agosto 19, 2023

A ESPADA FLAMEJANTE - Almir Sant"Anna Cruz




A Espada Flamejante é uma representação da espada empunhada pelos querubins postos ao oriente do Jardim do Éden para guardar o caminho que levava ao conhecimento.

Em Gênesis 3:24 consta: “E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida”.

Como, analogamente, a Iniciação é o caminho que leva ao conhecimento, a Espada Flamejante é usada unicamente nos ritos iniciatórios e portada somente pelo Venerável Mestre, que, como Mestre Instalado, tem a prerrogativa de consagrar os graus.

Marius Lepage in Le Symbolisme, afirma que a Espada Flamejante se reveste de dois significados essenciais: o da criação, por intermédio do Verbo-Luz-Som, e o de purificação e de expiação sob as provações do destino. É explica: “A consagração ritual de um novo Maçom começa por estes termos: ‘Eu o crio ...’ É, portanto, um ato criador, que procede de uma vontade – a do Venerável que age em nome da Maçonaria – por intermédio de uma vibração sonora, o golpe da espada. Uma criatura totalmente nova deve nascer, e o efeito dos eflúvios que, saindo da Espada, o atravessam, deve constituir uma espécie de impregnação que penetrará definitivamente o Recipiendário”.

Os três golpes de Malhete sobre a lâmina da Espada Flamejante aludem à numerologia do grau de Aprendiz, que deverá ser objeto de diligente estudo por parte do Iniciado. 

Segundo a Escola Oculta, os três golpes conferem três diferentes modalidades de energia, correspondentes aos três aspectos da trindade divina: o primeiro toque confere fortaleza ao cérebro, o segundo amor ao coração e o terceiro habilidade executiva ao braço direito. 

Jules Boucher in A Simbólica Maçônica completa afirmando que a Espada Flamejante deve ser sempre empunhada com a mão esquerda (lado passivo) e o malhete com a mão direita (lado ativo), significando que a Iniciação transmitida é ativa, isto é, relacionada à própria vontade do neófito.


Excerto do livro *O que um Aprendiz Maçom deve saber* do Irm.’. Almir Sant’Anna Cruz - Interessados contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350

PALESTRA NA PAEL- GOB RJ EM COMEMORAÇÃO AO DIA DO MAÇOM

    








    A convite do Presidente da Poderosa Assembleia Estadual Legislativa do GOB-RI, irmão Paulo Vicente de Carvalho, realizei palestra virtual em comemoração ao Dia do Maçom, no sábado dia 19/8, as 9h00, sobre o tema "A verdadeira caridade". 

    A palestra foi bastante elogiada, especialmente porque foi apresentada de maneira a não só racionalizar as atitudes que devem ser tomadas pelas Lojas e pelos irmãos, mas tocou o coração dos homens bem formados, que tem na Beneficência um dos mais importantes objetivos na existência.

    Em agradecimento à palestra, e para minha honra, a PAEL-GOB RJ me honrou com a comenda que tenho o prazer de exibir nesta postagem.






 

agosto 18, 2023

FÉ NÃO É RELIGIÃO! - João Líbero

 

Fé não significa religião! Tenho uma irmã ateia, que tem fé em uma energia cósmica, um amigo que tem fé na natureza, outro tem fé na ciência...

Você vê a lua. O que prova que está vendo a lua? A fé que tem em seus olhos prova que você está vendo a lua. 

Estudos sinalizam que a fé pode, sim, ajudar a superar doenças. Resultados que mostram diminuição de diversas doenças é algo tão inexplicável que acaba classificado como milagre,  fazem com que a eficácia da crença em algum poder superior seja aceita com mais facilidade

A fé, como o sentimento que faz a mediação entre Deus e as pessoas, ainda não é totalmente compreendida pela ciência, mas é um mecanismo constatado diariamente pelos médicos nos hospitais. Pacientes com câncer não perdem somente a saúde. A autoestima, autonomia, integridade e inúmeras qualidades pessoais e sociais são abaladas. Mesmo aqueles que não têm religião passam a sentir necessidade de ter fé em alguém ou alguma coisa, mesmo abstrata, porque sabem que a fé pode dar poder ao corpo e à alma.

