janeiro 06, 2025

DIA DE REIS - Adilson Zotovici


Lá do céu a Estrela Guia

O Oriente a iluminar

Reis Magos em companhia 

Cá na terra a visitar


Com presentes de valia

Incenso à Fé sublimar

Ouro qual sabedoria 

Mirra para purificar


Pra brindar a quem nascia

Num humilde, Sacro Lugar

Por sua Mãe Virgem Maria


Gaspar, Melchior, Baltazar

Levaram a *JESUS* que viria

"No céu e na terra Reinar"!



DIA DE REIS...- Ivan Froldi Marzollo

 






Dia de Reis a Epifania após o Solstício. 


A partir deste conto do quarto rei Mago e um texto do dia de Reis busquei um paralelo a data do dia 06 de Janeiro neste ensaio .

Uma premissa se faz necessaria: 

A exegese do sincretismo religioso permeia a verdade universal que é o Grande Mestre Jesus e toda o exoterismo em torno do Cristo.

Há uma forma empírica com base em astronomia, neste sentido  a sequência do nascimento de Jesus é completamente astrológica.

A estrela no Leste é Sírius, a estrela mais brilhante no céu noturno, que no dia 24 de Dezembro, se alinha com as 3 estrelas mais brilhantes no cinturão de Órion.

Estas 3 estrelas são chamadas hoje como também eram chamadas antigamente: “3 Reis” ou “As três Marias”(mais conhecido no Brasil).

Os 3 Reis e a estrela mais brilhante, Sírius, todas apontam para o nascer do Sol no dia 25 de Dezembro. Esta é a razão pela qual os Três Reis “seguem” a estrela a Leste, para “localizar” o “nascer” do Sol.

A Virgem Maria é a constelação de Virgem, também conhecida como Virgo a Virgem. Virgo em latim significa virgem. Virgo também é referido como a “Casa do Pão”, e a representação de Virgo é uma virgem segurando um feixe de espigas de trigo. A constelação que simboliza o grau II.

Esta “casa do pão” e seu símbolo das espigas de trigo representam Agosto e Setembro, época das colheitas. Por sua vez, Bethlehem ou Belém, é a tradução à letra de “A casa do Pão”. Bethlehem é também a referência à constelação de Virgem, um lugar do Céu, não na Terra.

Outro fenômeno muito interessante que ocorre no dia 25 de Dezembro é o  Solstício de Verão e o dia mais longo .

É cediço que os Planetas orbitam em torno do Sol Deus Superior , porém é conveniente na linguagem de senso comum dizer que o Sol se move, aqui adotaremos a forma rasa e não a empirica relacionada a rotação e translação da terra .

Na perspectiva de quem está no hemisfério Norte, o Sol parece se mover para o sul aparentando ficar pequeno e fraco, o encurtar dos dias e o fim das colheitas conforme se aproxima o Solstício de Inverno simbolizando a morte, para os mais antigos. Era a morte do Sol, no 22 º dia de Dezembro, o falecimento do Sol estava completamente realizado. O Sol, tendo-se movido continuamente para o sul durante 6 meses, faz com que atinja o seu ponto mais baixo no céu. Aqui ocorre algo curioso, o sol deixa, aparentemente, de se movimentar para o sul, durante 3 dias. (22, 23, 24).

Durante estes 3 dias de pausa, o Sol reside nas redondezas das constelações de Alpha Crucis ou mais conhecido como Cruzeiro do Sul e Constelação de Crux. Depois deste período, no dia 25 de Dezembro, o Sol move-se 1 grau, desta vez para o norte, perspectivando dias maiores, calor, e a Primavera. E assim se diz: que o Sol morreu na Cruz (Constelação de Crux).

Esteve morto por 3 dias, apenas para ressuscitar ou nascer uma vez mais. Esta é a razão pela qual Jesus e muitos outros Deuses do Sol partilham a idéia da crucificação, morte de 3 dias e o conceito de ressurreição.

Há uma lenda de que, sem fazer parte da Revelação,  nos ensina o que Deus espera de nós.

Dizem que houve um quarto Rei Mago, que também viu a estrela brilhar em Belém e decidiu segui-la. Como presente, pensou em oferecer ao Menino um baú cheio de pérolas preciosas. No entanto, em seu caminho, ele encontrou várias pessoas que estavam pedindo sua ajuda.

Este Rei Mago os assistiu com alegria e diligência, e ele deixou a cada um deles uma pérola. Mas isso estava atrasando sua chegada e esvaziando seu baú. Ele encontrou muitos pobres, doentes, aprisionados e miseráveis, e não podia deixá-los sem supervisão. Ele ficou com eles pelo tempo necessário para aliviar a dor e depois partiu, o que foi novamente interrompido por outro desamparado.

Aconteceu que quando finalmente chegou a Belém, os outros reis magos não estavam mais lá e o Menino Jesus fugira com seus pais para o Egito, porque o rei Herodes queria matá-lo. O Rei Mago continuou procurando-o sem a estrela que o guiara antes.

