aposta àquelas coberturas dos Templos Maçônicos, respeitava, invariavelmente, a reprodução cuidadosa do firmamento, intercalado de nuvens de todos os feitios, coalhados de estrelas e inúmeros astros planetários, formando um conjunto harmonioso e representativo do cosmos.

A abóboda dos Templos antigos, "ad argumentandum", fixava um ponto para contemplação e, interessante, deixava no espírito do iniciado, uma impressão maravilhosa e indescritível, acerca do misticismo presente no seu traçado por demais peculiar, fundamentado nos corpos celestes que rodeiam a terra, majestosos e colossais, nas suas trajetórias e representações simbólicas, naquele ambiente de estudos e aprendizado singulares, um suntuoso painel representativo do espaço ocupado pelo gênero humano.

Inobstante o progresso experimentado, haurindo essa tradição secular, os seus propósitos de fidelidade às origens, a Maçonaria manteve o mesmo pensamento e passou a construir seus Templos, em todas as partes do mundo, com iguais características. Então, nesse desiderato de convergir as preocupações de seus filiados para a aspiração mais objetiva de um verdadeiro engrandecimento espiritual, determinou que nos tetos de suas Lojas fossem aplicada a cor azul e se destacassem nuvens, estrelas e alguns planetas.

A abóbada azúlea de uma Loja Maçônica representa, destarte, em primeiro plano, o sentido de universalidade da Instituição. A cor azul predominante alí, passou a simbolizar a magnanimidade e lealdade provadas como virtudes que elevam a alma humana. O emprego dessa cor, na abóbada do Templo, sequencialmente, justifica a representação simbólica de todas as emulações dirigidas pelo bem e pelo amor fraternal divinizados.

Durante a intercorrência de suas reuniões templárias, acrescente-se, todos os membros dessa sublime Ordem - os maçons ativos - deverão ter sempre presente em suas cogitações, o significativo valor simbólico, decorrente da abóbada celeste, em sua imponente representação.

Nesse mesmo sentir, a distribuição das estrelas, nesse revestimento que encima o recinto, obedece à seguinte ordem:

Localizada mais ou menos no centro da abóbada, a constelação de Orion que, no viveiro celeste, fora do zodíaco, dá idéia de um gigante desenhado com oito estrelas da constelação dos Plêiades, que fazem forcejar os ombros imagináveis do touro, como inspira a sua disposição, motivo pelo qual precisa ser estudada e entendida, sobretudo.

As cinco Hiades, que lembram as Ninfas, filhas de Atlas, que tomaram por encargo a criação de Apolo, desde crianças, tem rico significado místico, merecendo a atenção de quantos estudam os assuntos ligados a Ordem, ou que convivem com os seus mistérios iniciáticos e seculares.

A conhecida Aldebarã, da constelação de touro, é a única de cor meio avermelhada, assinalando o olho direito da figura, em cujos ombros cintilam as Plêiades. Do outro lado, a meio caminho da constelação de Orion, mais par o nordeste, vê-se Régulo, da constelação de Leão; ao norte, o grupo da Ursa Maior, com sete estrelas, que é a constelação mais antiga, nos registros da Astronomia. Já foi chamada de "sete bois da lavoura", perdidos nas vastas pastagens dos Céus, dando orígem à palavra Setentrião; a nordeste, vê-se Arcturo, uma magnífica estrela de cor amarelo-dourado, que assinala o joelho esquerdo do "Boieiro", guarda dos "sete bois da lavoura" que forma a Ursa Maior; ao leste, a Spica, da constelação de virgem, que quer dizer "espiga", sempre à sombra da constelação de Leão; a oeste, Antares, uma soberba estrela vermelha, de brilho médio, da constelação de Escorpião, assinalando o lugar do coração; e, ao sul, a chamada Formalhaut, que é assinalada na mão direita da inofensiva figura de virgem.