O pneumologista Blancard Torres, titular do Departamento de Medicina Clínica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e autor do livro Doença, fé e esperança, não tem dúvidas: o paciente que tem fé incorpora em si a certeza da recuperação, aumentando a imunidade e as chances de resposta positiva ao tratamento

O psiquiatra Harold Koenig, diretor do Centro de Estudo da Religião, Espiritualidade e Saúde da Universidade de Duke, aponta que aqueles que se valem da fé, independentemente de seguir alguma religião, enfrentam os fatores físicos e emocionais de qualquer doença com mais sabedoria. A fé é um fenômeno que libera defesas naturais do organismo, prepara o corpo e a alma a lidarem melhor com a dor e os percalços do tratamento. Seja qual for a forma de manifestação dessa confiança absoluta, ela impede a pessoa de se entregar ao problema, motivando a busca da cura.

Na mitologia indu, Krishna cita essa frase: 

“shraddhavan labhate jñanam – aquele que tem fé ganha conhecimento.”

TER FÉ É ACREDITAR NAQUILO QUE VOCÊ NÃO VÊ, A RECOMPENSA POR ESSA FÉ É VER AQUILO EM QUE VOCÊ ACREDITA

FÉ NÃO É RELIGIÃO!


agosto 17, 2023

O FORMATO DO TEMPLO


 

A forma do Templo Maçônico (extraído e adaptado em tradução livre da “Enciclopédia” – Albert G. Mackey) é dito ser um paralelogramo – tendo seu maior comprimento na direção Leste-Oeste – sua largura do Norte para o Sul.

Um quadrado, um círculo, um triangulo ou qualquer outra forma que não seja um paralelogramo, é maçonicamente incorreto, pois esse formato deve ser a expressão da idéia maçônica que foi intencionadamente convencionada.

Na era Salomônica – que foi a época da construção do primeiro Templo de Jerusalém – o “mundo”, e isto deve ser lembrado, era suposto ter a forma oblonga, a qual foi então simbolizada.

Se, por exemplo, no mapa-mundi atual nós traçarmos uma figura oblonga, com as linhas que a formam, circunscrevendo e incluindo aquela porção que era conhecida e habitada nos dias de Salomão, veremos que essas linhas englobam, o parte da Ásia (Asia Menor) e , indo para oeste, o início do Mar Mediterrâneo. No Norte, abrange a Europa e no Sul, a parte superior da África.

Os Pilares de Hércules, a oeste, um de cada lado no Estreito de Gilbraltar, podem apropriadamente, serem referenciados aos dois Pilares, “B” e “J” que existem nos Templos Maçônicos.

Esse paralelogramo formado tem, aproximadamente, um comprimento três vezes maior que a largura, regra que deve ser mantida, sempre que possível, na construção de um Templo Maçônico.

Desse modo, repetindo, o Templo Maçônico é simbolicamente a representação do Mundo. Como, numa maneira usual de falar, o Mundo é sinônimo do Universo, o Templo se torna uma representação do Universo, nas suas três dimensões.

Fonte: pilulasmaconicas.

agosto 16, 2023

CUMPLICE DA FELICIDADE ALHEIA - Sidnei Godinho

 

Na semana passada, ao comentar sobre estar e se sentir "Feliz" em determinado lugar, com determinadas pessoas e realizando determinado trabalho, ouvi de um amigo que deveria ficar quieto ou dizer o contrário porquê o Bem estar pessoal incomoda. 

É claro que foi uma brincadeira e boas risadas surgiram, mas passada a galhofa, veio a reflexão sobre as relações sociais e a natural comparação do nosso dia-a-dia, no lar, no trabalho, na igreja, no clube, nas associações que participamos e de quantas vezes somos surpreendidos por ações, aparentemente sem propósitos, que causam marolas no equilíbrio estabelecido e salutar. 

