março 30, 2025

INFLUÊNCIA JUDAICA NA MAÇONARIA - Michael Winetzki

NOS FARÓIS DA SABEDORIA - Adilson Zotovici




Para servir aos navegantes

Nos faustos mares da mestria

Em verdade pares pujantes

Na efêmera travessia


Companheiros edificantes !...

Que com a mesma primazia

Iluminam aos viajantes

Se mar revolto ou calmaria


Aos obreiros, que seus talantes,

De conhecimentos à porfia

Quais marinheiros, almirantes,

Juntos seguem a mesma guia


Firmes, igualmente brilhantes,

Atenção...luz anuncia

Aos livres pedreiros buscantes

À água mansa ou bravia


Em lives, aos palestrantes,

Qual “ práticos “ assessoria

Levando a luz aos mais distantes

Enfáticos na serventia


Em canteiros os mais constantes

*“Faroleiros”* em tutoria

Nas “virtuais” operantes

Nos *“Faróis da Sabedoria” !* 


Reconhecimento, homenagem e gratidão aos criadores, administradores , promotores das palestras Virtuais e mediadores como  *“Faroleiros”*,  Ednilson Silva, Izautonio Machado, Airton Carvalho, Márcio Gomes, Silvério Ribeiro, Marcio Silva, Cledson Cardoso, Julio Nahuz, que mantém acesos os *FARÓIS DA SABEDORIA*... Grupo Virtual de Estudos Maçônicos, Epaminondas Online, Luz e Conhecimento, Lux In Tenebris, Liceu, Urânia...

O FUTURO DA MAÇONARIA – DESAFIOS E RESPOSTAS - Leon Zeldis



Esta é uma matéria que nos remete à reflexão. Atualíssima, o autor só se engana quando pensa que o que está acontecendo nos EUA, Inglaterra e Israel não acontece no Brasil, por exemplo.

O ponto interessante é que a solução apresentada passa pela retomada dos valores filosóficos e esotéricos. O problema é o mesmo de sempre: geriatrificação da Ordem, recrutamento ruim e evasão.

O Tradutor: Ranvier Feitosa Aragão


Nos círculos maçônicos através do mundo, particularmente nos países de língua inglesa, a questão do futuro da Ordem tornou-se um assunto urgente. Os últimos quinze anos foram marcados por uma gradual erosão do número de maçons no mundo. Nos Estados Unidos, para dar um exemplo, dos anos 50 até o fim do século passado, os membros das 50 Grandes Lojas diminuíram mais do que quinze por cento. Esses números são motivos para uma séria reflexão. Algumas lojas tiveram que fechar, outras desapareceram e, em todos os lugares, a manutenção dos bonitos templos maçônicos, que eram nossa janela de orgulho para o mundo, tornou-se um peso, uma carga quase insuportável.

Têm sido feito tentativas para se encontrar a causa dessa situação. Obviamente, há uma combinação de fatores. Alguns observadores, nos Estados Unidos, alegam que isso é o retorno à dimensão normal da Fraternidade depois da incomum expansão que teve lugar após a Segunda Guerra Mundial; outros pontos são as mudanças experimentadas pela sociedade no último século, e particularmente nas últimas décadas. Percebemos a crescente auto preocupação das gerações mais jovens, a síndrome de “tampa de metal de motor de avião”[4], a influência da televisão e agora da internet, fazendo com que as pessoas fiquem mais sedentárias e menos gregárias.

Esta situação, que também é sentida no nosso país, não parece ter o mesmo efeito em outras regiões do mundo, tais como a América Latina, França e Turquia, para dar alguns exemplos onde a Maçonaria segue as regras tradicionais de rigorosa seleção dos candidatos, lenta progressão nos graus – um ou dois anos entre um grau e o próximo – pequenas lojas, exigência da presença de cada irmão em loja.

Se quisermos mudar o curso da presente tendência, acredito que nosso problema tem que ser analisado porque ele é composto de dois fatores igualmente importantes: aquisição e retenção.

A primeira questão é como fazer nossas lojas atrativas para as gerações jovens. Aquisição, este é o primeiro passo fundamental. Vamos pensar um pouco. O que podemos oferecer para um jovem com seus trinta ou quarenta, o que faria ele querer participar de uma loja? Naturalmente, um amigo ou um parente. Talvez esta seja a mais comum fonte de recrutamento. Entretanto, está longe de ser a coisa certa. Quanto dos familiares na sua própria loja tem sido bem sucedido com a prole? Eu me pergunto se você precisa das duas mãos para contar os dedos.

Somos uma associação voluntária. Não fazemos publicidade e geralmente não pedimos as pessoas para se tornarem maçons, o que seria contra uma de nossas regras. “De você possuir livre arbítrio e vontade própria”[5], e assim por diante. Então, ao contrário do comerciante vendedor de rosquinhas ou roupas, que pode fazer propaganda e ofertas especiais, liquidações e queima de estoque, devemos oferecer alguma coisa que nossos “cliente” – aquele inocente provável candidato – será enfeitiçado para comprar por sua própria vontade. Pela sua própria vontade e escolha.

Permitam-me divagar. Alguns de vós podeis estar tentando segurar seus cavalos com todas as forças para não pular prá cima é gritar: “Mas isso vem sendo feito nos Estados Unidos”. Sim, é verdade, mestre maçom de um dia – chamam isso de Grande Classe de Mestres: Iniciação, Passagem e Elevação[6] de umas poucas centenas de candidatos em um dia. Certamente, esta linha de montagem maçônica tem divergido das barganhas de vendas de porão. Mas, no comércio, liquidações geralmente terminam com o fechamento do negócio. Vamos torcer para que isso não ocorra conosco.

Alguns críticos, ironicamente, chamam esses “maçons formados no atacado” de McMasons[7], duvidando que eles possam perceber o real significado das cerimônias das quais participam como mero espectador. Ainda não mensuraram a eficiência desse procedimento. Alguns observadores alegam que não há diferenças entre os mestres tradicionais e aqueles promovidos em dois meses. Essas diferenças não emergem com muita ênfase nas lojas hemorrágicas, as quais continuam perdendo dois ou três por centro de seus membros a cada ano.

Então, pergunto novamente, o que podemos oferecer? Alguma coisa que é única em nossa organização, a qual não se pode encontrar no Rotary ou no Lyons ou num London Club.

Fraternidade? Sim, certamente. Mas similar conexão de irmandade existe entre graduados de uma mesma universidade, membros de uma mesma sinagoga, entre veteranos de uma organização militar.

O que nós temos diferentes dos outros é uma tradição esotérica. Uma filosofia, não uma religião, mais tolerante que todas as religiões. Uma tradição de ensinamentos por símbolos. Somos uma academia como nenhuma outra, com um currículo que traz junto a essência das melhores idéias filosóficas que orientaram a educação da civilização ocidental.

E nos temos um segredo. Sim, o segredo da Maçonaria. Acordem, confrades, porque agora eu vou revelar nosso segredo para que todos possam ouvir! Nosso segredo é – tamborilhar dando voltas no quintal – nos podemos melhorar as palavras, por favor.

