maio 24, 2024

PALESTRA NA ARLS 20 DE SETEMBRO N. 4346 - BRASÍLIA



 

Em movimentada sessão realizada na noite de ontem, 23 de maio, para a ARLS 20 de setembro n. 4346 no belo templo da Loja Primaz de Brasília, a ARLS Estrela de Brasília, tive a oportunidade de realizar a palestra "As regras da Cabalá para ser feliz, interpretadas e aplicadas em português".

Sob a direção do simpático Venerável Mestre, irmão Fernando Pereira Viana, foram homenageadas as mães, cujo dia transcorreu neste mês de maio. Inclusive estavam presentes a mãe do VM e também a minha sogra, mãe da Alice, que aparece em primeiro plano na foto, de blusa rosa.

A Loja estava lotada de irmãos e visitantes e como sempre todos ficaram emocionados com as histórias da palestra que foi aplaudida em pé.

Ao final um delicioso jantar foi oferecido a todos os convidados. Agradeço ao VM e aos irmãos da Loja pelo convite e pela gentil recepção.

Na foto acima apareço recebendo o diploma do Venerável Mestre Fernando Viana e ao lado o irmão Renaldo Macedo, que nos conduziu de Taguatinga até Brasília e se lembrava de minha palestra de há 21 anos e de outras, que realizei em diversas Lojas da Capital Federal.

ALEISTER CROWLEY


Edward Alexander Crowley, ou melhor, Aleister Crowley, nascido em Lemington, Inglaterra, em 12 de outubro de 1875, falecido em Netherwood, Hastings, em 1 de dezembro de 1947, se não foi um dos maiores ocultistas do Século XX, foi pelo menos um dos mais controvertidos.

 Família puritana, foi criado na seita dos Irmãos de Plymouth. Desde cedo combateu o cristianismo, e em 1898 iniciou-se na Golden Dawn (Ordem Hermética da Aurora Dourada) que teria uma grande influência na sua vida e na sua obra, assim como na de seu secretário e discípulo Israel Regardie.

Com a morte da mãe, Crowley recebe como herança 40.000 Libras. Dinheiro que financiaria as aventuras de sua vida e quando o dinheiro se extinguiu, Crowley utilizou o dinheiro de diversos benfeitores, entre amigos, discípulos e amantes, que sustentariam seu luxo e suas excentricidades.

A Golden Dawn foi, em muitos aspectos, principal (e talvez o único) ramo do Rosacrucianismo nos últimos 15 anos do Século XIX. Foi fundada por quatro membros da S.R.I.A. (Societas Rosicruciana in Anglia) - S.L.Mac Gregor Mathers, W.W.Westcott, Woodman e Woodford, segundo manuscritos vindos da Alemanha, fornecidos por uma tal Ana Sprengel. Desenvolveu-se em seu seio estudos aprofundados de Tarot e de Qabalah, assim como de Magia.

A espinha dorsal da Golden Dawn era formada pelos ensinamentos mágicos herdados da Idade Média, Eliphas Levi, Francis Barret e John Dee, entre outros, além da mente brilhante de Mac Gregor Mathers que montou e organizou todos os rituais e graus da Ordem, chefiando-a inicialmente com os outros 3, e mais tarde sozinho, até a dissolução da Ordem em 1900.

Mesmo após sua saída da Golden Dawn, Crowley continuou divulgar os conhecimentos que lá aprendera, seja na Astrum Argentum, ou na O.T.O., ou mesmo nos volumes do Equinox.

Ao entrar na Golden Dawn, Crowley foi apadrinhado e instruído por Alan Bennet (Frater Iehi Aour). Assumiu o nome de Frater Perdurabo (Perdurável) e tornou-se amigo íntimo de Mac Gregor Mathers, a tal ponto que trocou seu nome pelo de Aleister Mac Gregor, querendo com isso indicar um possível laço familiar. Junto com Mathers combateu a W.Yeats, que pretendia (e mais tarde conseguiu) dividir o comando da Golden Dawn e assumir o Templo de Ísis Urânia, o principal de Londres.

A habilidade de Crowley para a magia e o ocultismo eram tais que em 1 ano, ele já dominara todos os chamados Graus Externos da Golden Dawn, causando inveja de outros membros, que recusavam-se a lhe aceitar nos Graus Internos da Ordem. O artifício de mudar o nome para Aleister Mac Gregor foi também um meio de franquear-lhe as portas para esses graus.

Em 1905 porém Crowley e Mathers se separaram de um modo não muito amigável. 

Em 1904, enquanto viajava pelo Egito com sua esposa (Rose Kelly), que tinha o dom da vidência, passam 3 dias (8,9 e 10 de abril de 1904), ela ditando, e ele escrevendo, o seu evangelho, ditado pelo espírito de Aiwas (Segundo Crowley, ministro de Hoor-paar-Kraat ou Harpócrates pelos Gregos) conhecido pelo nome de "O Livro da Lei". Este livro anunciava o inicio de uma nova era, ou aeon, regida por Hórus, a divindade egípcia da cabeça de falcão.

Desde 1904, este Novo Aeon de Hórus tem gradualmente suplantado o aeon passado, de Osíris. A humanidade se desenvolve a medida que sua fórmula mágica evolui, e O Livro da Lei introduziu a nova fórmula e simbolismo que continuarão a estimular a evolução por milhares de anos. Esta nova fórmula permeia o simbolismo do Tarot de Thoth, assim como o do seu texto companheiro, O Livro de Thoth.

Ainda em 1905, Crowley fundou a A:. A:. (Astrum Argentum), Ordem ocultista que segue os moldes da Golden Dawn, embora sem o mesmo sucesso.

A primeira menção feita ao Livro foi apenas em 1927 e sua primeira publicação em 1938, e os detratores de Crowley se utilizam deste argumento para dizer que ele buscava dar a obra uma antiguidade que não era real. Porém, a introdução original do Livro da Lei é assinada por O.M. e leva o selo da Golden Dawn (Aurora Dourada) e a firma ali corresponde a de Mac Gregor Mathers e nesta época Crowley ainda mantinha relações afins com a Ordem.

Em 1912 foi convidado por Teodore Reuss, Grão Mestre da O.T.O. (Ordo Templi Orientis) desde 1905. A idéia inicial era que Crowley organizasse os Graus Superiores da Ordem e liderasse a Região da Irlanda, Iona e as Ilhas 

Britânicas. Crowley aceitou de bom grado, uma vez que a Astrum Argentum tinha poucos membros e a O.T.O. já possuía uma fama internacional, o que lhe permitiria atingir um número muito maior de pessoas com seu "evangelho da vontade e do amor". Permaneceu na O.T.O. até 1921, quando houve uma ruptura na O.T.O., causada pela influência do Tantra Yoga (ou Magia Sexual) no 9º Grau da Ordem, que agradava a uns e desagradava a outros.