O arquétipo da criação, no Jardim do Éden, traz seu primeiro conceito da tentação, pelo simples fato de Adão e Eva estarem "FELIZES" e satisfeitos com a relação que tinham entre si e com seus protocolos sociais, estabelecidos por sua autoridade maior, sua divindade. 

Mais a frente, o primeiro crime da humanidade é um "Fraticidio", quando um irmão subjuga o outro simplesmente porque se sentiu incomodado com a "FELICIDADE" dele ter sido o escolhido. 

Deus não desprezou o sacrifício de Caim, contudo se agradou mais pela oferenda de Abel. 

Esta incapacidade de lidar com a realização alheia culminou pela perda da razão e por cometer o crime hediondo, por motivo fútil e sem chance de defesa, afinal a vítima confiava em seu IRMÃO. 

E assim se desenvolveu a humanidade, à sombra dessas máculas comportamentais, como lembrança de que é necessário sempre estar atento aos nossos instintos primitivos de auto-suficiência e auto-preservação, onde apenas o que vemos no espelho tem valor.

Só nossa imagem satisfaz... 

É preciso tornar consciente, através da razão, que a FELICIDADE alheia é parte da sua FELICIDADE, pois ninguém faz nada sozinho e essa cumplicidade no Bem estar coletivo é o primeiro passo para a Fraternidade Universal que foi estabelecida lá criação. 

Não há porque sentir-se menor que seu irmão só porque HOJE ele alcançou a estabilidade que você vai alcançar AMANHÃ. 

Não há porque comparar seus sacrifícios na relação, afinal cada ser é distinto e cada qual oferta o fruto do seu trabalho, da sua compreensão e ambos são aprazíveis para o propósito do crescimento, ainda que, vez por outra, um seja mais doce e agrade mais. 

Aguarde a alternância e a sua vez de adocicar relação. 

A brincadeira de dizer o contrário deve ficar apenas no imaginário popular, para a descontração numa roda de amigos, pois a essência de um convívio grupal, (ou mesmo apenas a dois), paira na premissa de que a Felicidade de um é a Felicidade de Todos e que os dias se sucedem neste vai-e-vem das realizações. 





agosto 15, 2023

FORMA VERSUS CONTEÚDO - Roberto Ribeiro Reis

Atualmente, com a   avassaladora   disseminação em massa   promovida pelas mídias sociais, percebe-se que as aparências (formas) têm se destacado, quando confrontadas com a essência (conteúdo).

Parece prazeroso – por mais que esse deleite seja rapidamente descartável – viver expiando a vida alheia, como se aquilo que visualizamos/curtimos fosse verdade, e também que o objeto visto fosse, de fato, o conceito mais puro e fidedigno da felicidade.

Ledo engano! Estudos científicos comprovam a superficialidade da vida virtual, e o quanto ela é permeada de ilusões, falsas aparências e futilidades, as quais, a bem da verdade, têm levado as pessoas ao abismo da solidão, da depressão e do esgotamento mental.

Nesse viés, a Maçonaria tem se destacado por ser uma instituição de escol, que prima pelo aperfeiçoamento moral e intelectual de seus membros; na Sublime Ordem,  as formas de nada significam se o conteúdo (essência) não é priorizado como deve ser.

Nossa liturgia atem-se a tudo aquilo que transcende a matéria, enveredando-se por um oceano de sutilezas, que nos é gratuitamente ofertado pelo Supremo Arquiteto de Todas as Coisas.

Se o mundo profano está doente, sucumbindo às mazelas criadas pelos próprios filhos, é dentro de nossa Oficina que temos a oportunidade de fazermos valer a essência; um trabalho em sintonia com o que há de melhor em nós, e que se encontra em nosso Templo Interior.

Não nos deixemos levar pelas frivolidades do mundo material! Toda essa banalidade que nos é imposta pela mídia ou pelo senso comum só tende a fazer com que nosso edifício moral pereça em ruínas!

É uma honra enorme poder desfrutar das orientações filosóficas e esotéricas,  entre colunas ou fora delas, afinal o conhecimento é algo que deve ser buscado dentro e –acima de tudo – fora do templo, constantemente.