Ele procurou, procurou e procurou ... e dizem que ele passou mais de trinta anos viajando pela terra, procurando a criança e ajudando os necessitados. Até que um dia chegou a Jerusalém justamente no momento em que a multidão enfurecida exigia a morte de um pobre homem. Olhando-o, ele reconheceu algo familiar em seus olhos. Entre dor, sangue e sofrimento, pode ver em seus olhos o brilho daquela estrela. Aquele que estava sendo executado era a criança que ele havia procurado por tanto tempo.

A tristeza encheu seu coração, já velho e cansado pelo tempo. Embora ainda guardasse uma pérola na bolsa, era tarde demais para oferecer à criança que agora, transformada em homem, pendia de uma cruz. Ele havia falhado em sua missão. E sem mais para onde ir, ficou em Jerusalém para esperar a morte chegar.

Apenas três dias se passaram quando uma luz ainda mais brilhante do que mil estrelas encheram seu quarto. Foi o Ressuscitado que veio ao seu encontro! O Rei Mago, caindo de joelhos diante Dele, pegou a pérola que ficou e estendeu-a a Jesus, que a segurou e carinhosamente disse:

"Você não falhou. Pelo contrário, você me encontrou por toda a sua vida. Eu estava nu e você me vestiu. Eu estava com fome e você me deu comida. Eu estava com sede e você me deu uma bebida. Eu fui preso e você me visitou. Eu estava em todas as pessoas necessitadas que você assistiu no seu caminho. Muito obrigado por tantos presentes de amor! Agora você estará comigo para sempre, porque o céu é a sua recompensa ".

A história não requer explicação ... a reflexão deste conto é poder dar  continuidade ao seu trabalho todas as vezes que ajudamos alguém ao longo dessa caminhada chamada vida. Hoje termina o tempo litúrgico do Natal e desejo que as bênçãos e os ensinamentos do  Mestre Jesus  acompanhe vocês todos os dias deste ano.

Muita Paz e amor na sua vida.”

Doze dias depois do Natal, a Epifania, palavra que significa, segundo a etimologia grega, “aparição”, marca o retorno percebido da luz após o solstício de inverno no hemisfério Norte, e por aqui o Solsticio de Verão

A verdade é mais direta. Quando do nascimento de Jesus, os únicos magos orientais conhecidos eram os Medos, originários do império persa, o atual Irã. Eles praticavam o zoroastrismo, a forma reformada do mazdaismo, e eram especialistas na ciência dos astros. Sem a estrela brilhante que os teria guiado, eles certamente não teriam empreendido uma viagem de mais de 1.600 km com o único propósito de depositar ouro, incenso e mirra aos pés de um recém-nascido.  Antes de sua pregação, o mazdeismo, religião de Ahura Mazda, resultou de um amálgama de velhas crenças, incluindo a coexistência de múltiplas divindades. Entre elas, Mitra parece ocupar um lugar proeminente. A ele se sacrificavam animais, enquanto que durante a sua adoração se consumia uma bebida energética feita de efedra, a haoma.

A sua missão é mais fundamental: 

eles vieram legar ao cristianismo e ao novo mundo, por seu gesto simbólico, o melhor de sua religião, proporcionando uma ponte entre suas próprias crenças e o primeiro cristianismo que a permeará amplamente.

Assim, Zaratustra, é uma das chaves do pensamento iraniano, também moldou o pensamento maçônico no século XVIII, sem ofensa a Voltaire. Sua filosofia moral, diferente da que Nietzsche revelou em Assim Falava Zaratustra, continua a ser, acima de tudo uma ode à felicidade e um caminho em direção a melhor viver em sociedade, longe das trevas. Nossos Reis Magos da Epifania não seriam o elo que continua a nos unir hoje a ele? Sua palavra original, em todo caso, sempre ilumina o pavimento mosaico, ao mesmo tempo em que guia os homens para o Bom Pensamento, a Boa Palavra e a Boa Ação, quando ele escreve nos Gathas:

Oh! Ahura Mazda

Zarathustra segue o caminho de teus pensamentos  mais evolutivos e produtivos para o mundo. Que pela irradiação da Justiça e da ação que emana do Pensamento justo, nossa vida material e espiritual tome força e que a Serenidade ilumine nosso mundo interior e nos leve a uma vida feliz.” 

O ensinamento emprestado de Zoroastra tendia a reconhecer um Deus único, e lhe conferia um lugar essencial entre dois princípios, o dualismo cujo é o fundamento  consciente dos iniciados  e o maniqueísmo do  bem e o mal. Como o parentesco de tal religião com o cristianismo era flagrante, e que assim Zoroastro era considerado mais velho que Moisés, a tentação era grande de concluir que o cristianismo representava apenas uma forma entre outras de um monoteísmo acessíveis todos os homens, independentemente da Revelação.  Zoroastro se tornaria, assim, uma figura emblemática do deísmo. ”

Neste dia de Reis felicito  a todos por este dia especial Feliz dia de Reis. Hoje em muitas escolas esotéricas é um dia de grande  fortaleza energética e com denominações variadas .