Entre 1938 e 1943, Crowley uniu-se a Lady Frieda Harris para corrigir e atualizar o Tarot Medieval. O trabalho que inicialmente deveria durar 3 meses, acabou se estendendo por 5 anos.

A primeira edição do Tarot de Crowley foi feita por Carr Collins e a sua Fundação do Santo Graal, apenas em preto e branco. Em 1969 um editor de livros de ocultismo lançaria a primeira edição em cores, mas de péssima qualidade. Apenas em 1979 é que o Tarot foi publicado com o padrão de qualidade requerido para um trabalho desta natureza.

Crowley Faleceu em 1-12-1947, pobre e doente, enfraquecido por seus excessos com a bebida e drogas. 

Chamado pela imprensa de o Homem Mais Perverso do Mundo, deixou a todos os seus inimigos e admiradores uma obra de imenso valor, senão pelo conhecimento, talvez pelo esforço, de um homem que dedicou sua vida inteira ao estudo do oculto e da Magia. Crowley assumiu ao longo de sua vida, uma enorme quantidade de nomes e títulos que atribuía a si mesmo. 

Seguem abaixo alguns dos principais nomes por ele utilizados:

a.. Conde Vladimir Svareff

b.. Master Therion

c.. Príncipe Chioa Khan

d.. Baphomet

e.. Frater Perdurabo

f.. Aleister Crowley

g.. Aleister Mac Gregor

h.. Lorde Boleskini Algumas Frases de Crowley:

"Cada carta é, em determinado sentido, um ser vivo, e suas relações com as vizinhas são o que poderia-se chamar de diplomáticas. Ao estudante cabe a tarefa de incorporar estas pedras vivas a seu templo vivente." - O Livro de  Toth

"A Magia é a Arte ou a Ciência de causar mudanças com a Força de Vontade" - O Livro de Toth

" Há de se considerar a popularidade pueril do cinema, o rádio e os prognósticos esportivos; as competências da adivinhação e todas as invenções; úteis apenas para satisfazer aos caprichos de algumas crianças mal-criadas que carecem de vontade, de sentido e de propósito." - O Livro da Lei

"Invoca-me sob as estrelas! O Amor é a Lei, o Amor antes do querer. Que nem os tontos equivoquem o Amor, porque há amor e Amor, existem a pomba e a serpente. Escolha Bem!..." - O Livro da Lei

"A Lei é feita da tua vontade. A Lei é a do Amor, o amor sob tua vontade, não há mais a Lei; faça a tua Vontade" - O Livro da Lei

"...A caligrafia do Livro deve ser firme, clara e bela. Na fumaça do incenso é difícil ler os conjuros. E enquanto tenta ler as palavras por entre a fumaça, ele desaparecerá, e terás de escrever aquela terrível palavra: Fracasso.

Mas não existe nem uma só folha do livro na qual não apareça esta palavra; mas enquanto é seguida por uma nova afirmação, ainda nem tudo está perdido, já que desta maneira no Livro a palavra Fracasso perde toda a sua importância, da mesma maneira que a palavra Êxito não deve ser empregada jamais, porque esta é a última palavra que deve-se escrever no livro, e é seguida por um ponto.

Este ponto não se deve escrever em nenhum outro lugar do Livro; porque o escrever neste Livro segue eternamente; não há forma de encerrar este diário até que haja alcançado a meta. Que cada página deste Livro esteja repleta de música, porque é um Livro de Encantamentos!".

Fonte: Magi (K)

QUAL O CORRETO - BOAZ OU BOOZ? - Pedro Juk


Em 17.11.2021 o Respeitável Irmão João Cesar Monteiro dos Santos, Loja Colunas em Progresso, 2.618, REAA, GOB-SP, Oriente de Guaratinguetá, Estado de São Paulo, apresenta a dúvida seguinte: BOOZ ou BOAZ - Face a discussão que ora se opera em minha Loja, solicito esclarecimento para o correto uso de BOAZ ou BOOZ.

COMENTÁRIOS:

Em um breve comentário, destaco aqui que a explicação mais aceita é a de que a palavra correta é BOAZ, pois etimologicamente, na língua hebraica BOOZ (com vogais dobradas) não existe. Basicamente parece que este foi um erro haurido da versão bíblica latina (a Vulgata) onde o tradutor, São Jerônimo equivocadamente trocou a grafia BOAZ por BOOZ, o que resultou numa corruptela linguística.

A outra versão bíblica, a Septuaginta, que fora traduzida do hebraico para o grego na intenção de atender aos judeus helenistas, traz a palavra certa, BOAZ.

É muito provável que essa corrupção linguística tenha sido adotada na Maçonaria Brasileira devido a utilização da Vulgata, versão bíblica latina.

Na Vulgata a corruptela linguística BOOZ fora mantida, segundo a Igreja, em respeito ao tradutor São Jerônimo. Como a Maçonaria Brasileira é filha espiritual da França, portanto latina, o equívoco acabou se consagrando devido à utilização da Vulgata, sobretudo naqueles ritos que nasceram em solo francês.

Nos países de língua anglo-saxônica, contudo, a versão bíblica utilizada tem sido geralmente a versão “Dos Setenta”, ou “Septuaginta”. Graças a isso é que a vertente anglo-saxônica de Maçonaria utiliza a palavra original, ou seja, BOAZ, como é o caso do Craft, por exemplo.

Por fim, vale mencionar que em se tratando da Maçonaria Brasileira, muitos rituais trazem apenas a letra inicial B∴, nesse caso a utilização correta da palavra depende ainda dos costumes e das instruções, o que acaba trazendo muitas vezes a duplicidade de aceitação.



maio 23, 2024

O CONCEITO DE ÉTICA


 

A FILOSOFIA DEÍSTA - Ney Gonçalves de Oliveira e Almir Sant’Anna Cruz



Muitas pessoas são Deístas sem o saberem. Veja aqui se você também é um Deísta.

O Deísmo se opõe tanto ao Teísmo das religiões denominacionais quanto ao Ateísmo.

As raízes do Deísmo estão ligadas aos antigos filósofos gregos e sobretudo à filosofia aristotélica. 