Que as paixões vulgares e os vícios mundanos não tenham o poder de obnubilar nossa visão espiritual, tornando-nos seres que prefiram a forma ao conteúdo. 

Toda vez que nos sentirmos atraídos para as masmorras e cadafalsos profanos - que têm nos deixado seviciados e em estado de profunda letargia– busquemos o alicerce na Maçonaria e, especialmente, no auxílio prestado por cada venerando Irmão.





agosto 14, 2023

O CONCILIO DE NICEIA


O Concílio de Niceia foi um importante evento da história do cristianismo que teve lugar no ano de 325 d.C. em Niceia, uma cidade na província de Bitínia, que fazia parte do Império Romano. Esse concílio foi convocado pelo imperador Constantino I, que buscava resolver uma controvérsia teológica que dividiu a Igreja Cristã primitiva.

No século IV, a Igreja estava dividida em relação a uma doutrina específica: a natureza divina de Jesus Cristo. Arius, um presbítero de Alexandria, defendia a visão de que Jesus Cristo não era igual a Deus Pai em essência, mas sim uma criatura divina elevada e única, mas criada por Deus. Essa visão ficou conhecida como arianismo.

Por outro lado, outros líderes cristãos, incluindo Atanásio de Alexandria, defendiam a crença na divindade de Jesus, ou seja, a crença na Santíssima Trindade: Deus Pai, Deus Filho (Jesus Cristo) e Deus Espírito Santo, todos iguais em essência divina e coexistentes desde toda a eternidade.

Diante da crescente controvérsia e divisão dentro da Igreja, o imperador Constantino, que havia se convertido ao cristianismo, convocou um concílio ecumênico em Niceia em 325 d.C. O objetivo era reunir os líderes da Igreja de várias regiões do Império Romano para resolver a questão teológica e buscar a unidade doutrinária.

Mais de 300 bispos participaram do Concílio de Niceia. A maioria dos bispos presentes concordou com a visão de Atanásio e rejeitou o arianismo. Eles proclamaram que Jesus Cristo era "consubstancial" (homoousios) com Deus Pai, ou seja, da mesma essência divina. Essa decisão resultou na formulação do Credo Niceno, que afirmava a doutrina da Santíssima Trindade e estabelecia a crença na divindade de Jesus Cristo como verdade fundamental do Cristianismo.

Além disso, o Concílio de Niceia também estabeleceu a data para a celebração da Páscoa e abordou outras questões eclesiásticas e disciplinares.

O Concílio de Niceia teve um legado duradouro na história do cristianismo. A adoção do Credo Niceno se tornou um ponto unificador da fé cristã e continua a ser recitado em várias tradições cristãs até hoje.

No entanto, mesmo após o concílio, as disputas teológicas não foram completamente resolvidas. O arianismo e outras visões dissidentes continuaram a existir e desafiaram a ortodoxia cristã. Novos concílios foram convocados posteriormente para tratar de questões teológicas e heresias, moldando ainda mais a doutrina cristã ao longo dos séculos.

Em resumo, o Concílio de Niceia foi um evento crucial na história do cristianismo, marcando uma tentativa significativa de resolver as divergências teológicas e estabelecer a doutrina cristã. A definição da divindade de Jesus Cristo e a formulação do Credo Niceno deixaram um impacto duradouro na fé e na unidade da Igreja Cristã.

agosto 13, 2023

15 CITAÇÕES DE CARL JUNG - Sidnei Godinho

 

*15  Citações de Carl Jung que o ajudarão a se entender*


Meus irmãos,

Há quem vá dizer que um dos pais da Psicanálise era maçom, dado a afinidade de nossos rituais com os conceitos por ele criados.

Carl Gustav Jung não foi iniciado, contudo realmente é o maior Psicólogo a contribuir com a Maçonaria e poderia até mesmo ter o título honorário pelos bons serviços prestados. 

Há muito que se estudar sobre a formação da psique, mas por hoje vamos apenas refletir nestas 15 colocações superficiais para uma rápida conjectura da afinidade de Jung com nossa Ordem. 

