Nós, maçons, somos investigadores da verdade.
Assim aprendemos desde o dia que ingressamos na Ordem.
Vamos então definir a qual verdade nos referimos.
Seria Deus?
Seria qual o nosso papel neste planeta?
Seria a vida após a morte?
Qualquer que fosse a nossa definição uma coisa é certa: Todas essas indagações a serem investigadas, deveriam ser absolutamente desprovidas de quaisquer imposições dogmáticas.
Os dogmas são colocações imutáveis e não sujeitas a contestações e indagações.
Não creio que seria possível investigar qualquer dos temas acima mencionados se esbarrarmos em dogmas que impeçam a nossa investigação.
É bem difícil ser maçom e despojar-se muitas vezes de princípios que trazemos arraigados desde a mais tenra idade.
Esta, porém é a única forma de investigarmos temas transcendentais e desta investigação tirarmos algum proveito.
A Constituição de Anderson é impregnada pelo espírito místico-religioso e mostra a Maçonaria como um sistema de ordem moral, um culto para conservar e difundir a fraternidade e união entre os homens e a crença na existência de Deus.
Sobre Deus e religião dizia o Pastor Anderson o seguinte:
“Um Maçom é obrigado, por dever de ofício, a obedecer a Lei Moral.
E se ele compreende corretamente a Arte, nunca será um estúpido, ateu ou um libertino irreligioso.”
Muito embora nos tempos antigos os Maçons fossem obrigados em cada país a adotar a religião daquele país ou nação, qualquer que ela fosse, hoje se pensa mais acertado, somente obrigá-los a adotar aquela religião com a qual todos os homens concordam, guardando suas opiniões particulares para si próprios.
Isto é, serem homens bons e leais, ou homens de honra e honestidade, qualquer que seja a denominação ou convicção que os possam distinguir.
Por isso a Maçonaria se torna um centro da união e um meio de conciliar uma verdadeira amizade entre pessoas que de outra forma permaneceriam em perpétua distância.
Algumas das Lojas inglesas, revoltadas com a imposição de dogmas, migraram para a França e insurgiram-se contra essa Constituição Maçônica e também com a interferência de religiosos da época nos assuntos da Ordem.
Na França, criaram o Rito Moderno que não questionava a existência de Deus e não obrigava que a bíblia estivesse presente nas sessões maçônicas. Foram chamados de ateus, mas justificavam que esta era uma questão de foro íntimo de cada um e que tal assunto não interessava para a Maçonaria.
Foi dessa Maçonaria francesa que se originaram as primeiras Lojas brasileiras, como hoje as conhecemos.
Faço todo esse relato para que os irmãos sintam como foi e tem sido difícil para nós maçons livrarmo-nos de tudo aquilo que impede sermos verdadeiros investigadores da verdade mesmo que transitória.
Assim, esperamos que as nossas mentes continuem cada vez mais, sendo abertas, para que possamos cumprir o nosso papel na sociedade, combatendo os fanatismos e livrando-nos de dogmas que possam servir como empecilhos para a busca da verdade.
Que o G.˙. A.˙. D.˙. U.˙. a todos ilumine e guarde.