Mais tarde o movimento floresceu durante o Iluminismo, com o apoio de cientistas italianos e britânicos como Galileu Galilei e  Isaac Newton. 

Na época do Iluminismo, no final do século XVII, o Deísmo atingiu o seu apogeu. 

O mais famoso Deísta francês foi  Voltaire. 

Com a imigração de Deístas ingleses e a difusão das ideias iluministas, o Deísmo se popularizou nos Estados Unidos e a independência americana foi fomentada por personalidades de filosofia Deísta, tais como Benjamin Franklin, Thomas Jefferson, George Washington, entre outros. 

Os princípios Deístas tiveram efeito sobre as estruturas política e religiosa dos Estados Unidos, tais como a separação entre Igreja e Estado e a liberdade religiosa.

Modernamente vários fatores contribuíram para um certo declínio da crença Deísta, sobretudo com o surgimento de filosofias Ateístas e a propaganda de clérigos cristãos equiparando de má-fé o Deísmo ao Ateísmo.

O Deísmo é uma postura filosófica oposta tanto ao Ateísmo quanto ao Teísmo. Admite a existência de um Deus Criador, mas não interferente - como apregoam as religiões - nos assuntos naturais e humanos, que são regidos por leis naturais e científicas e pelas ações ou inações do Homem. 

Os Deístas também não acreditam que as religiões possam estar certas quanto a se dizerem conhecedoras da Palavra de Deus, ou da maneira como Deus quer que nós ajamos moralmente. 

O Alcorão, a Bíblia e outros textos ditos divinos, foram escritos por Homens e não há como se comprovar que são a palavra de Deus. 

A crença nessas ditas Escrituras Sagradas é de natureza metafísica, não requerendo comprovação, como se dá nas verdades científicas.

Portanto, para o Deísmo, as religiões são apenas invenções humanas, entre si competitivas de enunciar a “verdade divina”.

O Deísta acredita que a própria estrutura do universo, tão complexa como é, prova que existe um Deus Criador, que tanto pode ser um Ser transcendental criador das coisas, como pode ser uma força completamente científica, não pensante, não sobrenatural, que gera e mantém o universo.

O Deísmo analisa a existência de Deus através da Razão, em lugar dos elementos comuns das religiões Teístas, tais como a tradição, a "revelação divina" e os dogmas, que são crenças sem comprovação científica. 

Os Deístas geralmente questionam as religiões denominacionais e seus deuses ditos "revelados", argumentando que Deus é o Criador do universo, mas que não intervém nos afazeres do mesmo, embora esta posição não seja estritamente parte da filosofia Deísta. 

Para os Deístas, Deus se revela através da ciência e das leis da natureza. 

Os Deístas não necessariamente descreem de milagres. Podem ser fenômenos completamente naturais com causas puramente científicas, para os quais a ciência ainda não encontrou explicações, mas que no futuro vai encontrar, como aliás já encontrou para alguns desses ditos milagres. 

Quanto a questões metafísicas, como a existência ou não de vida após a morte, cada Deísta é livre para formar a sua opinião sobre isso. Podem crer, encontrando para si mesmo alguma explicação científica; não crer, por não encontrarem para si uma explicação científica; ou podem não ter opinião sobre tal assunto, considerando que não dá para saber ou que ainda não foram encontradas provas científicas que comprovassem ou desmentissem essa ideia.

Para o Deísmo não existem anjos ou demônios. Anjos e principalmente demônios são apenas fraquezas da mente humana que podem ser vencidas pelo raciocínio lógico. 

Deístas não acreditam num Deus que castigue ou premie as pessoas pelos seus atos, acreditando que cada um é responsável pelas atitudes que toma e suas consequências. 

O mais próximo da ideia de um Deus interferente em que um Deísta pode acreditar é a ideia de uma “providência geral” como Voltaire disse certa vez a uma senhora: “Minha senhora, acredito em uma providência geral, mas não numa providência particular que salvou o seu pássaro que estava machucado”. 

Quanto à oração, que a grande maioria dos Deístas não acredita em sua eficácia e, portanto, não oram, os Deístas que oram o fazem por agradecimento a Deus por tudo, e para que a já mencionada “providência geral”, na qual nem todos os Deístas acreditam, continue e proteja o transcorrer natural das coisas.

Além dos já citados Isaac Newton, Voltaire, Benjamin Franklin, Thomas Jefferson e George Washington, muitos outros afamados eram de filosofia Deísta e a própria concepção de Deus, o Grande Arquiteto do Universo, é uma visão Deísta, ou seja, é um "ser" neutro, indefinido e aberto a toda compreensão possível.

Do livro *Deus, Criador ou Criatura? Do Big Bang ao Pensamento Humano*

Autores Ney Gonçalves de Oliveira e Irm.’. Almir Sant’Anna Cruz

VOU ACHAR O SEU AVENTAL...



Um grupo de 40 membros de uma loja, participou de um encontro e, de repente, ainda na sala dos passos perdidos, o venerável começou a recolher os aventais de todos.

Em seguida, todos os aventais foram colocados no átrio. O venerável pede a todos que entrem no átrio e localizem cada um o seu avental em que em menos de 5 minutos.

Todos correram para o átrio e freneticamente começaram a procurar por seu avental.

Os irmãos empurravam-se e pisavam-se em desordem total.

Após 5 minutos e ainda mais, ninguém conseguiu encontrar seu avental.

Então o venerável disse:

"Agora deixe todo mundo pegar aleatoriamente um avental e entregá-lo à pessoa cujo nome está escrito nele."

Em alguns minutos, cada um recebeu o seu avental.

O Venerável, então disse: "O que fizemos é exatamente o que está acontecendo em nossas vidas, todo mundo está procurando desesperadamente por sua própria felicidade ao redor, sem se preocupar com a felicidade do outro"

E por isso digo, que se você ajudar o outro a encontrar sua felicidade, também terá felicidade em sua vida. E essa é a missão dos homens na Terra!

Aprenda a colocar um sorriso no rosto de alguém, e você também terá um sorriso, no momento.

Que ninguém mais procure por seu próprio interesse;

Que cada um de vocês, em vez de considerarem seus próprios interesses, também considerem os interesses do outro.

(Desconheço autor)

O LEGADO DA CRISE GAÚCHA - Alex Winetzki

 

Os papéis ocupados pelos atores públicos e privados nos eventos climáticos do RS, e como a tecnologia pode ser relevante no que vem a seguir

Toda catástrofe tem um ciclo similar, que assistimos se desenrolar lentamente, com clareza e força suficientes para ficar na memória de todos nós para sempre.