1. “Se você é uma pessoa talentosa, isso não significa que você ganhou alguma coisa. 

Significa que você tem algo a dar.”

2. “Não nos tornamos iluminados imaginando figuras de luz, mas fazendo a escuridão consciente.”

3. “Eu não sou o que aconteceu comigo, eu sou o que eu optei por me tornar.”

4. “Até que você tornar o inconsciente consciente, ele irá direcionar a sua vida e você vai chamá-lo de sorte.”

5. “Tudo que nos irrita nos outros pode nos levar a uma compreensão de nós mesmos.”

6. “O encontro de duas personalidades é como o contato de duas substâncias químicas: se houver alguma reação, ambas são transformadas.”

7. “Conhecer a sua própria escuridão é o melhor método para lidar com as trevas de outras pessoas.”

8. “Não se prenda a alguém que está indo embora, caso contrário, você não vai encontrar a pessoa que está por vir.”

9. “Suas visões só se tornarão claras quando você puder olhar para o seu próprio coração. Quem olha para fora, sonha. 

Que olha para dentro, desperta.”

10. “Os erros são, no fim das contas, os fundamentos da verdade.”

11. “As pessoas vão fazer qualquer coisa, não importa o quão absurda, para evitarem enfrentar suas próprias almas.”

12. “A solidão não vem de não ter pessoas ao redor, mas de ser incapaz de comunicar as coisas que parecem importantes para si mesmo, ou de manter certos pontos de vista que outros acham inadmissíveis.”

13. “A depressão é como uma mulher de preto. 

Se ela aparecer, não mande-a embora. 

Convide-a para entrar, ofereça-lhe um assento, trate-a como um convidado e ouça o que ela quer dizer.”

14. “Um homem que não passou pelo inferno de suas paixões nunca as superou.”

15. “Sua percepção se tornará clara somente quando você puder olhar para sua alma.”


agosto 12, 2023

MESTRE INSTALADO É GRAU? - Pedro Juk




A Maçonaria mundialmente reconhecida é composta apenas pelo franco maçônico básico, isto é: Aprendiz, Companheiro e Mestre. Graus acima dos citados são particularidades dos ritos. Existem também as conhecidas Ordens de Aperfeiçoamento da maçonaria inglesa, também conhecidas por “side degree”.

Nenhum grau acima do terceiro ou o avançamento nas Ordens de Aperfeiçoamento fazem qualquer rito, ou maçom, melhor do que o outro, já que a plenitude maçônica na Moderna Maçonaria se encerra com a Lenda do Terceiro Grau.

O Mestre Instalado não é Grau, porém um título distintivo daquele que legalmente eleito, ou conduzido por linha sucessória, ocupa a presidência de uma Loja, conhecido como Venerável Mestre, ou o Mestre da Loja conforme o costume cultural ou vertente maçônica (inglesa, ou francesa).

Instalação, do verbo transitivo direto e indireto “instalar”, significa dar posse de um cargo ou dignidade; investir. Assim, o ato de instalação significa “posse” e sugere que qualquer pessoa que toma posse de um cargo, estará nele instalada.

Nos meios maçônicos deveria também prevalecer essa definição, sobretudo no tocante ao Obreiro eleito para o veneralato de uma Loja que, quando é empossado no Cargo torna-se o Venerável Mestre Instalado, ou o Mestre Instalado, cujo formato original não era acompanhado de nenhuma cerimônia litúrgica particular, bastando para tal a simples transferência do Cargo pelo ocupante que cumprira o seu mandato.

A Moderna Maçonaria inglesa, entretanto, introduziu um cerimonial para a posse do Mestre da Loja (Venerável), cuja ritualística se desenvolve por um complexo enredo lendário. Nesse sentido, essa Cerimônia é própria dos Trabalhos Ingleses (na Inglaterra não se conhecem “ritos”) e em particular ao Trabalho de Emulação.

Já na Maçonaria de vertente francesa (latina), originalmente não existe essa prática, lembrando oportunamente que o Rito Escocês Antigo e Aceito é filho espiritual da França.