 Em escolas de Planta de Poder há a denominação como dia da Consagração, data de grande importância aos  iniciados mestres que conhecem a Seita Hermética que foi criada pelo Divino Rei Salomão.  

Que a Luz Trina da representação esotérica dos Reis Magos nos ilumine e permita a clareza e conceda a Sabedoria do Divino Rei Salomão na condução de nossas decisões neste ano de bons augúrios, que a Grande Estrela o Grande Arquiteto do Universo guarneça todos os filhos do Divino Mestre Jesus .


O TEMPO DE ESTUDOS - Almir Sant'Anna Cruz


Concluída a Ordem do Dia, o Venerável Mestre, repetido pelos Vigilantes, anuncia de forma ritualizada o início do Tempo de Estudos.

Ragon (1781-1882) em seu Ritual do Aprendiz Maçom já nos ensinava: Achamos que, se as oficinas colocassem em prática e desenvolvessem matérias maçônicas, não haveria exclusões de irmãos do quadro das Lojas por faltar às sessões. Devem ter-lhe prometido uma instrução de que ele não ouviu mais falar desde que foi recebido. A oficina é, portanto, mais digna decensura do que o Irm.’. recalcitrante. De que serve à Ordem uma oficina que deixa seus irmãos na ignorância?”

Pois bem, o Tempo de Estudos é uma das mais importantes fases de uma sessão maçônica e cabe ao Venerável Mestre organizar um ciclo de Estudos, Palestras, Seminários e Simpósios do interesse da Ordem e dos Irmãos do Quadro. 

É no Tempo de Estudos que um Irmão previamente designado deve conduzir as instruções aos Aprendizes e Companheiros. 

É também no Tempo de Estudos que se deve expor, estudar e debater assuntos de doutrina, filosofia, legislação, história, ritualística e simbologia maçônica, assim como assuntos técnicos, científicos, artísticos ou de outra natureza do interesse da Ordem ou da cultura humana. 

Deve-se observar a proibição da exposição e debate de qualquer matéria de ordem política partidária e proselitismo religioso, que poderá ferir suscetibilidades de alguns Irmãos 

O Irmão designado para apresentar o tema deve organizar previamente o trabalho, apresentando-o de pé para ser visto; alto para ser ouvido; e pouco para ser apreciado, não excedendo, por bom-senso, 20 minutos, embora não haja limitação do tempo a ser despendido nessa importantíssima fase da sessão, de forma a que os Irmãos que assim o desejaram possam dela participar.

Algumas Obediência denominam essa fase da sessão como sendo “Quarto de Hora de Estudos”, que consideramos indesejável, pois quarto de hora é o mesmo que 15 minutos, tempo insuficiente para apresentação de um tema com profundidade. É ficar apenas no trivial.

Peça de Arquitetura é um jargão maçônico que se originou na França para definir um trabalho escrito sobre assuntos maçônicos. Não é correto utilizá-lo quando o trabalho, seja ele técnico, científico ou de qualquer outra natureza, não seja maçônico. Igualmente não é correto se referir a um discurso, mesmo maçônico, que não foi lido.

Do livro *Maçonaria para Maçons, Simpatizantes, Curiosos e Detratores. Interessados contatar o Irm.’. Almir no whatsApp (21) 99568-1350

O TAMANHO É ASSIM...- Newton Agrella


 

A cada dia, mais me convenço de que o nosso limitado conhecimento sobre tudo à nossa volta se restringe aos modestos confins que conseguimos divisar entre o Céu e a Terra.

Há um hiato infinito para se compreender a Razão e a Fé, como dois, dentre os mais importantes atributos humanos.

A RAZÃO, como uma afirmação inequívoca e exata sobre toda e qualquer matéria, objeto de senso comum e que não impõe dúvidas, ainda que, invariavelmente submetida a provas e contra provas, como atestado de sua legitimidade.

E a FÉ, que por sua vez, consiste no entendimento e adoção incondicional de uma tese, princípio, conceito ou hipótese, como sendo uma verdade ou afirmação irrefutável, destituída da necessidade de qualquer condição, prova ou critério objetivo de verificação, pela única e indiscutível confiança que se deposita nela ou num agente transmissor.

Grosso modo, parece improvável dissociar duas disposições tão significativamente humanas, até mesmo nas mais difusas correntes filosóficas.

Quando trabalhamos no exercício de nossa capacitação interior, com o claro desejo de ganhar mais alguns pontos para o aprimoramento de nossa consciência, de algum modo sentimos-nos  impotentes ao nos darmos conta de que ainda não sabemos formular as perguntas, para obtermos respostas que nos convençam ou que ao menos nos satisfaçam.

A Filosofia Especulativa Maçônica tem como propósito examinar e se possível eliminar as eternas oscilações antinômicas, ou seja; a contradição entre proposições, princípios ou ideias.

Esse processo especulativo se instaura por meio de uma concepção dinâmica e relacional entre atualidades e virtualidades, relacionalidade e existência. 

Destacando que a existência não é uma categoria vazia e destituída de forma e conteúdo. E a ferramenta mais adequada de que dispomos chama-se "inteligência". 