Assim que o desastre nos atingiu, reagimos, como sociedade, com uma energia quase tão grande quanto as águas dos rios que nos alcançaram. Cada par de mãos disponível se moveu em direção ao resgate e salvamento dos muitos milhares de afetados, num processo que se auto-organizava e regulava a cada hora de nosso ciclo de trabalho sem fim.

Grupos individuais tentavam, aprendiam, se comunicavam e faziam melhor em seguida. Foram criados portos, zonas de recepção e contenção, abrigos, áreas de alimentação e suporte de voluntários, cozinhas improvisadas para criar marmitas, centrais de distribuição grandes e pequenas, aplicativos para facilitar quase tudo, enfermarias de campanha e redes logísticas que atravessavam, sabe Deus como, estradas que não existiam mais.

Eu vi tantas coisas inesperadas, eficientes, funcionais, tantas ideias brilhantes, tanta boa vontade e energia, que me vem lágrimas aos olhos cada vez que começo a pensar nelas. Mas vou escrever sobre isso num artigo apropriado, em breve.

Ao resgate se seguiu uma preocupação, ainda presente, com o  conforto e abrigo dos centenas de milhares de refugiados climáticos. Mas principalmente com os 80 mil gaúchos ainda em abrigos. Sabemos que muitos deles voltarão a suas casas em breve, mas outros não terão para onde voltar.

Conforme as águas baixam, lições vão ficando mais claras. A primeira que quero discutir são os papéis executados pelos cidadãos e Estado. Ambos essenciais, mas com velocidades e modelos distintos, que se apresentaram naturalmente.

Como eu escrevi em outros textos, a sociedade civil reagiu aos eventos climáticos com energia, generosidade, criatividade e união. Se apenas um ano atrás a população estava partida ao meio por uma linha ideológica artificial, essa divisão foi borrada, desapareceu quase que completamente, no enfrentamento da tragédia.

Nas centenas de barcos civis e jet skis que tomaram o Guaíba e seus afluentes da inundação, só se pensava em resgatar quaisquer vidas que estivessem sob risco. Nos abrigos montados em poucos dias, as toneladas de itens que não paravam de chegar serviam a todos, num processo generoso e caótico.

Não que não existisse organização. Alguns abrigos se tornaram rapidamente exemplos de serviço dentro de uma realidade de dificuldade quase impossível. Mas as iniciativas eram sempre pontuais, particulares, alicerçadas na ânsia de ajudar, de ser útil.

Muita energia se gastou resolvendo os mesmos problemas inúmeras vezes. Porque ninguém realmente conseguia enxergar além da realidade dura do dia de hoje ou amanhã.

No que cabia ao governo, ele respondeu rapidamente a nível municipal e estadual, com as forças federais chegando depois, no papel de resolver problemas de infraestrutura inalcançáveis à população,  deslocar recursos emergenciais,  organizar a energia civil e trazer resiliência às ações. Porque há um conjunto de limites às forças do voluntariado. De tempo, de recursos, de conhecimento.

Manter um abrigo por uma semana é um gesto de amor. Por duas, de determinação. Por mais tempo que isso é quase impossível sem ajuda efetiva do Estado. E é nesse período que estamos agora.

De passagem de conhecimento, de atividades, de responsabilidades, do setor privado para o setor público. Que também aprendeu na prática. E que também não estava adequadamente preparado.

O papel de ambos os setores teria sido mais simples desde o começo se tivéssemos modelos de ação, papéis e responsabilidades mais claros. Se tivéssemos uma coordenação melhor estabelecida.

Eu sou um especialista em catástrofes com 17 dias de experiência hoje. Tudo o que aprendi foi em campo. Até descobrir que existem órgãos globais, como a UNDRR, que provém modelos e manuais extensos, detalhados, sobre como prevenir e lidar com eventos adversos, naturais ou não. Em muitas línguas, inclusive português. Pena que descobri isso alguns dias depois do que precisava.

Da mesma maneira, parece lógico hoje que a tecnologia poderia ter sido muito mais útil do que foi. Colhendo dados, organizando, conectando e suprindo informação. É um tema a que necessariamente voltaremos, até porque boa parte das iniciativas criadas nesta crise poderão ficar de legado e experiência para o Brasil.

Não queremos que o que se passou aqui se repita em lugar nenhum. O fato é que novos eventos climáticos extremos são inevitáveis. A catástrofe no Rio Grande do Sul nos ensinou o suficiente para fazermos melhor da próxima vez.

maio 22, 2024

ZÉ RODRIX...15 ANOS - Adilson Zotovici



Já passados quinze anos

Vivo no imaginário

Como um rico relicário

Seus legados cotidianos  


Qual cumpriu nosso ternário

Com seus trabalhos ufanos 

Seguiu passos soberanos

Em compasso seu ideário 


Com poesia aos desenganos

Músico, publicitário...

Como amigo, um milionário 

Com alegria os seus planos 


No Oriente eterno seu plenário

Alma de Luz entre humanos 

Compartilhando os arcanos

Um Livre pedreiro lendário


Deixou aqui entre os decanos 

Seu espírito humanitário 

Que cada igual solidário 

E saudosos...todos seus manos ! 




IDENTIFICANDO AS CRUZES

 

1° ✠ CRUZ DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIOS ✠


A Cruz Templária é uma cruz vermelha que era utilizada pelos templários sobre as suas vestes brancas. Simboliza fé e proteção. Templários são os membros de uma ordem militar religiosa de cavalaria medieval. Eram monges que tinham feito votos de pobreza e cujo espaço ocupado em Jerusalém teria sido parte do Templo de Salomão. Por esse motivo, essa ordem é conhecida pelo nome Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, Ordem do Templo ou simplesmente Ordem dos Templários. 


2° ✠ CRUZ DE MALTA ✠


A Ordem foi criada para proteger os primeiros cristãos. Isso aconteceu por altura das Cruzadas, expedições especialmente de caráter religioso que se formaram na Europa e que tinham como objetivo a conquista da Terra Santa. Apesar da utilização dessa característica cruz, a cruz templária não é o símbolo da Ordem dos Templários, mas sim um cavalo com dois cavaleiros no seu dorso. 

Por vezes é chamada de cruz pátea. Isso porque ela pertence à categoria de cruz pátea. Cruzes páteas são tipos de cruzes que se caracterizam por serem côncavas, ou seja, têm as pontas mais largas, as quais vão se alargando a partir do seu centro, tal como se fossem patas. A Ordem de Cristo foi criada em Portugal sob as bases da Ordem dos Templários. É por esse motivo que a cruz Templária costuma ser confundida com a Cruz de Portugal. 