Infelizmente nos meios maçônicos latinos essa prática acabou ganhando guarida, talvez pelo Cerimonial investido de pompa e misticismo. Daí, Ritos dessa origem como o Escocês, o Francês ou Moderno e o Adonhiramita adotaram a prática adaptando algumas passagens para suprir às suas características ritualísticas.

É bem verdade que muitos Ritos de origem não britânica, porém com base no Trabalho de Emulação, preferiram não aderir a essa prática, mantendo a pureza de suas origens.

No tocante às Obediências brasileiras e particularmente o Rito Escocês Antigo e Aceito, severamente o mais praticado no Brasil, esse costume acompanhado do Ritual de Instalação viria ser introduzido através das Grandes Lojas brasileiras nascidas da cisão de 1.927 quando as suas lideranças buscaram base nos trabalhos perpetrados pelas Grandes Lojas norte-americanas onde se pratica o Rito de York (americano) que, de certa forma seguem o modelo Inglês dos Antigos que, por sua vez aderem o Cerimonial de Instalação. Dessa forma esse Cerimonial viria aportar na Maçonaria brasileira, consolidando-se como prática imediatamente após a cisão de 1.927.

A partir de 1968, o Grande Oriente do Brasil também adotaria esse costume introduzindo-o através de um Ritual específico, para todos os Ritos nele praticados, salvo o inerente aos Trabalhos de Emulação (conhecido equivocadamente como York) que já praticava na sua essência por ser nele um costume original.

Salvo melhor juízo, no Brasil, atualmente, esse costume está arraigado na Maçonaria Simbólica em geral, sendo uma prática de todos os ritos  estabelecidos na constelação das Obediências nacionais.

Dadas essas considerações adquiriu-se o costume de se apor ao nome do Obreiro na qualidade de Venerável, ou ex-Venerável, das letras M.´.I.´. como rótulo do Mestre Instalado.

Essa maneira não tardou a ser qualificada de modo equivocado por alguns como se a qualidade distintiva de um Mestre Instalado fosse um Grau.

Obviamente que não é, pois como comentando, o simbolismo possui apenas e tão somente três Graus.

Nesse sentido, o Venerável é Instalado no Sólio como dirigente maior do Canteiro (Loja). Ao término do seu mandato ele é um ex-Venerável.

Assim todos aqueles que foram instalados, são conhecidos como Mestres Instalados que têm também o privilégio de ocupar um lugar distintivo no Oriente, PORÉM SEM O COSTUME ENGANADO DE TOMAR ASSENTO AO LADO DO VENERÁVEL DA LOJA. OS EXVENERÁVEIS SENTAM-SE NO ORIENTE, TODAVIA, NA FORMA CORRETA, ABAIXO DO SÓLIO.

Outro mistifório que se apresenta por alguma vez, é que existe um Conselho de Mestres Instalados que é formado para a Instalação de um novo Venerável. Esse Conselho, vez por outra é confundido com um conselho permanente, o que não é correto, pois o dito só é legalmente formado para a finalidade da Instalação e posteriormente desfeito.

Salvo se for lei na Obediência, Conselhos prementes que muitas vezes mais se intrometem na condução legal da Loja do que ajudam são geometricamente errados ao mesmo tempo em que reforçam a tese equivocada de que Mestre Instalado é um Grau.

Ainda no sentido de elucidar, porém não contestar, o termo “Past Master” é concordante com a Maçonaria inglesa, já que para os ritos de origem francesa ficaria mais de acordo o termo ex Venerável.

Finalizando quero aqui deixar os meus cumprimentos pela forma como vossa pessoa se apresentou “Mestre Maçom e Ex-Venerável”. No meu modesto entender o Obreiro que preside uma Loja é o Venerável, entretanto para sê-lo ele precisa ser Mestre Maçom. De posse do primeiro malhete ele continuará sendo um Mestre Maçom que possui o título distintivo de Venerável Mestre.

Deixando o veneralato, ele é um Ex-Venerável. Todavia ele permanecerá sendo um Mestre Maçom. 

