novembro 12, 2023

ARLS ESTRELA DO SUL 3 - CAMPO GRANDE


Fui iniciado nesta Loja, no acanhado templo da Rua José Antonio em 3/10/1981. Da turma original, 14 irmãos, só restam eu e Otaviano, que também está na foto.

Tornei a visitar a minha Loja mãe, a ARLS Estrela do Sul n. 3, em Campo Grande, MS, nesta sexta-feira, 10/11. Hoje é uma das maiores Lojas do país, tanto em tamanho físico quanto em número de irmãos, mais de 130.

Juntei a velha guarda para esta histórica foto. Os irmãos com.mais de 40 anos de Ordem e que ainda enriquecem a Loja com a sua presença, inteligência e cultura. 

Um momento sublime de emoção e recordação.

COMPANHEIRO...MESTRE - Adilson Zotovici

 


De “mestre” serás chamado

Muda o avental, a idade

Em exaltação aclamado

Se sem cobiça ou vaidade


E te verás rodeado

Por iguais da irmandade

Se tiveres comprovado

Contrário à deslealdade


Não só donde abrilhantado

Passarás ter liberdade

Por todo canteiro sagrado


Estudaste compenetrado

Que aprovado em verdade

De ti esperam um “ mestrado"

novembro 11, 2023

O LADO ELEGANTE DO TERRORISMO - Olavo de Carvalho





Que o terrorismo mantém o mundo num estado permanente de guerra não declarada, todo mundo sabe. Mas essa guerra tem ainda uma segunda peculiaridade: ela é calculada para subtrair antecipadamente das nações atacadas — EUA e Israel em primeiro lugar — toda possibilidade de defesa.

Para compreender esse fenômeno é preciso estar ciente de que um atentado terrorista nada vale sem o aproveitamento político e midiático de suas consequências. Estas são tão meticulosamente planejadas como o atentado mesmo, o que seria impossível se as organizações terroristas não contassem com uma ampla rede de apoio nos canais formadores da opinião pública de dentro e de fora da nação atacada.

Atendida essa condição — e nunca ela foi tão bem atendida quanto hoje —, paralisar a vítima torna-se uma operação bem simples. Se uma nação é alvo de ataques terroristas, que é que ela pode fazer para resolver o problema? Pode, em primeiro lugar, defender-se no seu próprio território, perseguindo os agentes locais do terrorismo. Segundo: pode descobrir os Estados que dirigem ou apoiam a ação terrorista, e atacá-los em guerra declarada.

Terceiro: pode tentar combater seus inimigos por meio de ações tão camufladas e informais quanto as deles próprios, subsidiando grupos paramilitares de antiterrorismo, seja no seu próprio território, seja no Exterior.

Em qualquer dessas três vias, a reação pode ser obstada pela pressão da mídia e da opinião pública. A repressão local é condenada como ditadura policial e atentado aos “direitos humanos” dos possíveis suspeitos, a simples ameaça de declaração de guerra suscita uma epidemia de protestos “pela paz”, a luta clandestina é denunciada como crime por meio de inquéritos parlamentares e reportagens de escândalo, provocando crises diplomáticas e eventualmente a queda do governo.

Na guerra entre as nações e o terrorismo, todas as vantagens vão para este último. A situação é estruturalmente análoga à do confronto entre o cidadão comum e o criminoso armado.

Este, já estando a priori fora da lei, tem à sua disposição os instrumentos de ação que bem deseje. Aquele é tolhido pela própria lei, que, habilmente manipulada, pode chegar a privá-lo de seus meios de legítima defesa e tornar-se o mais sólido baluarte em defesa do crime.

Assim também se passa na esfera do terrorismo. Burocratas, jornalistas, intelectuais, estrelas da TV e do cinema, o beautiful people na sua totalidade, são tão vitais para o bom êxito do empreendimento criminoso quanto os próprios agentes da violência física. A rede que eles formam tem hoje as dimensões de um mega poder internacional, incalculavelmente maior que o de qualquer nação.

Nenhum Estado tem meios de angariar tanto apoio, na opinião pública mundial e nos organismos internacionais, quanto as organizações terroristas. Nenhum Estado pode manter, no exterior, partidos com milhões de militantes e ONGs com milhões de colaboradores atuando em caráter permanente.

Nenhum Estado pode comprar consciências a granel entre jornalistas e intelectuais de um país estrangeiro. “Nenhum” Estado? Não é bem assim. Os Estados totalitários podem, porque não têm satisfações a dar à opinião pública interna. A China pode.

Cuba pode. O Iraque pode. Mas, precisamente, esses Estados estão do lado do terrorismo, em favor do qual usam de meios de ação com que um Estado democrático e constitucional não ousaria sequer sonhar.

É assim que, na mídia internacional, e em especial na de certos países mais abertos à propaganda esquerdista, como é o caso do Brasil, a dualidade de pesos e medidas no julgamento do confronto entre os terroristas e suas vítimas se torna um fator permanente e quase institucional, atuando sempre em prol dos terroristas. Estes só são condenados, quando chegam a sê-lo, durante o breve momento de impacto de suas ações espetaculares.

Passado o susto, preenchida a quota de lamentações pro forma necessária para salvar as aparências, os formadores de opinião passam à segunda e decisiva fase das operações, que consiste em bloquear o revide. Se na primeira fase tudo não passou de um florescimento passageiro de verbalizações emocionais sem consequência prática, na segunda a ação é contínua, persistente, ordenada e racional, não se dando por concluída enquanto a nação atacada não seja induzida a abdicar de seu direito de reagir.

É por isso que, há décadas, a força do terrorismo cresce ininterruptamente, ao passo que toda veleidade de resposta das vítimas esbarra cada vez mais em obstáculos psicológicos, políticos, jurídicos e culturais, seja no exterior, seja em seus próprios territórios.

O terrorismo não será vencido enquanto a rede de seus colaboradores na mídia, na intelectualidade, no show business e nos organismos internacionais não for investigada, conhecida, denunciada e desmantelada. Mas os obstáculos que se opõem a isso são ainda mais temíveis do que aqueles que vetam uma resposta direta ao terrorismo.