 A Cruz de Malta é também conhecida como Cruz de Amalfi ou Cruz de São João. Ela é o símbolo da Ordem dos Cavaleiros Hospitalários ou Ordem de Malta (daí o nome), uma Ordem Militar Cristã. Baseada no símbolo das Cruzadas, a Cruz de Malta é representada por uma cruz de oito pontas. 

Suas pontas formam quatro braços simétricos que partem do centro e se juntam em suas bases. Seu significado advém de suas pontas, as quais representam os oito deveres dos cavaleiros: amor, arrependimento, fé, humildade, misericórdia, resistência, sinceridade e verdade. Essa cruz é um símbolo guerreiro dos cristãos, da coragem e das virtudes cristãs. É utilizada por várias organizações religiosas. Algumas cruzes são, por vezes, confundidas com a Cruz de Malta.


3° ✠ CRUZ DA ORDEM DE CRISTO ✠ PORTUGAL ✠


 A Cruz de Portugal é também chamada de Cruz da Ordem de Cristo. A Cruz tem os braços verticais e horizontais proporcionais, formando um quadrado. É vermelha e foi bastante utilizada durante as cruzadas. Ela simboliza a religiosidade, a vontade dos membros da Ordem de Cristo de espalhar o cristianismo em suas expedições. Este símbolo nacional português descende de outros símbolos da Ordem dos Templários, que foi dissolvida em 1312 pelo Papa Clemente. Em 1317 o rei Dom Dinis pede o reconhecimento da Ordem de Cristo e para ser dono de todas as posses dos Templários em Portugal. A Cruz da Ordem de Cristo foi instituída entre 1317 e 1319.

Ela é usada em vários monumentos arquitetônicos, por exemplo, na Torre de Belém. O símbolo figura também nas bandeiras dos navios na época das expedições marítimas para sinalizar para os povos pagãos que aquele navio era de povos cristãos. Deste modo, ela também ficou conhecida como Cruz dos Descobrimentos. Usá-la nas viagens marítimas era uma forma de honrar a Ordem de Cristo, instituição religiosa que contribuía financeiramente com as grandes navegações. A Cruz de Portugal está presente na bandeira e equipamento de vários times de origem portuguesa. O mais conhecido deles é o do clube de futebol brasileiro Vasco da Gama. Embora popularmente o símbolo seja chamado de Cruz de Malta, tratam-se de símbolos diferentes.


4° ✠ CRUZ DE FERRO


 A Cruz de Ferro (Eisernen Kreuzes, em alemão) é uma alta condecoração alemã do século XIX. Por esse motivo, simboliza bravura, coragem, honra. Essa medalha era atribuída aos militares alemães por ocasião das guerras. Tradicionalmente feita de ferro, foi desenhada pelo arquiteto Karl Friedrich. É escura e tem contornos em branco ou prateado, apresentando extremidades largas, o que a caracteriza como uma cruz pátea. Não é um símbolo nazista. No entanto, o fato de os nazistas terem adquirido o hábito de gravar nela a suástica fez com que as pessoas identificassem a cruz como se ela pertencesse ao nazismo. 


Havia três classes de Cruz de Ferro: a primeira, a segunda e a Grã-Cruz de Ferro. Recebia a primeira somente os militares que já tivessem sido condecorados com a segunda. A Cruz de Ferro da segunda classe e a Grã-Cruz de Ferro eram penduradas no uniforme dos militares por meio de uma fita. A Cruz de Ferro da primeira classe, por sua vez, era pregada diretamente no uniforme. A cruz de ferro foi instituída e concedida pela primeira vez em 1813. 


Seu estabelecimento se deve ao rei Frederico Guilherme III. Voltou a ser oferecida por volta de 1870, na Guerra Franco Prussiana, e na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), sofrendo algumas modificações no que respeita ao seus detalhes. Mais tarde usada na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), foi nessa altura que a suástica foi introduzida. Os primeiros a serem condecorados com ela na Segunda Guerra foram os tripulantes do submarino alemão U-29. Esse símbolo passou a ser utilizado pelos motociclistas. Assim, entre outros, é um dos símbolos do motociclismo.


Texto extraído de Universo Templário

DIA DO PROFISSIONAL DE LETRAS - Joab Nascimento


I

Só escrevo por prazer,

Escrever é minha cachaça,

Me alegra e acho graça,

Escrita é meu bem querer,

Todo dia quero aprender,

Exponho meu pensamento,

Na escrita tenho fomento,

A todos parabenizo,

Esse sonho eu realizo,

E vivo a cada momento.

II

Parabéns para os poetas,

Cordelistas, escritores,

Jornalistas, professores,

Que escrevem como metas,

Tem escritas como setas,

Pra atingir o objetivo,

Para tudo tem motivo,

Escrever é sua paixão,

Em verso e composição,

Escrita é seu lenitivo.