Na parte situada sobre o Oriente da Oficina, o planeta Júpiter, o maior dos mundos de nosso sistema planetário, sete satélites escoltam sua grandeza, pois é sete vezes mais largo que a terra. Os nossos antepassados o qualificaram como o soberano dos deuses mitológicos, devido à nobre lentidão com que ele procura o zodíaco; ao ocidente, Vênus, cuja localização no espaço é entre a terra e Mercúrio, o mais próximo do Sol. É conhecida, também, como a estrela Pastor, a mais radiosa e mais brilhante do Céu. Os poetas gregos lhe deram, por essa razão, o nome de Deusa da Beleza, também chamada de Vesper ou estrela da tarde e Dalva ou estrela da manhã; próximo de Orion, está Saturno, com seus satélites, parte do mesmo sistema planetário a que pertencemos, irmão da terra, porque gira em torno dela, em função de seu equador à pouca distância de seu solo, há um vasto anel achatado e delgado, formando um imenso círculo em forma de cinto, seguido de um anel, protegido por um terceiro, como um arco gigantesco lançado por cima do planeta, com a posse de dez luas.

Assim, as estrelas falam do passado e contam velhas lendas, ilustradas por caprichosas imagens de quadros mitológicos, sem valor para a ciência, mas sobremaneira atraentes para os espíritos sonhadores. Muitos desses quadros, revivem as lembranças dos heróis, cantados por Homero, Hesíodo, Ovídio e, posteriormente, pelos egípicios e hindús, contempladores do espaço sidério.

Sem que se prejudique a visibilidade das estrelas, são intercalados os diversos fingimentos de nuvens, na abóbada. Na parte que corresponde ao Oriente, não é admitido esse gênero de decoração.

Nesse sentir, o aspecto que devem assumir as nuvens do Ocidente, é o assemelhado dos "ninhos" ou "cúmulos", bem pardacentas, com nuances mais carregadas para o lado sul. Na proporção que se vai aproximando do Meio-Dia (centro da Oficina, onde está a constelação de Orion), as nuvens deverão ir desaparecendo em nuances amenizadas, em forma de "stratos" e "cirros". Na altura das balaustradas, cessa a presença de nuvens, na abóbada do Templo.

Nesse mesmo sentir, ainda, a variação de tonalidade das nuvens, verifica-se à medida que se aproxima da parte correspondente ao Oriente. Este particular, simboliza a progressão dos conhecimentos adquiridos pelos iniciados. Desse modo, todas as tempestades e nebulosidades que pudessem afligí-los, ou abafar suas finalidades, as melhores da vida, vão desaparecendo, do mesmo modo, à medida que caminham para a frente. Na área alternada com o Oriente, não existe nuvem alguma e deve apresentar um panorama de perfeita tranquilidade. O maçom para chegar a merecer a localização no Oriente, faz-se naquele que completou o ciclo de toda aprendizagem, portanto apto para exercer a plenitude maçônica.

No verdadeiro Templo de Salomão, a parte que hoje corresponde ao Oriente das Lojas, lugar onde a Luz Eterna permanecia para irradiar, em todas as direções, era denominado de "Sanctun Sanctorun". Por esse motivo, todos a aceitavam como a área mais santa do Templo, cujo acesso era proibido aos profanos, só admitido o ingresso de Sacerdotes, assim mesmo àqueles que se sentissem embalados pela serenidade que os fizessem esquecer todas as inseguranças e imperfeições da vida comum.

O Venerável Mestre, como Chefe da Oficina e mestre intelecto de cada obreiro, fica colocado abaixo desse trecho da abóbada, oferecendo aos maçons membros, o ensinamento litúrgico de que a luz penetra, serena e inexoravelmente, onde se cultivam os dotes da inteligência e do saber, para sublimação do espírito sobre a matéria.

Acrescente-se, por oportuno, que fixando o olhar na abóbada do Templo, despersonalizado de sua vida tumultuada, afastado das preocupações profanas do dia-a-dia, todo maçom estudioso sentir-se-á colocado acima de todas as castas de sofrimentos morais e físicos. Contemplando-se na sua magnitude, à margem das ilusões terrenas, o maçom convencer-se-á, finalmente, da verdade inquestionável de que o Mestre dos Metres - o Grande Arquiteto do Universo - somente galardoará àqueles que saibam cumprir bem os seus deveres, como cidadão e como Obreiro da Arte Real.