Grande segredo! Grandes palavras! E agora, como propomos alcançar esta monumental tarefa? Vencendo o mundo com aço e fogo? Encontrando um meio de converter água em óleo? Fazendo o mundo inteiro falar hebreu?

De jeito nenhum. Simplesmente isso: melhorando a nos próprios.

Todo ser humano é capaz de polir as suas imperfeições, conter os seus impulsos, desenvolver inclinações positivas, que nós chamamos polir a pedra bruta. Se nós realmente quisermos, poderemos ser melhores.

Podemos fazer isso e ninguém pode fazê-lo por nós. Nem mesmo a Maçonaria. Recebemos ferramentas simbólicas: o malho e o cinzel, e talvez uma régua de 24 polegadas. Ferramentas que devemos manusear sozinhos.

E nossa esperança é que se nós próprios nos tornarmos homens melhores, nossa família se torna melhor, o ambiente a nosso volta melhora e, eventualmente, a sociedade em geral se torna mais tolerante, um lugar mais iluminado para viver.

Outra coisa, única na nossa organização, é que somos uma grande família, razão pela qual nos chamamos uns aos outros de irmãos, não é mesmo? Como em toda família, algumas vezes temos as nossas discordâncias. Vamos encarar isso, não é incomum os irmãos não se amarem uns aos outros, mas o sentimento básico é que os laços de irmandade permanecem fortes. São incontáveis as histórias de como um maçom socorreu outro. Homens que se encontraram pela primeira vez nas mais adversas circunstâncias, e que nunca mais vão se encontrar, tais quais velhos amigos, ligaram-se através dos laços fraternos da Maçonaria.

Então, vamos supor que tivemos sucesso na aquisição de um novo irmão para a Ordem. Ele é jovem, inteligente e bem educado. Como posso mantê-lo em loja? Este é nosso segundo problema. Retenção.

Camaradas, tenho visitado bastante poucas lojas americanas e também algumas na Inglaterra, não muitas, admito. Sempre, em todos esses lugares, eu fui muito bem recebido, mas, para ser honesto, repito-lhes o que senti, frequentemente, fiquei aborrecido.

Abertura ritualística, minutas, boas-vindas ao visitante, relatório do tesoureiro, informações sobre doença de irmãos, aprovação de despesas (que é uma contra-senha americana) e, então, do lado de fora, vamos comer. Alguns lugares que visitei, pararam a cerimônia no meio para jantar e depois continuavam. Em algumas lojas, a “comida” foi uma xícara de café e um pedaço de bolo.

E então, se queixam dos membros que não vêm para a reunião. Penso que aqueles que vêm deveriam receber uma medalha pela persistência no cumprimento do dever[8].

Mas não vamos discutir o que eles fazem no exterior. Vamos pensar no que podemos fazer aqui, na nossa casa.

Primeiro que tudo, vir para a loja deveria ser divertido. Deveria ser uma experiência prazerosa que você gostasse de repetir para que se deliciasse novamente.

Afora a convivialidade[9], deveria ser uma estimulação mental. Faça disso uma ocasião para pensar, para trocar idéias, para ensinar e aprender. Há um velho ditado que diz que se duas pessoas têm um dólar cada uma, se elas os trocarem, cada um deles ainda terá um dólar. Mas, se cada uma delas tem uma idéia e se as trocarem, agora cada uma delas terá duas ideias.

Alguns dirão, não somos autores ou estudantes, não temos tempo para fazer pesquisa ou para escrever artigos. Verdade, em parte. Tenho visto jovens muito ocupados em suas vidas profissionais que encontram tempo para fazem alguma coisa que gostam, como visitar livrarias e pesquisar material na internet. Eles produziram maravilhosos artigos, alguns dos quais fiquei feliz por ter publicado enquanto era editor do Haboneh Hahofshi.

E se a loja não for capaz de produzir seu próprio material para discussão, há um mundo de literatura maçônica disponível para formulação de perguntas. Pegue um jornal ou um livro e peça a alguém para ler algumas páginas. Depois discuta. Converse com cada um. A conversa é a argamassa da amizade.

Outra ideia é envolver a loja com uma sociedade de pesquisa, como o Quatuor Coronati Correspondence Circle, o Philalethes ou a Southern California Research Lodge. São centenas de fontes de onde você pode receber interessantes materiais, próprios para leitura e discussão.

Por favor, não me interprete mal; não estou alegando que a loja deveria ser uma sociedade de debates. Mas ela deveria ser um lugar para nos afastarmos das preocupações diárias, onde pudéssemos se afastar dos negócios, preocupações, ansiedades e devotar duas horas ao prazer, ao entretenimento e ao diálogo estimulante.

Alguns de vós podeis estar perguntando por que eu não falei uma palavra sequer sobre ritual? Como você pode acreditar, o ritual é o coração da Maçonaria. Bem, não exatamente. Eu diria que o ritual é o esqueleto, a espinha dorsal da loja, sem a qual esta poderia desmoronar. Mas não é suficiente. Precisa de corpo e de sangue de participação ativa. Deixe-me perguntar, porque temos rituais em loja? Por que o mestre não pode apenas bater o martelo e anunciar que a loja está aberta para os assuntos[10]?

Porque o tempo perdido na ritualística da loja tem dois propósitos: o primeiro é nos lembrar de que a nossa loja não é simplesmente outro clube ou uma reunião de conselho. Reunimo-nos num local consagrado, o templo maçônico, que simboliza o centro do universo. Abrindo a loja, também abrimos uma extensão de intervalo de tempo[11]. Em outras cerimônias destacamos que a loja abre ao meio dia e fecha à meia noite. Símbolos, símbolos.

O segundo propósito para o ritual é termos um tempo para sossegar, para pararmos de pensar na desordem e nas batalhas sem fim do mundo lá fora. A loja é uma ilha de paz, de reflexão e de relaxamento. A repetição exaustiva das palavras do ritual permite libertar nossa mente dos problemas diários, deixando-a pronta para o trabalho maçônico.

Agora, o ritual é importante, sendo recomendável que a iniciação[12] maçônica seja levada a efeito com o coração e sem erros. Também nos lembramos que a iniciação não é para nós, é para o candidato. E se um dos oficiantes[13] esqueceu uma palavra ou, ao invés, proferiu outra, não causa nenhum prejuízo. O candidato não a conhece. Então, só haverá prejuízo se um intrometido se apresentar “corrigindo” o erro.

A iniciação bem apresentada é como um jogo. Depois que tiver terminado, se todos foram bem sentiremos a satisfação pela perfeição dos trabalhos. Mas, então, depois da cerimônia, começa a segunda tarefa, não menos importante, que é explicar aos candidatos o que foi feito, porque foi feito e o seu significado simbólico[14].

As instruções maçônicas não são, ou não só, rotina de aprendizagem de uma série de perguntas e respostas, ou repetição do ritual até a perfeita expressão das palavras. Pretendem conscientizar o aprendiz ou do novo artesão da profundidade dos nossos símbolos, da nossa história, nossas tradições, nossos inimigos e vitórias. Assim, eles sentirão orgulho de serem maçons.