O direito dos terroristas ao apoio unilateral é hoje quase uma cláusula pétrea da “ética” midiática mundial. No Brasil, então, nem se fala. Ninguém vê nada de anormal ou escandaloso em que agentes de influência diretamente ligados à coordenação política do movimento comunista no continente exerçam na mídia o cargo de editores ou comentaristas políticos.

Ninguém percebe sequer a diferença entre o que eles fazem e o serviço normal de um jornalista. Mas que um cidadão isolado, sem conexões organizacionais de espécie alguma, se aventure a protestar contra alguma mentira que eles digam, e será imediatamente rotulado de vendido, de agente estrangeiro, de “ponta de um iceberg” etc. etc. Isso é, aliás, perfeitamente lógico.

Se a rede existe para criar uma dualidade de critérios em defesa do terrorismo, por que não haverá de usar dessa mesma dualidade em favor de si própria?

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O texto acima integra o livro 'A Felicidade Geral da Nação: O que Restou do Imbecil – Volume VI', que traz textos publicados pelo filósofo Olavo de Carvalho (1947-2022) na imprensa em 2003 (primeiro ano de Lula como presidente do Brasil e também da Guerra do Iraque). A obra póstuma, que chega nesta segunda-feira (6/11) às lojas físicas e virtuais, é um lançamento da Vide Editorial.


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novembro 10, 2023

PALESTRA EM COXIM - MS



Há 40 anos tive uma estreita relação com a cidade de Coxim, na época capital nacional da pesca, onde residiam aquele que me conduziu no ramo da joalheria Jose Adelino de Carvalho, o Zelão, grande empresário e garimpeiro de diamantes (que provavelmente inspirou o personagem Comendador, da novela), meu compadre José Raimundo dos Santos, que foi prefeito da cidade, meu querido amigo Francisco Antônio Von Spitzenbergen, o Chico Piloto, que se tornou parte de minha família e outros muitos e muitos personagens que foram importantes naquela época. 

Embora tivesse propriedades em Coxim, nunca mais retornei.

Passadas quatro décadas o irmão  Gilson Prazeres me proporcionou retornar a Coxim para uma palestra.

 A emoção teve início na entrada do belo prédio do Templo, onde uma placa de bronze perpetua o nome dos que o erigiram, e todos os meus antigos amigos estavam lá. 

Na palestra, cujo tema foi O Caminho da Felicidade, estiquei o tempo para recordar a minha participação na cidade naquela longínqua época que emocionou aos presentes.

A sessão conjunta das Lojas ARLS Acácia de Coxim 31 (VM Paulo Cesar Mariano) e ARLS Amor e Justiça 07 (VM Gilson Leonardo da Costa Santos, filho do meu anfitrião) trancorreu com diversas homenagens, inclusive ao ir. Gilson Prazeres que completava 40 anos de iniciado na Loja que atualmente seu filho dirige.

Estavam presentes além de dois delegados regionais do GM irmãos de Lojas de outras cidades como a ARLS Filhos de Hiram 15, de Rio Verde, ARLS Paz e União 58 de Pedro Gomes, a ARLS Igualdade e União 2035 de Acreuna e a Loja do Rito Brasileiro Vigilantes do Taquari 3006 de Coxim.

Foi uma sessão memorável e o agape simplesmente espetacular, moqueca de pintado e costelas assadas de tambaqui entre muitas outras delícias.

A ESTRELA DE CINCO PONTAS - Flávio Dellazzana. Pesquisa: Ir. Jaime Balbino de Oliveira


Através dos séculos houve sempre a preferência por uma estrela de cinco pontas como figura dos astros de aparência menor do que a do sol e da lua. O planeta Vênus tem sido representado assim e é considerado uma estrela matinal e vespertina, ensejou lendas sem conta. 

Por outro lado, A Estrela de Cinco Pontas sempre foi, desde tempos remotos e até hoje, o distintivo de comandantes militares, e de generais. 

Como Símbolo Maçônico, a Estrela Flamejante de origem Pitagórica, pelo menos quanto ao seu formato e significado, este muito mais antigo do que aqueles que lhe deram alquimia, a magia e o ocultismo, durante a idade média. O seu sentido mágico alquímico e cabalístico e o seu aspecto flamejante foram imaginados ou copiados por Cornélio Agrippa de Nettesheim (1486-1533), jurista, médico e teólogo, professor em diversas cidades europeias. 

A magia, dizia ele, permite a comunicação com o superior para dominar o plano inferior. Para conquistá-la seria necessário morrer para o mundo (iniciação). Símbolo e distintivo dos Pitagóricos, A Estrela de Cinco Pontas ou Estrela Hominal é também denominada com impropriedade etimológica, Pentáculo (cinco cavidades), Penta Grama (cinco letras ou sinais gráficos, cinco princípios) ou Pentalfa. Importa saber que os pitagóricos a usam para representar a sabedoria (sophia) e o conhecimento (gnose) e provavelmente empregavam no interior do pentáculo a letra gama, de gnosis. 

A Estrela Flamejante era símbolo desconhecido pelos pedreiros livres medievais. Seu aparecimento na Maçonaria, a partir de 1737, não encontrou guarida em todos os Ritos, pois o certo é que os construtores medievais conheciam a figura estelar apenas como desenho geométrico e não com interpretações ocultas que se introduziram na Maçonaria especulativa. 

A Estrela Flamejante corresponde ao Pentagramaton ou Tríplice Triângulo cruzado dos pitagóricos. Distingue-se do Delta ou Triângulo do Oriente, embora, entre os antigos egípcios representasse também Horus que em lugar do pai, Osíris passou a governar as estações do ano e o movimento. 

O verdadeiro sentido da Estrela Flamejante é Homonial, eis que o símbolo designa o homem espiritual, o indivíduo dotado de alma, ou de fator de movimento e trabalho. Ou seja, o indivíduo como espírito ou fagulha interna que lhe concedeu o G.·.A.·.D.·.U.·. . A ponta superior da Estrela é a cabeça humana, a mente. As demais pontas são os braços e as pernas.