O SALMO 133 - Edy Genovez Luft



Oh! Como é bom, como é agradável para irmãos unidos viverem juntos. 
É como um óleo puríssimo derramado sobre a fronte, e que desce sobre a barba, a barba de Aarão, para correr em seguida até a orla de seu manto. 
É como o orvalho do Hermon, Que desce pela colina de Sião;
Pois ali derrama o Senhor a sua benção. E a vida para todo o sempre. 
Os trabalhos em Loja no grau de aprendiz, são abertos com esta leitura feita pelo Irmão Orador. Os salmos são cânticos sacros compostos por uma coletânea de 150 hinos religiosos e patrióticos do povo hebreu. 
O seu conjunto forma um livro chamado Livro dos Salmos. A palavra Salmo tem sua origem na tradução grega de Setenta, que foi a tradução grega do Antigo Testamento feita por 72 sábios. Este livro recebeu o nome de Psalmoi, que tem por significado cântico acompanhado por lira ou instrumento de cordas. Os Salmos foram escritos por diversos autores em épocas diferentes, que incutiam nos hinos sua vivência, seus sentimentos e suas experiências. 
Na maioria das vezes o título que precede o salmo indica seu autor, ou a natureza poética da composição ou o seu uso litúrgico, ou a ocasião histórica em que ele foi composto. O compositor da maior parte dos Salmos foi o rei Davi, e o Salmo 133 foi composto por Moisés. Partindo da análise de todo o texto e do contexto histórico, podemos concluir: 
Versículo 1. Oh! Como é bom, como é agradável para os irmãos unidos viverem juntos. Louva-se a união entre os irmãos, penhor de concórdia, prosperidade e fraternidade, concitando-os a viverem em paz e harmonia. 
Versículo 2. É como um óleo puríssimo derramado sobre a fronte, e que desce sobre a barba de Aarão, para correr em seguida até a orla de seu manto. A união mencionada no versículo anterior é comparada ao óleo puríssimo, óleo sagrado citado no Êxodo, cap. 30-22, 33, com o nome de Óleo da Unção e o Perfume Aromático. Sabemos que os judeus fugiram do Egito, e permaneceram por muitos anos, guiados pelo GADU. Neste período que vagaram pelo deserto, o GADU ministrava seus ensinamentos ao povo e a seus líderes, entre eles Moisés e seu irmão Aarão. E disse o Senhor a Moisés: “Escolhe os mais preciosos aromas: 500 medidas de mirra virgem, 250 medidas de sinamomo, 250 medidas de cana odorífica, 500 medidas de cássia, e um hin de óleo de oliva. Farás com tudo isto um óleo para a sagrada unção, uma mistura odorífica composta segundo a arte do perfumista. Tal será o óleo para a sagrada unção. Ungirás com ele a tenda de reunião e a arca da aliança, a mesa e todos acessórios, o altar de perfumes, o candelabro, o altar dos holocaustos e a bacia com o seu pedestal. Depois que os tiveres consagrado, eles tornar-se-ão objetos santíssimos, e tudo que os tocar será consagrado. Ungirás a Aarão e os seus filhos e consagrá-lo-ás para que sirvam de sacerdotes. Dirás, então aos filhos de Israel: este será para mim, o óleo da unção sagrada, de geração em geração. Não será derramado sobre o corpo de um homem qualquer, e não fareis outro semelhante, com a mesma composição, porque ele foi santificado, e devereis olha-lo como coisa sagrada. Quem dele fizer imitação, ou com ele ungir um profano, será cortado do meio de seu povo”. 
Moisés quando consagrou seu irmão Aarão, como Sumo Sacerdote, não usou o óleo só para ungi-lo, mas derramou-o sobre sua fronte, de tal forma, que o óleo descesse sobre a barba e a orla de seu manto. 
A fronte representa também a cabeça, centro vital da existência, comandado pelo cérebro. A barba era o símbolo da honra e do respeito, e as vestes o emblema da honestidade e do pudor. O simbolismo deste cerimonial, o óleo derramado, espalhando-se, provoca a unidade entre o centro vital da existência, que é a fronte; o respeito e a honra, que é a barba; a honestidade e o puder, que são as vestes. 
Nesta tradução da vulgata, entende-se por fronte, o ouvido, a visão, o paladar, o olfato, as mãos e os pés, ou seja o tato. Logo a fronte também simboliza os cinco sentidos, e o óleo derramado a purificação dos mesmos. Versículo 3. É como o orvalho do Hermon, Que desce pela colina de Sião; Pois ali derrama o Senhor a sua benção e a vida para todo o sempre. Nas regiões desérticas, apesar do grande calor durante o dia, a evaporação da umidade concentra-se nas montanhas e retorna durante a noite em abundância sob a forma de orvalho, suprindo a falta de chuvas, proporcionando boa colheita, e as condições mínimas para a vida humana. No contexto histórico e geográfico, o monte Hermon tem aproximadamente 2.800 metros de altura e está localizado na Palestina. É conhecido como lugar sagrado pelos habitantes originais de Canaã. A neve nunca desaparece do seu cume durante o ano, proporcionando orvalhos abundantes em contraste com a terra árida da região. O degelo da neve do Hermon é uma das principais fontes alimentadoras do rio Jordão. As correntes de ar procedentes da Cordilheira do Hermon levam a névoa para os Montes de Sião, condensando-se ali na forma de orvalho.

maio 21, 2024

O CÓDIGO CANÔNICO E O DEÍSMO - Ivan Froldi Marzollo


O estampido do soar da Senda do Pecado sob a égide do contexto onde o código de 1917 proíbe os católicos, sob pena de excomunhão, de se matricularem em associações maçônicas ou outras associações semelhantes. O Código de Direito Canônico de 1983 substituiu o Código de 1917.

"a filiação ativa de um fiel à maçonaria é proibida, devido à irreconciabilidade entre a doutrina católica e a maçonaria (cf. a Declaração da Congregação para a Doutrina da Fé de 1983, e as mesmas Diretrizes publicadas pela Conferência episcopal em 2003)".

Os católicos continuam proibidos de se filiar à maçonaria e reiterado pelo Papa João Paulo II 

"Os católicos afiliados a lojas maçônicas estão em estado de pecado grave".

Um entendimento necessário O “deísmo” expressa as exigências da razão iluminada e concretiza os princípios da religião natural. 

Trata- se de uma análise da prática filosófico-religiosa denominada deísmo. Cujos seguidores acreditam na presença de Deus na natureza e no próprio homem, bastando a razão para encontrá-lo, no lugar dos elementos comuns das religiões teístas como, por exemplo, os dogmas e tradição.

Neste diapasão a liberdade de consciência de um deísta está justamente no corolário de sua convicção individual e interior ulterior a posicionamento sócio político dis dogmas que ora acredita,  usamos o compasso e o esquadro sob o livro da lei pois:

" um ama mais e outro ama melhor " 

aquele que ama mais pode ter a fé cega e o que ama melhor tem confiança consciente de seus dogmas religiosos percebendo as limitações e convicto que todos que pisam nesta terra são pecadores .

O deísta Católico tem compreensão: 

* instituição do celibato com base no Concílios de Trento Latrão e Vaticano II

* O significado do Ato de erguer a hóstia no altar mor e baixar até o cálice na consagração 

* O significado esotérico do batismo e a cruz sob o terceiro olho 

* O que representa o Estado do Vaticano como única Igreja com o título de Cidadão internacional de Direito em pé de igualdade com outros países do Globo .

* O significado esotérico da Mitra 

* O simbolismo eclesiástico do Código de Omertà

* A investigação  do caso de  Boston e o Prémio Pulitzer

É o que reafirma a resposta do Dicastério para a Doutrina da Fé datada de 13 de novembro de 2023, assinada pelo prefeito Victor Fernandéz e com a aprovação do Papa Francisco.

Portanto, esclarece a nota, "aqueles que formalmente e conscientemente estão inscritos em lojas maçônicas e abraçaram os princípios maçônicos, se enquadram nas disposições da Declaração acima mencionada. Essas medidas também se aplicam a eventuais eclesiásticos inscritos na maçonaria".