É como ir à ópera pela primeira vez cantando em húngaro. Gostamos da música mas não captamos muito coisa do libreto[15]. Somente se viermos por uma segunda vez e havermos lido a tradução conseguiremos entender completamente o drama musical. E os nossos dramas são mais velhos do que todas as óperas do mundo.

Agora venho com um assunto que até não muito tempo atrás foi um tabu em nossas lojas: a participação das mulheres na maçonaria. Nesse momento, o assunto está fora de questão[16]. Não podemos ignorar que nossas mulheres não são aquelas senhoras da literatura do século XIX, prontas para desmaiar na primeira onda do ventilador. Elas são bem educadas, bem informadas[17], muitas seguem carreiras de sucesso e grande parte delas ganham mais dinheiro do que nós! Se elas estão interessadas em Maçonaria, encoraje-as por todos os meios, conte a elas o que nos fazemos, consintamos que leiam nossa literatura. O que quer que tenha sido impresso não é mais segredo.

O mais importante, as lojas, como um conjunto, devem incorporar as mulheres, nossas esposas, na vida da loja. As esposas dos maçons não devem se sentir do lado de fora.

Deixem-me-lhes contar um exemplo de sucesso: com frequência, na minha própria loja realizamos jantares (os chamamos de “mesas brancas”) juntamente com nossas esposas. Especialmente, depois de cada iniciação, nos asseguramos de que a esposa do candidato seja calorosamente recebida e isso a faz sentir-se bem-vinda. Há, naturalmente, o banquete anual de instalação. E, comumente, a loja tem muitos encontros festivos antes do pesar, e no dia da independência. Uma vez por ano, apresentamos a cerimônia do dia das rosas, seguindo o ritual oficial da Grande Loja. Uma vez por ano promovemos um fraternal fim de semana num hotel de estação[18] para a família inteira, incluindo um Seminário Maçônico na manhã de sábado, o qual tem melhorado ano após ano.

Camaradas, temos conseguido fazer da loja um assunto de família e o resultado é que temos perdido muito poucos obreiros.

É esta a fórmula válida para todas as lojas? Provavelmente não. Talvez em uma loja os membros estejam mais interessados em arte, em música ou teatro. O princípio é o mesmo, manterem-se juntos, não somente dentro do templo mas fora dele, onde toda a família possa participar.

A nossa não é a única experiência. Há duas semanas, recebi uma carta da Grand Lodge of South Australia. Eles fizeram um detalhado artigo intitulado “O Novo Milênio, Maçonaria e Mulher”[19]. E quais foram as conclusões: certo, exatamente o que descrevi, acrescentando outras recomendações interessantes, como a dispensa dos discursos maçônicos e brindes de sempre num festival de pranchas, e minimizar as horas em loja a fim de que os homens não cheguem muito tarde em casa.

Entretanto, o mais interessante aspecto do artigo é a atitude positiva, refletindo na direção da Maçonaria Feminina, incluindo a recomendação de desenvolver políticas de relações com as mulheres, e formar o “Programa de Relações da Mulher com a Maçonaria”[20]. Uma Sugestão posterior é permitir a Ordem das Mulheres utilizar o nosso templo e desenvolver conjuntamente atividades sociais, cerimoniais e intelectuais.

A nossa organização é singular. Forma uma assembleia de homens que se encontram regularmente, não para ganhar dinheiro, não para promover seus negócios, mas para aprender a se tornar melhores homens e melhores irmãos um para o outro.

Comecei com um comentário que pode ter soado pessimista. Esta não é minha crença. Acredito que a Maçonaria, uma sociedade que existe há centenas de anos, sobreviverá por muito mais séculos porque preenche uma necessidade. Talvez nossas lojas sejam poucas, talvez sejam pequenas, mas haverá Maçonaria em todos os países onde os homens são livres para pensar sobre eles mesmos, livres para se reunirem pacificamente para suas próprias alegrias e a melhoria da sociedade na qual vivem.

Isso me traz para o último assunto que eu quero abordar nessa oportunidade, a ação do maçom e da Maçonaria como um corpo, nos assuntos mundanos.

Nos últimos séculos, os maçons foram os lideres dos movimentos de libertação contra o colonialismo no século XIX. Foram os líderes contra a intolerância religiosa e o controle clerical em muitos países ao longo do século XX. Lutou contra os males da escravidão e do colonialismo. Com a separação da igreja do estado, levantamos bandeiras a favor de muitas coisas que hoje acreditamos sejam parte integrante de uma nação iluminada.

Foi o que fizemos? Vamos nós, os maçons do mundo de hoje, descansar sobre nossos lauréis, regozijar-se repetidas vezes com as glórias do passado? Quantos homens como Washington, Bolívar, Marti e Garibaldi lutaram pela liberdade dos seus países? Somos uma geração de folgazões, de homens com os olhos no passado, ou estamos olhando para a frente na direção do nosso futuro, rivalizando-se com os nossos predecessores, mas de outra forma, apropriada para o mundo no qual vivemos agora?

Há muito o que nós podemos fazer. O mundo está assediado pela moral perigosa do fanatismo, intolerância religiosa, superstição, assolado pela superpopulação, esgotamento de recursos naturais, poluição, doenças e fome.

Se nós procurarmos encontrar um denominador comum para todos esses males, acredito que o que chama a atenção, entre todas as possibilidades, é esta: ignorância!

E é contra ela que nossa futura contribuição deve ser focalizada: educação. E isso já está sendo feito. Foi feito no passado, deve ser feito agora e no futuro. Os maçons foram e são envolvidos com educação em todos os níveis. Criaram universidades: Girard College nos Estados Unidos, a Free University of Brussels, Universid de La República de Chile, são alguns exemplos. Filantropia é louvável, mas a mais alta forma de filantropia é a educação.

Se nós como maçons pudermos inculcar nas nossas instituições educacionais nosso espírito de tolerância, democracia e respeito à pessoa, estaremos fazendo agora o equivalente ao que nossos libertadores fizeram dois séculos atrás.

Acredito que os maçons têm coragem e encontrarão vontade para se levantar e mostrar o caminho da luta contra a ignorância, a base de todos os males que ameaçam o futuro da raça humana.

Podemos começar agora, podemos começar aqui.


Fonte:  MASONIC PAPER[1] de R.W.Bro. Leon Zeldis

[1] HTTP://www.freemasons-freemasonry.com/zeldis05.html

[2] Past Master

[3] perito.ranvier@gmail.com

[4] Bowling alone syndrome

[5] “Of you own free Will and accord”

[6] “Initiation, Passing and Raising”. Salvo melhor juízo, são os graus simbólicos no Rito de York e no de Schröder.

[7] Sem equivalência no nosso idioma, o termo, na opinião do tradutor, parece designar um “meio-maçom”, e não um maçom propriamente dito.

[8] I think those who do come should get a medal, for endurance beyond the call of duty.

[9] conviviality

[10] For business

[11] ... we also open a stretch of time out of time.

[12] Masonic ceremony

[13] officer

[14] It is supposed to accomplish.