Na Maçonaria essa ideia serve para lembrar ao Maçom que o homem deve criar e trabalhar, isto é, inventar, planejar, executar e realizar, com sabedoria e conhecimento. 

Pode ocorrer que o ser humano falhe nos seus desígnios. O Maçom também pode falhar como ser humano, mas seu dever é imitar, dentro de seus ínfimos poderes o G.·. A.·. D.·. U.·., o ser dos seres. Aí está O principal segredo do Grau de C.’.M.’..

Outra interpretação é a que se refere a 3+2=5, soma em que três é a divindade cuja fagulha é encarnada e dois é o material, o ser que se reproduz por dois sexos opostos e não consegue perpetuar-se de outro modo. 

As cinco pontas da Estrela ainda lembram os cinco sentidos que estabelecem a comunicação da alma com o mundo material. Tato, audição, visão, olfato e paladar, dos quais para os Maçons três servem a comunicação fraternal, pois é pelo tato que se conhecem os toques, pela audição se percebem as palavras, e pela visão se notam os sinais. Mas não se pode esquecer o paladar, pelo qual se conhecem as bebidas amargas e doces, bem como o sal, o pão e o vinho. Finalmente, pelo olfato se percebem as fragrâncias das flores e os aromas do altar de perfumes. 

A letra "G", no interior, com o significado de gnose ou conhecimento lembra a quinta essência, quanto ao transcendental. 

Quanto ao Homonial, lembra ao Maçom o dever de conhecer-se a si mesmo. No Grau de Companheiro recomenda-se ao Maçom o dever de analisar as próprias faculdades e bem empregados poderes pessoais em benefício da humanidade. 

POSIÇÃO DA ESTRELA FLAMEJANTE NO TEMPLO

Os Rituais do mundo e os diversos Ritos Maçônicos não se entendem também quanto à colocação da Estrela Flamejante no alto do recinto do Templo. Uns a colocam no oriente a frente do trono, outros a configuram no interior do D.·., o que parece mais sugestivo, principalmente quando o Obreiro na elevação de Grau é chamado a contemplar o Triângulo Radiante.

Outros, entendendo que ela é de brilho intermediário, isto é, de luminosidade simbolicamente situada entre a luz ativa do sol e a luz próxima ou reflexa da lua, mandam situá-la no meio do teto do Templo, dependurada, ou pelo menos no meio-dia, onde à maneira inglesa está o 2º Vigilante. Outros a consideram uma Estrela do Ocidente. 

Lojas do Rito Moderno as têm colocado no ocidente ao lado do 2° Vig.·. (norte). Entende-se que a melhor forma é se colocar a Estrela Homonial no meio do teto do Templo, ou de maneira que o Iniciado possa contemplar o Símbolo quando é chamado a fazê-lo. 

SIGNIFICADOS MAÇÔNICOS DA LETRA G NO INTERIOR DO PENTAGRAMA

Ficou demonstrado que a melhor significação do G central do pentagrama é gnose=conhecimento. O caráter Homonial da Estrela Flamejante é indiscutível, a luz das fontes pitagóricas e das referências gregas e romanas. Ninguém negaria ao Símbolo o seu sentido mágico, eis que Pitágoras se dedicava à magia. No pentagrama a letra G quer dizer principalmente gnose, porém para satisfazer gregos e troianos tem que se acrescentar os significados, GERAÇÃO, GÊNIO, GEOMETRIA e GRAVITAÇÃO e também GLÓRIA PARA DEUS, GRANDEZA PARA O VENERÁVEL DA LOJA, ou para A LOJA, e tem sido registrado em muitos Rituais Maçônicos na tentativa de se encontrar ligação entre estes hipotéticos significados da letra "G". Diz-se que GERAÇÃO estaria ligada ao princípio (gênesis da Bíblia) ou a Arquem, dos gregos. 

Gênio seria o correspondente a "DJINN" dos árabes e a "GINES" dos persas, que no ocultismo tange aos chamados "ELEMENTAIS" ou "SEMI-INTELIGENTES ESPÍRITOS DA NATUREZA" e em outras interpretações quer dizer o espírito criador ou inventor, ou a chama realizadora. GEOMETRIA, ciência da medida das extensões, que lembra as regras do grande geômetra para realizar a Arquitetura do Universo. Na sabedoria ela provocou os diálogos sobre ORDEM, EQUILÍBRIO e HARMONIA. 

A GRAVITAÇAO lembra Newton e sua lei: A matéria atrai a matéria na razão direta das massas e na razão inversa do quadrado das distâncias. ARQUEU, O PRINCÍPIO, O FOGO REALIZADOR A palavra Arqueu, que deriva do grego que queria dizer, princípio, principal, primeiro, príncipe, reino, domínio. 

Para os gregos, a palavra tinha o sentido de poder formador da natureza. Seria a essência vital que exprime as propriedades e as características das coisas. Por comparação, corresponderia ao sopro divino que deu vida a Adão na Bíblia. Ensinam certas instruções maçônicas o motivo simbólico das chamas que envolvem a Estrela Pentacular, relembrando Arqueu, o Fogo Realizador, ou ensinando que a letra G significa o gênio ou a BUSCA SAGRADA que anima o C.·. M.·. à realização. 

Tem-se afirmado que a Estrela Flamejante traduz a luz interna do C.·. M:. ou que representa o próprio homem Maçom dotado da luz divina que lhe foi transmitida. A estrela de cinco pontas é então a força que impulsiona o companheiro em direção das suas metas e da sentido às suas realizações, o número cinco a qual a estrela faz alusão se funde na alma do companheiro que uma vez elevado a um patamar mais alto pode vislumbrar as luzes desta estrela e pode-se então guiar por esta luz pra que a sua caminhada que já é longe das trevas do mundo profano possa se refinar e dar sentido a sua obra interior, absorvendo a luz desta estrela que representa o corpo humano e utilizando a quintessencia o companheiro desperta para as luzes do saber e da compreensão da humanidade e do sentido oculto do saber e do realizar.

novembro 09, 2023

PALESTRA NA ARLS CAVALEIROS DA LUZ - CAMPO GRANDE



O Venerável Mestre da ARLS Cavaleiros da Luz n. 4505 do GOB MS é o irmão Antônio de Oliveira Panhoti, engenheiro naval, 
que conheço há muitos anos, uma vez que reside na casa vizinha a de minha filha em Campo Grande.