Esta sim, permite-nos transitar pels tênue linha entre a Razão e a Fé, de modo que possamos sedimentar nossa construção simbólica com alicerces cada vez mais consistentes.

Somos Razão quando pensamos. 

Somos Fé quando sentimos.



janeiro 05, 2025

CARÁTER INEFÁVEL - Newton Agrella



Na Maçonaria, não raro, deparamo-nos com algumas palavras que não nos soam tão familiares, mas que do ponto de vista filosófico ostentam um eloquente significado.

Este é o caso do adjetivo “inefável” cuja etimologia advém do Latim.

O referido vocábulo em Português deriva-se de "ineffabilis", cuja construção compõe-se do radical *effaris* (falar, dizer, contar, predizer, anunciar) e o prefixo de negação *in*  - (dicionário FARIA, 2003, p. 337, 492). 

Deste modo, o adjetivo “inefável” se traduz como "aquilo que não pode ser expresso".

Valendo-se desta premissa e tendo em vista o caráter especulativo da Sublime Ordem, a mesma estimula o maçom a buscar a Verdade, Origem e Existência sem se valer do uso em vão e trivial do nome de Deus. 

A palavra "inefável" no universo semântico acha-se relacionada com o divinal, com o transcendental, com o perfeito e com a beleza que não pertence ao plano terreno, mas sim metafísico.

O que se propõe ao valer-se deste adjetivo é fazer com que o maçom entenda que a Maçonaria tem um caráter nomeadamente filosófico, progressista e evolucionista e antes de tudo "adogmático" e desvinculado de verdades impostas ou criadas pelas seitas, credos e religiões.

Que fique claro que isto não significa descrença num Princípio Criador e Incriado do Universo; muito pelo contrário.

O que se propõe demonstrar é que o "caráter inefável"  está associado a qualquer tipo de entidade ou fenômeno sobre o qual nada pode ser dito em linguagem humana.

O termo vale para exprimir e caracterizar sensações, sentimentos, conceitos, aspectos da realidade ou entidades, que em razão de sua complexidade, não podem, ou não devem, ser transmitidos ou descritos pela linguagem humana.

Isto impõe que o maçom deve buscar na pesquisa,  na especulação e na própria argumentação filosófica o caminho para o aprimoramento da Consciência.



DIA MUNDIAL DA PAZ - Adilson Zotovici


Já raiou um novo dia

Num novo ano que nos traz 

Desde janeiro energia 

A  um bom canteiro vivaz 


Mas hoje, a primazia,

Que o livre pedreiro é capaz 

Levantar templos com eutimia 

De concórdia que é  compraz


Serenar guerra, anarquia

Com encantos trazer alegria 

Que em cantos da terra jaz 


Transmutar inscicia à porfia 

Com Arte Real sintonia 

No *Dia Mundial da Paz* 


Inscícia é um nome feminino que significa falta de conhecimentos ou cultura, ignorância ou imperícia: 




janeiro 04, 2025

AS ARTES LIBERAIS - José Luiz Garcia Villar


INTRODUÇÃO

Irmãos, escrever sobre as Artes Liberais e a Maçonaria, tornou este trabalho desafiador, não pela necessidade de estudos e leituras, mas porque, como Companheiro, devo me ater aos ensinamentos do meu grau.

Sair do material, tátil e visual, para o espiritual e abstrato, sem cair na espiral das frases que não significam nada ou dizem o que significam de uma forma não clara, não é fácil, mas graças ao G∴A∴D∴U∴, me foram colocados nesta caminhada, Irmãos que me orientaram nesse desbaste.

DESENVOLVIMENTO

As sete artes liberais são um conjunto de disciplinas que, na Antiguidade e na Idade Média, eram consideradas essenciais para a formação de um indivíduo culto e preparado para a vida pública.

Temos Platão, que trabalhava as artes livres, onde o aluno tinha o direito de pensar. Aristóteles e Isócrates (Pai da Oratória), tinham como meta a gramática, a retórica, a dialética, a geometria, a aritmética, a astronomia, a música e a arquitetura.

A maçonaria, por sua vez, valoriza o conhecimento, a moralidade e a busca pela verdade e utiliza essas artes no ensino aos seus membros.

Dentro desse contexto maçônico, as sete artes liberais são frequentemente referenciadas, como um símbolo do conhecimento e da educação que os maçons buscam cultivar, promovendo a ideia de que o desenvolvimento intelectual e moral, é fundamental para a formação de um bom cidadão e para a construção de uma sociedade justa.

Assim, as sete artes liberais e a maçonaria compartilham uma conexão profunda, pois ambas enfatizam a importância do aprendizado e do aprimoramento pessoal. Somos incentivados a estudar como essas disciplinas, não apenas servem para enriquecer nosso conhecimento, mas principalmente para aplicar esses conhecimentos em nossas vidas e nas interações com outros Irmãos. Essa busca pelo saber, é vista como um caminho para a iluminação e a evolução espiritual, valores centrais na filosofia maçônica. 

As Sete Artes Liberais estão divididas em duas categorias: o Trivium e o Quadrivium.

Trivium:

Gramática: O estudo da língua e da estrutura das palavras.