[15] Texto da ópera

[16] Now It’s out in the open.

[17] well read

[18] Holliday resort

[19] “The New Millennium, Freemasonry and Womem”.

[20] “Freemasonry and Women Relations Program”


FONTE:  conhecendomaconaria.

março 29, 2025

PROPRIEDADES HUMANAS E MAÇONARIA - Newton Agrella






Viver é rigorosamente um ato de dignidade.

E ao ser humano cabe-lhe preservar a Vida como o seu bem mais precioso.

Nesse aspecto a Maçonaria, cuja essência se condensa através das mais diversas correntes do pensamento, é por si só, um instrumento de orientação e uma verdadeira Oficina para que o Homem possa construir seu templo com o seu coração voltado à Virtude e seu Raciocínio na busca da Evolução.

Razão e Emoção caminham de mãos dadas desde sempre, posto que são atributos humanos e disposições  indissociáveis da alma.

Por isso, quando o Obreiro encontra-se em seu canteiro, buscando dar forma, beleza e sustentação à sua pedra bruta, ele se depara com os mais antagônicos pensamentos e inúmeros percalços que fazem parte de um processo de aprimoramento ético e moral de sua complexa Existência.

É a permanente busca da estabilidade que se constrói através das Artes, das Ciências e da Filosofia.

A recompensa não está em "ser"  ou  "vir a ser".  

Ela está sim,  em "ser reconhecido".

Quando se diz que  "viver é um ato de dignidade" , isso significa ter respeito e "consciência" de si mesmo, sem que isso se transforme em orgulho ou soberba.

O trabalho de construção do templo exige do Maçom:

Humildade para ouvir; 

Observação  para perceber tudo aquilo que se passa a seu redor;

Comprometimento para ser o executor de suas atribuições;

Intensidade para tornar o trabalho profícuo;

E  sobretudo devoção aos princípios da Ordem, no seu legítimo significado filosófico, que se constitui na obediência, respeito e cumprimento dos postulados universais maçônicos.

Só se constrói aquilo que a emoção incentiva e a razão estabelece.

Assim é a Vida. 

Um retrato da universalidade de nossa "Consciência" e um documento virtual de nosso Pensamento.



março 28, 2025

ALBERT PIKE: BREVE RELATO DE SUA VIDA E OBRA - Cloves Gregorio











Quando se fala em personalidade do Rito Escocês Antigo e Aceito, quase todo maçom pensa automaticamente em Albert Pike. O nome deste Maçom é citado tanto por estudiosos da história e filosofia da fraternidade, quanto por seus detratores, que por sinal não são poucos. Albert Pike, nasceu em Boston, Massachusetts, no ano de 1809. Segundo uma pequena biografia, na versão em português de Moral e Dogma da Livraria Maçônica Paulo Fuchs:

Recebeu sua educação inicial em Newburyport e em Framingham, e em 1825 ingressou no Harvard College, sustentando-se e ao mesmo tempo ensinando. Tinha chegado apenas ao ginásio quando suas finanças o compeliram a continuar seus estudos sozinho, ensinando enquanto estava em Fairhaven e Newburyport, onde era professor efetivo do curso de gramática e depois teve uma escola particular. Anos mais tarde, alcançou tal distinção na literatura, que recebeu o grau de Mestre Honorário em Artes na Universidade de Harvard, da qual ele tinha sido excluído no colégio por falta de possibilidade de pagar seus estudos.

Pike era como qualquer erudito de seu tempo e atuou em diversas áreas. Desde um nômade viajante pelas terras do Oeste, de onde lhe rendeu até mesmo um Livro (Prose sketches and poems written in the western country), a jornalista para o Little Rock Advocate. Em 1835 foi autorizado a advogar no Arkansas, e o fez até a guerra do México, quando se juntou as tropas em 1846. Depois de atuar como advogado até na suprema corte dos EUA, escreveu o livro “As máximas da legislação Romana e Francesa” em três volumes. Pike tinha uma proximidade grande com os povos indígenas, e atuou representando a defesa dos mesmos, chegou a ganhar uma causa milionária em conjunto com sua equipe em favor dos índios Choctaw. A pequena biografia ainda diz que Albert Pike “Foi indicado Comissário para as tribos do Território Indígena. Como tal, conseguiu a aliança dos índios Creek, Seminole, Choctaw, Chickasaw e parte dos Cherokee com a Confederação. ”.

Em agosto de 1861 recebeu o posto de General Brigadeiro dos Estados confederados e comandou destacamentos de indígenas, mas sua carreira de militar não foi tão espetacular quanto foi a de advogado e escritor, perdeu batalhas e foi preso. Após o término da guerra Pike morou em Memphis no Tennesse e depois fixou residência em Washington D.C. Foi advogado atuante na corte até 1880 e Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito para a Jurisdição Sul dos EUA por 32 anos.

A pequena biografia termina descrevendo os dizeres da estátua de Pike, do qual reproduzirei agora:

“Pioneiro, um cruzado da justiça para os índios americanos, brincalhão, reformador, jornalista, filósofo, advogado proeminente……general da Guerra Civil, violinista, cantor, compositor; realmente, um homem da Renascença”.

Algumas Curiosidades sobre a vida Maçônica de Pike e suas Obras

Maçônicamente Albert Pike é um expoente no Rito Escocês, tendo sido Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito para a Jurisdição Sul dos EUA do ano de 1859 até sua morte em 1891. Além de ter contribuído com a reformulação dos graus, diversas obras são utilizadas até hoje na educação maçônica dos irmãos filiados aquele Supremo Conselho, como por exemplo o programa Mastercraftsman (mestre artesão), que compreende ensinamentos complementares do Rito Escocês e que utiliza o Esoterika, que é um livro de apoio do Módulo I – Loja simbólica, e o Moral e Dogma, versão comentada por Arturo de Hoyos no Módulo III – A filosofia do Rito Escocês.

O Moral e Dogma, considerado sua obra prima, compreende ensaios filosóficos utilizando os símbolos do Grau 1 ao 32 do REAA, com o intuito de melhorar o entendimento dos irmãos que galgam aos graus superiores. O livro também é alvo de conspiracionistas e antimaçons, do qual até inventaram um capítulo contendo o “segredo” do Grau 33 que basicamente se resume em atingir a iluminação através de Lúcifer, sendo que conforme dito anteriormente, o Livro só vai até ao Grau 32. Talvez o mais famoso antimaçom detrator do sábio maçom seja Léo Taxil, que atribuiu a figura de Pike um título equivalente a “Papa da Maçonaria” e que em suas palavras em uma conferência realizada em 19 de abril de 1897, confessa suas mentiras:

Outro motivo era que tínhamos situado nos Estados Unidos, em Charleston, o centro do Paladismo, dando-lhe como fundador o defunto General Albert Pike, Grão-Mestre do rito escocês na Carolina do Sul. Este maçom célebre, dotado de grande erudição, havia sido uma das altas luzes da Ordem; nós o convertemos no primeiro papa luciferiano, chefe supremo de todos os
francos-maçons do globo, conferenciando regularmente, toda sexta-feira, As três da tarde, com o Senhor Lúcifer em pessoa.