Eu o conheci ainda companheiro e quando assumiu o veneralato de sua Loja prometi uma visita. Foi ontem.

Conheci o novo e belo templo do Rito Brasileiro, na imensa sede do Grande Oriente do Brasil em MS e proferi a palestra "O Caminho da felicidade" que, como sempre, provoca reações emocionadas.

A sessão foi muito bem conduzida pelo irmão Panhoti e ao final um belo agape fechou com chave de ouro os trabalhos.

A SABEDORIA DO MESTRE SAMURAI



Há muito tempo, numa antiga aldeia, próxima à Tokyo, viveu um velho samurai, conhecido por sua honra e sabedoria. Apesar de sua idade avançada, ainda era capaz de derrotar qualquer adversário. Contudo, em seus últimos anos, optara, por se dedicar a ensinar a arte zen budista aos mais jovens. O sábio mestre descobrira em sua longa experiência, que era mais vantajoso satisfazer o seu coração do que seu ego; pois, a ávida caça ao tesouro leva, no fim das contas, a nada mais do que um baú vazio ao longo do caminho da vida.

Até que certo dia, um jovem guerreiro, na ânsia de provar sua superioridade marcial, desafiou o ancião para uma disputa de "katanas" (espadas), levando o velho mestre a dadivar seus discípulos com um valoroso ensinamento.

Certa tarde, porém, enquanto se dedicava a ensinar seus jovens discípulos, um guerreiro conhecido por sua imprudência e orgulho, apareceu diante do velho samurai e do alto de sua gueta (tradicional tamanco japonês) e soberba, desafiou o ancião:

- Quero enfrentá-lo, velho, para aumentar ainda mais minha fama de lutador invencível.

O velho guerreiro calmamente aceitou o desafio e tão logo começou a luta, o arrogante jovem começou com as provocações:

-Velho inútil! Agora entendo o porquê se reduziu a ensinar a arte zen. Não passa de um pobre diabo que não consegue mais lutar nem com um louva-a-deus. Atiçava-o insolente o jovem, escarnecendo do adversário, ao mesmo tempo em que ia perdendo a luta.

O ancião, sem responder aos desaforos, continuou tranquilamente enfrentando o grosseiro adversário com seus golpes de mestre.

-Você está acabado velhote! Persistia o petulante guerreiro no seu monólogo, sem nunca tirar o sorriso zombeteiro pregado na cara. Mas ao ver que o velho persistia a luta impassível, de ouvidos moucos, o próprio jovem começou a se irritar verdadeiramente, como se os insultos fossem dirigidos a si mesmo.

Fora de si, chutou algumas pedras em direção ao adversário, cuspiu no chão com desprezo e se pôs a praguejar como um "oni" (demônio). Mas nada surtia efeito, o velho samurai continuava impenetrável.

Assim que a luta terminou, o arrogante jovem guerreiro, exausto da luta em que usara mais a língua do que a katana, mirou nos olhos do velho samurai lhe cuspindo no rosto com desprezo. Embainhou, finalmente, sua espada, e se retirou bufando.

Mal o samurai ancião deu as costas para o adversário e os discípulos que haviam assistido a tudo indignados, se voltaram ao mestre e um deles perguntou, com um tom de censura na voz:

Por que suportou tais desfeitas e insultos sem revidar, mestre?

- Quando alguém pretende entregar um presente que não é aceito, com quem fica o presente? Indagou o mestre.

-Com o próprio entregador. Responderam os discípulos a uma só voz.

- Do mesmo modo ocorrem com o ressentimento, o despeito, os insultos e a inveja. Quando não são aceitos continuam pertencendo a quem os carrega consigo. A nossa tranquilidade e paz interior dependem, exclusivamente, de cada um de nós e ninguém pode usurpá-la sem o nosso consentimento.

Sem mais uma palavra, os discípulos inclinaram-se, em uma lenta e profunda reverência (ojigi), diante da verdadeira sabedoria de seu velho mestre e mentor.



novembro 08, 2023

PALESTRA EM CAMPO GRANDE EM SESSÃO CONJUNTA

Na foto debaixo, da esquerda para a direita, irmãos Heitor Rodrigues Freire, past GM da GLEMS, Adalberto Alves de Souza Neto, past VM da Loja 8 de agosto 61, Marcelo Pippus, VM da Loja 8 de agosto, Igor Navarro, VM da Loja Guardiões da Ordem e eu.


Na noite ontem, 7/11, em sessão conjunta das Lojas 8 de agosto n. 61 sob o malhete do Ir Marcelo Andrade Pippus e a Guardiões da Ordem n. 70 tendo como VM o Ir Igor Navarro Rodrigues Claure, realizei a palestra "Maçonaria, de Isaac Newton à Internet" com suporte audiovisual.

A sessão ocorreu no belo e enorme Tempo Nobre da Grande Loja Maçônica do Mato Grosso do Sul e contou com a presença de mais de 50 irmãos e visitantes. O Ir. Gilson, meu anfitrião, havia me alertado de que a Loja era pequena e que não haveria muita gente. Para minha surpresa foi realizada no maior templo do Estado e com uma presença maciça de participantes, uma grande parte de jovens maçons egressos das fileiras da Ordem DeMolay.

Entre os presentes o past Grão Mestre da GLEMS, irmão Heitor Rodrigues Freire, amigo há mais de quatro décadas, que apresentou ao final, de improviso, uma belíssima peça de oratória, secundado pelo irmão orador, Wilson dos Anjos, que também mostrou poderosos dotes de oratória no encerramento.