Não basta esperar por novos entendimentos por parte da Igreja, em uma atitude reativa. Espera-se que os maçons se tornem agentes de seus próprios ideários, e construam seu tempo histórico. Para isso, será necessário estudar o assunto e enfrentar os desafios. Não há como negar que há pela frente grandes embates doutrinários e filosóficos.

Argumenta-se que tal tema abordado neste estudo não seja tão importante para o maçom no seu cotidiano. Parece que, à primeira vista, a sociedade de modo geral não está muito preocupada com tal questão, tanto que não houve grande repercussão na imprensa nacional. Espera-se mesmo que a decisão publicada no Vatican News, em 15 de novembro de 2023, sob o título “A maçonaria  continua  proibida  para  os  católicos” (VATICANO NEWS, 2023) não repercuta muito na vida dos católicos.

Entretanto, do ponto de vista da Maçonaria Brasileira, é de se considerar que tal decisão é um fato importante, que necessitará ser enfrentado com a devida atenção pelas lideranças maçônicas, principalmente visando orientar seus membros, com destaque para os que são responsáveis pelas milhares de lojas maçônicas existentes no Brasil.

Se for levado em consideração o fato de que nosso país é o maior território nacional cristão e católico do mundo ocidental, a decisão ganha dimensão quase continental, eis que a imagem da Maçonaria Brasileira está sendo afetada, inculcada na mente da população como sendo uma instituição anti-cristã, o que obviamente compromete todos os esforços doutrinários e de ação social de interesse dos maçons. É certo que a Maçonaria, por suas próprias condições intelectuais e de formação cidadã, tem as ferramentas que podem ser utilizadas para melhor educar e formar cidadãos que compõem e comporão seus quadros.  

De se concluir, pois, que a Maçonaria pode estar escorregando para uma série crise ainda não percebida por suas lideranças, situação esta que não deriva necessariamente da declaração da Igreja Católica, mas que em função dela pode se agravar. A proibição da Igreja Católica que impede católicos de serem maçons está a esperar uma tomada de posição da Maçonaria Brasileira, e esta pode se dar com certeza através de mudanças de atitude da própria Ordem no sentido de enfrentar o debate doutrinário, melhorar a formação do quadro maçom e aprimorar a ação social da instituição.

Contudo, algumas práticas necessitam ser reavaliadas no sentido de se evitar a mitificação de pessoas, como  atividades sociais sem proveito efetivo para a instituição. De fato, há que se defender com vigor que é necessário investir na formação moral do homem maçom, não se admitindo com leveza que as disputas políticas entre Potências e Lojas diminuam o papel histórico da Maçonaria. Por fim, já com o devido alerta sobre a recente incursão da Igreja Católica na definição de um “inimigo institucional”, faz-se mais que necessário que os líderes maçônicos uníssonos deste os iniciados  compreendam a importância de seu papel como representantes legítimos de seus irmãos.

Cada um de nós individualmente somos perante a sociedade civil representantes da Maçonaria e nossas atitudes espelho da Arte Real com condão de termos nossa instituição auferida pelo reflexo de nosso comportamento perante a sociedade .

Que o Grande Arquiteto do Universo nos dê ciência e consciência de nossa grande responsabilidade. 



HIRAM ABIFF, SALOMÃO E JESUS - O LAÇO QUE OS UNE -Robert H. Johnson


Nota do autor: Aqui está um divertido jogo “E se? …” que eu escrevi há alguns anos atrás. Foi publicado pela primeira vez na The Working Tools Magazine, em novembro de 2013 e, posteriormente, na Knight Templar Magazine. Eu escrevi-o como uma hipótese baseada nas obras de estudiosos bíblicos evangélicos e no uso de argumentos aristotélicos (se isto, então aquilo). Espero que goste.


Quem foi o “Filho da Viúva”? A resposta pode parecer de fácil resposta, mas quando se lê lendas, escrituras, os apócrifos e outros documentos históricos, torna-se evidente que talvez não possamos responder a esta pergunta tão facilmente.

Nos escritos dos eruditos maçónicos, aprendemos sobre Hiram Abiff, “O Filho da Viúva”. Há outros nos vários textos mencionados acima, referidos como “O Filho da Viúva”. Parece que este é um título para o qual mais de um pode ser nomeado. O uso do título remonta às tradições do Graal, que falam de uma linhagem de sangue descendente e, especificamente, referenciam Ruth.

Ruth, uma mulher da tribo moabita, era casada com Boaz e era uma heroína do Antigo Testamento. Ela foi também a bisavó do rei David – o pai do rei Salomão, que construiu o templo. Ruth ficou grávida e casou-se com Boaz. Ele era bem mais velho, com 80 anos, enquanto Ruth tinha apenas 40 anos. As escrituras dizem que Boaz morreu no dia seguinte. Deve ter sido uma noite de núpcias…

Deste ponto em diante, todos os descendentes de Ruth eram conhecidos simplesmente como “Filhos da Viúva”. Um título genético, se quiser. Uma genealogia pode ser rastreada. Ruth dá à luz o primeiro “Filho da Viúva”, Obed, que cresce e dá à luz o seu filho Jessé, que leva seu filho David, que dá seus filhos Salomão e Nathan.

Usando a linhagem transmitida nos Evangelhos da Bíblia Cristã, Jesus o Nazareno é um descendente de Ruth, fazendo dele também, um “Filho da Viúva”. Há quarenta e cinco gerações de Ruth a Jesus. Isto deixa um problema interessante para nós como maçons. Em nenhum lugar da linhagem mencionada na Bíblia, há uma referência a Hiram Abiff.

Sabendo isto, parece que o caminho arrefece na busca pelo título de “O Filho da Viúva”, de Hiram Abiff. As lendas do Graal foram escritas de uma forma que se presta a alegoria e, portanto, a história não pode ser apenas suposta de significar que Hiram era literalmente apenas um filho da mulher que perdeu o seu marido. Estas lendas cedo estabelecem este título e o que significa, é que é um descendente de Ruth ou mais apropriadamente um descendente de Boaz, ou a 31ª ou 30ª geração de Adão, se se confiar na genealogia de Lucas.

Poderia Hiram Abiff estar relacionado de alguma forma com o histórico Jesus o Nazareno? Os Evangelhos, novamente, deixem um rasto fraco. Ele simplesmente não é mencionado na genealogia dada por Lucas ou Mateus.