 Ou seja, Léo Taxil só não passava de um embusteiro aproveitador.

Aos que pretendem ler a famosa obra, é importante salientar que a parte que aborda o simbolismo no Moral e Dogma é referente ao trabalho Litúrgico realizado nas Blue Lodges americanas, ou seja, o Rito de York, e não ao Rito Escocês como conhecemos no Brasil. Um exemplo disso são as ferramentas apresentadas para o Grau de Aprendiz, que são o Maço e a régua de 24 polegadas, conforme imagem de apoio. Uma curiosidade a ser apresentada é que quando Falamos Rito Escocês Antigo e Aceito ou Rito de York nos EUA, refere-se aos sistemas de graus superiores.

Ainda Hoje existe uma estátua de Albert Pike que foi erigida pelo Supremo Conselho do Grau 33 do REAA para jurisdição Sul dos EUA, logo após sua morte em 1891. Segundo o site do “The El Paso Scottish Rite”, Pike é o único oficial militar confederado que tem uma estátua ao ar Livre em Washington, DC. Em 2017, o monumento foi alvo de protestos e vandalismos como denunciou Edgar Freitas em seu maravilhoso “York Blog”. Os protestos se devem ao Maçom ter sido General do exército confederado, mas como aponta o próprio autor do Blog, já aconteceu antes só que por fundamentalistas religiosos, além de ser um prato cheio para políticos aproveitadores.

Outra curiosidade sobre Pike trazida pelo site do “The El Paso Scottish Rite”, é que o mesmo em 1883 foi recebido em El Paso para instalar a primeira Loja do Rito Escocês na região e na ocasião ele próprio supervisionou e ajudou um carpinteiro local chamado John J. Stewart (Mais escocês que isso impossível) na confecção da mobília para a sala da Loja, que incluía desde o altar em redwood (Sequóia) com chifres em cobre a colunas, corrimões e candelabros de madeira. Esse mobiliário foi utilizado pela Loja de Perfeição no vale de El Paso até 1952, quando perceberam que o material se deterioraria e o separaram em uma sala para preservação e exibição dos itens. Hoje essa sala é conhecida como a “Sala de Pike”.

Referências

PIKE, Albert. Moral e Dogma. Tradução de Ladislau Fuchs.

NETO, Edgard Costa Freitas Neto. Estátua de Albert Pike no centro de controvérsia nos EUA. Disponível em: https://york.blog.br/estatua-de-albert-pike-no-centro-de-controversia-nos-eua/. Acesso em maio de 2019.

TAXIL, Leo. A conferência de Leo Taxil. Tradução de L P Baçan.

El Paso Scottish Rite. Albert Pike Room. Disponível em: http://www.elpasoscottishrite.org/albert-pike-room.html. Acesso em maio de 2019.

março 27, 2025

OS DEZ TIPOS DE MAÇONS


*1. Aqueles que ingressam para tirar proveito*

• Entram na Ordem esperando benefícios rápidos.

• Quando não conseguem, abandonam.

• Retornam apenas quando precisam de algo.

• Gabam-se da condição de maçom para fins pessoais.


*2. Os curiosos*

• Entram apenas por curiosidade.

• Não se entusiasmam e desaparecem rapidamente.


*3. Os que cedem à insistência de padrinhos*

• Entram sem interesse genuíno.

Aos poucos, vão se afastando.


*4. Os vaidosos*

• Gostam da filosofia maçônica, mas são consumidos pela vaidade.

• Se não são escolhidos para cargos importantes, criam outras lojas para obter destaque.


*5. Os que tratam a Maçonaria como um clube recreativo*

• São assíduos, mas não levam os princípios a sério.

• Conversam nas colunas, se irritam com reuniões longas e priorizam apenas o ágape.


*6. Os questionadores sem humildade*

• Logo no início, fazem perguntas não para aprender, mas para constranger irmãos mais experientes.

• Depois, como Mestres, se arrependem da postura inicial.


*7. Os críticos constantes*

• Observam falhas da administração e dos irmãos apenas para criticar.

• Não reconhecem os acertos nem contribuem com palavras de apoio.


*8. Os impacientes*

• Irritam-se com irmãos que falam demais.

• Desconsideram a mensagem quando acham o discurso longo.


*9. Os prolixos*

• Excedem-se no uso da palavra, repetem ideias já ditas e divagam.

• Pouco acrescentam ao conhecimento dos irmãos.

• Devem aprender a ser objetivos e úteis em seus discursos.


*10. Os verdadeiros maçons*

• São a maioria.

• Já possuíam o espírito maçônico antes mesmo de serem iniciados.

• Compreendem que a Maçonaria exige doação, humildade e comprometimento.

• Buscam elevação moral, intelectual e espiritual.

março 26, 2025

AS COLUNAS NA ARTE REAL




À entrada de um Templo ou Loja Maçônica encontram-se em permanência duas colunas que simbolizam as colunas do pórtico de entrada do Templo do Rei Salomão, na Antiga Israel. As colunas Boaz e Jackhim.

Boaz era avô do bíblico Rei David, e Salomão, seu bisneto, o glorificou nomeando a coluna da esquerda com o seu nome. Boaz é por sua vez também, a palavra hebraica que significa “força”.

Jackhim, a coluna da direita, tem a sua origem numa pequena corruptela que deriva da junção da letra “Iod”, simbolizando Deus (“Jah/Yahvé”) com a palavra hebraica “Ahkin” que significa “estabelecer”.

Cuja interpretação da leitura das colunas se poderá entender como “Deus estabelecerá (o seu reino) na força”. Existindo aqui a clara impressão da presença do deus (Yahvé) do Antigo Testamento, um deus todo-poderoso, implacável e pouco tolerante com os erros dos seus seguidores, contrastando com o mesmo deus do Novo Testamento, este já, um Deus do Amor e da Paz.

Todavia, existe também uma lenda enoquiana (pré-diluviana) que aborda a criação de duas colunas preparadas cada uma de um material específico de tal forma que uma resistisse à água (em argila) e outra ao fogo (em pedra) e que dessa forma não se perdessem através dos tempos…; e que no seu interior oco foram guardados vários textos que continham a sabedoria existente à época. Essas colunas designam-se por “Colunas de Seth”. O próprio reverendo James Anderson, nas suas “Constituições dos Franco-Mações” as tinha relembrado no contexto da “Lenda do Ofício”, em particular no Canto dos Mestres. E a Maçonaria atribui-lhes também uma particular importância.

Diz-se que os maçons encerram nas suas concavidades interiores, todos os seus segredos e sabedoria. Logo, eles não estarão à vista de qualquer um, mas somente de quem os saiba corretamente interpretar.

São essas as colunas que sustentam a nossa Ordem, pois ao “guardarem dentro de si” a sabedoria e conhecimento maçônico, obrigam a que os obreiros ao partirem a sua pedra (estudar/trabalhar), possam atingir essa sabedoria oculta no seu interior.