Lógica: O raciocínio e a argumentação.

Retórica: A arte de falar e escrever de forma persuasiva.

Quadrivium:

Aritmética: O estudo dos números e suas propriedades.

Geometria: os limites para o conteúdo relacionado às formas e aos espaços.

Música: O estudo das proporções e harmonias sonoras.

Astronomia: O estudo dos astros e dos movimentos celestes. 

A Gramática envolve a aprendizagem de verbos, adjetivos, substantivos e as demais características ortográficas, incluindo o significado das palavras, suas nuances, e como elas podem ser usadas de maneira correta.

A Retórica, é uma tarefa cotidiana em nossa sublime ordem. Aprender a falar em público com fluência e oratória, é uma das bases da instrução desde o grau de A∴M∴. Falar em público é aterrorizante para alguns, mas para os maçons é tarefa cotidiana, pois aprendem tanto de falar como ouvir o discurso dos outros.

A Lógica é a terceira etapa do Trivium, ela consiste em uma sequência regular de argumentos, ela treina nossa mente a pensar com clareza, usando as nossas faculdades de conceber, julgar e raciocinar, evitando que tiremos ou façamos conclusões baseadas em achismos.

A Aritmética que deve lembrar-nos de agir sobre o material, porém, com a beleza da aritmética e da matemática, é que descobrimos a simetria e a proporção. Ela nos mostra que retas e curvas podem ter seus significados expandidos a níveis esotéricos superiores, nos levando à conceitos e ideias abstratas.

A Maçonaria coloca especial ênfase na geometria como sinônimo de autoconhecimento, como compreensão da substância básica do nosso ser.

A Música é parte de nós, ela faz com que nossa audição seja melhorada pela música, em seus tons e amplitudes. As vibrações dos sons de determinada frequência, nos ensina que é preciso disciplina para alcançar a harmonia e escutar os sons do universo.

A Astronomia, nos faz pequenos, contemplar as estrelas nos faz perceber a glória do G∴A∴D∴U∴, nos ensina a admirar e estudar o universo.

Os globos terrestre e celeste sobre os capitéis das colunas das Lojas nos ensinam a compreender a rotação da Terra em torno do Sol. Temos a visão interior da eterna renovação do universo, onde os recomeços, são uma jornada sem fim, como nos mostram os diversos ciclos que a astronomia nos ensina e faz com que sejamos cada vez melhores observadores.

Essas artes, são fundamentais para a formação do ser humano, promovendo o autoconhecimento e a busca pela verdade. O domínio do conhecimento e das habilidades ensinadas pelas artes liberais contribui para a construção de um caráter sólido e ético, elementos essenciais para a prática da maçonaria, além disso, muitos símbolos e rituais maçônicos fazem referência a essas artes, reforçando sua importância no caminho do aprendizado e da iluminação pessoal.

Considerações finais:

As ferramentas do Aprendiz e do Companheiro, nos remetem ao trabalho comportamental, descobre áreas não trabalhadas dentro do nosso ser, nos direcionando à retidão de caráter e veracidade com que tratamos os assuntos maçônicos.

Nos estudos do C∴, a essência das artes liberais repousa na sequência e ordenamento delas. Somos constantemente confrontados com o começo e o fim do saber conceitual e o significado simbólico, onde a presença das artes liberais, tão adaptada pela maçonaria especulativa, tem em seu cerne dois níveis, que são o material e o espiritual.

Vemos essa condição, no Livro da Lei, em Provérbios 9:1, que diz: “A sabedoria já edificou a sua casa, já lavrou as suas sete colunas”.

Considerando apenas a sua importância na maçonaria, veremos uma sequência onde os graus especulativos seguem com a sua sequência descritiva, dentro do Trivium e do Quadrivium, que nos levam a um crescimento, onde o entendimento espiritual e abstrato é a base para se tornar um M∴M∴.

Transcrevo abaixo pequeno trecho de Paulo Edgar Melo, para nossa reflexão:

“Se compreendermos melhor o uso da música e da arte nas nossas vidas, se usarmos a matemática e a geometria, se observarmos a perfeição do Universo, se expandirmos a nossa redação e vocabulário, tudo isso ao longo da nossa vida, vamos nos tornar melhores seres humanos e merecedores das graças e da bondade do Altíssimo.”

Que o G∴A∴D∴U∴ nos mantenha com o propósito de sermos uma escola de virtudes e sabedoria, onde o sistema moral baseado em alegorias e ilustrada por símbolos, seja nosso objetivo espiritual na maçonaria.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Artigo: A Origem das Artes liberais na Idade média, 2017. Revista de História Antiga e Medieval, MYTOS

Artigo: As artes liberais na Idade Média, 1975. Revista de História Ano XXVI, Editora Sociedade Filosófica.

MARTINS, Orlando, NOGUEIRA-SIMÕES, Pedro, O papel da maçonaria na contemporaneidade: Princípios e valores universais na criação de uma sociedade inclusiva, solidária e ética social, 2022. EUROPEAN Review of Artistic Studies.

CAMINO, Rizardo da. Simbolismo do segundo grau, 2021. Editora Madras.