As constelações estrelares, disseminadas pelo teto azulino do Templo dedicado à virtude, simbolizam os laços importantes que prendem todas as obras da criação, umas às outras, assim como a criatura ao seu Criador.

NOVA PEDRA BRUTA - Adilson Zotovici



Adilson Zotovici da ARLS Chequer Nassif  169 de S. Caetano do Sul é intelectual e um dos mais talentosos poetas da maçonaria brasileira.

Grande movimentação 

Por todos cantos obreiros

Encanto e comemoração

Dos neófitos aos canteiros


São os livres pedreiros 

Recebendo em doce labuta

Com instrumentos sobranceiros

Uma nova  pedra pedra  


Destra mão na batuta

O regente se desdobra

Numa condução arguta,

A atenção geral redobra 


Justos em cada manobra

O passo, antigo rito aceito

Harmoniosa segue a obra

Num compasso perfeito 


Houve concórdia no pleito

Em cada etapa superada

Que surge o brilho insuspeito

Se em bom trilho burilada 


Viagem inusitada,

Sendas de escuridão

E uma taça sagrada

Que perscruta o coração


Crucial à iniciação,

Muito além de azar ou sorte

Descobre-se a razão

E a definição de um norte 


Sim !!!...uma pedra forte 

Com coragem no trajeto,

Crendo não haver a morte

Com fé no Grande Arquiteto


Levada pois, com afeto,

Frente a grande portal

Qual seu juramento secreto

Breu, silêncio sepulcral...


...Brilho celestial 

Intensa Luz surgida

À  caminhada fraternal

Que nesta escalada é a lida 


Glória !... uma nova vida 

Pedra bruta que exulta

Transitar  pedra polida...

Inda há pouco pedra oculta !



outubro 18, 2021

O MAÇOM E A VERDADE, UMA REFLEXÃO - Marcos Oliveira



Nós Maçons temos como objetivos:

 _“…A investigação da verdade, o exame da moral e a prática das virtudes.” 

_E que a Maçonaria “não põe nenhum obstáculo ao esforço dos seres humanos na busca da verdade, nem reconhece outro limite nessa busca senão o da razão com base na ciência.” (O que é Maçonaria – OBJETIVOS – sites do GOB, COMAB e CMSB)

Ora, se o maçom é instado a ser um eterno buscador da verdade, deve ele, então, ter como primeiro questionamento o que seja a verdade, pois não se busca aquilo que não se conhece ou que, ao menos, conheça a definição da mesma, senão corre-se o risco de passar a margem dela e não a reconhecer.

Mas o que é, então, a verdade?

Primeiramente devemos ter em conta que esta é uma pergunta que é feita desde os tempos dos antigos filósofos na Grécia.

Para Aristóteles verdade é “dizer do que é que ele é e do que não é que ele não é”.

Para Platão a verdade é algo ininteligível, incapaz de ser alcançado, mas que deve sempre ser buscado. 

Platão afirmava que a Inteligência (conhecimento) e a Verdade (o que é) são as fronteiras do mundo inteligível que permeiam O Criador (GADU).

Na Bíblia, no Novo Testamento, lemos que durante o julgamento de Jesus este diz taxativamente que:

_“…Vim ao mundo para dar testemunho da verdade…” (João 18, 37). 

Ao que Pilatos pergunta:

_“Quod est veritas?” (que é a verdade?)…

O autor do Livro Sagrado não enuncia nenhuma resposta.

Vemos, então, que o conceito da verdade está estreitamente interligado ao conceito do conhecimento.

Para Immanuel Kant “o conhecimento só é possível porque o homem possui faculdades que o tornam possíveis” (Critica a Razão Pura – 1781).