Como sempre as Lojas se comprometeram à doação de alimentos e a noite foi fechada com delicioso agape.

O PARADOXO DE ABILENE



Quem já não participou de reuniões onde todos concordaram em levar adiante ações visivelmente erradas?

Esta situação é descrita como o paradoxo de Abilene, onde um grupo de pessoas concordam com algo, apesar de a maioria achar que não seria uma boa decisão.

Este paradoxo foi cunhado em 1974 por Jerry B. Harvey (especialista em gestão e professor na Universidade George Washington) após uma experiência com a sua família, onde todos concordaram em almoçar em Abilene, um lugar distante de onde estavam. 

Este almoço foi uma experiência frustrante para toda a família e onde tudo deu errado. 

Quando voltaram para casa, um a um confessou que desde o princípio achava que a ideia de almoçar em Abilene era terrível, mas acabou concordando porque todos estavam concordando em ir. 

Hoje em dia o paradoxo de Abilene é utilizado para descrever falhas no gerenciamento do consenso dentro de um grupo de pessoas.

Este paradoxo pode ter consequências terríveis. O desastre que ocorreu em 1986 com a espaçonave Challenger que matou 7 tripulantes é um triste exemplo.

Depois de diversos adiamentos e cancelamentos, a NASA estava desesperada para fazer este lançamento. Como resultado, um grupo de gerentes de forma coletiva resolveu ignorar os avisos dos engenheiros sobre os riscos de fazer este lançamento em uma temperatura muito baixa. O resultado desta decisão foi vista ao vivo, onde a espaçonave se partiu em vários pedaços, 73 segundos após o lançamento.

O ser humano tem a necessidade de pertencer a um grupo e isto pode nos persuadir a concordar com o consenso geral, levando a decisões de grupo extremamente pobres e ruins.

Ter uma opinião divergente da maioria é difícil, exige coragem e esforço para expô-la. Em contrapartida, é bem mais fácil concordar com o grupo e. caso algo dê errado, a culpa poderá ser dividida entre todos.

Mas como evitar que sejamos vítimas das consequências deste paradoxo? 

Promovendo uma cultura em que as pessoas se sintam confortáveis em expressar preocupações e opiniões diferentes das dos outros, em um ambiente psicologicamente seguro, onde seja possível ter discussões honestas.

Como disse Einstein, "uma reunião onde todos os presentes estão absolutamente de acordo, é uma reunião perdida".

Sugestão de filme: 12 homens e uma sentença (versão com Henry Fonda). Uma obra prima de 1957, em preto e branco, que possui como tema o julgamento de um assassinato cometido por um adolescente, onde os membros do júri devem chegar a um consenso sobre qual será o veredito.

novembro 07, 2023

PALESTRA NA ARLS ATHAMARIL SALDANHA - CAMPO GRANDE


 Na noite de ontem, dia 6/11, a convite do irmão Marcio Ghetti, past GM do GOB em MS, coube-me a honra de fazer a palestra "O Caminho da Felicidade" na ARLS Athamaril Saldanha 3119 do GOB, em Campo Grande, MS.

Loja lotada de autoridades maçônicas: Presença dos irmãos Antonio Independente de Oliveira – Presidente da Poderosa Assembleia Estadual Legislativa – PAEL, Gilson Rodolfo Martins – Secretário Estadual de Educação e Cultura do GOB/MS, Edson Roberto Gomes – Secretário Estadual d Orientação Ritualística do GOB/MS para o REAA, Francisco da Silva Bandeira – Juiz do Tribunal Estadual Eleitoral do GOB/MS, Murilo Godoy – Venerável Mestre da Loja Athamaril Saldanha, nº 3119 – GOB/MS, vários Mestres Instalados, Mestres, Companheiros e Aprendizes.

A sessão, muito bem conduzida pelo VM Murilo Godoy, terminou por volta das 23h00 tal foi o interesse dos irmãos nos comentários, e ao final, um soberbo agape.

Como sempre, as palestras são remuneradas com a doação de alimentos para uma entidade local. Ontem foram 62 kg de alimentos e mais 350,00 destinados a aquisição de mais produtos. Uma benção.

A MAÇONARIA EM ISRAEL - Sheila Sacks

 


A MAÇONARIA EM ISRAEL - Onde judeus, árabes e cristãos são irmãos

Vivendo em Israel há cinquenta anos, Leon Zeldis, Cônsul Honorário do Chile em Tel Aviv, já ocupou o mais alto cargo da Maçonaria israelense. Ele assinala que não existe impedimento entre o Judaísmo e a Maçonaria. E mais: rabinos e hazanim (oficiantes cantores das sinagogas) pertencem a Ordem, e na cidade de Eilat, no extremo sul do país, na fronteira com o Egito, uma loja maçônica chegou a funcionar em uma sala da Yeshivah (escola religiosa para formação de rabinos). "A Maçonaria Israelense é um exemplo de convivência e tolerância", destaca Zeldis. "O que procuramos mostrar é que é possível conviver, judeus, árabes e cristãos, como irmãos."

Por um mundo melhor.

Existem várias maneiras de ajudar ao próximo. Ser maçom é uma delas. Para Leon Zeldis Mandel, 80 anos, título de "Grão-Mestre, Soberano Grande Comendador, Grau 33", a Maçonaria não melhora o mundo, mas os maçons, sim. Nascido na Argentina, Zeldis viveu no Chile, formou-se engenheiro têxtil nos Estados Unidos e fundou, em 1970, a primeira loja maçônica de Israel de língua espanhola. Escritor, poeta e conferencista, é autor de 15 livros e de mais de 150 artigos e ensaios publicados em diversos idiomas. Seus livros, "As Pedreiras de Salomão", "Estudos Maçônicos" e "Antigas Letras" foram traduzidos para o português. Também é membro honorário da Academia Maçônica de Letras de Pernambuco.