JOSEPH, Irmã Miriam. O Trivium: As Artes Liberais da Lógica, da Gramática e da Retórica, 2002. Ed Realizações.

MARTINEAU, John, Quadrivium: As quatro artes liberais clássicas da Aritmética, da Geometria, da Música e da Cosmologia. 2010, Ed Realizações.



O SENTIDO DA VIDA - Rui Bandeira


Todo o ser humano, mais tarde ou mais cedo, mais ou menos frequentemente, se interroga sobre o sentido da vida. As religiões resultam, em última análise, dessa primordial interrogação, procurando cada uma delas dar resposta à mesma.

Confrontado com a crença religiosa que a sua cultura lhe disponibiliza, o indivíduo tem, basicamente, uma de três reações. Ou aceita essa doutrina, ou a rejeita ou aceita elementos, ainda que modificando-os, dessa tradição, mas busca ir mais além e mais fundo.

Se o indivíduo aceita a doutrina da crença religiosa que a sua cultura lhe disponibiliza, o seu problema está resolvido: o sentido da sua vida contém-se nos princípios dessa doutrina, cumpre, ou procura cumprir, os preceitos dessa religião e busca a Salvação ou a Evolução que a doutrina da sua religião preconiza. Sabe qual é o seu lugar e a sua função no mundo e na vida. Não precisa de se questionar mais.

Se o indivíduo rejeita a crença religiosa que a sua cultura lhe disponibiliza, das duas, uma: ou fá-lo porque se identifica com outra doutrina religiosa, a que se converte, ou, pura e simplesmente não crê. Na primeira hipótese, o seu problema de responder à interrogação primordial sobre o sentido da vida fica resolvido, em termos semelhantes à situação anterior.

Se a rejeição da crença religiosa ocorre porque, pura e simplesmente, não crê, o seu problema fica também resolvido, mas com outra resposta: não existe qualquer sentido na vida, a vida, como o Universo, resulta de uma combinação de fatores físicos e químicos, tudo se resume ao mundo material, onde se nasce, vive-se o melhor que se pode e um belo dia morre-se e nada de nada resta, para além do que se enterra ou é cremado, para dar lugar a outros que, sucessivamente, nascerão, viverão e morrerão, sem que deles nada reste também, para além do que se enterra ou é cremado, até que um dia uma qualquer combinação de fatores físicos e químicos a tudo ponha fim – do começo ao final nada faz sentido, tudo sucede, sucedeu e sucederá por acaso, por mecânica combinação de uma miríade de fatores físicos e químicos.

Se o indivíduo, confrontado com a crença religiosa da sua cultura, aceita, ainda que modificando-os, elementos dessa tradição, mas busca ir mais além e mais fundo, esse é o que mais longa e persistentemente se debate com a interrogação sobre o sentido da vida. A resposta institucional não o satisfaz, a opção no ateísmo materialista também não. Esse rejeita que tudo sucedeu por acaso, por mera consequência de fatores físicos e químicos e que a vida não tenha sentido. Esse considera que existe, sim, um sentido na vida, ainda que ele o desconheça, mas entende que existe um Propósito, um Objetivo, na existência do Universo e, principalmente, da Vida. O que materialmente vê e sente é apenas uma parte do quadro da Vida. Acredita que outros planos de existência ocorrem, que a passagem por este plano material tem um propósito, simplesmente não se satisfaz plenamente com as respostas dadas pela religião da sua cultura – nem com as respostas dadas pelas demais religiões.

Esse, ou se conforma com o desconhecimento e vive segundo os preceitos da sociedade em que se insere, ainda que porventura os não aceitando plenamente, ou busca, por si, com a sua Razão, resposta ou caminhos para resposta suscetível de o satisfazer. É crente, mas não se identifica com nenhuma religião em concreto. É crente porque a sua Razão o conduz a que o seja, mas, por isso mesmo, procura as respostas por si mesmo. É o que se denomina de deísta.

Há ainda os que – talvez a maioria – vão evoluindo ao longo da sua vida, em resultado do seu crescimento, das suas experiências, dos seus encontros e desencontros com pessoas, ideias e ideais. O mesmo indivíduo pode, ao longo da sua vida, passar por mais do que um – no limite, até por todos – dos estádios acima referidos.

Cada um é como cada qual. A pergunta – qual o sentido da vida? – é a mesma, impõe-se a todos, mas cada um dá-lhe a resposta que entende ou que pode dar e, se muda os termos dessa resposta, uma ou várias vezes, é porque a sua natureza o impele a assim fazer.

Muitos, a maioria, interrogam-se sobre o sentido da vida na solidão do diálogo consigo próprio ou podem apenas obter as respostas institucionalizadas da sua tradição religiosa. Outros confrontam a sua interrogação com as similares interrogações de outrem, e daí resultam apostasias, conversões, mas também lutas, por vezes ferozes, ou indiferenças perante as diferenças.