Recorrendo-se às definições atuais da Teoria do Conhecimento, podemos dizer que existem três formas de interpretarmos a verdade:

1 – pelo conhecimento moral;

2 – pelo conhecimento cognitivo;

3 – pelo conhecimento ontológico.

O conceito da verdade moral denota em honestidade e justiça, ou seja, dignidade e fidelidade. 

Em Maçonaria é “levantar templos as virtudes (disposição constante para a prática do bem)”.

Já o conceito da verdade cognitiva ou lógica se refere ao ato de manifestarmos aquilo que foi experimentado e que é, portanto, imutável. 

Por isto em nossas Lojas deve-se estimular aos obreiros a se expressarem na apresentação de Trabalhos ou na fala quando da “Palavra a Bem da Ordem”. 

É o exercício do expressar-se respeitosamente mesmo na discordância.

Define-se por verdade ontológica (do grego ontos e logoi “conhecimento do ser”) aquilo que é inerente a natureza do ser, da realidade e da existência.

Entretanto vimos em nosso primeiro parágrafo que na Maçonaria, devemos chegar a verdade pelo uso da razão com base na ciência, não sendo este método, então, nem pautado pelo conhecimento moral e nem pelo conhecimento ontológico, mas, sim, pelo conhecimento cognitivo ou científico. 

É nele que devemos nos ater.

Numa entrevista concedida ao escritor James Murphy e ao matemático John William Sullivan, em 1930, afirmou Einstein: 

... “Todas as especulações mais refinadas no campo da ciência provêm de um profundo sentimento religioso; sem esse sentimento, elas seriam infrutíferas”... 

E em outro texto afirma o vaticinado cientista: 

... “A ciência sem a religião é manca; a religião sem a ciência é cega”... 

Mencionamos as frases acima para corroborar com a visão atual dos cientistas quânticos que afirmam que para se fazer ciência é necessário ter fé… 

Parece uma afirmação antagônica, mas não o é de fato.

Claro que esta fé não é necessariamente religiosa, mas se diz ser uma certeza científica.

Ou seja, o cientista acredita piamente naquilo que ele pesquisa, mas que não pode provar (ainda). 

Isto é fé não ciência. 

Era isto que Einstein queria dizer.

Uma nova teoria só se torna cientifica quando é inteiramente demonstrada e comprovada pelo uso de equipamentos. (Senão ela estará no campo da filosofia e da fé por isso a Teoria do Big Bang ainda está no campo teórico, pois é praticamente impossível sua comprovação material).

Na Teoria da Construção do Pensamento, os conceitos surgem nos planos das idéias (o empírico), seguido da análise (abstrato) chegando-se, por fim, a sua conclusão (o concreto).

O Maçom, como buscador da verdade, deve sempre questionar a tudo e a todos. 

Assim como faziam os Alquimistas, o Maçom deve submeter todo conhecimento e experimentação ao seu Athanor, seu laboratório interior. 

Sua razão deve ser pautada pela ciência sem a influência das paixões.

Em Maçonaria exige-se apenas a fé em uma única Verdade: A existência de um único princípio criador, regulador, absoluto, supremo e infinito ao qual se dá, o nome de GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO (GADU a Verdade absoluta).

É nos braços desta Verdade que o Maçom deve se colocar de forma pueril e inocente. 

Como uma criança o Maçom deseja compreender os desígnios e atos desta Verdade. 

Entretanto, a cada um individualmente, esta Verdade se revela (ou melhor desvela) de forma particular (verdade relativa).

A Física Quântica chegou para demonstrar que o observador influencia o objeto observado, diferentemente do que se afirmava na física cartesiana. 

Esta ciência coloca o homem no centro do Cosmos (Homocentrismo).

A própria ciência se tornou vítima do seu sucesso: afinal, se o seu objetivo é descrever a realidade e essa realidade é subjetiva, devem existir tantas ciências quanto há observadores.

É neste emaranhado de teorias que o Maçom é chamado a buscar e encontrar a sua verdade.

Bom dia meus irmãos pesquisadores da VERDADE.