Residindo em Israel desde 1960, Zeldis foi presidente do Supremo Conselho do Rito Escocês Antigo de Israel. Suas atividades como conferencista e profundo conhecedor da história da Maçonaria o levaram às principais cidades da Europa e do continente americano. No Brasil participou do Congresso Internacional de História e Geografia Maçônica, realizada em Goiana (1995). Foi distinguido como membro honorário dos Supremos Conselhos da Turquia, Itália, França e Argentina.

Com dois mil membros, a Maçonaria em Israel foi oficializada em 1953, mas desde o século XIX os maçons estão na Terra Santa. Em 1873  foi instalada a primeira loja regular em Jerusalém. Depois, em 1890, outra loja foi constituída em Jaffa. Atualmente, setenta lojas funcionam em Israel, desde Naharía, ao norte, até Eilat, com um número apreciável de irmãos árabes (cristãos e muçulmanos), funcionando em seis idiomas, além do hebraico e do árabe.

Em 2007 mantive contato com Zeldis que falou um pouco mais sobre a Maçonaria e os judeus.

- A Maçonaria existe desde os tempos de Moisés ou é ainda mais antiga?

As lendas maçônicas estão baseadas na época da construção do Templo de Jerusalém pelo rei Salomão e depois na sua reconstrução pelos judeus que regressaram do exílio da Babilônia. Mas, para a Maçonaria, tudo isso não passa de histórias mitológicas. O certo é que existiram na Europa associações de construtores medievais (maçons operativos) e somente no século XVII começaram a ingressar nas lojas pessoas que não eram trabalhadores de construção. Finalmente, no início do século XVIII as lojas já eram totalmente simbólicas (maçons especulativos). Depois da fundação da primeira Grande Loja de Londres, em 24 de junho de 1717, a Maçonaria Simbólica e Especulativa se propagou rapidamente pela Europa e por todos os países onde existia a liberdade de consciência.

- Quais sãos as principais atividades sociais e humanitárias das lojas?

A Grande Loja realiza diversas obras de beneficência, mas, além disso, cada loja se preocupa em fazer trabalhos que sejam bons para a comunidade. Minha loja, "La Fraternidad62", de Tel Aviv (que trabalha em espanhol), nos últimos anos tem enviado material médico a hospitais, bicicletas a meninos etíopes e também fez uma importante doação para uma instituição que cuida de crianças com problemas familiares. A Ordem também financia bolsas de estudos para estudantes pobres e presta ajuda a instituições de assistência aos cegos, entre outras ações.

- Como a sociedade israelense vê a Maçonaria?

Em geral, a Maçonaria é pouco conhecida em Israel, porque as nossas atividades beneficentes são feitas com discrição, sem publicidade. Todavia, personalidades importantes da sociedade israelense são ou foram, no passado, maçons, incluindo aí juízes, médicos, prefeitos e outros. O fundador da escola agrícola Mikveh Israel (a primeira escola agrícola judaica moderna implantada na terra de Israel, em 1870), Carl Netter, era maçom, assim como também foram o prefeito de Haifa, Shabetay Levy ( trabalhou para o Barão de Rothschild e foi prefeito de Haifa entre os anos de 1940 a 1951) e Itamar Ben Avi (jornalista e escritor, ajudou a concluir o Dicionário da Língua Hebraica). Todos são nomes de ruas em Israel.

- É possível ser maçom e praticar o judaísmo convencional?

Não existe nenhum impedimento entre o Judaísmo e a Maçonaria. Nós temos na Ordem rabinos e hazanim, e o ex-Grão Rabino do país, Israel Lau (sobrevivente do campo de concentração de Buchenwald), apesar de não ser maçom, assiste as nossas festividades e realiza conferências em nossas lojas. Em Eilat, durante algum tempo, a loja funcionou em uma sala da Yeshivah local. O rabino também era maçom. Na história recente, os Rabinos Chefes da Inglaterra e da África do Sul eram ambos maçons.

- Qual é a visão dos judeus maçons acerca da situação política do Oriente Médio?

A Maçonaria israelense - seguindo a tradição das lojas da Inglaterra e da Escócia - não tem nenhuma interferência na política. O que procuramos demonstrar é que é possível conviver em paz, árabes e judeus, tratando-se com afeto, como irmãos.

- Qual é a importância da cidade de Jerusalém na Maçonaria?

A cidade de Jerusalém e seu Templo têm um papel central nas tradições maçônicas. Nas escavações realizadas nas bases do muro ocidental, o arqueólogo Warren descobriu uma sala que se acreditava ser um templo maçônico. Outros arqueólogos têm contestado esta suposição, porém o fato é que no centro da sala existe uma coluna de mármore branca que não chega ao teto, ou seja, não tem nenhum propósito estrutural. Quando Warren explorou este recinto, havia duas colunas, como nos templos maçônicos (o inglês Charles Warren conduziu importantes escavações em Jerusalém, entre 1867 a 1870.

- Qual é a relação entre a Maçonaria e os Essênios que habitavam as cercanias do Mar Morto, 150 anos antes da Era Comum?

Existem certos aspectos dos Essênios, como o processo de ingresso e a ordem nas reuniões, que guardam algumas semelhanças com a Maçonaria, mas não existe nenhuma relação direta.

- Qual foi a contribuição do Judaísmo à Maçonaria?

Quase todas as palavras de acesso e chaves secretas da Maçonaria são palavras hebraicas. Além disso, a relação com o Templo de Jerusalém é fundamental na Maçonaria. No entanto, é preciso dizer claramente que a Maçonaria não é uma religião e não está ligada ao Judaísmo, a não ser por tradições que eu já mencionei e o uso de palavras hebraicas.

- Como a Maçonaria avalia as campanhas transnacionais anti-Israel por parte da mídia e ONGs de todos os tipos?