Quem ao entrar numa catedral, nunca reparou nos belos entalhes na pedra, símbolos esses do legado maçônico dos artificies pedreiros que na pedra, gravaram os seus conhecimentos e símbolos e que até hoje persistem nessas construções.

Mas, ultrapassando a questão da existência simbólica e da simbologia da nomenclatura das colunas, no Templo Maçônico elas se encontram também tal como no Templo de Salomão, na sua entrada. Sendo por entre elas que os Obreiros efetuam a sua entrada em Loja. Admitindo-se desta forma, que elas formam uma espécie de portal imaginário para outra dimensão. Quando um Obreiro as ultrapassa, entra num novo mundo, a sua Loja Maçônica.

Em Loja, existem também outras colunas:

1. As colunas humanas, a Coluna do Norte e a Coluna do Sul, onde têm assento os irmãos Aprendizes (N) e os irmãos Companheiros (S). (os irmãos Mestres têm assento em ambas as colunas, ficando apenas localizados à frente dos restantes irmãos). E cada uma delas, depende de um Vigilante. A coluna do Norte tem como seu oficial o “Segundo Vigilante”, e a coluna do Sul, o “Primeiro Vigilante”.

2. As colunetas de Ordem Grega (Jónica, Dórica e Coríntia) que se encontram sobre o Pavimento Mosaico, e que representam as três Luzes da Maçonaria, a “Sabedoria”, a “Força” e a “Beleza”.

3. As colunas zodiacais, que simbolizam os doze signos do Zodíaco e que se encontram espalhadas em partes iguais nas colunas do Norte e do Sul.

4. E finalmente, a Coluna da Harmonia, onde tem assento o Mestre da Harmonia. Irmão esse, que se encontra encarregado de “iluminar” o Templo com a sua arte musical.

E assim ficaram descritas as colunas maçônicas, cada uma no seu gênero, mas todas ligadas entre si…



março 25, 2025

UM MINUTO PARA UM ANÚNCIO - (25 de Março) - Newton Agrella



Do ponto de vista exclusivamente histórico e sob a o aspecto eminentemente cultural no que tange aos eventos da religiosidade humana, é interessante lembrar que hoje, 25 de Março estamos há exatos 9 meses do  Natal, data que faz referência ao nascimento de Jesus Cristo.

A data de hoje ficou estabelecida pela Igreja Católica como o Festa da Anunciação.

Dia em que a Virgem Maria recebeu a revelação pelo anjo Gabriel de que ela se tornaria a mãe de Jesus. 

A relação portanto, faz analogia aos 9 meses.

Na belíssima canção do cantor e compositor brasileiro Alceu Valença, ele registra os seguintes versos :

"A voz do anjo sussurrou no meu ouvido

Eu não duvido já escuto os teus sinais

Que tu virias numa manhã de domingo

Eu te anuncio nos sinos das catedrais..."

Com essa sutileza poética, ele traduz com rara beleza, a essência transcendental contida neste episódio da "Anunciação".

A léguas de qualquer espécie de proselitismo religioso, esse breve capítulo é apenas e tão somente um testemunho dentre tantos outros, das relações transcendentais que marcam o vínculo espiritual e anímico entre o ser humano e os legítimos mistérios da Fé.

Reiterando que este fragmento dá conta apenas e tão somente de um traço ilustrativo do segmento cristão, que representa a maior corrente religiosa em nosso país.



VIGILANTES - Rui Bandeira




Os membros das Lojas Maçónicas estão divididos em três categorias, Aprendiz, Companheiro e Mestre, segundo a sua antiguidade e a sua evolução na tarefa de autoaperfeiçoamento que constitui o desiderato maçónico.

Os Vigilantes são os elementos das Lojas que têm a função de acompanhar, orientar e auxiliar, os Companheiros (1.º Vigilante) e os Aprendizes (2.º Vigilante), quer na sua integração na Loja, quer no conhecimento e compreensão dos princípios e valores maçónicos, instrumentos para o pretendido autoaperfeiçoamento pessoal, ético e moral.

Esta tarefa é sobretudo individual, pelo que os elementos que as Lojas designam para acompanhar esses obreiros não têm como função ensinar, antes auxiliar, estar atentos às necessidades e ao desenvolvimento de cada elemento a seu cargo, em suma, estar de vigília junto dos elementos que tem a seu cargo, em ordem a poderem, sempre que e quando necessário, intervir, sugerir, esclarecer e, assim, auxiliar a desejada evolução de cada um deles. Daí a designação de Vigilantes.

Constituindo a principal tarefa de uma Loja Maçónica o autoaperfeiçoamento, constante e contínuo dos seus membros, com o auxílio do grupo (tarefa nunca finda), obviamente que se tem especial cuidado com os elementos mais recentes, que é suposto serem os que mais necessitam desse apoio. Assim, os Vigilantes são, imediatamente após o Venerável Mestre, os elementos que exercem as funções de maior responsabilidade da Loja. Normalmente, são designados para as funções de Vigilantes maçons experientes, que exerceram já diversas funções em Loja e que, por isso, a conhecem bem. Procura-se assim auxiliar a rápida e frutífera integração dos novos elementos no grupo e nos seus Princípios, Valores e Ideais.

O 1.º Vigilante simboliza a Força (fortaleza de carácter, força moral, mas também a força concreta das ações, no sentido em que toda a obra, toda a construção, humana só persiste se tiver força para se manter, por si só); o 2.º Vigilante simboliza a Beleza (beleza das virtudes morais, mas também a beleza que se deve procurar imprimir em todos os nossos atos e em tudo o que construímos; "forte e feio" é, manifestamente, menos perfeito que "forte e belo")

Ao conjunto constituído pelo Venerável Mestre e pelos Vigilantes é costume dar-se a designação de "Luzes da Loja", pois que a iluminam com as três qualidades que devem nortear todos os atos e obras de um maçom: Sabedoria, Força e Beleza.

Todas as decisões relativas à Loja que necessitem de ser tomadas entre reuniões são tomadas em conjunto por estes três elementos.

março 24, 2025

ARQUITETURA - Robert Macoy


    A arquitetura é uma das primeiras profissões que o homem tornou propícia para si, e como consequência, foi o primeiro passo no desenvolvimento de sua mente. Surpreendentemente, tem a ciência da Arquitetura crescido e tem sempre honrado e tornado respeitável um arquiteto experiente!

    A ciência começou com a construção de simples cabanas; o próximo passo foi erigir “altares” nos quais se ofereciam sacrifícios para os deuses ( na minha opinião, a situação aqui é invertida: me parece que o homem primeiro construiu os altares e, posteriormente, para se proteger, construiu as barracas ou cabanas). De sua fértil e própria imaginação seguiram-se moradas e casas mais complexas, após as quais, em rápida sucessão, vieram os palácios para suas princesas, pontes sobre rios de fortes correntezas, para que pudessem, cada vez mais, manter contatos com seus vizinhos e amigos. Piramides e torres, orgulhosamente apontando para os céus.

    Catacumbas de enormes dimensões para o sepultamento de seus mortos, e o mais deslumbrante Templo em honra do Grande Arquiteto do céu e da terra.