Daí é preferível: M∴M∴.



PALESTRA NA ARLS SABER FRATERNO - SOROCABA

 








A convite do VM Luciano Chanes de Lara fiz no dia de ontem, 11 de agosto, pequena palestra em homenagem ao Dia dos Pais em sessão pública na ARLS Saber Fraterno em Sorocaba, (rito Emulação). 

Cerca de 50 casais além de convidados estavam presentes, as senhoras da Fraternidade Feminina presentearam todos os pais com um vinho personalizado  e após a palestra houve uma animada reunião com jantar e música ao vivo.

agosto 11, 2023

ADVOGADO - Adilson Zotovici


Tenho em meu ideário

Um assunto pertinente 

Que merece comentário,

Sobre o “jurisprudente”

E seu trabalho diário 


Qual deve ser competente

Naquilo tudo que faz 

Em petições consciente,

Também deveras  sagaz

E no verbo...eloqüente 


Se questionado capaz,  

De responder com convicção

Em toda ação, eficaz 

Qual trilha a senda da razão

Com coragem, pertinaz 


Às vezes até abre mão

Pela justiça, em detrimento,

De coisas do coração

Para honrar seu juramento,

Como profissional e cidadão 


Tem que ter conhecimento

Das leis, da jurisprudência...

Em todo procedimento,

Dignidade, ética, independência 

Pra surtir bom julgamento 


Ser doutor do direito, que ciência, 

Após seu bacharelado 

De erudição, referência, 

Pela qual...“o que foi chamado ” 

Digno de admiração e deferência 


Antigo oficio consagrado 

Às vezes, delegado, promotor,

Quiçá, professor, magistrado ...

Tal Santo Ivo, seu protetor,

Um justo e perfeito ...advogado !



agosto 10, 2023

PROPRIEDADES HUMANAS E MAÇONARIA - Newton Agrella


Viver é rigorosamente um ato de dignidade.

E ao ser humano cabe-lhe preservar a Vida como o seu bem mais precioso.

Nesse aspecto a Maçonaria, cuja essência se condensa através das mais diversas correntes do pensamento, é por si só, um instrumento de orientação e uma verdadeira Oficina para que o Homem possa construir seu templo com o seu coração voltado à Virtude e seu Raciocínio na busca da Evolução.

Razão e Emoção caminham de mãos dadas desde sempre, posto que são atributos humanos e disposições  indissociáveis da alma.

Por isso, quando o Obreiro encontra-se em seu canteiro, buscando dar forma, beleza e sustentação à sua pedra bruta, ele se depara com os mais antagônicos pensamentos e inúmeros percalços que fazem parte de um processo de aprimoramento ético e moral de sua complexa Existência.

É a permanente busca da estabilidade que se constrói através das Artes, das Ciências e da Filosofia.

A recompensa não está em "ser"  ou  "vir a ser".  

Ela está sim,  em "ser reconhecido".

Quando se diz que  "viver é um ato de dignidade" , isso significa ter  respeito e "consciência" de si mesmo, sem que isso se transforme em orgulho ou soberba.

O trabalho de construção do templo exige do Maçom:

Humildade para ouvir; 

Observação  para perceber tudo aquilo que se passa a seu redor;

Comprometimento para ser o executor de suas atribuições;

Intensidade para tornar o trabalho profícuo;

E  sobretudo devoção aos princípios da Ordem, no seu legítimo significado filosófico, que se constitui na obediência, respeito e cumprimento dos postulados universais maçônicos.

Só se constrói aquilo que a emoção incentiva e a razão estabelece.

Assim é a Vida. 

Um retrato da universalidade de nossa "Consciência" e um documento virtual de nosso Pensamento.



agosto 09, 2023

O MAÇOM QUE MATOU LAMPIÃO - Ruy Leitão

 







Da série RARIDADES MAÇÔNICAS - Cartão de Identificação Maçônica  do Capitão João Bezerra da Silva, o homem que matou Lampião.