A ignorância e o preconceito são difíceis de combater quando são financiados por inimigos do progresso e da democracia. O exemplo mais contundente de ignorância e fanatismo cego é o constante  uso do "Protocolos dos Sábios de Sião" para atacar tanto o Judaísmo como a Maçonaria, apesar de que faz mais de um século que se demonstrou de forma indiscutível de que se trata de uma fantasia antissemita, baseada  em um livro de um escritor francês (Joly) e de um novelista alemão (Goedsche), escrita por um agente da Okrana (polícia secreta do Czar), em Paris. Não importa quantas vezes se tem demonstrado a falsidade do livro, mesmo assim ele vem sendo publicado nos países árabes e em outras partes do mundo. Não há outro remédio do que seguir contestando as mentiras - com a esperança de que a verdade finalmente triunfe – e educando as novas gerações nos princípios de liberdade, igualdade e fraternidade.

Desafios do Século XXI

Em seu livro "Antigas Letras", Zeldis defende alguns aspectos que devem mobilizar a atenção da Maçonaria no século XXI, no tocante a sua importante função na sociedade contemporânea. A ênfase na educação (laica e maçônica) é vital, segundo Zeldis, para melhorar a sociedade e o indivíduo. "A importância da educação está precisamente em adquirir a capacidade de julgar, categorizar, classificar e avaliar a qualidade da informação recebida, não somente pelo seu conteúdo textual, mas também do ponto de vista ético e teleológico." A simples transferência de informações pode se constituir, na maioria das vezes, em um armazenamento de conhecimentos que oprime e sobrecarrega o ser humano, impedindo-o de analisar e refletir sobre o essencial, escreve Zeldis. E cita o filósofo alemão Friedrich Krause (1781-1832), para quem a educação é algo que a grande parte das pessoas recebe, muitos transmitem, mas muito poucos têm. "O que equivale a dizer que muitíssimas pessoas sabem ler, porém são incapazes de reconhecer o que vale a pena ler", conclui o autor.

*Maçons Ilustres*

Elaborada pela loja São Paulo 43 - fundada em 1945 e que  desenvolve importantes projetos na área social - a listagem relacionando os maçons ilustres de vários países inclui o nosso entrevistado, o portenho Leon Zeldis, nesse grupo seleto de pessoas que "fizeram da virtude a sua principal causa na vida." Ao lado de José de San Martin, libertador da Argentina, Chile e Peru. Entre os brasileiros, destacam-se os maçons Rui Barbosa, D.Pedro I, Padre Diogo Antônio Feijó, Deodoro da Fonseca, Luiz Alves de Lima e Silva (Duque de Caxias), José Maria da Silva Paranhos (Visconde do Rio Branco), Carlos Gomes, Epitácio Pessoa, José do Patrocínio, Benjamim Constant, Casimiro de Abreu, Joaquim Rabelo e Caneca (Frei Caneca), Oswaldo Aranha, Nelson Carneiro e Evaristo de Morais. Em relação aos maçons de Israel, dois nomes são listados: Menachem Begin e Itzhak Rabin, ambos primeiros-ministros e ganhadores do Prêmio Nobel da Paz (1978 e 1994). O rei Talal Hussein, da Jordânia, e Abd El-Kader, fundador do estado da Argélia, são os maçons ilustres dos países árabes.

*Maçons no Museu do Holocausto*

O Museu do Holocausto, em Washington (United States Holocaust Memorial Museum), inaugurado em 1993 com a finalidade de preservar a memória do mais trágico momento vivido pela humanidade no  século XX, coloca à disposição dos visitantes documentos e fotos que contam a história da Maçonaria sob o regime nazista da Alemanha.

A perseguição teve início em 1933, quando o governo alemão emitiu decreto visando a dissolução voluntária das "lojas". Um ano depois, aquelas que ainda não tinham sido fechadas, foram forçadas pela Gestapo (polícia secreta do partido nazista) a encerrar as suas atividades. Ainda em 1934, outro decreto definia a Maçonaria como "hostil ao Estado" e ilegal.

Apertando o cerco, o serviço de segurança das SS (polícia nazista), comandado por Reinhard Heydrich, criou um setor especial – a Seção 2/111 - voltado para a aniquilação da Maçonaria e de seus membros. Uma campanha difamatória ligando os maçons a teorias conspiratórias se estendeu por todos os países da Europa sob o domínio da Alemanha Nazista. Em 1940, a França ocupada declarou os maçons inimigos do Estado, pondo a polícia para vigiá-los e prendê-los, e emitindo cartões de identificação semelhantes à estrela amarela dos judeus.

É difícil saber o número exato de maçons mortos em campos de concentração, porque muitos foram arrolados como opositores ao governo ou associados aos focos de resistência ao nazismo nos países invadidos. Atualmente, calcula-se que existem 6 milhões de maçons em 164 países (58% nos Estados Unidos), sendo que o Brasil congrega, aproximadamente, 150 mil distribuídos em 4.700 "lojas" de um total de 9 mil instaladas em toda a América do Sul.

Nota de Antonio Rocha Fadista: eu estou traduzindo o livro de Leon Zeldis  - Land of Four Seas – Trata-se de um romance que se passa junto aos mares Morto, Vermelho, Mediterrâneo e o Mar da Galiléia.

novembro 06, 2023

MAÇONARIA & INTERNET - Kennyo Ismail




Existe uma turma mais conservadora na Maçonaria que acredita ser a Internet a decadência da Maçonaria.

Para esses, a Internet vem promovendo uma “banalização” da tradição e ensinamentos maçônicos ao tornar acessível todo tipo de material literário maçônico que se possa imaginar.

O engraçado é que, enquanto a Internet é algo relativamente jovem, tendo mal alcançado sua maioridade, faz pelo menos três séculos que a Maçonaria tem enfrentado ataques, através principalmente de livros e bulas papais.

A Internet é apenas um meio de comunicação.

Não é a Internet que causa algum mal à Maçonaria, senão a ignorância, a intolerância e o fanatismo dos homens.

Faça um exercício simples: vá até um parente ou amigo que não seja maçom e pergunte se ele já visitou algum site ou blog de maçonaria.

Provavelmente você escutará um não, por não ser um assunto de interesse dele.

Na Internet, assim como em qualquer outro meio, a literatura não cai no seu colo, você tem que procurar.