    Nós, então, adotamos o título de “Maçons” para nossa nossa antiga Ordem, em alusão a mais antiga e honrável ocupação profissional do ser humano. As ferramentas de trabalho da Maçonaria Operativa se tornaram nossos Símbolos, por que não acharíamos nada melhor, nem mais expressivas do que elas.

    Nenhuma outra ocupação é tão extensa e que tem tão estreita ligação com as outras. Tem inumeráveis caminhos, nos quais faz tremendo esforço, para entrar no Templo Imperecível dos conhecimentos.”

Bro Robert Macoy in “A Dictionary of Freemasonry Fonte: pilulasmaconicas.

março 23, 2025

VAIDADE E ARROGÂNCIA – PROFANOS DE AVENTAL!! - João Herrera




Nenhum ditador provocou ou vêm provocando tanto dano à Maçonaria quanto o maçom vaidoso, este sapador inveterado, este Cavalo de Tróia que a destrói por dentro, sem o emprego de armas, grilhões, ferros, calabouços e leis de excepção. Ele é indiscutivelmente o maior inimigo da Maçonaria, o mais nefasto dos impostores, o principal destruidor de lojas. Ele é pior do que todos os falsos maçons reunidos porque se iguala a eles em tudo o que não presta e raramente em alguma virtude.

Uma característica marcante que se nota neste tipo de maçom, logo ao primeiro contacto, é a sua pose de justiceiro e a insistência com que apregoa virtudes e qualidades morais que não possui. Isso salta logo à vista de qualquer um que comece a comparar os seus atos com as palavras que saem da sua boca. O que se vê amiúde é ele demonstrar na prática a negação completa daquilo que fala, sobretudo daquilo que difunde como qualidades exemplares do maçom aos Aprendizes e Companheiros, os quais não demora muito a decepcionar. Vaidoso ao extremo, para ele a Maçonaria não passa de uma vitrine que usa para se exibir, de um carro de luxo o qual sonha um dia pilotar. E, quando tem de fato este objetivo em mente, não se coíbe de utilizar os meios mais insidiosos para tentar alcançá-lo, a exemplo do que fazem os corruptos.

Narcisismo num dos extremos, e baixa autoestima no outro, eis as duas principais características dos maçons vaidosos e arrogantes. No crisol da soberba em que vivem imersos, podemos separá-los em dois grupos distintos, porém idênticos na maioria dos pontos: os toscos ignorantes e os letrados pretensiosos.

A trajetória dos primeiros é assaz conhecida.

Por serem desprovidos do talento e dos atributos intelectuais necessários para conquistarem posição de destaque na sociedade, eles entram para a Maçonaria em busca de títulos e galardões venais, de fácil obtenção, pensando com isto obter algum prestígio. Na vida profana, não conseguem ser nada além de meros serviçais, de mulas obedientes que cedem a todos os tipos de chantagem. Por isso, fazer parte de uma instituição de elite (isso mesmo, de elite!) como a Maçonaria produz neles a ilusão de serem importantes; ajuda a mitigar um pouco a dor crónica que os espinhos da incompetência e da mediocridade produzem nas suas personalidades enfermas.

O segundo em quase tudo se equipara ao primeiro, porém com algumas notáveis excepções.

Capacitado e instruído, em geral ele é uma pessoa bem sucedida na vida. Sofre, porém, desse grave desvio de carácter conhecido pelo nome de “Narcisismo”, que o torna ainda pior do que o seu émulo sem instrução. Ávido colecionador de medalhas, títulos altissonantes e metais reluzentes, este maçom é uma criatura pedante e intragável, que todos querem ver distante. No fundo ele também é um ser que se sente rejeitado; a sua alma é um armário de caveiras e a sua mente um antro habitado por fantasmas imaginários. Julgando-se o centro do Universo, na Maçonaria ele obra para que todas as atenções fiquem voltadas para si, exigindo ser tratado com mais respeito do que os irmãos que atuam em áreas profissionais diferentes da dele. Pobre do irmão mais jovem e mais capacitado que cruzar o seu caminho, que ousar apontar-lhe uma falta, que se atrever a lançar lhe no rosto uma imperfeição sua ou criticar o seu habitual pedantismo! O seu rancor se acenderá automaticamente e o que estiver ao seu alcance para reprimi-lo e intimidá-lo ele o fará, inclusive lançando mão da famosa frase, própria do selvagem chefe de bando: “Sabe com quem está falando!!!” Desse modo ele acaba externalizando outra vil qualidade, que caracteriza a personalidade de todo homem arrogante: a cobardia.

O número de irmãos que detesta ou despreza este tipo de maçom é condizente com a quantidade de medalhas que ele acumula na gaveta ou usa no peito. Na vida profana seus amigos não são verdadeiros; são cúmplices, comparsas, associados e gente que dele se acerca na esperança de obter alguma vantagem. E nisso se insere a mulher com a qual vive fraudulentamente. Todos os que o rodeiam, inclusive ela, estão prontos a meter-lhe um merecido chute no traseiro tão logo os laços de interesse que os unem sejam desfeitos. O seu casamento é um teatro de falsidades e o seu lar um armazém de conflitos. Raramente familiares seus são vistos nas nossas festas de confraternização. Quando aparecem, em geral contrariados, não conseguem esconder as marcas indeléveis de infelicidade que ele produz nos seus rostos.

Na sua marcha incessante em busca de distinções sociais que supram a sua insaciável necessidade de autoafirmação, é comum vermos este garimpeiro de metais de falso brilho farejando outras organizações de renome, tais como os clubes Lyons e Rotary, e gastando nessas corridas tempo e dinheiro que às vezes fazem falta no seu lar. A Maçonaria, que tem a função de melhorar o homem, a sociedade, o país, e a família, acaba assim se convertendo numa fonte de problemas para os seus familiares; e ele, numa fonte de problemas para a Maçonaria.

Um volume inteiro seria insuficiente para catalogar os males que este inimigo da paz e da harmonia pratica, este bacilo em forma humana que destrói nossa instituição por dentro, qual um cancro a roer-lhe as células, de modo que limitar-nos-emos a expor os mais comuns.

Incapaz de polir a Pedra Bruta que carrega chumbada no pescoço desde o dia em que nasceu, de aprimorar-se moral e intelectualmente, de lutar para subtrair-se das trevas da ignorância e dos vícios que corrompem o carácter; de assimilar conhecimentos maçônicos úteis, sadios e enobrecedores, para na qualidade de Mestre poder transmiti-los aos Aprendizes e Companheiros, o que faz o nosso personagem? Simplesmente coloca barreiras nos seus caminhos, de modo a retardar lhes o progresso!