A madrugada do dia 28 de julho de 1938 foi interrompida por gritos, tiros e correria. O bando de Lampião foi cercado na Fazenda Angicos, no Sertão de Sergipe, por uma tropa de 48 policiais de Alagoas, comandada pelo tenente João Bezerra da Silva. Lampião, sua companheira de amor e cangaço, Maria Bonita, e mais nove cangaceiros

tiveram suas vidas brutalmente ceifadas. Chegava ao fim o reinado de Virgulino Ferreira da Silva, o célebre cangaceiro que durante duas décadas marcou a história do Sertão nordestino com atos de ousadia e violência. Todos os mortos tiveram suas cabeças cortadas. Maria Bonita foi degolada viva.

Os jornais do Brasil e do mundo estamparam, no dia seguinte, diversas manchetes dando conta e comemorando a morte dos bandidos, imagens feitas pelos fotógrafos do interior mostravam cabeças decepadas, máquinas de costura e equipamentos dos cangaceiros que escaparam dos saques empreendidos na hora do confronto final entre os meninos volantes e os "cabras" de Lampião.

Esse episódio não pôs fim apenas ao seu bando, mas marcou os últimos momentos do cangaço, fenômeno político e social que atormentou os sertões de sete estados nordestinos e foi durante muito tempo preocupação constante de governos e articulistas de jornais que davam combate ao cangaço através das suas tipografias e das volantes, com armas de fogo e muitas vezes por sede de vingança e de justiça.

As secas mortais de 1877-1878 deram força a esse movimento, que alcançou seu clímax na década de 1920, integrado por sertanejos pobres fugindo da exploração e da fome, forçados a optarem por essa prática marginal e criminosa, alimentados por um espírito de vingança contra os latifundiários e o governo. Lampião foi o mais bem sucedido líder do cangaço nordestino. Dizem que recebeu esse apelido por sua capacidade de atirar seguidamente, clareando a noite com seus tiros.

Recebia a proteção de coiteiros: fazendeiros, pequenos sitiantes e até autoridades locais, dos quais, ele e seu bando, recebiam abrigo e alimentos, facilitando o deslocamento pelos estados nordestinos e a fuga das perseguições policiais.

Em 1926 recebeu a patente de Capitão da Guarda Nacional, ao ser cooptado pelo Governo do Ceará para enfrentar e derrotar os homens da Coluna Prestes que avançavam em direção ao Juazeiro do Norte, terra do Padre Cícero.

Com a instalação do Estado Novo, foi ordenado aos governadores do Nordeste que parassem de fazer vista grossa e aniquilassem o rei do cangaço. Ordem cumprida. O bando foi pego totalmente desprevenido sem chance de se defender dos tiros das metralhadoras disparados durante cerca de 20 minutos. 

Lampião foi um dos primeiros a morrer. E em seguida, Maria Bonita. Os corpos mutilados foram deixados a céu aberto, atraindo urubus e suas cabeças salgadas e colocadas em latas de querosene contendo aguardente e cal. Levadas para Salvador, Bahia, primeiro na Faculdade de Medicina  da UFBA, e depois no Museu Antropológico localizado no prédio do Instituto Médico Legal Nina Rodrigues, em Salvador. Um espetáculo mórbido e macabro.

Ainda hoje persistem muitas divergências como são considerados os cangaceiros. Há os que os veem como justiceiros, praticando a justiça com as próprias mãos, em razão da desigualdade social e a ineficiência do Estado para melhorar suas vidas. Por outro lado, alguns historiadores os enxergam como grupos de bandidos, que atuavam no Nordeste defendendo seus interesses pessoais, usando de muita violência, praticando roubos dos quais se apoderavam, ou, às vezes, distribuíam com pessoas carentes com o intuito de ganhar apoio popular.

Em algumas cidades do Nordeste, existem memoriais da resistência, museus que conservam a memória da luta local contra a invasão de grupos cangaceiros. O cangaço se tornou um grande tema no imaginário nordestino e brasileiro, assunto da literatura de cordel, de peças teatrais, filmes, músicas e artes plásticas.

Créditos: Ruy Leitão (A União, João Pessoa, 27/07/2023)