E só procura por um tema aquele que se interessa por ele.

Aqueles que leem sobre Maçonaria na Internet são, quase que em totalidade, maçons.

Os curiosos são pouquíssimos, e para esses há também uma infinidade de livros nas livrarias e bibliotecas de todo o país.

A culpa definitivamente não é da Internet.

Faça um outro exercício: pesquise os sites antimaçônicos na Internet.

Esses sites argumentam de forma intolerante contra a maçonaria e realizam interpretações literais distorcidas e equivocadas de frases isoladas de obras maçônicas.

Verifique se as fontes maçônicas usadas por esses movimentos fanáticos são sites da Internet ou se são livros.

Você irá descobrir que utilizam uma densa bibliografia maçônica de autores consagrados como Pike, Mackey e Oliver.

Mas nenhum site ou blog maçônico.

Mesmo assim, o preconceito dos mais conservadores para com a Maçonaria na Internet e os Irmãos que a promovem ainda é forte.

E por conta disso, pode-se ver um grande contraste de conceitos dentro da instituição: Por um lado, você tem os maçons escritores de livros, cujos livros estão disponibilizados nas livrarias de qualquer Shopping do país, acessíveis a qualquer um disposto a pagar.

Esses são considerados pelos conservadores como os intelectuais de maçonaria, imortalizados pelas páginas impressas.

Por outro, você tem os maçons blogueiros, cujos blogs proporcionam literatura maçônica diária, gratuita e de qualidade aos irmãos.

Esses últimos são considerados pelos conservadores muitas vezes como os traidores da Ordem.

Mas a verdade é que tanto o autor de livros como o blogueiro fazem a mesma coisa: escrevem.

Ambos são escritores, apenas publicando em formatos diferentes.

Não se deve julgá-los pelo meio de publicação e sim pelo conteúdo que produzem.

Há ainda outros pontos a serem considerados: No caso dos livros maçônicos publicados, seus preços são relativamente altos, visto a leitura ser específica, não havendo economia de escala; há a necessidade do Irmão se deslocar até uma grande livraria ou comprar pela internet, o que gera um custo de frete e demanda tempo; são poucas as editoras que publicam o gênero, o que faz com que as obras demorem muito a serem publicadas.

Em contrapartida, as editoras servem como “filtro”, em que grandes aberrações não costumam ser publicadas, além dos livros serem mais densos, proporcionando conteúdo mais completo sobre o tema abordado.

Já no caso dos blogs maçônicos, o prazo entre a produção e a publicação é praticamente inexistente, assim como o prazo para acesso ao conteúdo; os escritores não são reféns da boa vontade de editoras; o conteúdo é gratuito e a publicação e distribuição não ficam restritas geograficamente.

Em contrapartida, não existe um “filtro de qualidade”, o qual deve ser feito pelo próprio leitor, e o conteúdo é, necessariamente, resumido.

Enfim, cada meio possui os seus prós e contras.

O sociólogo canadense McLuhan estava certo em sua afirmação de que “o meio é a mensagem”, pois o meio impacta diretamente no formato e modo de transmissão da mensagem, e consequentemente sua absorção.

Mas até McLuhan manteve o conteúdo isento de tal conceito.

O que o maçom de hoje precisa ter em mente é que esse é o mundo em que vivemos.

Blogueiros são convidados para cobrirem grandes eventos, entrevistam presidentes da república e dão entrevistas para rádios, revistas e programas de TV.

Um curioso não descobrirá mais ou menos sobre maçonaria com um blog do que visitando uma livraria ou biblioteca pública.

Seja livro, blog, revista, site ou jornal, todos são escritores, e quase nunca se restringem a um único meio.

Por isso, valorize o escritor maçônico.

Valorize aqueles Irmãos que se preocupam em compartilhar conhecimento com os demais.

O meio pouco importa, desde que o conteúdo chegue aos Irmãos, faça-os refletir e colabore em seus desenvolvimentos.


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novembro 05, 2023

3o ANO DA 2a. LOJA VIRTUAL "LUZ E CONHECIMENTO, 103" - Edio Coan

 


Relembrando o passado da Maçonaria,
Em 1717 houve uma grande transformação,
Passando de Operativa a Especulativa
Trazendo muita inovação.

No começo alguns problemas,
Havendo uma significativa divisão,
De um lado os Modernos do outro os Antigos,
Numa desconfortável separação.

O tempo foi passando,
Precisavam integrar esta Confraria,
Os Antigos e Modernos se uniram,
Formando a Grande Loja Unida da nova  Maçonaria.

Em 2020 surgiu uma pandemia,
Obrigando todos ficar em isolamento,
Reunindo-se os maçons de forma virtual,
Foi a opção para o momento.

Surgiu então um grande impasse,
Não poderia ter maçonaria virtual,
Que cumprisse todas as ritualísticas,
Conforme consta no Ritual.

Voltaria três séculos depois,
A surgir uma nova indisposição,
Dos que não admitem maçonaria virtual,
Preferindo manter a tradição.

Porém, a Grande Loja de Rondônia saiu na frente,
E de forma oficial e criativa,
Fundou uma Loja Virtual,
Para palestras alternativas.

A ideia deu tão certo,
Com muita aceitação,
Que a Grande Loja do Pará,
Adotou essa inovação.

Fundou em 05/11/2020 a segunda Loja Virtual,
Nos mesmos moldes da primeira,
Já fazendo parte da história,
Da Maçonaria Brasileira.

Trata-se da ARLSV "Luz e Conhecimento 103",
E a sua instalação foi marcada,
Para 28 de novembro de 2020,
Como data histórica, ficará registrada.

Parabéns a você que fez parte deste momento,
Da nova Maçonaria Universal,
Através de um link enviado,
Participando deste cerimonial.

A importância do Ser:. Grão-Mestre Ir:. Edilson,
Mais dois Irmãos, também se destacaram,
Ednilson Ferreira e José Soares, que na Loja Virtual,
Como VM e 1o. Vigilante, participaram.