Há uns quantos, porém, que têm a possibilidade de colocar essa interrogação em conjunto com outros, sem confrontos, com aceitação das respostas de cada um, com partilha de pontos de vista e de experiências, pondo todos em comum o que cada um tem, de forma a que cada um retire do todo posto em comum o que necessite para ir mais além e mais fundo, na sua busca pessoal de resposta à interrogação primordial que o venha a satisfazer.

Esses são os maçons!



janeiro 03, 2025

EMPREITADA RUMO AO ORIENTE - Roberto Ribeiro Reis


Já chegando à sala dos perdidos passos,

Vou estreitando com os Irmãos os laços,

Deixando para fora todas agruras do dia;

O semblante já muda, sinto outro astral,

Mesmo quando o assunto inda é banal,

Sabemos que lá dentro aflora harmonia.


O Mestre de Cerimônias, com simpatia,

Distribui joias – e também sua alegria -

Assim o fazendo com vontade e ardor;

Cada Irmão sente uma grande euforia

Intraduzível o tamanho dessa energia:

Anseiam estar no Templo de Esplendor.


Tão logo ingressam rumo ao Ocidente,

Sentem a paz cada vez mais crescente,

E uma energia que desperta e revigora;

Farão nobre empreitada até o Oriente,

Que proporcionará ao Irmão presente

A Sabedoria Augusta, que se incorpora.


Então a Luz se esparge, profundamente,

Ela se nos infunde, tão especialmente,

Iluminando os Ir.’. e a Loja por completo;

Agradeço ao Eterno, o Ser Benevolente,

Que sabe o que cada um de nós sente:

Por isso é aclamado o Grande Arquiteto!












CORAGEM - André Naves


Quais suas superstições de Ano Novo?

            Todo mundo tem… Desde as mais corriqueiras, como se vestir de branco, amarelo ou outras cores, comer romãs, tâmaras e lentilhas, até algumas mais sofisticadas e charmosas…

            Esses dias, num desses programas da tarde, eu tava me divertindo com um sensitivo que dava todas as orientações para o ano que vem nascendo. Era tanta coisa que a gente precisa comer, e colocar as sementes na carteira, que a gente vai precisar usar uma pochete! E as cores, então? E vocês sabiam que dá pra “pular ondas” no chuveiro ou na bacia?

            Quem não tem praia tem bacia!

            Pelo sim, pelo não, minha casa está toda decorada com flores amarelas, e comi uvas, tâmaras, damascos e lentilhas!

            Mas eu tenho uma superstição super séria. Essa eu cumpro à risca! Todo fim de ano, entre o final de dezembro até o começo de janeiro, eu adoro tomar chuva. Não vale qualquer garoinha… Tem de ser daquelas que o céu preteja, como dizem lá em Jacareí!

            Meu pai, de memória extremamente abençoada, que me ensinou. Tenho a desconfiança de que era um jeito das crianças aprenderem brincando a ter coragem…

            O céu ia ganhando aqueles tons de chumbo e a roncar alto, e a gente, eu e meus irmãos, já se ouriçava. Minha mãe se preocupava, como sempre, mas sabia que não tinha muito jeito. No fim, ela entrava na dança.

            E a chuva caia, então! Era água, vento, refresco, bagunça! A chuva, depois ele explicava, tirava nossas impurezas, tudinho de que a gente não precisa, limpa o corpo e a alma! Quando o Altíssimo mandou Abraão ir, ele foi! Era exatamente isso…

            Buscar o melhor de si mesmo! Atravessar seus próprios desertos! Remar até a terceira margem do rio “eu”, já escrevia o Guimarães Rosa!

            Coragem para ir, para fazer, para buscar! Limpos, purificados, despidos das ruindades do ano que vai terminando…

            E Abraão ganhou Isaque, aquele riso da realização… Essa brincadeira da chuva sempre terminava em riso!

            Da Coragem nasce o Sorriso!

            Esses dias eu fui almoçar na minha sogra. Na volta, vínhamos minha esposa e eu pela rua quando desabou o mundo! Dentro do guarda-chuva molhava quase tanto quanto fora. Foi quando ouvi o voz…

            Vai, acho que o ouvi desde aquela eternidade oriental. E eu fui… Saí do abrigo e fui caminhando por aquele dilúvio. Quando cheguei no meu prédio, eu tava igual um pinto molhado, diriam. Olhei pro pessoal e falei: “É… Terra da garoa, né?”. Risada geral…

            Coragem e Riso!

            O ano tá brotando! Que nesses tempos a gente tenha coragem para fazer, para construir, para trabalhar, para desenvolver e multiplicar nossos melhores talentos!

            Acima de tudo, entretanto, vamos ter a Coragem de Sorrir!

janeiro 02, 2025

O TEMPO - Carlos Drummond de Andrade


"Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um individuo genial.

Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.

Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número

e outra vontade de acreditar que daqui para diante tudo vai ser diferente.

Para você, desejo o sonho realizado,

o amor esperado,

a esperança renovada.

Para você, desejo todas as cores desta vida,

todas as alegrias que puder sorrir, todas as músicas que puder emocionar.

Para você, neste novo ano, desejo que os amigos sejam mais cúmplices, que sua família seja mais unida,

que sua vida seja mais bem vivida.