Ao invés de estudar a Maçonaria, para poder contribuir na formação dos Aprendizes e Companheiros, de que modo ele procede? Veda a discussão sobre assuntos com os quais deveria estar familiarizado, fomentando apenas comentários sobre as vulgaridades supérfluas do seu cotidiano! Ao invés de encorajar o talento dos mesmos, de ressaltar suas virtudes e estimular o seu desenvolvimento, o que faz ele? Procura conservá-los na ignorância de modo a escamotear a própria! Ao invés de defender e ressaltar a importância da liberdade de expressão e da diversidade de opiniões para a evolução da humanidade, como ele age? Censura arbitrariamente aqueles cujas ideias não estejam em harmonia ou sejam contrárias às suas! Ao invés de fomentar debates sobre temas de importância singular para o bem da loja em particular e da Maçonaria em geral, como age ele? Tenta impedir a sua realização por carecer de atributos intelectuais que o capacitem a participar deles! E, nos que raramente promove, como se comporta? Considera somente as opiniões daqueles que dizem “sim” e “sim senhor” aos seus raramente edificantes projetos!

Tal como o maçom supersticioso, este infeliz em cujo peito bate um coração cheio de inveja e rancor nutre ódio virulento e dissimulado pela liberdade de expressão, que constitui um dos mais sagrados esteios sobre os quais repousam as instituições democráticas do mundo civilizado, uma das bandeiras que a Maçonaria hasteou no passado sobre os cadáveres da intolerância, da escravidão e da arbitrariedade.

Dos atos indecentes mais comumente praticados por este falsário, o que mais repugna é vê-lo pregando “humildade” aos irmãos em loja, em particular aos Aprendizes e Companheiros, coberto da cabeça aos pés de fitões, joias e penduricalhos inúteis, qual uma árvore de Natal. Outro é vê-lo arrotando, em alto e bom som, ter “duzentos e tantos anos de Maçonaria” e exibindo o correspondente em estupidez e mediocridade. O terceiro é vê-lo trajando aventais, capas, insígnias, chapéus e colares, decorados com emblemas que lembram tudo, exceto os compromissos que ele assumiu quando ingressou na nossa sublime e veneranda instituição.

Cego, ignorante e vaidoso, nosso personagem não percebe o asco que provoca nas pessoas decentes que o rodeiam.

Como já foi dito, a Maçonaria serve apenas de vitrine para ele. Como não é possível permanecer sozinho dentro dela sem a incómoda presença de outros impostores –os quais não têm poder suficiente para enxotar–, ele luta ferozmente para afastar todo e qualquer novo intruso, imitando alguns animais inferiores aos humanos na escala zoológica, que fixam os limites de seus territórios com os odores de suas secreções e não toleram a presença de estranhos. Qualquer irmão que comece a brilhar ao lado desta criatura rasteira é considerado por ela inimigo. A luz e o progresso do seu semelhante o incomodam, fere o seu ego vaidoso. Por este motivo tenta obstaculizar o trabalho dos que querem atuar para o bem da loja; por isso recusa-se a transmitir conhecimentos maçônicos (quando os possui) aos Aprendizes e Companheiros, sobretudo aos de nível intelectual elevado, ou os ministra em doses pífias, para que futuramente não sejam tomados como exemplos e ofusquem ainda mais a sua mediocridade. Um maçom exemplar, íntegro, que cumpre rigorosamente os compromissos que assumiu quando ingressou na nossa Instituição, não raro converte-se em alvo das suas setas, pois seus olhos míopes não conseguem ver honestidade em ninguém; a sua mente estragada o interpreta como potencial “concorrente”, que nutre interesses recônditos semelhantes aos seus.

O maçom arrogante mal conhece o significado de nossas belas e simples alegorias. Se as conhece, as despreza. A sua mente acha-se preocupada unicamente com o sucesso de suas empreitadas, em encontrar maneiras de estar permanentemente ao lado das pessoas cujos postos ambiciona. Fama e poder.”



OUVE, VÊ, DECIDE ! - Adilson Zotovici



Ouve com toda atenção


O irmão que te procura


Repleto de empolgação


Com alguma propositura




Com os olhos do coração


Vê a luz em senda escura


Transmuta estéril desunião


Em fértil semeadura




Torna toda enfatuação


Que irreverente postura


Humilde, pela genuflexão,


Que deferente desenvoltura 




Cala e toma tua decisão


Inda que seja dura


Com razão sobre emoção


Serenidade e candura




Honra a tua Instalação,


Não somente por jura 


Junto ao Trono de Salomão


Com malhete em mão segura




Não espera gratidão


Dessa Sagrada aventura


Entrega-te nessa estação


E agradece ao PAI a ventura !




PARA EVOLUIR, VOCE PRECISA PARAR - Jamil Melro

 


Para evoluir, você precisa PARAR!

Esta reflexão está baseada no livro "As coisas que você só vê quando desacelera", de Haemin Sunim, um monge zen budista. Inspirado por suas lições, trago esta visão aplicada aos ensinamentos maçônicos na busca pela evolução pessoal.

Pergunto: Quando foi a última vez que você parou para observar ao seu redor? Não apenas para admirar a perfeição da natureza, mas também para olhar profundamente dentro de si. Esse momento de pausa é essencial para o autoconhecimento, e a história dos dois lenhadores nos ensina isso de forma marcante.

Dois lenhadores apostaram quem cortaria mais árvores em um dia. Um deles, apressado e sem preocupação com suas ferramentas, começou imediatamente, enquanto o outro dedicou tempo para afiar seu machado antes de iniciar. Ao final do dia, o segundo lenhador havia cortado muito mais árvores, com menos esforço. Esta fábula revela que a preparação e a paciência são tão importantes quanto o trabalho árduo. Como Maçom, você está afiando sua ferramenta? O que isso significa maçonicamente?

Nas primeiras lições de Aprendiz, somos instruídos a observar e meditar sobre a natureza, aprendendo com suas lições e aplicando-as em nossa vida quotidiana. O uso simbólico das ferramentas nos orienta a lapidar nossos pensamentos e ações, buscando sempre melhorar. Afiar a ferramenta, nesse contexto, não é apenas desacelerar as atividades, mas prestar atenção plena ao presente e às pequenas maravilhas que frequentemente passam despercebidas. Essa prática reflete a essência do autoconhecimento.

A meditação é um dos métodos mais eficazes para desacelerar e se reconectar com o sagrado. Dedicar cinco minutos diários ao silêncio, com os olhos fechados, concentrando-se na respiração e sentindo o pulsar do próprio corpo, é uma forma poderosa de alinhar mente e espírito. Experimente também perceber o calor do sol, o som da chuva ou a tranquilidade da noite estrelada. Esses momentos de contemplação nos conectam à perfeição do Grande Arquiteto do Universo (GADU), trazendo paz indescritível e proximidade com o Sagrado.

Esses estágios de afiar a ferramenta simbolizam o autoconhecimento e o autodomínio necessários para nossa evolução. Maçonicamente, essas práticas expandem nossa consciência, ajudam-nos a lapidar nossa pedra bruta e nos transformam em melhores cidadãos, capazes de contribuir para a construção de uma sociedade justa e fraternal, onde todos busquem a luz do entendimento e da verdade.

Em resumo, desacelerar é essencial para enxergar com clareza, conectar-se consigo mesmo e apreciar a beleza do momento presente. A felicidade e a sabedoria não residem em fazer mais, mas em fazer menos com mais intenção e consciência. Irmão, lembre-se: cada pausa consciente é um passo em direção à luz que tanto buscamos.