Quando Hiram Abiff é referenciado como sendo um “Filho da Viúva”, está de alguma forma implicando que ele era da linha de Ruth, que era casada com Boaz e deles, de acordo com Lucas, havia uma linha contínua para o rei Davi, o rei Salomão e eventualmente a Jesus o Nazareno. Seria ele um parente distante ou um primo?

O rei Salomão também era um “Filho da Viúva”, no sentido de ser da linhagem de Ruth. É por isso que o rei Salomão convocou um Tyriano que foi escolhido a dedo para ser o arquiteto do templo judaico do Deus de Israel? Poderia Salomão ter contratado Hiram por serem da mesma família?

Fazer o trabalho de detetive na genealogia pode ser bastante taxativo quando se pesquisa a ancestralidade a apenas algumas gerações de distância do pesquisador, uma tarefa que se dificulta muito com o uso de origens bíblicas como referência.

A linhagem de Jacob é vital para esta história. Doze gerações antes da época do rei Salomão e oito gerações antes da época de Boaz, os doze filhos de Jacob foram os fundadores das doze tribos de Israel. O quarto filho de Jacob, Judah, era da linha que incluía o rei sábio e se estendia através dele a Jesus, o Nazareno. O sexto filho, Naphtali, foi o fundador da linha que incluía Hiram Abiff.

É elementar sugerir que na época de Jacob a designação de “Filho da Viúva” ainda não tinha sido usada; no entanto, nos seus descendentes, através do tempo até chegarmos ao tempo de Ruth, e daí em diante, não é tão impensável que a linhagem teria usado este epíteto ao falar da sua herança ou quando os estudiosos estavam a registar a história da época ou até mesmo os Evangelhos.

O que há sobre esta linhagem que atrai o título para ela? Em que foi tão especial? As três maiores religiões monoteístas, judaísmo, cristianismo e islamismo, todas a consideram [a linhagem] com reverência. Afinal, esta linhagem contém Adão, Enoch, Noé, Shem, Abraão, David, Salomão, Nathan, Zorobabel e Jesus, o Nazareno.

Talvez a coincidência que une esta linhagem seja a capacidade de criar. De acordo com Lucas, a linha começa com Elohim (O Grande Arquiteto do Universo) e depois para Adão. A Bíblia Cristã não faz especificamente quaisquer reivindicações magníficas para o que Adão já tinha construído, no entanto vários outros homens nesta linhagem são de facto grandes construtores.

Enoch foi o construtor do templo mitológico subterrâneo, consistindo em nove abóbadas com um altar onde a “Pedra da Criação” e o Tetragrama se dizia que teriam sido escondidos. Estas lendas são caracterizadas nos Ritos de York e Escocês, ou seja, o 7º grau no Rito de York chamado de “The Holy Royal Arch” e o 13º grau da Jurisdição Sul do Rito Escocês, chamado de “Royal Arch of Solomon”. Nos últimos anos, até foi sugerido que Enoch foi o construtor da Grande Pirâmide de Gizé. Dizem que os antigos egípcios conheciam a Grande Pirâmide como “O Pilar de Enoch”.

Uma referência um tanto obscura a isto é encontrada na Bíblia: “Naquele dia haverá um altar ao SENHOR no meio da terra do Egito, e uma coluna no seu limite para o SENHOR. E será um sinal e por testemunha ao SENHOR dos exércitos na terra do Egito…” Isaías 19:19”.

Noé naturalmente construiu a arca mitológica para abrigar todas as criações de Deus que foram poupadas na lenda do grande dilúvio.

Abraão ou Abrão e seu filho Ismael supostamente construíram a Kaaba, um edifício em forma de cubo na Arábia, que é um dos locais mais sagrados para os Irmãos da fé muçulmana.

O rei David construiu uma cidade e o seu palácio e teve filhos, um dos quais era o rei Salomão, que foi o responsável pelo Templo de Salomão, que todos sabemos ser o centro dos ensinamentos da nossa nobre arte. Estes construtores na linha original ou “Linhagem Alfa”, a linha que, de acordo com Lucas, começa com Deus e leva a Jesus, o Nazareno, continuam e prosseguem com realizações fantásticas.

Não nos esqueçamos, contudo, que há a alusão à construção do templo espiritual, um artífice espiritual que Jesus Nazareno parecia personificar e que se esvanece antes; então encontramos o mesmo no personagem que a maçonaria chama de seu patrono, Hiram Abiff. O arquiteto chefe, escolhido a dedo, do Templo de Deus. Um homem para emular o seu dever e fidelidade aos seus irmãos, tanto Hiram de Tiro como o rei Salomão, este é o homem que aprendemos nos nossos graus e tentamos imitar.

A “Linha Alfa” é sinónimo de “O Filho da Viúva”. Poderia ser apenas a separação do hiato geracional e uma maneira obscura mais codificada de dizer “da Tribo de Judah” sem ser abrasivo.

Pode ser que a Tribo de Judah fosse o ramo principal desta linha e que os Filhos da Viúva sejam um ramo da linha original, mas cuja proximidade com a linha original precisasse de ser preservada por meio de um título dado a esses construtores.

No final, nunca saberemos se Adão, Jesus, o Nazareno ou Hiram estavam verdadeiramente relacionados, no entanto, é claro que o Filho da Viúva é um título dado à descendência de Ruth e seus descendentes. Também está claro que a Maçonaria chama o seu santo padroeiro Hiram Abiff de “Filho da Viúva”, que foi um construtor. As lições ensinadas filosoficamente dentro do nosso sistema maçónico também têm a ver com a construção; a principal diferença é que estamos a construir a nossa espiritualidade. No sistema maçónico nós seguimos os passos de Hiram Abiff, mas nós não o representamos apenas – nós fisicamente nos transformamos nele, nos diversos graus e no final todos nós acabamos sendo “Filhos da Viúva”. Tornando-nos Mestre Maçons, nós todos terminamos sendo construtores de fantásticos corações, mentes e almas.

Então, Irmãos, eu pergunto: “Quem é o Filho da Viúva?”

Olhe-se no espelho e certamente que o verá.

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Inspirado por um breve artigo no cavalete da Loja Blackmer nº 442 F & AM, Califórnia, escrito pelo Respeitável Irmão John R. Heisner.

Robert H. Johnson, editor chefe do blog Midnight Freemasons. Maçom no 1st N.E. District of Illinois e serve atualmente como Secretário na Loja Spes Novum nº 1183 UD. É Antigo Venerável da Loja Waukegan nº 78 e Past District Deputy Grand Master para o 1st N.E.