Gostaria de lhe desejar tantas coisas...

Mas nada seria suficiente...

Então desejo apenas que você tenha muitos desejos, desejos grandes.

E que eles possam mover você a cada minuto ao rumo da sua felicidade."


Feliz 2025!

SOLTA-TE PEDREIRO - Adilson Zotovici


Crê em ti, em tua verdade 

Em teu talento alvissareiro

O intento pela humanidade

Vez que hábil livre pedreiro 


Não te acanhes na irmandade 

És consorte de grupo obreiro 

Que ganhes com tua humildade 

Mas com porte dum cavaleiro 


Aprende e ensina com vontade

No dia a dia, ano inteiro 

Da tua oficina a caridade 


Faz do  mundo o teu canteiro 

No verbo tens habilidade

Num segundo...és o primeiro !

Gratidão a esses Grupos criados e conduzidos por irmãos intelectuais, que divulgam durante o ano inteiro a Arte Real em plataformas/salas virtuais, através dos conhecimentos dos eruditos irmãos palestrantes, que tornaram a maçonaria mais unida por todos o país e fora dele.

Chico da Botica-RS 

Cavaleiros da Virtude-AL

Blog Michael Winetzki-SP=  

Jornal do Aprendiz PE

Epaminondas MG

 Acácia-SP 

 O Confrade-GO 

RL Salvador Allende Lx/PT 

O Espirro do Bode 

Salmo133 TX/EUA 

Lux In Tenebris - RO 

Luz e Conhecimento-PA

Urânia-SP 

Grupo Virtual de Estudos Maçônicos RO/PA 

Liceu-SP 

 e sempre ao eterno e inesquecível,  JB NEWS 

APEGO AO PRIMEIRO MALHETE - Newton Agrella


Não raro, em inúmeras Lojas espalhadas pelo Brasil afora deparamo-nos com a singular e indesejável figura do "venerável oculto".

Este personagem, trata-se de um ex-Venerável ou Past Master como preferirem, e que dotado de um espírito egocêntrico e absoluto, dono da verdade, acha-se no pleno direito de opinar, sugerir e interferir no andamento dos trabalhos, inclusive e mormente durante a própria sessão maçônica.

Seja por intermédio de sinais, olhares, ou quando não satisfeito, tomando a palavra e ferindo frontalmente os ditames ritualísticos, sem se importar com as consequências que tais atitudes possam acarretar.

Posta-se obrigatoriamente ao Oriente de maneira olímpica e se possível ombreando o Venerável Mestre de Ofício.

Costuma falar pelos cotovelos, muitas vezes interrompe os trabalhos para fazer alguma observação que segundo a sua perspectiva é inadiável e precisa ser feita naquele instante de qualquer maneira.

Ele ri, cochicha, aponta, corrige e quer que seus pares, próximos a ele, também compartilhem de seu comportamento.

Em suma...um verdadeiro "mala", cujas alças mal conseguem sustentar o seu peso.

Há algum tempo atrás, em visita a uma Loja no litoral paulista, pude testemunhar um desses casos.

O Venerável Mestre que tentava conduzir uma Sessão Magna de Elevação, mal conseguia disfarçar o mal-estar diante de um "venerável oculto" que a cada pouco se ocupava de dar palpites, interrompendo a cerimônia em várias oportunidades a ponto inclusive de comprometer a própria dinâmica da Sessão - fazendo correções, sobre o ritmo dos trabalhos e até mesmo reclamando da falta de uma garrafa de água mineral no Trono de Salomão - onde o mesmo dividia espaço com o 1º Malhete.

Obviamente que esse elenco de atitudes contribuiu para que os Irmãos ao término da Sessão fizessem comentários pejorativos e irônicos, inclusive culpando o Venerável Mestre de ofício pela falta de pulso para coibir esse tipo de coisa.

Cumpre destacar, que normalmente esses "veneráveis ocultos" - que se acham intocáveis donos da Loja - são pessoas que na maioria das vezes dispõem de uma boa formação cultural, estão financeiramente estabilizados contudo, julgam-se no Direito de interferir nos destinos de uma Loja, como que sem a presença destes, a mesma simplesmente não subsistiria.

O que vale dizer que a prepotência e audácia desses Irmãos prejudicam sobejamente o andamento de uma Oficina, e o que se mais lamenta, é que muitos Veneráveis ex-oficio, durante exercício de seu veneralato se omitem de chamar-lhes a atenção, ou de algum modo, tentar inibir esse tipo de comportamento que desagrada e desagrega o quadro de Obreiros.

A figura do "venerável oculto", em alguns casos chega até mesmo a provocar rupturas em Lojas, suscitando a cisma e o advento de uma nova Oficina.

Parece difícil demais conter essa vaidade que a Sublime Ordem tanto combate, mas que o ser humano tão apegado aos valores mais atávicos do Poder - seja ele qual for - mal consegue se desapegar.

Diante desse cenário obtuso e constrangedor, o convite é feito para que o "venerável oculto" - se oculte na sua presunção de onipotência e assuma uma postura mais coerente, humilde e racional diante de seus Irmãos.